quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

FRASES E PENSAMENTOS DE SHAKESPEARE VI


36 “Não chegarão aos ouvidos do Eterno palavras sem sentimento.”
37 “Só há uma treva: a ignorância.”
38 “Nunca poderá ser ofensivo aquilo que a simplicidade e o zelo ditam.”
39 “Os grandes sofrimentos maiores ainda se tornam à vista do que poderia aliviá-los.”
40 “O gelo da timidez desfaz-se ao fogo do amor.”
41 “O cansaço ronca em cima de uma pedra, enquanto a indolência acha duro o melhor travesseiro.”
Fonte: gingaronline.com

FRASES E PENSAMENTOS DE SHAKESPEARE V


29 “Há instantes em que os homens são senhores do seu destino.”
30 “É melhor um tolo espirituoso do que um espírito tolo.”
31 “As lágrimas da amizade servem para confortar-nos nas nossas dores, mas nunca as remediam.”
32 “Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio.”
33 “Somos senhores dos nossos pensamentos; mas é-nos alheia a execução deles.”
34 “Vazias as veias, nosso sangue se arrefece, indispostos ficamos desde cedo, incapazes de dar e de perdoar. Mas quando enchemos os canais e as calhas de nosso sangue com comida e vinho, fica a alma muito mais maleável do que durante esses jejuns de padre.”
35 “É uma infelicidade da época, que os doidos guiem os cegos.”
Fonte: gingaronline.com

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

O QUE APRENDI QUERO ENSINAR

Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
Seria interessante apresentar-me rapidamente para facilitar o entendimento do que pretendo escrever e dizer sobre o sentimento cívico de brasilidade.
Sou um professor de Medicina aposentado de Clinica Pediátrica Médica. Passei minha vida acadêmica cercado de jovens alunos e alunas, procurando repassar ensinamentos dos meus mestres brasileiros e não brasileiros e, sobretudo, o que posso de meu aprendizado sofrido e vivido até a minha hoje provecta existência, e agora como Psicoterapeuta.
Nas atividades acadêmicas e de pesquisas a minha tecla constante foi a fome ancestral que assola a população Nordestina. Dentre as mazelas da Pobreza a fome é uma das maiores violências que um ser humano pode causar ao outro. Assim aprendendo, passei a apertar o outro botão — o da violência. O som foi o mesmo. Fome e violência poderiam situar-se na mesma chave musical. Nasceram acordes univitelinos. Como veterano clínico de crianças passei, vi, sofri, ajudei, fui incompreendido, atacado, desconsiderado e relativamente reconhecido algumas vezes, fora do Brasil.
Mais eu sei que “nada molda” mais a criança do que a maneira como ela é educada (alimentar não significa apenas dar/ter comida no prato!). Pensava que a acomodação da pessoa começava no período de recém-nascido e depois, muito depois, aprendi com os chineses e com os meus profetas judeus, que a pessoa nasce muito antes do nascimento.
Continuo acreditando - e nada até agora me fez mudar – que a família, nas suas diversas metamorfoses, é o esteio da educação de um povo. O seu maior complemento é a escola.
Prossigo, para não me alongar, conclamando o Doutor Eudes Souza Leão Pinto e o Professor Antonio Rafael de Menezes (Presidente da Academia Pernambucana de Educação e Cultura), a continuar, como tantos outros alunos da mesma Escola Superior de Guerra, a postos com nosso ardor juvenil.
E como ex-alunos do curso de Altos Estudos Políticos e Estratégicos aprendemos como é importante a colaboração dos que “por sorte como nós” tivemos mais oportunidade educacional. E como é importante que nos congreguemos em busca do maior conhecimento da Nação Brasileira. Não é soldado apenas aquele que está na frente de combate e defende ambos os lados, esquerdo e direito, mas também aqueles que defendem as portas e permanecem em lugar menos perigoso, apesar de ser de menor perigo, assim como não é em vão servir como vigia e guardar o armamento.
Tais ocupações, embora não sejam sangrentas, também fazem parte dos serviços militares (Sêneca 4 a.C – 65 d.C.).
O que aprendemos, deixem-nos ensinar.
Muito bem Professor Antonio Rafael de Menezes, farmacêutico vindo da cidade de Alagoa do Monteiro, PB. Às ordens.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES). Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Foi um dos primeiros neonatologistas brasileiros.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

GOVERNANÇA

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Com base numa análise resumida, pode-se dizer que “governança corporativa”, expressão relativamente nova na administração, é um sistema mediante o qual empresas são dirigidas observando-se a interação entre proprietários, sócios, CEO, conselhos, diretoria, empregados, órgãos de fiscalização (interna e externa), enfim de entes envolvidos no processo. As práticas de “governança corporativa” visam obter, de forma estratégica, informações que permitam uma tomada de decisão compatível com a expansão do valor econômico, a longevidade, o equilíbrio, o bem comum, as diretrizes éticas e a qualidade da gestão. Objetivamente, são quatro os princípios básicos: equidade, transparência, prestação de contas e compliance. A “equidade” é o reconhecimento daqueles que atuam na empresa e participam da cadeia produtiva. A “transparência” é importante para redução do risco, aumento do investimento e eliminação da corrupção, pois os sistemas de auditoria interna e de fiscalização externa deverão ser justos e eficientes. A “prestação de contas” poderá demonstrar tanto a seriedade ou não das operações, como a evolução econômica positiva ou não da organização. Já a “compliance” é a ação que abrange o conceito de responsabilidade. Para tanto, serão observadas as regras legais, oriundas da CVM (mercado de capitais), do BACEN (crédito) e da SUSEP (seguro), dependendo do tipo de empresa aqui no Brasil. Por sua vez, a “governança corporativa” pode ser utilizada em sociedades públicas e privadas e de capital aberto ou fechado. Ademais, é uma maneira de aumentar a produtividade.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 26/1/2018.

