domingo, 31 de março de 2013

O BRASIL ANEDÓTICO LI



PEDRO II, O BOM
Barão de Tefé, na "Revista da Semana", número especial de 28 de novembro de 1925.
Tinha Pedro II vinte e sete anos quando foi assistir aos exames anuais na Academia de Marinha. Sentado à mesa, ao lado de Sua Majestade, chamou Cristiano Otoni o primeiro aspirante sorteado, e ordenou-lhe:
- Exponha com clareza e precisão a matéria do seu ponto.
A presença do monarca perturbou o rapaz, que em silêncio, se pôs a empalidecer e a suar frio.
- Vamos - tornou Otoni, impaciente. Sua Majestade veio aqui para ouvi-lo e julgar do seu aproveitamento; fale ou retire-se!
Por essa altura, o Imperador interveio:
- Compreendo a sua perturbação, mas acalme o seu espírito. Aqui não há juizes ferrenhos, mas amigos dispostos a esperar que lhe volte o sangue frio.
E pôs-se a conversar, propositalmente, com Otoni, até que o aluno, encorajado assim pelo soberano, retomou alento, que lhe permitiu fazer uma das provas mais completas do dia.
RESPEITO AO SANGUE
J.M. de Macedo - "Ano Biográfico", vol. III, pág. 224.
Em 1830, a situação de Pedro I só poderia ser mantida por um ato de força, e que consistia na dissolução da Câmara, sede de grandes agitações. O ministério compreendeu isso, e Francisco Vilela Barbosa, Marquês de Paranaguá, propôs essa medida extrema, em Conselho de Ministros, sendo apoiado por todos os seus colegas.
Silencioso, o Imperador ouvia a opinião de cada um.
- Sim, os senhores julgam que esse é o remédio, declarou, quando o último acabou de falar.
E numa interpelação que ficou sem resposta:
- Mas, quem me responde pelo sangue que terá de correr?
E não dissolveu a Câmara.
A ESPADA E A BAINHA
Anais do Senado, 1895.
Sessão do Senado, de 17 de dezembro de 1894. Discute-se a aprovação dos atos do governo durante o sitio determinado pela revolta de 6 de setembro. Dada a palavra ao sr. Coelho Rodrigues, este alude acidentalmente à concessão inconstitucional de honras e à nomeação de oficiais honorários.
"O sr. João Cordeiro - Pois se V. Excia. quiser eu lhe arranjo uma nomeação de oficial honorário.
O sr. Coelho Rodrigues - Não aceito, porque considero ilegal a nomeação que só se pode fundar no parágrafo 11 do artigo 102 da outra Constituição, que ainda está em execução nesta parte.
O sr. João Cordeiro - Não está não.
O sr. Coelho Rodrigues - Se não considerasse ilegal a nomeação, eu a aceitaria, porque, afinal de contas, como trunfo é espada, antes ser espada do que bainha".
O CUMPRIMENTO E O CHAPÉU
Alberto Faria - Conferência na Academia Brasileira de Letras, 1925.
Recomendado do Rio ao carcereiro da cadeia de Recife, de tal modo se portou ali Fagundes Varela, utilizando a roupa e o calçado desse funcionário, que este se viu na contingência de expulsá-lo da sala que lhe havia sido cedida para hospedar-se.
Dias depois, encontrando o carcereiro na rua, o poeta fez-lhe um cumprimento.
- Suas saudações irritam-me os nervos, - declarou o benfeitor ludibriado. - Espero que não me tire mais o chapéu.
- O chapéu? - estranhou o poeta. - Mas, o cumprimento não me custa nada.
E mostrando-lhe o feltro, que havia trazido na mudança:
- O chapéu não é seu?
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).

PROPAGANDA DOS PREGOS GARCIA



Um gaúcho abre uma filial de sua Loja de Pregos em Roma.
Como a propaganda é a alma do negócio, fez um outdoor com a figura de Cristo pregado à cruz e embaixo estava escrito:
‘Pregos Garcia - "2000" anos de Garantia'
Foi aquele rebuliço.
O Bispo de Roma foi pessoalmente conversar com o gaúcho e explicar que não podia fazer aquilo, que era pecado mortal...
Então o gaúcho resolveu fazer um novo outdoor.
Colocou Cristo com uma das mãos pregadas na cruz e a outra solta, dando tchauzinho. Embaixo estava escrito:
‘Adivinhe em qual mão foi usado o Prego Garcia???’
Meu Deus do Céu!!!
Até o Santo Papa saiu do Vaticano e foi conversar com o gaúcho:
- Que heresia meu filho! Não se pode usar Jesus Cristo como garoto propaganda... Inventa outra coisa e retire isto já!!!
Então vou fazer um novo outdoor, sem o Cristo! - pensou o gaúcho.
Colocou a foto da cruz vazia e embaixo estava escrito:
'Se o Prego fosse Garcia, o Cara não fugia.'
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

sábado, 30 de março de 2013

Prossegue a Semana Santa na Paróquia de São Vicente de Paulo - 2013



“Ressuscitei, ó Pai, e sempre estou contigo:
pousaste sobre mim a tua mão, tua sabedoria é admirável”.

