segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

CADA UM ADOECE À SUA MANEIRA

Meraldo Zisman (*)

Médico-Psicoterapeuta

… Muitas patologias não passam de concessões feitas ao poder médico tradicional, que age como mero robô, tanto nas pandemias como fora delas. Cada ser humano tem uma maneira única de adoecer…

É evidente que a doença pandêmica causada pelo vírus apelidado de COVID-19 está aumentando a ansiedade global, assim como o medo da ameaça – real ou sugerida – à saúde física/mental de cada um. Ademais, com uma taxa de mortalidade média entre 3% e 5%, a gravidade da doença, o resultado do tratamento e o prognóstico variam profundamente entre os indivíduos, independente das regiões. Depois de tantos anos de prática médica eu sei que cada pessoa adoece de uma maneira. A patogênese do COVID-19 pode parecer nova, mas compartilha algumas semelhanças com as epidemias virais anteriores que assolam a humanidade desde a Pré-história. Apesar disso, não se pode esquecer que, com o advento de descobertas técnico-científicas, a Medicina de hoje está bem mais preparada para enfrentar as viroses.

Mesmo que a preparação de vacinas para o combate ao COVID-19 esteja em plena atividade, algumas medidas como isolamento, higiene pessoal e outras preventivas são necessárias. As vacinas específicas estão em preparação e certamente dentro em breve disporemos delas. Enquanto isso, pouco se fala, comenta ou adverte sobre a situação da Psicoimunologia, designada como a área de estudo e investigação direcionada para a compreensão da influência de variáveis psicológicas no funcionamento e efetividade imunitários. Lembro que ela constitui parte integrante da Psicologia da Saúde na ‘interface’ entre a saúde física e psicológica e, deste modo, deve ser considerada no todo que é a Pessoa.

Propaga-se, e é fato, que os adultos mais velhos com multimorbidades podem ser particularmente afetados por questões como isolamento, solidão, assistência ao fim da vida e luto, que podem ser exacerbadas pela chamada “divisão digital”. Em época em que a informática e os algoritmos despontam com orientação para a vida esquece-se de que tal bifurcação provoca uma nova discriminação tecnológica que é sim, outro aspecto da pobreza e exclusão social.

Por isso novos fundos, estratégias, e avanços serão necessários para procurar minorar as desigualdades, alavancando a infraestrutura das lideranças mundiais em pesquisa sobre neurociência e saúde mental, para amparar uma resposta global aos problemas de saúde mental e neurológicos da pós-pandemia.

Nestes tempos difíceis, a ciência da saúde mental deve ser aproveitada para servir à Sociedade e beneficiar a saúde global de cada indivíduo, a longo prazo.  Caso desejarmos continuar no mito da separação soma/psíquico (doenças psicossomáticas) implicaremos na admissão de que existem outras nosologias que não são psicossomáticas. Enquanto nós, os médicos e demais profissionais de saúde, assim pensarmos, estaremos definindo à necessidade de um paciente “somatizar” a sua doença ou desenvolver um distúrbio psicológico qualquer.

Advirto e aconselho cautela. Muitas patologias não passam de concessões feitas ao poder médico tradicional, que age como mero robô, tanto nas pandemias como fora delas.

Cada ser humano tem uma maneira única de adoecer.

(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE), da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES) e da Academia Recifense de Letras. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha).

domingo, 30 de janeiro de 2022

EU SOU É “FRUITA”

Em décadas atrás houve um movimento no Brasil chamado Coluna Prestes.

Esses revolucionários andaram por todo o Brasil.

Sobre esse movimento existe no anedotário popular a seguinte história:

Chegando a um rincão distante encontraram um pobre sertanejo, trabalhando em um pomar, e perguntaram:

Você é a favor ou contra a Coluna Prestes?

O sertanejo sem pestanejar respondeu: sou contra. Levou uma grande surra.

Ainda não refeito da desdita eis que vem outro grupo contrário à "Coluna". O comandante fez a mesma pergunta:

Você é a favor ou contra a Coluna Prestes?

O tabaréu se sentindo agora seguro respondeu orgulhoso: Sou a favor. O que aconteceu? Outra surra.