domingo, 28 de janeiro de 2018

ATITUDE É TUDO! II


Cada uma das pessoas com quem você convive está passando por algum tipo de batalha.
Viva com simplicidade.
Ame generosamente.
Cuide-se intensamente.
E, principalmente, *não reclame!!!*
Se preocupe em agradecer pelo que você é, e por tudo o que tem!      
O filho que muitas vezes não limpa o quarto e fica vendo televisão, significa que...
*está em casa!*
A desordem que tenho que limpar ou arrumar depois de uma festa ou confraternização, significa que...
*estivemos rodeados de familiares e/ou amigos!*
As roupas que estão apertadas, significa que...
tenho mais do que o *suficiente para comer!*
O trabalho que tenho em limpar a casa, significa que...
*tenho uma casa!*
Não encontro estacionamento, significa que...
*tenho carro!* 
Os gritos das crianças, significa que....
*posso ouvir!*
O cansaço no final do dia, significa que...
*tenho saúde e posso trabalhar!*
O despertador que me acorda todas as manhãs, significa que...
*estou vivo!*
Finalmente pela quantidade de mensagens que recebe, significa que...
*tem amigos pensando em você!*
Vamos mudar o nosso jeito de ver as coisas e ser mais Felizes !!!
Vamos sempre agradecer a Deus  pelo que temos.
Fonte: Internet (circulando por e-mails e i-phones sem autoria definida).

 

ATITUDE É TUDO! I


Uma mulher acordou uma manhã após a quimioterapia, olhou no espelho e percebeu que tinha somente três fios de cabelo na cabeça.
- Bom (ela disse), acho que vou trançar meus cabelos hoje.
Assim ela fez e teve um dia maravilhoso.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e viu que tinha somente dois fios de cabelo na cabeça...
- Hummm (ela disse), acho que vou repartir meu cabelo no meio hoje.
Assim ela fez e teve um dia magnífico.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que tinha apenas um fio de cabelo na cabeça.
- Bem (ela disse), hoje vou amarrar meu cabelo como um rabo de cavalo.
Assim ela fez e teve um dia divertido.
No dia seguinte ela acordou, olhou no espelho e percebeu que não havia um único fio de cabelo na cabeça.
- Yeeesss... (ela exclamou), hoje não tenho que pentear meu cabelo.
Fonte: Internet (circulando por e-mails e i-phones sem autoria definida).

sábado, 27 de janeiro de 2018

CONVITE – Centenário de Nascimento de Luiz Carlos da Silva


A Família de Luiz Carlos da Silva convida para a celebração do Centenário de Nascimento do professor, advogado e contador Luiz Carlos da Silva por meio de uma missa gratulatória na Igreja Nossa Senhora das Dores, a realizar-se em 28 de janeiro de 2016, domingo, às 19 horas.
Após a celebração eucarística, familiares do homenageado receberão amigos e paroquianos no Salão Paroquial Santo Antônio, para uma confraternização, quando serão apresentados vídeos de reminiscências e relançado o livro dos irmãos Paulo e Marcelo Gurgel Carlos da Silva “LUIZ, MAIS LUIZ! Centenário de nascimento de Luiz Carlos da Silva”, cuja renda será destinada às ações sociais da Paróquia Nossa Senhora das Dores, no bairro Otávio Bonfim e suas adjacências, em Fortaleza.
Data: 28 de janeiro de 2018 (domingo), logo após à missa das 19h.
Local: Salão Paroquial Santo Antônio – Otávio Bonfim, Fortaleza.

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Janeiro/2018


A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de JANEIRO/2018, que será realizada HOJE (27/1/2018), às 18h30min, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.
Na ocasião será também conduzida a confraternização natalina da SMSL.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!
MUITO OBRIGADO!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

ICC LANÇA QUATRO CURSOS DE GRADUAÇÃO


FACULDADE funcionará na antiga sede do Colégio São Rafael (Foto Mauri Melo)
EDUCAÇÃO Voltada para formação em saúde, oferta inclui Enfermagem, Fisioterapia, Gestão e Serviço Social
A Faculdade Rodolfo Teófilo (FRT) é a única escola superior particular no Ceará que começa as atividades já com um hospital próprio, o Hospital Haroldo Juaçaba, do Instituto do Câncer do Ceará (ICC). Com início das aulas previsto para o próximo dia 26 de fevereiro, serão ofertados, a princípio, quatro cursos de graduação na área da saúde: Enfermagem, Fisioterapia, Gestão Hospitalar e Serviço Social. Os alunos poderão realizar estágios dentro do próprio ICC. O lançamento da faculdade foi feito ontem.
O vestibular já tem data marcada: 4 de fevereiro e as inscrições podem ser feitas pelo site frt.edu.br. Outra forma de acesso é por meio da nota do Enem. Com ela, é possível garantir bolsas, a depender da nota.
Temos competência forte em ensino, pesquisa em nível corporativo. Somos um importante empregador na área da saúde e queremos juntar essas experiências como mercado de trabalho”, aponta o diretor-geral da faculdade, Manfredo Lins. Os cursos vão funcionar no Centro de Fortaleza, na sede do antigo Colégio São Rafael, com oferta de 50 vagas para cada.
A faculdade enviou ao Ministério da Educação (MEC) solicitação para outras 20 aberturas de formação universitária, todas na área da saúde e, ainda segundo Lins, aguarda autorização. Medicina não está entre os 20 cursos — pedido que deve ser enviado ao MEC no próximo pedido. (Angélica Feitosa).
Inscrições
Por meio do site frt.edu.br é possível se inscrever para vestibular. A faculdade fica na Avenida do Imperador, 1360 - Centro. Informações: (85) 3103 2222.
Fonte: O Povo, de 24/01/2018. p.20.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Defesa de Memorial para Professor Titular da Medicina da UFC de José Ajax