“Mais que comum dos dias,
olhei o mais que pude os rostos
dos pobres, gastos pela fome,
esmagados pelas humilhações,
e neles descobri teu rosto,
Cristo Ressuscitado!”
Dom Hélder Câmara

Hoje, sábado, dia 30/03/2013, às 18h, na Paróquia de São Vicente de Paulo, em Fortaleza, haverá a Solene Vigília Pascal.
Amanhã, domingo, às 6h, acontecerá a Procissão do Cristo Ressuscitado, seguida de Missa, às 6h30min. Haverá também missas nos seguintes horários: 9h, 11h30min, 17h30min e 19h30min. Infelizmente, não há menção de que se terá a Missa com acompanhamento do Coral “Cantate Dominum”, como aconteceu no ano pretérito.
Feliz Páscoa a todos!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Paroquiano de S. Vicente de Paulo - Fortaleza
Em tempo: Pe. Raimundo Neto informou na Vigília Pascal que a missa das 11h30 terá o Coral "Cantate Dominum" w orquestra.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Semana Santa na Paróquia São Vicente de Paulo - 2013



Ontem à noite, na Paróquia São Vicente de Paulo, em Fortaleza, aconteceu a Missa da Ceia do Senhor – Missa do Lava-pés, com a transladação do Santíssimo Sacramento. Hoje, dia 29/03/2013, às 15h, houve a Solene Comemoração da Paixão e Morte do Senhor.
Feliz Páscoa a todos!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

SEMANA SANTA NA FORTALEZA DOS ANOS CINQUENTA



Aquelas pessoas que alcançaram a terceira idade, ou que estão bem próximo de se tornarem “sexyagenários”, lembram, certamente, do clima sombrio do período da paixão, que assinalava o calendário litúrgico católico.
Vivenciava-se à época, o que era uma celebração judaica, do Antigo Testamento, conforme o ritual do pessach, ou, simplesmente, a passagem, quando os cativos hebreus comeram, em família, o pão ázimo, sem fermento, na véspera de sua partida do Egito, após longos anos de escravidão, para regressarem à Terra Prometida.
A coincidência do aprisionamento, do julgamento e da execução de Cristo, durante a pessach hebraica, trouxe um outro significado, diante do reconhecimento de que Cristo era o Messias, o enviado de Deus, o Filho do Homem, anunciado por vários profetas do povo judeu.
Esse reconhecimento, levando à conversão ao cristianismo, de muitos judeus e tantos gentios, encontra guarida nos escritos dos evangelistas e nos atos dos apóstolos, ensejou a segunda parte do Livro Sagrado, um novo documento, qual seja, o Novo Testamento.
Na Fortaleza dos anos cinquenta, do século XX, o fervor religioso dos moradores desta capital acentuava-se no tempo da quaresma, atingindo o seu ápice no período pascal. As famílias jejuavam e faziam abstinência de carne, em obediência aos ditames religiosos. As pessoas pagavam penitências, evitavam o cometimento de pecados, inclusive os veniais, e realizavam boas ações em troca das indulgências que poderiam ganhar, livrando-as do fogo do inferno, ou, pelo menos, diminuindo a permanência no purgatório.
Como medidas de interesse popular, várias práticas eram adotadas para rememorar a Paixão e Morte de Jesus Cristo, extrapolando os atos litúrgicos oficiais, como a projeção de filmes com teor bíblico, a transmissão radiofônica de músicas e mensagens religiosas, e a encenação teatral relacionada à Páscoa de Nosso Senhor, revivendo todo o sofrimento Dele, pregado na cruz.
Durante a Semana Santa, que se iniciava no Domingo de Ramos, quando várias procissões circulavam nas ruas adjacentes de cada paróquia, não havia aulas nas escolas de Fortaleza. Na quarta-feira de trevas já não se fazia mais casamentos nas igrejas católicas, que eram, temporariamente, fechadas. Nos altares, os santos eram cobertos por um tecido roxo, assim como o sacrário, onde ficava guardado o ostensório. O ambiente era de uma mudez total, em sinal de luto. Na sexta-feira santa havia a procissão do Senhor Morto. Somente no sábado de aleluia é que ela voltava a ser aberta, para cumprir o ritual da páscoa. Era comum fazer a via sacra, indo de uma casa a outra, no centro da cidade, percorrendo as 14 estações. Na madrugada do domingo, a matraca começava a troar, anunciando a Missa da Ressurreição.
O Cine Familiar, de propriedade dos frades franciscanos, situado vizinho à Igreja Nossa Senhora das Dores, no bairro Otávio Bonfim, exibia, a cada hora, “A Paixão de Cristo”, uma película em preto e branco, e sem falas; para assisti-la se formavam longas filas à entrada; o sofrimento do crucificado parecia transformar a assistência, pois as pessoas saíam do cinema comovidas e até enxugando as lágrimas vertidas durante a projeção.
Todos os anos repetia-se a mesma coisa: nas emissoras de rádio, transmitia-se um programa específico, criado pela Rádio Nacional, e considerado o maior trabalho do radioteatro brasileiro: “A Paixão de Cristo”, um clássico com três horas de duração, na sexta-feira da paixão, no qual o compositor e ator Roberto Faissal, possuidor de uma belíssima voz, pronunciava palavras saídas da boca de Cristo. No ambiente doméstico, tendo ao centro um velho rádio, gravitavam ao seu redor os radiouvintes, prontos para ouvir e se comover, diante daquela voz carregada de emoção.
Nos salões paroquiais, fazia-se a leitura ou se representavam cenas da Paixão, por grupos amadores, e até nos teatros, espetáculos, com mais recursos e usando atores experientes, eram encenados, para deleite (e sofrimento) do público cristão.
Era assim que a Semana Santa acontecia, nos meados do século que passou, nesta Fortaleza abençoada por Nossa Senhora da Assunção.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Membro da Sociedade Médica São Lucas
marcelo.gurgel@uece.br
* Publicado In: O Povo, de 26/03/13. Jornal do Leitor. p.1.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Providências. Apenas providências.