O pobre homem avistou ao longe outro grupo. Mesmo todo moído subiu em uma mangueira para evitar outro martírio.

Quando aquele batalhão já estava terminando de passar um componente do grupo olhou pra copa da árvore e visualizou aquele farrapo humano dobrado sobre si mesmo.

A nova pergunta: Você é a favor ou contra a Coluna Prestes?

Ouviu-se uma vozinha fraca:

- Homi eu sô é “fruita”.

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria definida.

sábado, 29 de janeiro de 2022

O CEARÁ SE DESPEDE DO PROF. ELMO VASCONCELOS

 

O Professor Raimundo Elmo Vasconcelos, nosso ilustre consócio do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico) e professor aposentado da Universidade Estadual do Ceará (UECE), fez a sua Páscoa hoje (29/01/2022).

Sua partida suscitou várias manifestações de pesar entre amigos, colegas e pessoas que o conheciam e o tinham muito em conta por seus atributos intelectuais e por sua salutar modéstia.

Que ele seja aconchegado nos braços do nosso Pai Eterno.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Editor do Blog

P.S. Abaixo transcrevo a postagem feita pelo Presidente do Instituto do Ceará - Histórico, Geográfico e Antropológico, no grupo do Instituto, sobre a partida do seu ilustre associado, no dia 29/01/2022:

"Recebemos, consternados, o falecimento de mais um sócio do nosso Instituto do Ceará.

Agora, como Presidente do Instituto, torno público, mais uma vez, as referências que fiz, na ocasião da minha posse e agora, como uma singela homenagem póstuma, ao Professor Elmo de Paula Vasconcelos, que tive a honra de ocupar sua vaga, por ter passado à situação de Sócio Remido.

O Professor Raimundo Elmo de Paula Vasconcelos foi eleito em 10 de agosto de 2000, sócio efetivo do Instituto do Ceará, tendo tomado posse em 25 de outubro de 2000. Além das inúmeras qualidades pessoais que ornavam a sua personalidade, o nosso pranteado associado era licenciado em História pela antiga Faculdade de Filosofia, tendo concluído o curso em 1967. Ao longo de sua profícua carreira de docente do Ensino Superior, exerceu, mediante concurso público, os cargos de Professor Auxiliar, Adjunto e Titular de História da Universidade Estadual do Ceará.

Participou de dezenas de Bancas Examinadoras, tanto nas seleções de exame vestibular, como naquelas para Docentes da Universidade Federal do Ceará.

Atuou em diferentes Instituições Culturais, Científicas e de Classe, sempre com elevada distinção e louvor, merecendo relevo os seguintes cargos e comissões, pelo excelente desempenho apresentado no exercício dos mesmos: sócio Efetivo do Instituto do Ceará; Presidente da Sociedade Cearense de Geografia e História; Diretor da Associação dos Professores do Ensino Superior; Conselheiro do Patrimônio Histórico do Município de Fortaleza; Chefe do Núcleo de Pesquisa Histórica e Chefe do Departamento de História da Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Ao par desta gama de cargos e comissões, o Professor Elmo de Paula Vasconcelos, teve uma produção científica embasada na sua cultura humanística, enriquecida por seus conhecimentos de sociologia, fruto de especialização realizada em 1982, em convênio da Universidade Estadual do Ceará e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Este foi o Professor Raimundo Elmo Vasconcelos que muito honrou o Instituto do Ceará, por mais de vinte e um anos. Que Deus em sua infinita bondade o acolha em seu misericordioso seio e conforte a família enlutada.

Que descanse em paz!

Júlio Lima Verde Campos de Oliveira – Presidente do Instituto do Ceará."


PATRONOS DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA QUE AJUDARAM A CONSTITUIR A PASTA DA SAÚDE DO CEARÁ


A área da Saúde Pública do Estado do Ceará teve seu marco inicial em 1893 com a instalação da Inspetoria de Saúde que, em 1920, após processo de reorganização, passou a denominar-se Diretoria de Saúde Pública, no qual foram implantados os chamados Serviços Estaduais de Saúde. Em 1931, foi criado o Serviço Sanitário do Estado. Em 1933, deu-se a “Reforma Pellon”, uma revolução administrativa da saúde pública estadual, conduzida pelo sanitarista Amílcar Barca Pellon.