Flagrante da Comissão Especial Julgadora, logo após a defesa do memorial do médico José Ajax Nogueira Queiroz. O Prof. José Ajax está ladeado pelos professores Marta Helena da Silva Pitombeira e José Jackson Coelho Sampaio, à direita, e por Professores Valéria Góes Ferreira Pinheiro, Marcelo Gurgel Carlos da Silva e Cristina Frota, à esquerda. (Foto cedida por Prof. José Ajax).
Aconteceu na manhã dessa quarta-feira (24/01/18), na Universidade Federal do Ceará, a Defesa de Memorial, seguida da avaliação de desempenho, para a promoção funcional da classe de professor associado 4 para Professor Titular do Departamento de Patologia e Medicina Legal, da Faculdade de Medicina da UFC, na área de Imunologia.
A Comissão Especial Julgadora, composta pelos Profs. Drs. Marta Helena da Silva Pitombeira, José Jackson Coelho Sampaio, Marcelo Gurgel Carlos da Silva e Valéria Góes Ferreira Pinheiro, sob a presidência da última, e acolitada pela professora Cristiane Frota, atuante como secretária, aprovou o Memorial apresentado pelo professor doutor JOSÉ AJAX NOGUEIRA QUEIROZ.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor do PPSAC-UECE

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

A BELEZA DA VIDA

Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
Aprendi no “chrónos” biográfico, que professor e aluno, se juntos não caminharem, desarranjam o Saber Acumulado, cujos somatórios constituem a Cultura. Delicado mecanismo, resultante da associação da experiência do mestre com o entusiasmo do aluno.
A vida jamais deixará de ser uma estrada. Caminhar sozinho não é bom para nenhuma pessoa. Acredito ser no cultivo da amizade e da solidariedade, onde reside a melhor vacina contra a doença da Solidão.
Existem momentos na vida, em que me dispo da vaidade, na qualidade do que é vão, ilusório, instável ou pouco duradouro. Permito então que o meu amor ao próximo se desnude, dentro da argila divina da qual eu, e todos nós, fomos constituídos.
E assim, convenço-me, definitivamente, do que sei: que na concavidade da mão cabe toda a beleza da vida.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES). Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Foi um dos primeiros neonatologistas brasileiros.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

CONVITE – LUIZ, MAIS LUIZ!


O Presidente da Academia Cearense de Direito, Prof. Roberto Victor Ribeiro, e o Presidente da Academia Cearense de Direito, Prof. José Maria Chaves, convidam para o lançamento do livro “LUIZ, MAIS LUIZ! Centenário de nascimento de Luiz Carlos da Silva”, cuja renda será revertida para a construção da Igreja de São Francisco de Assis, no bairro Jacarecanga, em Fortaleza.
O livro, de autoria dos irmãos Paulo e Marcelo Gurgel Carlos da Silva, médicos e escritores, será apresentado pelo Sr. Vicente de Paulo Falcão de Moraes, escritor e memorialista.
Data: 24 de janeiro de 2018 (quarta-feira), às 19h30.
Local: Ideal Clube - Terraço Cultural.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Palestra da ACEMES: “Literatura e Jornalismo”


O Presidente da Academia Cearense de Médicos Escritores (ACEMES), o médico e professor José Maria Chaves, convida para a Palestra “Literatura e Jornalismo”, a ser proferida pelo Jornalista e homem de Letras Vicente Alencar.
Data: 22 de janeiro de 2018 (segunda-feira).
Horário: 20 horas.
Local: Auditório da Clínica do Obeso – Avenida Antônio Sales, 1.540, em frente ao Carrefour, em Fortaleza-CE.

SAÚDE E CULTURA

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Saúde e Cultura são dois setores de significativa importância para qualquer sociedade. Particularmente no Brasil, fazendo-se uma resumida observação histórica, encontramos muitas figuras de expressão mundial nas duas áreas. Alguns gênios já falecidos e outros, felizmente, estão entre nós. Se fossemos citar todos poderíamos cometer injustiças pelo esquecimento. No entanto, tomamos a liberdade de destacar apenas quatro personalidades já falecidos que contribuíram de forma brilhante em cada setor, pedindo desculpas ao leitor discordante. Na saúde: Oswaldo Cruz, Carlos Chagas, Adib Jatene e Paulo Niemeyer; na Cultura: Machado de Assis, Noel Rosa, Villa Lobos e Rachel de Queiroz. As personalidades ressaltadas, juntamente com dezenas de outras, colaboraram com as populações do Brasil e de vários países. Todavia, apesar do esforço e dedicação de alguns, os dois setores não veem merecendo, ao longo do tempo, um apoio prioritário. Profissionais competentes da área de saúde e o povo de forma generalizada, chegam a reconhecer o elevado custo, bem como a falta de condições para se atender um paciente. O SUS, por exemplo, do ponto de vista técnico foi bem concebido, no entanto não há recursos financeiros. Como está sofrendo a grande maioria de nossa população! Já com relação à Cultura estamos num processo de decadência. A lei Rouanet, idealizada para favorecer as manifestações culturais, em vários casos, foi desvirtuada técnica e financeiramente. Basta fazer uma auditoria. É angustiante! Por sua vez, triste é aquele País que sistematicamente abre farmácias e fecha livrarias. Convém refletir sobre a frase.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 19/1/2018.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Por que a Alemanha não se desculpou até hoje pelo primeiro genocídio do século 20