Por Ricardo Alcântara (*)
A expansão do espaço de comunicação nas décadas recentes gerou exigências novas. Ao ocupar cargos públicos, outros atributos, além das competências inerentes às funções, se tornaram ainda mais relevantes para o êxito dos gestores.
Regra básica, responsáveis por áreas de maior interesse público devem saber que comunicação não é o que eles dizem e sim o que nós entendemos. O secretário de Segurança é bom exemplo de alguém que, calado, daria melhor contribuição.
Perguntado sobre os motivos por não se refletir nas estatísticas de criminalidade os altos investimentos em sua pasta, o coronel Francisco Bezerra tem demonstrado boa disposição para transferir responsabilidades.
Culpa, em primeiro lugar, a Justiça que, segundo ele, devolve delinquentes às ruas. Quando lembrado de que a maioria deles é de menores de idade, culpa o Congresso Nacional pela recusa em baixar para dezesseis anos o limite de maioridade penal.
Tenta outro drible fácil ao minimizar o dano social das ocorrências: segundo ele, a maioria dos assassinatos ocorre em conflitos entre traficantes. A omissão policial seria, então, um benefício? Foi como compreendi as suas, digamos, reflexões.
Ao denunciar como causas profundas da violência a carência de investimentos em Educação e Emprego, e cobrar iniciativas da prefeitura municipal, esquece que grande parte dessas responsabilidades compete também ao poder estadual.
Não mais tendo a quem responsabilizar, recorre ao catecismo dos desesperados: acusa a imprensa de “requentar o assunto”, como se a mídia exumasse a cada dia o cadáver da semana passada. Ora, aqui estão matando gente é toda hora!
Todos concordam com algo que ele tenta dizer, mas não sabe como. Direi por ele: o problema da violência não é desafio que possa ser vencido apenas com os recursos do aparelho policial. É certo: a polícia não pode tudo – mas pode mais, eis o ponto.
Morosidade da Justiça, tráfico de drogas, carências sociais e sensacionalismo da imprensa são, entre outros, fatores agravantes admitidos por consenso. O que não soa honesto é querer usá-los como salvo-condutos para a inoperância. Não cola.
Não cola porque tais fatores afetam também cidades brasileiras que apresentam, mesmo com populações diversas vezes maior do que Fortaleza, estatísticas bem melhores – em alguns itens, até em números absolutos – do que a capital cearense.
Ao recusar-se a qualquer avaliação crítica, ainda que pontual, sobre o desempenho de sua pasta, o secretário insinua – e só não o afirma de todo porque pressente a inconsistência da mensagem – que o governo está fazendo a sua parte. Não está.
E é muito grave que, diante de um quadro tão crítico, e numa área que afeta as famílias de maneira tão dramática, o responsável pelas ações centrais se mostre tão incapaz de se submeter às exigências inerentes à sua própria liderança.
Talvez o secretário de Segurança não esteja percebendo, mas o que ele está dizendo para a sociedade, já que nunca se investiu tanto em segurança como agora e nunca os resultados foram tão ruins, é que a guerra contra o crime está perdida.
Sua mensagem é um ato de desmobilização moral dos eventuais esforços de aprimoramento, injeta uma ainda maior sensação de insegurança na população e oferece aos delituosos o estímulo de sua rendição antecipada.
Uma modesta contribuição, secretário: faria bem à alma dos cearenses ouvir um diagnóstico das vulnerabilidades do aparato e o que pretende fazer seu comando para superar deficiências e melhorar o desempenho. Numa palavra: providências.
Quer ver como funciona? Manda a assembleia governista aprovar limite de horário para locais onde há venda de bebida alcoólica (de segunda a quinta, pelo menos) e bota a polícia para coibir a venda aos menores de idade. Enfim, providências...
(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.
Pauta Livre é cão sem dono. Se gostou, passe adiante.

quarta-feira, 27 de março de 2013

MISSA DE SÉTIMO DIA POR PROF. LUIZ MARQUES DE OLIVEIRA



Hoje, completam-se sete dias do falecimento do Prof. Luiz Marques de Oliveira, professor aposentado da Universidade Estadual do Ceará, na qual lecionou, por muitos anos, português e francês.
Nascido em Pernambuco, em 2/11/1922, recebeu esmerada formação marista em Apipucos, tendo integrado a Província Brasil Setentrional Norte, da Irmandade de Champagnat, por longos anos, da qual se desvinculou, vindo a contrair núpcias com a Profa. Solange Rosa de Sousa, também docente aposentada da UECE.
No dia 21/03/13, ao ensejo da Sessão Solene da Assembléia Legislativa do Ceará em Homenagem aos 10 anos do Curso de Medicina da UECE, por autorização da deputada Raquel Marques, que presidia a sessão, abri a minha fala para enaltecer figura do grande educador que, naquele momento, estava sendo inumado no cemitério Parque da Paz.
A família do dileto professor convida para a missa de sétimo dia, a ser celebrada em sufrágio de sua alma, acontecerá hoje, dia 27/03/2013, às 20h, na Igreja da Glória, situada na Av. Oliveira Paiva, nº 695, na Cidade dos Funcionários.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da Uece

