Quintino Cunha era um notável poeta. Ficou famoso por motivos menos
nobres é verdade, mas não menos interessantes. As suas respostas ferinas às
provocações, as suas atuações como advogado dos oprimidos e a sua inteligência
invejável e invejada, fizeram dele um mito. Muitas histórias surgiram e foram
atribuídas ao Quintino. Nem todas são verídicas, mas a maioria tem registro.
Aqui estão algumas das mais curiosas e também as suas melhores poesias. Esta
seção pretende fazer justiça ao mérito de Quintino como poeta, já que, como
repentista, é incontestável. Além disso, visa preencher uma lacuna. Até então,
não existia nenhuma alusão ao célebre cearense na internet.
Filomeno Gomes
Chamado para defender um réu em Natal, viu-se o poeta no
júri às voltas com um promotor estreante que, de uma só vez, citou três grandes
juristas franceses solidificando a sua tese.
Quintino, sem perder a oportunidade, pediu a palavra e
fez também as suas "citações"... Começando assim:
- Como dizia o grande Filomeno Gomes, "a lei não
deve ser flexível, e sim rígida, coesa, soberana e forte"...
Foi o bastante, o réu absolvido e o Tribunal vibrando com
as "citações"...
O advogado da acusação dirigiu-se depois, solene, ao
Quintino:
- Nobre colega e bom mestre! Por favor,
repita aquela citação sábia do grande jurista Filomeno Gomes...
- Coisa nenhuma!
Respondeu o Quintino, Filomeno Gomes é um
fabricante de cigarros lá do Ceará...
(Plautus Cunha - Anedotas
do Quintino)
Fonte: Internet (circulando por e-mail e sem autoria
definida).
Nota: Muitos causos de Quintino Cunha
foram contados por seu filho Plautus Cunha, no livro Anedotas do Quintino. 16a Edição. Fortaleza-CE: Editora Ângelo
Accetti, 1974.