sexta-feira, 22 de novembro de 2024

MÉDICOS PROCESSADOS NOS EUA

Segundo estudo publicado no livro "Blink", cujo autor é o americano Malcon Gadwell, a maioria dos médicos processados nos EUA. segue o mesmo padrão.

Vejam, de forma sintética, os 7 pontos encontrados no estudo:

1 - Os pacientes não processam os médicos que eles gostam;

2 - Na maioria das vezes o processo médico não ocorre por um erro médico real, e sim pela forma como o paciente é (foi) tratado pelo médico;

3 - Os pacientes dificilmente processam os médicos que os tratam com humanidade, respeito, dignidade;

4 - Muitas vezes, os especialistas mais qualificados e os mais arrogantes, que tratam pacientes como se fossem seres inferiores, são os médicos mais processados;

5 - Quanto maior o tempo do atendimento médico, menores são as chances do médico ser processado;

6 - Os médicos menos processados são aqueles que orientam pacientemente, explicam até o paciente entender bem, verificam se restou alguma dúvida, e fazem escuta ativa (demonstram interesse real em ouvir o que o paciente deseja falar);

7 - Utilizar um tom de voz dominante (autoritário) aumenta a chance do médico ser processado.

Portanto, o que o estudo pretende demonstrar é que o processo médico, na maioria das vezes, não está ligado ao erro profissional, mas sobretudo, ao modo como o médico se relaciona com o paciente.

Pensando no acolhimento aos pacientes e na importância da relação médico-paciente, julgamos importante conhecerem e divulgarem o referido estudo.

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria explícita.

Crônica: “Nem sempre quando chega ao fim termina...” ... e outros causos

"Nem sempre quando chega ao fim termina..."

Tantas Quilimero fez que a Dalvinha cansou, dizendo - com todas as letras - NÃO ao casamento de 10 anos. Sabedor da psicologia quase infalível de sua mãe, Tonha de Dandão, o moço atordoado agora correu em busca de orientações, sabedor de quanto a genitora entendia da psicologia feminina no uso de um certeiro chega-bom-basta!

De uns dias pra cá, Quilimero vivia às brigas com a esposa - ciúme lançando flechas. Tonha sabia das bandalheiras do filho, "fino pulador de cerca, um rabo de burro na forma da lei". Dalvinha dizia não adiantar mais o Quilimero "vir com agrados", jurar de pés juntos que mudou, que não mais beberia, que era o fim das raparigagens.

Tonha de Dandão alertava o filho para o fato de as mulheres serem diferentes dos homens - mais seguras nas decisões. Que não era não e brá, justificando sábia e braba:

- Um caba véi da tua marca pode até falar que não quer mais a criatura lá, mesmo assim fica naquele estica-encolhe.

- Mãe, e se eu for bem jeitoso?

- Quando dizemos não, Quilimero, é não! Eu tiro por mim!

- E seu eu contar pra ela que vou ganhar sozinho na mega-sena uns 840 mil rial?

- Tome tento! Um pneu não é um pneu? Pois pra nós, um não é um não!

- E se eu disser que nós vamos dar uns passeios pela Europa, Estados Unidos, Japão?

- Abra do olho, filho! Disso eu entendo! Teu pai foi uma escola!

- Mãe, e se daqueles 840 mil que vou ganhar eu der metade pra senhora?

Aguça o interesse malicioso e cordial de Tonha de Dandão, levando-a a ponderar:

- Aí 'vareia'! Por exemplo: nos passeios que tu falou aí, tu me levava pradonde?

- Pro Crato!

- Ah!!! Sendo assim, nem sempre quando chega ao fim termina! Vá lá e diga a Dalvinha que tu agora é um santo!

Rasgando dinheiro que nem ganhou

A ideia de ganhar grana boa na mega-sena tomou corpo e Quilimero já começou a gastar, ele que sequer fazia apostas. Emprestava - só de boca - 50 mil a um, 60 mil a outro. Um sobrinho que largara os estudos pra colocar um comércio de polpa de frutas ("Da pitomba ao caqui") soube da dinheirama do filho de Tonha e se achegou, na maior cara de pau simpática.