Por todo esse período, a Saúde Pública cearense contou o concurso de competentes médicos, como Antônio Alfredo da Justa (Patrono), Carlos da Costa Ribeiro (Patrono da Cadeira 10), Joaquim Eduardo de Alencar (Membro titular fundador e patrono da Cadeira 18), Walter de Moura Cantídio (Membro titular fundador e patrono da Cadeira 56) e José Waldemar Alcântara e Silva (Membro titular fundador, primeiro presidente e patrono da Cadeira 43) que, em 12 de maio de 1978, viriam a integrar a Academia Cearense de Medicina (ACM), como patronos ou membros fundadores. A esses nomes se agregam os de Augusto Hyder Correia Lima e José Stopelli Paracampos, tornados Patronos das Cadeiras 27 e 34 da ACM, respectivamente.

A Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (SESA) completou em 2021 os seus 60 anos de fundação, fruto da Lei n.º 5.427, de 27 de junho de 1961, promulgada pelo Governador Parsifal Barroso, desmembrando a área da saúde da Secretaria da Educação, passando a ter uma Secretaria da Saúde na estrutura organizacional da Administração Pública Estadual.

Em 2006, durante o Governo Lúcio Gonçalo de Alcântara, o Dr. Jurandi Frutuoso Silva, então Secretário da Saúde do Estado do Ceará, inaugurou a Galeria dos Secretários da Saúde do Estado do Ceará Governador Parsifal Barroso https://www.saude.ce.gov.br/institucional/secretarios/ e lançou, para conhecimento de todos que fazem a Saúde Pública cearense, a plaqueta “Secretários da Saúde do Estado do Ceará 1961 – 2006”, contendo a biografia simplificada de todos os secretários da saúde daquele período, que “tão bem souberam cumprir a missão que lhes foi confiada pelos seus governantes, enaltecendo o Ceará no cenário da saúde pública brasileira”.

Seria muito oportuno que a SESA efetuasse a atualização desse livreto, contemplando os últimos titulares da pasta, a partir de 2007, bem como incluísse, como anexo, as sínteses biográficas de vultos da Saúde Pública que foram precursores da organização e da estruturação da SESA.

No caso dos integrantes da ACM, trata-se de uma tarefa facilmente exequível, porquanto suas biografias estão disponíveis na obra “Academia Cearense de Medicina: história e patronos”, publicada pela ACM em 2018.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro titular da ACM – Cadeira 18

* Publicado In: Jornal do médico digital, 2(21): 36-37, janeiro de 2022. (Revista Médica Independente do Ceará).

RD-Janeiro-2022-app.pdf (jornaldomedico.com.br)

NOTA DE FALECIMENTO – DR. ANTÔNIO PEDRO MIRRA

 


A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP informa, com pesar, o falecimento do Dr. Antônio Pedro Mirra, sepultado hoje, 27 de janeiro de 2022, no Cemitério do Morumbi, às 12h. A Diretoria da FSP-USP presta solidariedade aos familiares, amigos e a todos que conviveram com ele e dirige-lhes os mais profundos sentimentos de pesar.

O oncologista Antônio Pedro Mirra foi um exemplo de dedicação no combate ao tabagismo, pesquisando e lutando contra essa doença há 40 anos (segundo o Jornal da AMB – Ed.1411). Foi um dos criadores do Registro de Câncer de Base Populacional de São Paulo (RCBP-SP), um sistema de informação em saúde, parceria entre a Secretaria Municipal da Saúde (Prefeitura de SP) e a FSP-USP, que registra os casos de diversos tipos de câncer do Município de São Paulo. O RCBP-SP foi coordenado pelo Dr. Antônio Mirra de 1969 a 31 de dezembro de 2007.

Ele foi também, durante muitos anos, Presidente da Comissão Antitabagismo da FSP-USP e, nessa luta, conseguiu com que a Faculdade fosse uma das primeiras instituições públicas do país a ser um “Ambiente Livre do Tabaco”, pela proibição do ato de fumar, dentro das instalações da Faculdade.