Comunicado do Acadêmico Lúcio Alcântara



Lúcio Alcântara (*)
Tomei uma decisão em relação ao preenchimento de vagas nos sodalícios de que faço parte. Resolvi resistir ao assédio eleitoral por parte de candidatos, emissários e amigos comuns. A perda de um colega de grêmio, por menor que seja nossa proximidade, por si só já é um momento delicado.
O açodamento com que os concorrentes se lançam a cata dos votos, sem que transcorra o nojo, gera uma situação constrangedora. Dão adeus à moderação e estabelecem um cerco sobre os eleitores. Falo, é claro, de um modo geral. Há também comportamentos dignos entre os pretendentes.
Receberei com respeito e atenção memoriais e currículos dos candidatos sem me negar, se solicitado, a contatos pessoais. O que não farei mais é anunciar por antecipação o meu voto. Reservo-me o direito de quando, e se for o caso, fazê-lo ao interessado.
Quanto ao preenchimento da vaga na Academia Cearense de Letras, decorrente do falecimento do grande poeta Francisco Carvalho, entendo que chegou o momento de radicalizarmos colocando em seu lugar alguém que tenha a literatura como atividade relevante.
Chega de personalidades. Nada contra elas, todas a meu ver dignas dos assentos que ocupam. É que já bastam as que temos. É hora de elegermos um literato reconhecido. Escolhido, se possível, fora do circuito Elizabeth Arden da literatura. Os clubes, restaurantes e bares do Meireles, Aldeota e adjacências.
Houve tempo em que a Academia ia buscar nomes de valor, arredios ou desambiciosos, para ungi-los entre os seus. Talvez seja a hora de retomarmos a prática buscando um mínimo de consenso eleitoral capaz de adotar um nome que valorize e ilustre a instituição.
(*) Da Academia Cearense de Letras e do Instituto do Ceará.
Postado em 19/03/2012 In: http://lucioalc.blogspot.com.br/
Nota deste Blog: Os intelectuais cearenses esperam que o gesto do ex-governador do Ceará sirva de exemplo aos que integram academias e entidades culturais para que pautem suas escolhas, em critérios técnicos e curriculares, proporcionando a absorção de pessoas em nossas entidades, com produção cultural de relevo e evitando a eleição daqueles detentores de prestígio político, mas desprovidos de um alentado curriculum, aferido em um memorial da própria lavra.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

terça-feira, 26 de março de 2013

TAJ MAHAL MUNICIPAL



Os cidadãos cearenses, e o fortalezense, em particular, no período pré-eleitoral, foram bombardeados por inserções publicitárias, em diferentes mídias, dando conta das realizações dos respectivos governos, estadual e municipal, no campo da Saúde.
O governo do Ceará arrolava, entre as suas maiores obras, a construção de três grandes hospitais regionais no interior, edificações que se completavam com uma rede de hospitais-pólo, policlínicas, unidades de pronto atendimento (UPA) e centros de especialidades odontológicas (CEO).
Pior quadro era o da Fortaleza Bela, cuja propaganda estava quase inteiramente focada na suposta enorme e dantesca obra, o Hospital da Mulher de Fortaleza, como se fora um Taj Mahal, de um viúvo, sofrido e apaixonado. Ainda sem nome oficial, esse rótulo era anunciado, tal qual uma epopeia homérica, como se fosse um sambinha de uma nota só, a propalar a redenção feminista da cidade.
Entre o lançamento da proposta, na campanha eleitoral de 2004, e sua recente pseudo-inauguração, revestida de simbolismo político, esse hospital já consumiu oito anos, e, por certo, há de requerer mais uns dois anos, para se pôr em funcionamento adequado, igualando ao tempo exigido dos gregos para destruírem Troia.
Apesar do largo tempo percorrido, a prefeitura da capital não cuidou de preparar os recursos humanos necessários ao colossal equipamento, optando por remover quadros de suas já combalidas e sucateadas estruturas hospitalares, para preencher os lugares do novo hospital, configurando uma ação temerária.
Ademais, ao optar pelo formato hospitalar, a fim de prestar um serviço complexo, cuja praxe é ser ofertado em ambulatório, a prefeita Lins deixará à posteridade sucessora um legado de cara manutenção, que sorverá importantes somas, desfalcando os recursos que seriam melhor aplicados na sua rede hospitalar preexistente.
Trata-se o empreendimento de uma malfadada herança reservada ao atual alcaide, cabendo a ele concluir a obra e adequar o seu funcionamento, dando o direcionamento mais apropriado, como um hospital geral e maternidade, desfazendo a utópica hipertrofia de sua exclusividade às questões da saúde reprodutiva feminina.
Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Médico-sanitarista e Economista da Saúde

* Publicado In: Jornal do SIMEC. Fortaleza, fevereiro de 2013. p.8. (Órgão do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará).

segunda-feira, 25 de março de 2013

A DÉCADA QUE LEVOU AO MÁXIMO



João Brainer Clares de Andrade (*)