Estima-se que pelo menos 80 mil homens, mulheres e crianças das etnias herero e nama morreram entre 1904 e 1908 (Arquivo Nacional da Namíbia).
Da BBC Brasil
Para historiadores, trata-se do primeiro genocídio do século 20. Mas muitas pessoas nunca ouviram falar do assassinato de dezenas de milhares de pessoas por tropas alemãs no território que hoje é a Namíbia, na África.
Entre 1904 e 1908, quando a região era conhecida como Sudoeste Africano e estava sob colonização de Berlim, militares realizaram uma campanha implacável de extermínio de duas etnias locais, os herero e os nama.
De um total de cerca de 100 mil integrantes dos dois grupos, estima-se que pelo menos 80 mil homens, mulheres e crianças foram mortos por balas, canhões, fome ou sede. O estupro em massa de mulheres foi sistemático.
Centenas de crânios de vítimas foram enviados à Alemanha para serem analisados em estudos sobre diferenças raciais que buscavam provar a superioridade dos brancos. Vinte deles foram devolvidos à Namíbia em 2011.
Mais de um século depois, representantes dos governos alemão e namíbio negociam uma declaração conjunta sobre o episódio - algo motivado principalmente por uma extensa campanha de ativistas herero e nama.
Segundo a imprensa alemã, Berlim deverá reconhecer pela primeira vez sua responsabilidade em um genocídio na África.
Os grupos étnicos entraram este mês em um tribunal de Nova York com um pedido de indenização junto ao governo alemão, com base em possíveis violações da Declaração da ONU sobre Direitos de Grupos Indígenas.
Porém, o principal negociador da Alemanha nas negociações com a Namíbia, Ruprecht Polenz, disse ao jornal britânico The Guardian que o ocorrido na Namíbia "não pode ser comparado ao Holocausto" - o extermínio de judeus durante a Segunda Guerra Mundial resultou no pagamento individual de indenizações pelo governo.
Acadêmicos e ativistas argumentam, porém, que as ações contra os herero e os nama foram igualmente brutais - alguns asseguram que as atrocidades na África abriram caminho para o Holocausto, quase quatro décadas depois.

Estupros e assassinatos

Na Conferência de Berlim, em 1884, as potências europeias fizeram uma partição da África. A Alemanha, que tinha colônias onde hoje é Camarões, Togo e Tanzânia, anexou também a costa sudoeste do continente.
Indígenas foram expulsos de suas terras, que foram entregues a colonos alemães. A população nativa sofreu todo tipo de abuso, incluindo estupros e assassinatos. Isso causou as revoltas de 1903, em que guerreiros herrero e nama fizeram ataques que resultaram na morte de dezenas de colonos.
A resposta alemã veio com a ordem do imperador, o kaiser Guilherme 2º, para que 14 mil soldados fossem deslocados para a colônia. Todos sob o comando de Lothar Von Trotha, que havia reprimido brutalmente rebeliões nativas em posições do país na China e no leste da África.
Entre as represálias estavam uma morte lenta no deserto do Kalahari, onde soldados tinham envenenado os poços d'água.

Genocídio

Von Trotha abriu os trabalhos enviando uma mensagem veemente os herero:
"Eu, general dos soldados alemães, envio esta carta aos herero. O povo herero deve abandonar o país. Se negarem, forçarei sua partida com canhões. Qualquer herero, com ou sem armas, será executado."
"Von Trotha disse a seus soldados que não atirassem em mulheres e crianças. Em vez disso, os soldados as forçaram a fugir para o deserto, onde morreram de fome e sede", disse à BBC Mundo (o serviço em espanhol da BBC) Reinhart Koessler, professor do Departamento de Ciência Política da Universidade de Freiburg e acadêmico especializado no passado colonial da Alemanha.
Para Koessler, as palavras de Von Trotha "foram uma intenção clara de extermínio, e isso constitui genocídio, a vontade de eliminar um grupo étnico".
Os estupros de mulheres herero e nama foi algo tão generalizado que muitos descendentes atualmente têm algum ancestral alemão.
"Sou descendente direto dos herero. Tanto meus avôs maternos quanto paternos tinham sangue alemão em suas veias por causa do abuso sexual cometido contra meu povo", disse Ngondi Kamatuka, integrante da Asociação Herero Contra o Genocídios, à BBC Mundo.

Pedido de desculpas

As negociações entre Alemanha e Namíbia são o resultado de um longo processo iniciado logo após o país se tornar independente da África do Sul, em 1990.
"Os povos herero e nama exigem um pedido de desculpas oficial do povo alemão, emitido pelo Parlamento. O Parlamento deve pedir perdão de forma inequívoca pelos crimes cometidos em nome do imperador (o kaiser Guilherme)", afirma Kamatuka.
Um dos temas mais complicados é o de uma possível indenização.
A Alemanha se recusa a falar sobre reparações e propõe oferecer compensações por meio de projetos de infraestrutura e ajuda financeira para a Namíbia.
"Quando um criminoso comete um delito, ele não tem direito a escolher as consequências", discorda Kamatuka.
Ativistas pedem para participar diretamente das negociações e dizem desconfiar do que o governo da Namíbia, dominado por outro grupo étnico, o ovambo, fará com eventuais fundos repassados.
Alguns observadores ressaltam que a negociação direta com grupos étnicos e discutir reparações faria com que a Alemanha reconhecesse culpa com base na convenção da ONU contra o genocídio.

