Por Weiber Xavier
(*)
Maio é o
mês da consciência da doença vascular cerebral, uma das principais causas de
morte e que pode acontecer a qualquer um. No Brasil, o AVC (Acidente Vascular
Cerebral) é a segunda causa de morte e a que provoca incapacidades mais graves
a longo prazo do que qualquer outra doença levando ainda um número enorme de internações
e custos.
Na
realidade, de acidente não há nada no AVC apenas no nome e sim, de uma doença,
DVC (Doença Vascular Cerebral) decorrente de causas (90%) que podem ser
prevenidas como: hipertensão, tabagismo, diabetes mellitus, dieta não saudável
rica em gordura, calorias e sal, sedentarismo, excesso de peso e obesidade,
colesterol elevado, doença arterial carotídea e periférica, fibrilação atrial e
doença cardíaca ou coronariana. Quase três quartos de todos os derrames ocorrem
em pessoas com mais de 65 anos e o risco de ter um derrame mais do que duplica
a cada década após os 55 anos de idade. Assim como no "ataque
cardíaco", no "ataque cerebral" não pode-se perder tempo. É
importante que a comunidade conheça os sinais e sintomas do AVC, possa agir no
tempo adequado e chegue ao hospital rapidamente se: dormência repentina ou
fraqueza do rosto, braço ou perna, especialmente em um lado do corpo; confusão
mental repentina, dificuldade para falar ou entender o discurso; dificuldade
repentina na visão em um ou ambos os olhos; dificuldade em andar, tontura,
perda de equilíbrio ou coordenação de forma repentina; dor de cabeça muito
forte sem causa conhecida.
Como o
derrame ataca o cérebro, a pessoa que apresenta os sintomas muitas vezes não
consegue agir sozinha para procurar tratamento médico. Os espectadores são
essenciais para agir rapidamente e levar os que sofreram um derrame ao hospital
com rapidez suficiente para obter tratamentos sensíveis ao tempo. Com a
conscientização sobre os sintomas e a necessidade de ligar o 192 e ir à
emergência rapidamente em caso de suspeita de DVC pode-se melhorar os
alarmantes casos dessa doença no nosso País, assim como o controle dos fatores
de risco pode melhorar sua saúde cerebral e manter seu cérebro saudável.
(*) Médico e professor de Medicina da UniChristus.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 13/05/2019. Opinião. p.20.