O curso médico da Uece completa 10 anos. Foram conquistas importantes desde a primeira aula, em março de 2003; e o último feito atesta a qualidade dos médicos egressos já conhecida nas unidades hospitalares de Fortaleza: a nota máxima no Enade-MEC, posicionando o curso de Medicina da Uece no 1º lugar do Ceará e no 13º do Brasil, em meio a 177 cursos de Medicina avaliados.
Tomou forma uma década de conquistas que se renovam a cada ano com a graduação exitosa de médicos de perfil ampliado e amplamente vocacionados às políticas de saúde do Ceará. Como uma mãe zelosa, a Uece, artesanalmente, moldou hoje quase 300 novos médicos que já ocupam posição de destaque, dentro e fora do Ceará.
Foram negociações e projetos que avançaram madrugadas por vários anos. Depois de criado, veio a tarefa da consolidação: era preciso marcar terreno, estampar uma marca, mostrar à sociedade que os princípios eram firmes e que nos sobrava competência. Não desistimos, não demos trégua! Com sinais verdes, amarelos e até vermelhos sendo postos ao meio do entrave, o anseio da universidade foi além: um projeto robusto, como pouco se via em outras escolas médicas pelo País, foi consagrado, incorporando tendências vanguardistas e alinhando com as políticas públicas de saúde, além de estratégias que pouco onerassem os já parcos recursos... Nascia, pois, um curso de Medicina que formaria médicos para o povo cearense, genuinamente com a cara do Ceará!
Resgatar o passado do curso de Medicina da Uece é oferecer substrato ao crescimento da formação superior pública do Estado, fazendo jus aos esforços de professores e alunos em torno de um projeto robusto afinado com a realidade do Ceará. É, assim, uma franca acepção do princípio da Universidade Estadual do Ceará em “iluminar os caminhos”, agora, voltando ao passado, retratando o presente, e sonhando com um futuro ainda mais iluminado!
(*) Concludente do Curso de Medicina da Uece e membro da Sobrames/CE
Fonte: Artigo publicado In: O Povo, Opinião, de 21/03/2013. p.6.

domingo, 24 de março de 2013

A CHAVE DO PARAÍSO



O Joãozinho pergunta ao pai:
- Pai, o que é que a mãe tem entre as pernas?
- O paraíso, meu filho...
O garoto pergunta novamente:
- E o que é que o papai tem entre as suas?
- A chave para o paraíso...
- Então dou-lhe um conselho, pai... mude a fechadura! O nosso vizinho tem uma cópia!
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

Jonas foi engolido por uma baleia?



Uma menina estava conversando com a sua professora.
A professora disse que era fisicamente impossível que uma baleia engula um ser humano porque apesar de ser um mamífero muito grande, a sua garganta é muito pequena.
A menina afirmou que Jonas foi engolido por uma baleia.
Irritada, a professora repetiu que uma baleia não poderia engolir nenhum ser humano; era fisicamente impossível. A menina, então disse:
- Quando eu morrer e for ao céu, vou perguntar a Jonas.
A professora lhe perguntou:
- E o que vai acontecer se Jonas tiver ido ao inferno?
A menina respondeu:
- Aí a senhora pergunta.
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

sábado, 23 de março de 2013

Espermograma do Velhinho ...



Um velhinho tinha que fazer espermograma. Foi à farmácia e comprou um potinho desses para coleta de material.
Chegando em casa, foi ao banheiro e tentou com a mão direita, tentou com a esquerda e até com as duas, e nada! Então, chamou sua mulher. Ela tentou com a mão direita, tentou com a esquerda, com as duas e até com a boca, mas também não conseguiu.. Não vendo outra opção, ela chamou a vizinha.
Esta, querendo ajudar, mesmo bastante constrangida, tentou com a direita, com a esquerda, com as duas mãos, e muito sem graça, pediu licença e tentou com a boca, mas não obteve sucesso!
A vizinha, não se dando por vencida, chamou a filha de 18 anos, uma menina encantadora. E mais uma vez repetiram-se as tentativas... uma mão, outra, as duas, com a boca, mas também não conseguiu...
O velhinho triste, voltou à farmácia e devolveu o pote ao vendedor dizendo:
- Dá pro senhor me ver outro potinho, porque lá em casa, ninguém conseguiu abrir este!
Trinta Pai-nosso, PELA SUA MENTE POLUÍDA!
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

Posse de Henry Campos na Academia Cearense de Medicina



A Academia Cearense de Medicina (ACM) realizou ontem à noite, dia 22/06/12, no Auditório Castello Branco, da Reitoria da UFC, a solenidade de posse do seu novo membro titular: o Dr. Henry de Moura Campos, nefrologista, professor titular do Departamento de Medicina Clínica e atual vice-reitor da UFC, como ocupante da Cadeira 22, anteriormente ocupada por Gerardo Frota de Souza Pinto, e patroneada pelo médico João Simões de Meneses.
O novo acadêmico foi saudado pela Acad. Maria Helena da Silva Pitombeira. Centenas de convidados marcaram presença no bem cuidado evento.
Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Membro titular da ACM – Cadeira Nº 18