Indenizações

Kamatuka diz que as vítimas africanas mereciam o mesmo tipo de indenização individual que as do Holocausto.
"O número de mortos no Holocausto e na Namíbia não é comparável, mas o que fizeram com nosso povo foi igualmente brutal".
Segundo o jornal The New York Times, Ruprecht Polenz, o representante alemão nas negociações, assegurou que seu país usará o termo genocídio.
Mas em entrevista a uma rádio alemã, ele disse que, na visão do governo, o uso do termo não incorre em obrigações legais, mas sim morais e políticas de "sanar as feridas".
À BBC Mundo, o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha afirmou que as negociações ocorrem desde 2014 "em busca de um enfoque comum sobre esses eventos dolorosos".
"Espera-se que um dos resultados desse diálogo seja uma linguagem comum em relação a esses eventos históricos, assim como um pedido de desculpas da Alemanha e a aceitação dessas desculpas pela Namíbia."
Ngondi Kamatuka afirma que "se Alemanha tomar a posição de não nos indenizar, pensaremos que não querem fazê-lo porque, ao contrário das vítimas da Segunda Guerra Mundial, nós temos a pele negra".
O representante herero, que vive nos EUA, diz que fundos pagos pela Alemanha poderiam ser usados na compra de "terras roubadas dos herero e dos nama, que hoje vivem em pobreza espantosa".
Segundo o ativista, esses grupos étnicos ocupavam "cerca de 70% das terras" antes da chegada dos alemães.
"Hoje ainda temos muitos proprietários de terra que só vão à Namíbia para caçar. Fomos pacientes e jamais invadimos suas fazendas, mas as indenizações permitiriam comprar algumas dessas terras para combater a miséria de nosso povo."

Genocídio esquecido

Para Koessler, há uma "amnésia colonial" na Alemanha que deve ser combatida. Na sua opinião, esse passado colonial está relacionado aos eventos trágicos mais conhecidos da história do país.
"Os perpetradores de muitos genocídios no século 20 tentaram ocultá-los, mas o caso da Namíbia foi algo muito público", afirma Koessler.
"A proclamação do general Von Trotha foi debatida em público e postais com ilustrações de atrocidades circulavam (pela Alemanha). Inclusive um que mostrava crânios sendo embalados, com o comentário de que mulheres herero foram obrigadas a limpá-los com cacos de vidro."
"Um autor da época, Gustav Frenssen, descreveu os testemunhos de soldados que participaram da repressão, e afirmou que o que ocorreu com a população negra era justificado por uma lei divina."
Koessler conta que um livro de Frenssen, A Viagem de Peter Moors ao Sudoeste Africano, legitimizando o genocídio, foi usado em escolas e cópias foram dadas aos soldados que iam ao front.

As mortes de nativos foram divulgadas na Alemanha em gravuras como esta. (Cortesia Reinhart Koessler).

Relação com o Holocausto?

"Claro que não podemos falar de uma linha causal com o Holocausto. Mas, na minha opinião, essa mobilização de nacionalismo e a exposição pública das atrocidades combinaram para baixar o nível do que era aceitável em termos do que seres humanos podem fazer uns aos outros. De certa forma, contribuíram para o que ocorreu nas décadas seguintes e levou ao Holocausto", avalia Koessler.
Para o jornalista americano Edwin Black, a matança na Namíbia "estabeleceu um padrão" para o Holocausto.
Em um artigo recente, ele cita vários exemplos. Um dele é o caso de Eugen Fischer, médico nazista cujas pesquisas sobre diferenças raciais tiveram início na Namíbia.
"A entrada do termo campo de concentração no vocabulário alemão teve início com o estabelecimento de campos para hereros", completa Black.
Hermann Goering, que estava apenas abaixo de Adolf Hitler na hierarquia nazista, era filho de Heinrich Goering, primeiro governador alemão na Namíbia.

Herança

Para Reinhart Koessler, é importante que alemães mais jovens saibam o que ocorreu - o ensino de história na Alemanha é "muito eurocêntrico", diz.
"Na minha opinião, o Parlamento deve pedir desculpas pelo genocídio, e deve haver consequências materiais."
Já Kamatuka queixa-se da ausência de monumentos em homenagem às vítimas das atrocidades na Namíbia.
"Não se fala do genocídio nos livros escolares da Alemanha e da Namíbia", diz.
"Os jovens herero e nama precisam saber do genocídio contra seu povo. Para que saiba quem são, de onde vêm e como navegar seu futuro."
Fonte: UOL Notícias, BBC Brasil, de 10/01/2017.

Pesquisadores desvendam a história de livros roubados por nazistas


Coleções roubadas foram distribuídas entres bibliotecas públicas, centros culturais nazistas ou funcionários do regime (C. Neher/ DW).
Por Clarissa Neher, da Deutsch Welle
Durante o Terceiro Reich, nazistas confiscaram obras de arte e também livros de judeus. Muitos deles foram parar nas estantes de bibliotecas alemães. Pesquisadores vasculham acervos para devolvê-los aos legítimos donos.
Em meio aos cerca de 8,5 milhões de livros do acervo das bibliotecas da Universidade Livre de Berlim, Ringo Narewski e sua equipe têm uma nobre missão: encontrar livros que foram confiscados de judeus por autoridades nazistas durante o Terceiro Reich (1933-1945). O objetivo dos pesquisadores é devolvê-los aos legítimos donos.
O caminho até devolução, porém, é longo e exige um minucioso trabalho de investigação. O ponto de partida é a identificação de todos os livros impressos antes de 1945. A universidade estima que cerca de 1,5 milhão de livros se encaixem nesta categoria.
"A maior dificuldade neste trabalho é o volume de livros para serem avaliados sem termos qualquer estimativa sobre o resultado final. Além disso, se há a suspeita sobre determinada obra, é preciso muito tempo para desvendar 70 anos de história de uma pessoa", afirma Narewski, diretor do grupo de trabalho responsável por identificar obras saqueadas por nazistas que fazem parte do acervo de bibliotecas da universidade.
Nesse trabalho de detetive, a Universidade Livre de Berlim ganhou reforço extra há um ano. Além dela, três instituições – a Fundação Nova Sinagoga, a Universidade de Potsdam e a Biblioteca Estadual de Berlim – reuniram as informações sobre pesquisas realizadas nesta área num banco de dados online, o "Looted Cultural Assets" (bens culturais roubados).