Além de sua contribuição para a luta contra o câncer e contra um de seus piores causadores, o hábito do tabagismo, e de sua atuação na coordenação de várias instituições da área, na produção de pesquisa, livros e artigos sobre o tema e em entrevistas para a imprensa, o Dr. Mirra era um ser humano muito amigável, tendo bom relacionamento com docentes, funcionários e alunos que passaram pela FSP-USP, sendo muito querido por todos.

Texto: ASCOM, com informações de Adriana de Sousa, AMB e filha do Dr. Mirra.

Nota: No ano de 1979, quando eu fazia o Curso de Especialização em Saúde Pública na Universidade de São Paulo, cumpri estágio no Registro de Câncer de São Paulo, que funcionava na Faculdade de Saúde Pública da USP, Registro de Câncer de Base Populacional por ele coordenado, sob a supervisão do Dr. Antônio Pedro Mirra. O Dr. Mirra era um renomado cirurgião torácico do Hospital A. C. Camargo, que muito contribuiu na luta contra o tabagismo no Brasil.

Guardo boas recordações da nossa convivência dos muitos encontros relacionados à Epidemiologia do Câncer de que tomamos parte.

Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Médico epidemiologista do Instituto do Câncer do Ceará


sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

OS PRINCÍPIOS DA INSENSATEZ E DA ALIENAÇÃO

Por Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho (Doutor Cabeto) (*)

Vivemos, enfim, mais uma mudança de datas, que traz consigo a perspectiva de algo ainda desconhecido, mas com uma evidente necessidade de ceder e mudar, para trazer esperança, ou mesmo sensação de esperança.

Mas, afinal, o que desejamos após enfrentarmos tantas dificuldades e incertezas? Somente a sensação de estarmos sobreviventes é suficiente para acreditar na superação das contradições em que vivemos?

A dualidade humana, entre o comum e o incomum, entre o certo e o errado, nos persegue desde o pecado original, doutrina cristã para explicar a imperfeição humana. Independente da religião, o enigma da relação do homem com seus erros persiste ao longo da nossa história em todas as vertentes do conhecimento.

O passado de insensatez diante dos desafios nos causa muitas indagações diante do momento em que vivemos. E mais ainda, quando constatamos que a repetição dos erros sucedem-se, apesar das experiências do passado.

Para Bárbara Tuchman existem quatro tipos de desgoverno. O primeiro é a tirania ou opressão, cujos exemplos são inúmeros, não sendo necessário exemplificá-los. O segundo refere-se à ambição desmedida, como a da Alemanha nas duas tentativas de dominar a Europa, ou mesmo na tendência atual de eliminar qualquer forma de oposição. Tal medida usa, em geral, de avaliações burladas da realidade, fazendo supor supérfluo as demandas da própria sociedade.

O terceiro trata da incompetência, geralmente apresentada ao final de sucessivos governos. Sobre esse aspecto vale a leitura dos princípios da incompetência de Laurence Peter, que expõe a universalidade da ineficiência quando da administração pública sem méritos. Ele diz, afinal "todo mundo é incompetente, inclusive você". Discorre, sob tom algo jocoso, as formas de indicação de poder dentro dos partidos. Ou seja, na maioria das vezes o "puxador" de votos nem sempre tem competência para o exercício do executivo e do legislativo. A simples eleição para o parlamento não lhe transfere competência para participar de comissões.

A quarta forma de desgoverno relaciona-se a insensatez, cuja constatação se dá na execução de políticas adversas aos próprios interesses da sociedade, estando as decisões submetidas ao interesse de um grupo, conduzindo a gestão, portanto, a resultados improdutivos.

A meu ver, qualquer das formas de desgoverno passa pelo exercício do poder, seus mecanismos e implicações éticas.

E no Estado republicano, diferentemente da monarquia absolutista, o bem comum está acima de interesses particulares, de classes, grupos ou corporações. Nesse regime, o chefe de Estado deve permanecer no poder por tempo limitado, sendo escolhido pelo povo.