sexta-feira, 22 de março de 2013

UNIFOR: ETERNAMENTE



Antero Coelho Neto (*)
No próximo dia 21 de março, a Universidade de Fortaleza completa 40 anos de existência. Para nós, que planejamos e ajudamos a construir e desenvolver esta extraordinária instituição universitária, constitui uma data de grande significado e importância.
Foram 8 anos de minha vida de muita satisfação e inúmeros momentos de felicidade e que gravei em um DVD, “Unifor: Os Primeiros Anos”, distribuído para os amigos, professores, bibliotecas e solicitantes. E a minha satisfação, como defensor da memória das pessoas e instituições, ainda é maior ao comprovar, que nesses anos passados, as realizações e progressos da instituição foram ainda maiores que os previstos por nós na sua década inicial.
Ressalto que seu idealizador e responsável, o excepcional industrial Edson Queiroz e todos os nossos parceiros planejadores, dirigentes, professores e funcionários daquela época, serão por mim, eternamente, lembrados. Com muito Amor, Agradecimento e Saudade.
Tenho escrito sobre a Unifor (livros, artigos e poesias) desde o seu início e durante esses anos passados, principalmente nos seus aniversários de décadas. Há 10 anos, publiquei no jornal, o artigo “Unifor: Trintona” onde destaco que vários estudantes, seus familiares, e professores daqueles anos iniciais, expressam para mim as suas boas lembranças e destacam momentos em que estivemos juntos resolvendo os problemas existentes. E destaquei como estes momentos tinham sido de grande felicidade para mim. Mais alegria, tenho agora, 40 anos passados, quando, ainda muitas vezes, vários continuam a destacar aqueles momentos.
Quando convidado por Edson Queiroz, para planificar (1972), e depois para ser seu primeiro Reitor (1973-1979), a conselho do nosso amigo Virgílio Távora, estava como Vice-Diretor da recém Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, participando de sua criação, a convite de dois extraordinários e excepcionais amigos professores, José Roberto Ferreira (Vice-Reitor) e Luiz Carlos Lobo (Diretor). Tínhamos também acabado de construir o Hospital de Sobradinho, com inusitados e adiantados programas e estruturas funcionais. Portanto, foi uma decisão muito difícil, voltar para o Ceará, mas tive a sorte de saber valorizar a extraordinária idéia do Edson e assim decidir.
A Unifor foi a primeira, e única até hoje, no Brasil, a ser iniciada já como Universidade. A regra é iniciar como Faculdade, pertencer a um Centro e os vários Centros reunidos depois, podem ser aprovados como Universidade pelos organismos educacionais superiores. E vejam como acertaram as autoridades daquela época. A Unifor é exemplo nacional e mais do que isto, é Satisfação Nacional.
Por isso tudo, peço para vocês que permitam, que este velho Professor, repita agora um poema que escrevi há 25 anos atrás para ela:
“Mas quando, lá longe, no futuro distante das décadas e séculos, te tornares muito grande, famosa e falada, estaremos ainda te amando desde lá na eternidade de nossos espíritos. E, em cada aniversário teu, cantaremos juntos o parabéns para você. Para nós, porém, desculpem os que virão amar-te depois, ficará sempre a satisfação maior de termos sido os teus primeiros amores.”
E mais felizes ainda, estaremos ao completares os teus próximos anos.
(*) Médico, professor e ex-presidente da Academia Cearense de Medicina.

quinta-feira, 21 de março de 2013

CONVITE: Lançamento do livro Medicina na UECE




A Editora da Universidade Estadual do Ceará, ao ensejo das comeorações dos dez anos do Curso de Medicina da UECE, convida para o lançamento de “Medicina na UECE: a década que levou ao máximo, de autoria de João Brainer Clares de Andrade e Marcelo Gurgel Carlos da Silva.
Data: 21 de março de 2013 (quinta-feira), às 14h30.
Local: Plenário da Assembléia Legislativa do Ceará.

quarta-feira, 20 de março de 2013

PESAR POR PROF. LUIZ MARQUES DE OLIVEIRA



 É com imenso pesar que aqui registro o falecimento hoje, 20 de março de 2013, do Prof. Luiz Marques de Oliveira, esposo da Profa. Solange Rosa de Sousa, ambos docentes aposentados da Universidade Estadual do Ceará.
Em 2007, quando pesquisava sobre a vida de meu pai, cujo resultado foi o livro “Dos canaviais aos tribunais: a vida de Luiz Carlos da Silva”, dele me aproximei, construindo uma frutífera amizade.
Por ter sido irmão marista por longos anos, sendo ainda conhecido por muitos como o Irmão Luiz, ex-diretor do Colégio Cearense Sagrado Coração, ele foi uma fonte preciosa de informação sobre a formação dos maristas, me favorecendo com valorosos subsídios para a elaboração do romance “Maquis: Redenção na França Ocupada”.
O corpo do Irmão Luiz está no Complexo Velatório Ethernus e o sepultamento ocorrerá amanhã, 21 de março de 2013, às 16 horas, no Parque da Paz.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da Uece

Curso de Medicina da Uece comemora uma década



Por Paula Frassinetti Castelo Branco Camurça Fernandes (*)
O jovem Curso de Medicina da Uece, o MedUece estará celebrando a sua primeira década de existência no dia 25 de março de 2013. O corpo docente e discente comemora com orgulho esta data. Desde a aula inaugural, que foi proferida pelo professor Adib Jatene, passando pela colação de grau da 1ª turma em janeiro de 2009, numa magnífica cerimônia, realizada no Theatro José de Alencar, a Uece formou até o momento cinco turmas de médicos, com 40 alunos cada.
Neste momento de júbilo, a Diretoria do Centro de Ciência da Saúde e a Coordenação do Curso de Medicina da Uece convidam para as comemorações nesta semana. A programação inclui homenagem ao corpo docente, amanhã, dia 20, às 18 horas, no auditório Paulo Petrola, no Campus do Itaperi. No dia 21, quinta, haverá uma sessão solene na Assembleia Legislativa, às 14h30min. Na sexta, 22, às 16h30min, haverá homenagem aos parceiros e amigos da Uece. Será proferida uma conferência pelo professor doutor Luis Odorico Monteiro de Andrade, no Campus do Itaperi.
Nestes 10 anos, destacamos na história do MedUece: a implantação do convênio que definiu os hospitais estaduais como hospitais universitários da Uece, a criação de cargo comissionado de professor de práticas médicas, a primeira mudança do projeto pedagógico, que, dentre outras medidas, ampliou para dois anos o Internato, as oficinas de planejamento do curso e a nota 5 no Enade. Os alunos do MedUece destacam-se por passarem nos concursos para estágios extracurriculares nos hospitais da Cidade e nos concursos de Residência Médica aqui e em outros estados.
O Curso de Medicina da Uece tem como propósito “formar o médico para o exercício da medicina geral com sólida fundamentação científica e técnica sem prejuízo da possibilidade de especialização”. Tem uma grade curricular voltada também para disciplinas das áreas sociais e humanas, que permitirão ao médico atuar na prevenção de transtornos, agravos e doenças, na promoção da saúde, na recuperação da saúde e na habilitação biopsicossocial. Vale salientar que a comunidade cearense passa a contar com profissionais bem preparados, para a atuação como generalistas, e dispostos a buscar o aprimoramento, a educação continuada, a capacitação pela Residência Médica para exercer a Medicina de forma digna, com ética e qualidade.
Os desafios para o futuro envolvem as seguintes questões: saber qual o papel e o perfil do médico no século XXI. Discutir como formá-lo. As diretrizes curriculares nacionais e internacionais apontam para as seguintes metas principais (Geison Lira, 2011): 1. Formar para o cuidado integral; 2. Formar para a responsividade social; 3. Formar competências múltiplas; 4. Profissionalizar a formação.
(*) Professora do Curso de Medicina da Uece
* Publicado In: O Povo, de 19/03/2013. Opinião. p.7.