Pegadas no Brasil

Nos últimos anos, a instituição verificou cerca de 44 mil livros. Atualmente, eles investigam a origem de 2 mil assinaturas em livros. E uma dessas histórias tem passagem pelo Brasil.
Um dos livros roubados encontrados no acervo pertenceu ao jornalista Ernst Feder, que fugiu de Berlim para Paris em 1933. Com a marcha nazista em direção à França, Feder emigrou para o Brasil em 1941, onde viveu, em Petrópolis, até 1957, quando retornou para Berlim.
Sua biblioteca, com quase 10 mil títulos, foi saqueada pelo regime nazista, e um destes exemplares foi parar na Universidade Livre de Berlim. No momento, os pesquisadores tentam entrar em contato com os herdeiros do jornalista para devolver a obra.

Saques durante o Terceiro Reich

De acordo com o historiador Götz Aly, a prática do confisco foi instrumentalizada pelos nazistas para garantir a lealdade da população alemã ao regime. Segundo ele, o roubo e redistribuição de bens e economias dos judeus, na Alemanha e, posteriormente, em países ocupados, favoreciam economicamente o povo alemão.
As coleções roubadas foram distribuídas entres bibliotecas públicas, centros culturais nazistas e funcionários do regime. Depois da Segunda Guerra Mundial, muitas destas peças foram vendidas a antiquários ou doadas para instituições.
Desta maneira, livros saqueados foram parar também em estantes de bibliotecas criadas depois de 1945, como é o caso das da Universidade Livre de Berlim, fundada em 1948. Segundo Narewski, além das doações privadas, as bibliotecas da instituição receberam livros confiscados de funcionários do regime nazista pelo exército americano no fim da guerra.

Longa investigação

O atual projeto da equipe de Narewski se concentra na análise de cerca de 70 mil livros que foram adquiridos pela universidade entre 1952 e 1968. Com os títulos suspeitos em mãos, a próxima fase é buscar nos livros pistas sobre suas origens, que podem ser um carimbo, um nome escrito a caneta, um ex libris (selo personalizado que identifica as obras de bibliotecas particulares ou públicas) ou algum número de referência. Descoberta alguma identificação, começa o trabalho para decifrar a história e o percurso percorrido por esse livro até chegar às estantes da biblioteca.
A investigação mais longa da universidade já dura três anos e é referente a um livro que pertenceu à família Frohmann-Holländer, de Frankfurt, que, perseguida durante o regime nazista, fugiu para os Estados Unidos.
"Não sabemos o que aconteceu com essa biblioteca durante três anos na década de 1930, antes da emigração da família. Como há a possibilidade de que alguns destes livros tenham sido vendidos na época, não podemos afirmar com certeza se a obra foi confiscada, por isso, ainda não podemos devolvê-la, e a pesquisa continua", explica Narewski.
Após reconstruir a história dos livros, o grupo precisa desvendar a história dos proprietários legítimos dos títulos e de suas famílias para poder restituí-los. E aqui há outra dificuldade, entrar em contato com estas pessoas. Muitas vezes, pesquisadores sabem quem são os herdeiros, mas não conseguem ter acesso a eles, e, em alguns casos, e-mails ou cartas enviados são ignorados pelos destinatários.

Trabalho que compensa

Nos últimos dois anos, a Universidade Livre de Berlim devolveu 160 livros que foram saqueados pelos nazistas aos seus legítimos donos. As devoluções a 75 herdeiros e instituições ocorreram na Alemanha, Áustria, Polônia, Letônia, Holanda, Estados Unidos, Israel, República Checa, Reino Unidos e Ucrânia.
"Essa restituição tem uma dimensão moral. Não é uma tentativa de reparação, pois é impossível reparar os crimes cometidos pelos nazistas, mas se trata de devolver às vítimas um pedaço da sua história", diz Narewski.
O pesquisador destaca que, além de ser uma revisão da história da universidade, esse trabalho preserva a memória daquele período, para evitar que crimes como os cometidos pelo regime nazista voltem a acontecer.
Fonte: UOL Notícias, Deutsch Welle, de 29/11/2016.

sábado, 20 de janeiro de 2018

SÃO SEBASTIÃO E A VIDA DE FÉ

Por Padre Rafhael Silva Maciel (*)
A Igreja celebra, no 20 de janeiro, a memória de S. Sebastião, mártir dos primeiros tempos do cristianismo, ano 304. Órfão de pai desde sua infância, foi educado cristãmente pela sua mãe. Jovem e de ânimo forte, decidiu responder ao chamado divino e tornou-se um árduo defensor da fé católica.
O jovem Sebastião vai para Roma auxiliar os cristãos perseguidos, e ali entra para a Guarda Pretoriana, sob o Império de Maximiniano e Diocleciano. Em meio ao exército professou a sua fé e nunca a escondeu, ao mesmo tempo ia ao encontro dos seus irmãos cristãos para ajudar-lhes na perseverança da fé diante da força do inimigo.
Após seu martírio, causado por ódio à fé, logo começou a ser venerado pelos seus pares e teve sua memória celebrada entre os cristãos. Não foi privilégio apenas do tempo de São Sebastião a perseguição por causa da fé.
Desde sempre aqueles que professam a fé foram perseguidos, inclusive e com grande força nos tempos atuais. Não precisamos ir longe, bastando recordar os Regimes totalitários, que ainda agora – em pleno 2018 – fazem novos mártires.
Gostaria, então, de lembrar que, olhando para o testemunho de São Sebastião, deveríamos assumir dois aspectos fundamentais da fé cristã: o primeiro é que somos irmãos e devemos acudir-nos uns aos outros na vida, digo, apoiando-nos mutuamente na fé, na reta doutrina, no amor pela Igreja, na caridade operativa para com os mais necessitados; depois, que, em tempos de guerra ideológicas, mais do que nunca o católico é chamado e ser sal da terra e luz do mundo, ajudando a dar sabor à vida e a iluminar uma sociedade que está sendo devastada por novos “imperadores”, que perseguem - às vezes até à morte - os que creem.
Peçamos a São Sebastião que nos ajude do Céu, com suas orações, para que firmes na fé, alegres na esperança, ativos na caridade, possamos dar testemunho de Jesus Cristo e do seu Evangelho. São Sebastião, rogai por nós!
(*) Presbítero da Arquidiocese de Fortaleza; Missionário da Misericórdia.
Fonte: O Povo, de 20/1/2018. Opinião. p.25.