- Tio, parabéns pelos 840 mil que o senhor vai ganhar na mega-sena! Quero o senhor por meu sócio numa indústria de polpa.

- Quanto tu precisa?

- 710 mil rial. Rola?

- Meu dinheiro não é hemorroida pra dar em qualquer caneco!

Modernidade primitiva

O velho Bastião no aeroporto Internacional Pinto Martins. Primeira viagem de avião na vida. Ia pra São Paulo, na companhia de filha cheia da bufunfa. 'Beradêro' saído direto do mato, o gigantesco ambiente não lhe cabia no entendimento. Tudo superlativo, grande demais, novo, intraduzível, quase uma mentira. Bateu a vontade de urinar. Bastião afasta o chapéu, coça a cabeça e, sem jeito, pergunta ingênuo a Marinalva amorosa:

- Fia, tem banheiro aqui pra dar uma mijadinha?

- Pai, isso aqui é um aeroporto internacional!!! Tem de tudo, meu amor!!! Além do banheiro, que mais meu bebê quer?

- Uns carocim d'água de pote mode matar a sede.

Fonte: O POVO, de 4/10/2024. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Os 80 anos do Instituto do Câncer do Ceará

Por Marcelo Gurgel Carlos da Silva (*)

A celebração dos 80 anos do ICC, iniciada em novembro de 2024, não é apenas uma comemoração da sua história, mas uma ratificação dos seus valores fundamentais: inovação, excelência e, acima de tudo, empatia.

Em 1944, um grupo composto por dez abnegados médicos e um religioso, todos eles preocupados com o crescimento dos casos de câncer no Ceará, se uniu com o objetivo de criar uma entidade para prestar atendimento aos pacientes de câncer e promover a cancerologia no estado do Ceará. Surgiu assim, em 25/11/1944, o Instituto do Câncer do Ceará (ICC), que iniciou seus atendimentos à população mais despojada de recursos na Santa Casa da Misericórdia de Fortaleza.

O ICC prosseguiu com o intuito de assegurar aos pacientes um tratamento à altura das suas necessidades. A primeira conquista foi a radioterapia. Depois, o serviço de prevenção e a quimioterapia.

Em 1995, o então presidente do ICC, o Dr. Haroldo Gondim Juaçaba, começou a construção do Hospital do Câncer do Ceará. Quatro anos mais tarde, esse empreendimento, hoje denominado Hospital Haroldo Juaçaba, foi concluído e inaugurado em novembro de 1999.

Em 2014, ao ensejo das comemorações dos seus 70 anos de fundação, o ICC apresentou o projeto de construção do Anexo II e inaugurou a nova sede da Casa Vida, aumentando a sua capacidade de acolher pacientes em tratamento no ICC, oriundos do interior cearense.

No último decênio, o ICC experimentou notáveis progressos que consolidaram a sua posição nos cenários regional e nacional, tanto na assistência oncológica, com sua linha de cuidado integral, como um centro de referência na formação de especialistas, via especialização, residências e mestrado, e na pesquisa oncológica, mercê da sua participação em pesquisas clínicas patrocinadas e da aprovação de duas investigações financiadas pelo Programa Nacional de Atenção à Oncológica (Pronon).

A celebração dos 80 anos do ICC, iniciada em novembro de 2024, não é apenas uma comemoração da sua história, mas uma ratificação dos seus valores fundamentais: inovação, excelência e, acima de tudo, empatia. A programação, que inclui eventos científicos, culturais e sociais, reflete a atuação multifacetada da instituição.

Hoje, o ICC é uma instituição moderna, com a gradual incorporação de avançadas tecnologias de diagnóstico e tratamento, e eficiente, no gerenciamento dos seus recursos, possuindo um amplo reconhecimento social do povo cearense.

(*) Médico epidemiologista do Instituto do Câncer do Ceará (ICC.)