TUDO EM PAZ, SEM JUÍZES NEM JORNAIS



Por Ricardo Alcântara (*)
O repórter (O Povo, 17.03) perguntou ao secretário de Segurança por que os altos investimentos em sua pasta não se refletem nas estatísticas de criminalidade. Francisco Bezerra culpou a justiça que, segundo ele, devolve os criminosos às ruas.
A seguir, minimizou o dano social das ocorrências: segundo ele, a maioria dos assassinatos ocorre em conflitos entre traficantes. A omissão policial seria, então, um benefício, pelo que pude depreender da sua reflexão “pé de boi”.
Ao fim, denunciou vagamente uma conspiração de “empresas que lucram com a propagação da insegurança”. Depois de muito estudar a frase, conclui que se trata de uma mal assumida crítica aos meios de comunicação. Prudência ou covardia?
Do coronel, nenhuma frase foi reservada a uma avaliação crítica sobre a gestão operacional do aparelho de inteligência e repressão policial, deixando ao cidadão a trágica conclusão: o governo faz o máximo, mas a guerra contra crime está perdida.
(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.
Pauta Livre é cão sem dono. Se gostou, passe adiante.

terça-feira, 19 de março de 2013

A Verdade foi enterrada antes de Hugo Chávez



Por Jorge Serrãoserrao@alertatotal.net
Talvez por esquizofrenia, deficiência mental ou falta de caráter, aqueles que pensam e agem de maneira burra, radicalóide e sem ética, se dizendo socialistas, comunistas, fascistas, nazistas, etc, costumam atentar contra a Verdade – definida como realidade universal permanente. Mas os bolivarianos exageraram na dose da mistificação na gestão da morte do mito Hugo Chávez Frias.
Nos meios diplomáticos e na área de inteligência militar argentina circula uma informação 1-A-1 acerca dos procedimentos ante e pós fúnebres do Presidente e revolucionário inventor da República Bolivariana da Venezuela. A revelação bombástica é que o corpo exibido, cheio de sigilo e segurança, em um super-caixão lacrado, não é de um ser humano normal, deformado por um terrível câncer. O cadáver seria um boneco de cera. O simulacro de um Chávez “embalsamado”.
A surpreendente descoberta de que o corpo no faraônico féretro bolivariano não correspondia ao Hugo Chávez original foi da “Presidenta” da Argentina Cristina Kirchner. A grande amiga de Chávez estava escalada para fazer o mais emocionado discurso politico do velório. No entanto, Cristina se sentiu enganada no momento em que chegou perto do defunto. Ficou tão revoltada e contrariada que arranjou uma desculpa esfarrapada para voltar urgentemente a seu país – deixando até sem carona o presidente uruguaio José Mujica, que com ela veio até Caracas.
A explicação bombástica para o retorno súbito de Cristina é relatada pela inteligência militar argentina. Cristina teve um choque emocional quando se viu envolvida na farsa bolivariana montada para o velório de Chávez. Não acreditando no que seus olhos lhe mostravam, Cristina escalou uma oficial ajudante-de-ordens para investigar, de imediato, se não estaria diante de uma “brincadeira de mau gosto com a morte de alguém que lhe era muito querido”.
A oficial argentina interpelou um alto-membro do Exército pessoal de Chávez – que praticamente confessou a armação: ali não estava o corpo original do amado comandante. A militar transmitiu a informação imediatamente para Cristina – que surtou. Saiu esbravejando do Velório para o hotel, avisando que não mais faria o discurso para um boneco. O presidente imposto da Venezuela, Nicolas Maduro, tentou convencê-la do contrário, sem sucesso. Cristina voltou voando para casa.
A Presidenta Dilma Rousseff, que levava o ex Luiz Inácio a tiracolo, foi informada do incidente. Dilma e Lula deram uma breve olhada no caixão de Chávez, conversaram rapidamente com os presentes, e também foram embora o mais depressa possível – alegando coisas urgentes a serem resolvidas no Brasil. A exemplo de Cristina, não quiseram participar da farsa completa do sepultamento daquele que era o líder operacional-militar do Foro de São Paulo (organização que reúne as esquerdas revolucionárias, guerrilheiras ou simplesmente gramcistas na América Latina e Caribe).
História à parte do “boneco de cera” – uma versão completamente não-oficial das exéquias de Chávez -, tudo em torno de sua morte soa como uma grande farsa, digna do mais cínico e mentiroso socialismo bolivariano que transformou a Venezuela em um país em decomposição política, econômica e social. Tudo indica que Hugo Chávez já veio morto de Cuba – onde morreu não de problemas diretamente relacionados ao sarcoma que sofreu metástase.