No entanto, nos dias atuais tudo ocorre como outrora. Ou seja, dentro dos princípios da insensatez e da incompetência, independente da corrente ideológica e dos modelos de representação. Assim, o mundo, e de forma mais agressiva, o mundo subdesenvolvido, mantém os mecanismos mais primários de exercício do poder.

Enfim, é preciso entender que, em geral, a classe que alcança o poder político apresenta seu próprio interesse como interesse geral. E, infelizmente, essa universalidade pretensa, é apenas uma forma ilusória da coletividade, sendo tudo um indicativo, também, de "alienação". 

(*) Médico. Professor da UFC. Secretário Estadual de Saúde do Ceará.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 5/01/2022. Opinião. p.17.

Crônica: “M de maravilha! B de Beleza!” ... e outro causo

M de maravilha! B de Beleza!

Telefone de "numeral" desconhecido toca, é a voz conhecida do Jair Poeta dos Cachorros Moraes, que me toca o íntimo de alegria. Falar com ele alivia tensões, amigo-irmão demais animado. O grande artista da Vila União inspira; pra mim, é bem-vinda presença no enfrentamento à tosse de cachorro renitente e ao aguaceiro no pau da venta que ora me acomete. Careço de espairecer, de me abrir com as "mungangas" do Jair.

Já me sentindo contagiado pelo bom-humor do notável líder da Banda Marmota, só de ouvir-lhe a voz ao celular, me esforço em suavizar o bodejado febril. Atacado de murrinha nascida do estalecido-19 (essa vontade medonha e infame de me lascar), acredito que a cada dia bastam as suas catrevagens. Por isso, me encho de boa vontade.

- E a vida, meu poeta?

- Uma "M"! E o mundo, uma "B"!

- Já te conheci mais otimista! - imaginei o pior.

- Conversa é essa, patrão! A vida é uma Maravilha, o mundo é uma Beleza!

Pedi, então, contasse as novidades, uma historinha pra me fazer rir, naquela ligação. Contou a dos "Três Reis Magros". Até imaginei Jair fazendo "boca de riso" ao falar de um tal Zé Coivara, bebinho que estava a um canto da bodega, isolado, ouvindo a explanação professoral de dois colegas de cana (o Olavo Maré e o Tito Cancão) acerca do nascimento de Jesus: a profecia, a noite de estrelas, José e Maria, Nazaré da Galileia. Zé, sem ficha, doido pra entrar no papo.

Vez ou outra levantava o braço, pedia aparte, mas os companheiros se faziam de rogados, dando suas versões sobre o episódio da chegada do Salvador ao Planeta. Agora, em pauta, a estrela-guia, a manjedoura, os animais, os pastores, os Três Reis Magos... Pronto, Coivara não podia desperdiçar a oportunidade. Ficou de pé e gritou: "Pedido de colega, deixa eu falar agora?!?" A moçada, empolgada na contação, nem aí pra ele.

Quando Olavo Maré e Tito Cancão metiam já na confusão o Herodes, a fuga do menino Jesus pro Egito no lombo do jumento, Zé Coivara, tomado de espírito altamente incensado e mirrado, dá uma chibatada na mesa e manda:

- É sobre os três reis magros que eu preciso falar, ora piula!!! Conheço eles!!!

- Eles quem?!? - indaga Olavo Maré, demais interessado.

- Magão, Maguim e Mago Véi!

A "M" explosiva

Deu-se em Cedro. Juceza contou e eu acredito. Um homem bom, por nome Pedro (Pedro Gago, por razões óbvias), desempregado, buscou trabalho na casa de um senhor de posses, o Edgar. Que nada tinha a oferecer de mais digno na ocasião para o moço desventurado faturar algum. Mas, peraí!

- Pedro! Lembrei que a fossa da casa lá de cada tá cheia! Te astreve a disgotar?

- Eu tenho escolha, seu Edgar? Bora justar a impeleita! É tanto!

- Fechado!