Fonte: Publicado In: O Povo, de 21/11/2024. Opinião. p.19.


AS BETS E O JOGO NO BRASIL

Por Pedro Jorge Ramos Vianna (*)

Não é novidade que o homem sempre gostou de jogar. Assim, já em 1538, foi fundada na França, a primeira Loteria que se tem notícia.

No Brasil, a primeira loteria que começou a funcionar foi em Vila Rica, em 1784, quando a cidade era a capital de Minas Gerais.

A primeira regulamentação sobre as loterias no Brasil foi o Decreto Nº 357, de 27/04/1844, do Imperador D. Pedro II.

A partir dessa data as loterias proliferaram no País. Praticamente, cada Estado criou a sua própria loteria.

A primeira observação que se deve fazer é que o "jogo" foi patrocinado pelo governo, quer monárquico, quer republicano.

Portanto, foi o setor público o primeiro "crupier" deste País.

Como a renda dessa atividade ia para os cofres públicos, logo tal atividade chamou a atenção do setor privado. E aí começou a exploração das loterias estaduais pelo setor privado. Mas parte da renda era transferida para os cofres públicos.

Até para resolver o problema para a manutenção do zoológico o Rio de Janeiro, o Barão João Batista Viana Drummond criou o Jogo do Bicho, em junho de 1892.

Dado o sucesso do empreendimento, logo outros indivíduos começaram a se utilizar dessa invenção para ganhar dinheiro. Foram os famosos "bicheiros".

O Governo, então, não gostou da ideia e determinou que esse tipo de negócio era uma "contravenção".

Portanto, no Brasil, o governo pode ser um "explorador da sorte". O setor privado, não.

Mas, o governo brasileiro permite que as BETs explorem o jogo, pois apostas em qualquer situação não passam de um jogo.

O Governo agora, depois de não se importar com o crescimento enorme do número das que aqui foram instaladas, resolveu limitar o número em, apenas, 89 empresas. E algumas internacionais.

Veja-se dois problemas aqui embutidos: a) primeiro o que chamou a atenção do Governo foi o número de apostadores que recebem o Bolsa Família. A pergunta é: quem aposta em jogo está passando fome? Precisa desse auxílio?

Uma segunda pergunta é por que a existência de cassinos é proibida, mas empreendimentos que lucram com rifas é permitido? Lembremo-nos que os cassinos podem ser fiscalizados, que neles não entram (por falta de "cacife") beneficiários de programas sociais de distribuição de renda; que as rendas transferidas para o governo, via seus lucros, podem voltar para a população (vejam os exemplos dos cassinos de Las Vegas que são a maior fonte de receitas para o Estado de Nevada, ou os de Mônaco, que sustentam um principado).

O argumento contra os cassinos é que eles induzem o cidadão ao vício da jogatina. Este argumento, na realidade, é o mesmo que deveria ser utilizado contra qualquer tipo de jogo. Inclusive loterias. Entretanto, hoje o grande cassino brasileiro se chama Caixa Econômica Federal. 

(*) Economista e professor titular aposentado da UFC,

Fonte: O Povo, de 20/10/24. Opinião. p.18.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Cearense de 49 anos pai de 9 filhos pede divórcio após descobrir que é estéril

Um morador da cidade de Sobral-CE resolveu pedir o divórcio de sua esposa após descobrir que não é pai biológico de nenhuma das 9 crianças que criou durante 25 anos.

A notícia veio após um exame de rotina, onde o médico que atendeu o sobralense afirmou que o mesmo nunca poderia ter filhos, pois nasceu infértil.

A situação gerou grande polêmica na cidade, e agora todos querem saber quem é, ou quem são os verdadeiros pais dos jovens.

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria explícita.

A 16ª Reunião de Cúpula do BRICS: mais um avanço na Governança Global Inclusiva

Por José Nelson Bessa Maia (*)

A evolução do Brics nos últimos 15 anos transcorre em um mundo que passa por um processo de transição hegemônica, no qual há uma mudança em curso no centro de gravidade da potência mundial do Ocidente para o Oriente e do Norte para o Sul. Nesse contexto, um conjunto de países emergentes começa a obter maior capacidade autônoma de tomada de decisão sobre suas políticas de desenvolvimento, colocando o desafio de construir uma ordem mundial mais inclusiva.