O que levou Chávez realmente deste para outro mundo foi uma brutal infecção hospitalar, que detonou-lhe o pulmão. Tal fato jamais será admitido oficialmente, já que a lenda-dogma comunista prescreve que a ilha perdida dos irmãos Castro tem “uma das medicinas mais avançadas do mundo”. Caso tivesse se tratado no Brasil – como fizeram Dilma, Lula e o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo -, Chávez poderia estar vivinho da silva... Azar dele que o Hospital Sírio Libanês não aceitou receber milhões para tratar, sem transparência e em “segredo socialista”, do grave caso médico.
Outro fato que a inteligência dos Estados Unidos já deixou bem evidente nos meios diplomáticos. Chávez morreu, provavelmente, no começo de janeiro. O prolongamento mentiroso de sua vida foi apenas uma armação para permitir a inconstitucional posse de Nicolas Maduro, através da geração de um dramalhão popular em torno da torcida pela “salvação” e cura do bem amado mito Chávez. O problema para o regime venezuelano é que o atraso na revelação da verdade contribuiu para as mentiras aflorassem...
A tendência política na Venezuela é de vitória eleitoral do presidente imposto Nicolas Maduro, na eleição marcada para 14 de abril. Mas a temporada de brigas internas e traições entre os bolivarianos é só uma questão de pouco tempo. Embora tenha sido motorista de ônibus profissional, antes de cair no mundo fácil da vida sindical praticamente sem trabalho, Nicolas não está maduro para liderar a revolução bolivariana. Chávez é insubstituível. E como um mito nunca morre, deve assombrar Maduro – que terá de suportar às pressões da oposição, em crescimento natural, e as traições e rebeliões internas que devem surgir principalmente na área militar venezuelana (em franca divisão e conflito entre Exército e Marinha).
O socialismo bolivariano implodiu a Venezuela. A demagogia seduziu o eleitorado pobre ou miserável – sempre a massa moldável de manobra de toda a História. Mas as classes média e alta da Venezuela comem o pão que o Chávez amassou. A moeda de lá – o bolívar – vale tanto quando a verdade para os ideólogos socialistas.  A crise de desabastecimento de produtos básicos é assustadora. A inflação totalmente fora de controle. O desemprego só aumenta. A estatal petrolífera PDVSA opera em regime de ineficiência. A grana dos petrodólares é usada mais para demagogias que para investimento em infraestrutura real.
As instituições venezuelanas encontram-se em decomposição. O Judiciário é uma desmoralização só. O Legislativo uma peça manipulada pelo Executivo autoritário e arbitrário. A ingerência ideológica de elementos do aparelho repressivo cubano no governo bolivariano é um fenômeno politicamente dantesco. O nível de corrupção venezuelano é de fazer inveja ao mais escroto mensaleiro no Brasil. A Venezuela tem tudo de pior que pode ter um país de terceiro mundo, subdesenvolvido, cheio de desigualdades e onde explode uma onda de violência sem perspectiva de controle.
A situação venezuelana pouco fede ou cheira para o Brasil. Problemas concretos são apenas dois. O calote da da PDVSA na parceria com a Petrobrás na superfaturada refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, ainda longe de sair do papel. Outro rolo são os empréstimos a perder de vista do BNDES tupiniquim para grandes empreiteiras brasileiras fazerem mega-obras – também superfaturadas – em terras bolivarianas. No mais, a Venezuela tem relação comercial pífia com o Brasil.
Uma previsível queda do regime bolivariano – que é questão de pouco tempo – pode gerar um efeito cascata (sem trocadilho) entre os países afetados pelo câncer ideológico e ideocrático do Foro de São Paulo. A primeira vítima de uma pós-derrocada venezuela deve ser a Argentina – onde as coisas vão de pior a mais ruim ainda na gestão da Cristina. Cuba também deve ter ainda mais problemas se a casa bolivariana desabar. O resto entra no tradicional “efeito orloff” (vodca que se consagrou com o lema publicitário “eu sou você amanhã”).
A prematura morte do comandante Chávez custará muito cara aos regimes de democradura e capimunismo do Foro de São Paulo. A metástase política já começou, com muitos tumores políticos entrando em fase de implosão. Resta esperar para ver como a araruta cancerosa vai se transformar em mingau estragado pelas mentiras comunizantes.
Ainda bem que não existe mal que sempre dure e nunca acabe... Reflitamos sobre a representação da imagem falsificada de Hugo Chávez (no topo do artigo) para constatarmos que tudo de bom ou ruim sempre tem um fim...
PS - Que sorte deu o José Dirceu - que deveria agradecer ao Joaquim Barbosa: de que adiantaria viajar para a Venezuela apenas para ver um simples boneco inanimado do falecido amigo e patrão em milionárias consultorias?
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva.
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.
A transcrição ou cópia dos textos publicados no blog Alerta Total é livre. Em nome da ética democrática, solicita-se que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 10 de Março de 2013.
 

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