De finalista em Wimbledon a assassino: o trágico fim de um tenista


Vere Goold foi finalista em Wimbledon e condenado por assassinato (Imagem: Reprodução/Twitter).
Do UOL, em São Paulo
Poderia muito bem ser o enredo de um filme ou de um livro de suspense, mas a trajetória de Vere St. Legger Goold é real e assustadora: de finalista em Wimbledon a réu confesso de um esquartejamento, o ex-tenista irlandês chocou o mundo. Álcool, drogas e uma paixão levaram o então atleta para uma vida de crimes.
Em 1879, depois de se tornar o primeiro campeão irlandês de tênis, Vere Goold tentou mais um título ao disputar a terceira edição de Wimbledon. Foi bem até a final, mas acabou derrotado por 3 sets a 0. Relatos da época já insinuavam que Goold estava de ressaca na decisão; culpa de um porre na véspera para comemorar sua classificação.
Poucos meses depois, o irlandês se deparou com um novo algoz em sua trajetória esportiva: William Renshaw, futuro heptacampeão de Wimbledon e responsável por duas derrotas marcantes de Goold. Tais derrotas deram início à derrocada pessoal do tenista, cada vez mais envolvido com drogas, especialmente o ópio.
Goold se aposentou das quadras em 1884, e seus vícios se tornaram mais graves. Foi nessa época que ele se apaixonou e se casou com Marie Violet Giraudin, dona de uma loja de roupas e cuja obsessão era ser reconhecida na alta sociedade britânica. Casada duas vezes anteriormente, ambas com homens de famílias tradicionais, ela abriu uma loja de alta costura com Goold.
O negócio, no entanto, faliu, e eles apostaram em uma lavanderia. Acumulando dívidas, fugiram para o Canadá, onde também tiveram problemas com clientes e Justiça. Assim, em 1903 estavam de volta a Liverpool para dirigir mais uma lavanderia.

Reprodução do Le Petit Journal sobre o crime de Goold (Imagem: Reprodução).
Mas Marie Violet tinha um plano mais ambicioso: ganhar dinheiro no cassino de Monte Carlo, em Mônaco. Ela dizia ter um sistema infalível para os jogos. O casal se apresentou com apelidos falsos e começou a frequentar a alta sociedade local. Foi assim que conheceram a sueca Emma Levin, que se tornou uma financiadora do casal.
No entanto, logo os resultados no cassino não foram o esperado, e Goold e Marie Violet preparam a fuga de Monte Carlo. Nesse meio tempo, a endinheirada viúva sueca foi cobrar a dívida do casal no hotel onde estavam e nunca mais voltou. Uma amiga, então, denunciou o sumiço à polícia.
Ao chegar ao local, a polícia encontrou muito sangue, além de um martelo e uma serra. As autoridades localizaram o casal somente em Marselha, de onde fugiriam para Londres. Ao revistarem a principal mala de Goold e Marie Violet, que havia sido deixada na estação de trem, os policiais encontraram pedaços do corpo da sueca Emma Levin.
Depois de algumas negativas, Goold assumiu a autoria do crime. Acredita-se que, por amor, o ex-tenista teria tentado inocentar sua mulher. A polícia, no entanto, condenou ambos à prisão perpétua em 1907.
Goold foi enviado para a prisão na Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, onde se suicidou em 1909. Marie Violet, por sua vez, morreu doente na prisão em 1914. E a história de um dos primeiros finalistas de Wimbledon acabou marcada pela barbaridade do crime.
Fonte: UOL Notícias, de 14/07/2017.

Homem diz ser 'corno dos grandes' e registra boletim contra companheira


Homem formalizou B.O. com grande quantidade de palavrões registrados no texto (Divulgação/Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso).
Por Eduardo Pereira (Colaboração para o UOL)
Revoltado com supostas traições de sua companheira, um homem de 50 anos, residente na cidade de Cáceres, no Mato Grosso, decidiu registrar um boletim de ocorrência contra ela. Se identificando como um "corno dos grandes", o homem formalizou o documento nesta segunda-feira (17/07/17), chamando atenção pela quantidade de palavrões registrados em seu texto.
O UOL teve acesso ao boletim de ocorrência, que traz a transcrição do depoimento prestado pelo homem à polícia. Segundo ele, as traições começaram a acontecer depois de dias de relacionamento e teriam sido consumadas até mesmo "na rua". Reclamando de dor na cabeça em meio a um bom número de palavras chulas, o depoente ainda afirma estar cansado de "tomar chifre".
O homem ainda menciona uma bicicleta, que seria usada pela sua companheira como meio de transporte nas traições. Segundo ele, na tentativa de barrar a ação da mulher, ele teria tirado o ar dos pneus da bicicleta e, depois, tomado posse dela para ser consertada.
Como não se enquadra como crime, o boletim de ocorrência foi registrado como de "natureza atípica". Assim, ele não virá a gerar nenhum procedimento policial.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso, as palavras registradas no documento seriam exatamente as mesmas usadas pelo homem durante o depoimento. Os trechos foram preservados a pedido do depoente e confirmados por meio de assinatura. O órgão afirma ainda que a linguagem presente no documento não é típica do procedimento policial padrão.
Ainda segundo a secretaria, o homem foi convocado a prestar um novo depoimento à polícia nesta quarta-feira (19/07/17), a fim de esclarecer se havia intenção, de fato, no registro do documento de tal e forma e por tal motivação. O órgão também não exclui a possibilidade de, mediante análise da corregedoria, advertir de alguma forma o policial responsável pelo registro.
Fonte: UOL Notícias, de 19/07/2017.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