Nesse contexto, no período de 22 a 24 de outubro ocorrerá em Kazan na Rússia a 16ª Cúpula do Brics e a primeira do Brics Ampliado (Brics+), o qual – além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – passou a incluir a Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã. As nações do BRICS ampliado são responsáveis por mais de 37% do PIB global e 45% da população mundial.

O reforço no número de membros do Brics indica claramente sua capacidade crescente de aglutinar países emergentes e um avanço na direção de um sistema de governança global mais inclusivo, com ênfase no multilateralismo e numa abordagem estabilizadora voltada para a cooperação com o Sul Global, a busca da paz e do desenvolvimento no mundo.

Ademais, o processo de expansão do Brics e sua atual iniciativa em prol da criação de um novo arranjo de moeda reserva para o sistema de pagamentos internacionais são passos importantes com enorme potencial positivo sobre o cenário econômico global, ora marcado pelas tendências de baixo crescimento, protecionismo e desglobalização. Se tal iniciativa for bem-sucedida poderá promover maior cooperação econômica, minimizar a dependência financeira dos países membros e impulsionar a participação das nações do Brics+ sobre as transações globais. Por sua vez, isso resultará em aumento no volume total de comércio e investimentos, com efeitos de transbordamento favoráveis sobre as chamadas economias em desenvolvimento.

De fato, dentre os itens da extensa pauta da próxima Cúpula do Brics+ destaca-se o reforço do papel de seus estados-membros no funcionamento do sistema monetário e financeiro internacional, com discussões consistentes e firmes sobre como reduzir a dependência em relação ao dólar no comércio externo entre os países do bloco e a eventual criação de nova plataforma digital eficiente para a compensação e liquidação de pagamentos entre os membros do grupo.

A atual ordem monetária e financeira internacional, dominada pelos Estados Unidos da América (EUA) e seus aliados, mostra-se cada vez mais disfuncional e insegura. O sistema de pagamentos atual foi transformado em arma política para aplicação de absurdas sanções, punições e mesmo confiscos de ativos de bancos centrais de países no exterior. Há, porém, desafios de cunho geopolítico e técnico para a criação de um sistema alternativo que exigirão muito estudo e discussão técnica, bem como intricadas e complexas negociações entre as autoridades e comunidades econômicas e financeiras dos países envolvidos.

No campo das medidas concretas para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial (Bird), controlados principalmente por potências ocidentais, o BRICS+ também terá de iniciar uma maratona de negociações para aparar arestas e concertar estratégias de atuação conjunta nas diretorias dos organismos de Bretton Woods e no G-20 e demais fóruns econômicos com vistas a aumentar a voz e a influência de seus membros na definição de políticas e nas operações de tais entidades, sem dúvida um enorme desafio de concertação e articulação para a diplomacia econômica.

Outro item importante na pauta da Cúpula do Brics+ será a discussão sobre como promover a integração dos novos membros do grupamento no processo decisório do Brics, assim como a proposição de medidas práticas para fomentar o comércio, o financiamento e o investimento entre esses países, de modo não só a reforçar a efetividade e a relevância do Brics+ na governança econômica global, mas também aumentar o engajamento dos membros originais e dos novos membros nas transações econômicas recíprocas, tornando o grupamento diplomático atual num futuro e poderoso bloco econômico.

Caberá ao Brasil uma enorme responsabilidade no exercício da próxima presidência dos Brics+ em 2025, uma vez que terá a oportunidade de coordenar o aprofundamento das decisões tomadas na Cúpula de Kazan e dar seguimento às discussões do grupo de trabalho criado para aprofundar as propostas da presidência russa com vistas à redução da dependência dos países ao dólar dos EUA e preparar novos passos para o fortalecimento do BRICS. Esse desafio exigirá do Governo do Brasil tanto capacidade de articulação quanto competência técnico-diplomática para coordenar tarefas de tamanha envergadura e duradouro impacto de longo prazo.

(*) Mestre em Economia e doutor em Relações Internacionais pela UnB e ex-secretário de Assuntos Internacionais do governo do Ceará. Pesquisador independente das relações China-Brasil, China-Países Lusófonos e China-América Latina.

Fonte: O Povo, de 21/10/24. Opinião. p.21.

O MERECIDO NOBEL DE ECONOMIA

Por Alexandre Sobreira Cialdini (*)

Fiquei muito feliz com o resultado do Prêmio Nobel de Economia deste ano, que reconheceu o trabalho dos pesquisadores Daron Acemoglu (Turquia), Simon Johnson e James Robinson (ambos do Reino Unido). Acompanho as pesquisas desse trio há mais de uma década. Em 2001, eles publicaram seu primeiro estudo conjunto, um artigo influente na American Economic Review, que trouxe descobertas empíricas marcantes.

Em 2006, Acemoglu e Robinson lançaram o primeiro livro em coautoria, Economic Origins of Dictatorship and Democracy. Em 2012, a dupla publicou Why Nations Fail, que sintetiza grande parte das pesquisas sobre instituições políticas e crescimento econômico. O livro seguinte, The Narrow Corridor (2019), examina o desenvolvimento histórico dos direitos e liberdades nos estados-nação, defendendo que a liberdade política não segue um modelo universal, mas resulta de lutas sociais. Como Acemoglu destacou, essa liberdade decorre do "processo confuso de mobilização da sociedade, de pessoas que defendem as suas próprias liberdades e estabelecem ativamente restrições sobre a forma como as regras e os comportamentos lhes são impostos".

Acemoglu e Johnson também são coautores de Power and Progress (2023), que analisa a inteligência artificial no contexto das batalhas históricas pelos benefícios econômicos da inovação tecnológica. Johnson é coautor de 13 Bankers (2010), com James Kwak, sobre a regulação do setor financeiro nos Estados Unidos, e de Jump-Starting America (2021).

Os vencedores do Nobel deste ano adotam a linha metodológica da Nova Economia Institucional (NEI). Em síntese, assumem que os indivíduos são racionais e buscam maximizar suas preferências, mas enfrentam limitações cognitivas, falta de informação completa e dificuldades em monitorar e fazer cumprir acordos. Os três autores desenvolveram ferramentas teóricas e empíricas para explicar as grandes diferenças de prosperidade entre as nações, cujas análises também podem ser aplicadas a governos subnacionais, como estados e municípios no Brasil.

Acemoglu, Johnson e Robinson fazem a distinção entre governos "inclusivos" e "extrativistas". Os governos inclusivos, segundo eles, expandem as liberdades políticas e os direitos de propriedade, garantindo o cumprimento das leis e fornecendo infraestrutura pública. Em contraste, os governos extrativistas concentram o poder em uma pequena elite. No geral, os pesquisadores descobriram que os governos inclusivos registram maior crescimento no longo prazo, enquanto países com "governos extrativistas" tendem a não gerar crescimento de base ampla ou a ver o seu crescimento definhar após breves surtos de expansão econômica.

Como o crescimento econômico depende fortemente da inovação tecnológica generalizada, esses avanços só se sustentam em países que promovem direitos individuais, como os de propriedade, incentivando mais pessoas a inovar. As elites podem resistir à inovação, à mudança e ao crescimento para manter o poder, mas sem o Estado de Direito e um conjunto estável de direitos, tanto a inovação quanto o crescimento estagnam. Como afirma Acemoglu: "tanto a inclusão política como a econômica são importantes e são sinérgicas". Portanto, há uma relação direta entre a manutenção das instituições e a prosperidade.

(*) Mestre em Economia e doutor em Administração Pública e Secretário de Finanças e Planejamento do Eusébio-Ceará.

Fonte: O Povo, de 17/10/24. Opinião. p.19.

 

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