ANO NOVO: as necessárias desidealizações


Por José Jackson Coelho Sampaio (*)
Precisamos de ritos, mas não aqueles que nos fazem repetir erros ou voltar às mesmas ações como se tivéssemos perdido a memória. Então, vamos aos ritos, à alegria de lutas e conquistas, porém, adeus às ilusões. Neste início de 2018 impõe-se desidealizar o Ano Novo, a felicidade, o amor, a família e a política.
Uma mudança de ano raramente significa ruptura de ordem ou lógica. Precisa-se do rito pela marcação do tempo, que assim pode ser domado, sem a imprevisibilidade da morte. Continuamos desafiados a resolver os problemas ou a romper os impasses que deveríamos ter feito no ano anterior e não nos foi possível.
A felicidade, como meta obsessiva, totalitária e inexorável, semeia a vida de infelicidade, que, quando não aceita, é rotulada de fracasso ou doença. Sem a adjetivação, o melhor talvez seja pôr a dignidade como meta, pois enfrentar os desafios é melhor do que soluções provisórias que, sem dúvida, excluem outras saídas.
O amor tornou-se panaceia universal. O som da palavra parece tudo explicar e resolver. Mas, não há amor à primeira vista, precisa de amadurecimento. Amor é incompatível com sua redução à sexualidade ou à sua transferência para abstratos construtos de ideologias e crenças. O que requer é generosidade e reconhecimento do amado como ser autônomo perante o amador.
A família é uma instituição histórica, ainda melhor que o Estado para a tarefa de cuidar de crianças, mas datada e mutável. Há que atentar para a multiplicidade das formas que ela, hoje, adquire. Contanto que possam ser praticadas as funções de acolher, cuidar e organizar scripts de vida, sustentando a solidez das narrativas que nos constituem.
Quanto à política? Os humanos somos política, ética e técnica. Ela não nos salva, é só o modo de inventar, instituir e distribuir poder, gerando critérios para a divisão de trabalho na sociedade e na economia. Recuse quem ganha poder com a ignorância e os medos das maiorias. Vote na liberdade, na igualdade de direitos, no respeito à diversidade.
(*) Professor titular em saúde pública e reitor da Uece.
Publicado. In: O Povo, Opinião, de 13/1/18. p.10.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

FRASES E PENSAMENTOS DE SHAKESPEARE IV


22 “Um indivíduo pode sorrir, sorrir, e ser um vilão.”
23 “Todos empreendimentos humanos têm uma maré enchente que, aproveitada em tempo, conduz à fortuna.”
24 “Até hoje não houve filósofo que padecesse pacientemente uma dor de dentes.”
25 “Quem não tem dinheiro, meios e paz, carece de três bons amigos.”
26 “É estranho que, sem ser forçado, saia alguém em busca de trabalho.”
27 “Atiramos o passado ao abismo – mas não nos inclinamos para ver se está bem morto.”
28 “Ninguém poderá jamais aperfeiçoar-se, se não tiver o mundo como mestre. A experiência se adquire na prática.”
Fonte: gingaronline.com

HOLISMO NA ACADEMIA


Por Daniele Vasconcelos Fernandes Vieira (*)
Holismo deriva do grego holos que significa ser inteiro, ser todo, onde o todo não se constitui pela soma das partes, mas em cada parte se localiza o todo. O ambiente acadêmico é amplo, intenso e fervilhante. Nascem desse universo, proposições e soluções para os problemas de gestão das áreas sociais, de saúde, do direito e da segurança pública; para o desenvolvimento científico e tecnológico e para o aprimoramento dos sistemas político-econômico e judiciário.
É, em potência, um território onde tudo pode ser cultivado e semeado. No entanto, ainda composto pela soma das partes, fragmentado em sua conformação. É predominante a formação de um único aspecto do ser, o qual trata do estímulo ao desenvolvimento intelectual.
Na visão global do holismo, contudo, procura-se empreender na formação de pessoas mais seguras, íntegras, éticas, confiantes, bem relacionadas, solidárias, fraternas e que aprendam a superar situações conflitantes de modos saudáveis, imbricando a capacidade lógica de resolução dos problemas e conflitos com o equilíbrio do ser, integrando-o ao ambiente onde o mesmo está inserido.
Se nossa formação acadêmica central não nos prepara e não nos motiva a exercer essas habilidades, onde podemos busca-las, então? Onde estarão as pessoas, os conteúdos, os equipamentos e materiais que possam dar suporte para esse aprendizado?
Essas perguntas têm sido propulsoras para estudantes e professores caminharem no lado de fora das rotas acadêmicas, em busca de estabelecer alinhamentos entre o crescimento intelectual, que versa sobre o desenvolvimento cognitivo, e as inteligências intuitiva, instintiva, espiritual, ecológica e social.
Vem com essas questões o grande desafio acadêmico de integrar o conhecimento científico sobre o qual se consolida a universidade ao autoconhecimento sobre o qual versa a experiência do ser humano em todos os seus processos vividos. O paradigma holístico é uma visão de mundo que pode ser prática e vivencial em todas as áreas do saber. Pode-se considerar a academia como um ambiente propício para a implementação desse sistema não-mecanicista e não-cartesiano. É, portanto, sábio pelas potencialidades desse meio, entender que o ambiente acadêmico pode ser um importante aliado para nos conduzir na construção do conhecimento holístico, valorizando, assim, o pensamento educativo, humanista e transpessoal.
(*) Professora do curso de Medicina da UECE e pesquisadora dos paradigmas emergentes em saúde: bem-estar e qualidade de vida.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 10/1/2018. Opinião. p.10.
 

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