Disgotamento marcado pra meia noite do mesmo dia. Pedro foi municiado de enxada, pá e picareta, litro de cana, balde e corda, lamparina grande e querosene. A luz bruxuleante do candeeiro alumiava o ambiente, enquanto o simpático gaguinho "mergulhava" no que fazer lá embaixo. Três da manhã e, porque onde estava não era possível divisar o quanto de "M" havia ainda pra disgotar, o humilde servidor sobe à superfície, pega a lamparina do pavio graúdo aceso e estica o braço com ela fossa a dentro.

Marrapaz! Pense numa explosão grande demais! Pedro Gago grita de dor, cheio de queimaduras. "M" é gás puro. Socorrido pelo povo da casa de seu Edgar, é levado ao hospital. Explica ao médico o ocorrido, e arremata empapocado:

- Ô seu Edgar da bosta explosiva! Eu lá sabia que aquele hômi comia gasolina!

Fonte: O POVO, de 21/01/2022. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

TEREMOS UMA QUARTA ONDA DE COVID-19?

Por Érico Arruda (*)

Últimos dias do ano de 2021, tentava tirar alguns dias de férias, mas a epidemia de influenza, já com suas garras à mostra, me dava certeza que não seria período de descanso. Mensagem de um amigo chega pelas redes sociais: "seu áudio enviado para a família viralizou nos grupos de WhatsApp. Isso não vai lhe prejudicar?".

Respondi que a mensagem era minha opinião sobre o momento epidemiológico na cidade, incentivando meus primos mais próximos a não fazerem confraternizações de fim de ano, exceto com o pequeno núcleo familiar. "Tomara que ajude outros a minimizar seus riscos de infecção, pois o evento dos primos já consegui evitar", complementei.

A terceira onda de Covid-19 tornou-se evidente nos primeiros dias de 2022. Voltei antecipadamente das férias para o trabalho no Hospital São José, dado o grande número de colegas afastados por infecção por influenza ou Covid-19, e para o consultório, constatando o que já se percebia das análises clínicas e epidemiológicas preliminares de outros países: o grande poder de disseminação da nova variante do SARS-CoV-2 (ômicron), que já predomina em Fortaleza, com famílias inteiras infectadas a partir de um único encontro de réveillon; e a menor gravidade da doença, refletindo em menos internações, entre aqueles que receberam pelo menos duas doses de vacina, em comparação às ondas anteriores.

Este é o ponto mais relevante: não fosse o esforço de vacinar a população no ano de 2021, o desespero por ventiladores e leitos de UTI já estaria nas manchetes dos noticiários nacionais e locais. Sem carnaval e com ampliação de vacinação de crianças, que o governo federal e sua política negacionista infelizmente retardou, poderemos alcançar em mais 2 a 3 meses, controle desta terceira onda.

Mas e a quarta onda? Será inevitável, se o mundo não se convencer que enquanto aproximadamente 80% das pessoas do planeta não receberem pelo menos duas doses de vacina, continuaremos programando vários reforços vacinais e contando as ondas de Covid-19 nas letras do alfabeto grego e suas misturas, como a deltacron já descoberta no Chipre.

(*) Médico infectologista. Doutor em Doenças Infecciosas e professor da UECE.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 21/01/2022. Opinião. p.18.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

CONVITE: Homenagem póstuma à Profa. Helena Lima

 


A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPSAC) da Universidade Estadual do Ceará (UECE), ao ensejo do Seminário Introdutório do PPSAC 2022, e o Grupo de Pesquisas de Economia da Saúde da UECE, convidam para a Homenagem Póstuma à Profa. Maria Helena Lima Sousa.

Data: 26 de janeiro de 2022 (quarta-feira), às 16h30.

A solenidade ocorrerá de forma remota/virtual, por meio do aplicativo Google Meet.

Segue o link do google meet para o acesso à solenidade.

https://meet.google.com/jbf-cbua-idx

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Professor do PPSAC-UECE

CONVITE: Lançamento dos livros “Temas de Economia da Saúde V e VI”

A Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPSAC) da Universidade Estadual do Ceará (UECE), ao ensejo do Seminário Introdutório do PPSAC 2022, e o Grupo de Pesquisas de Economia da Saúde da UECE, convidam para o Lançamento dos livros Temas de Economia da Saúde V: contribuição para a gestão do SUS” e Temas de Economia da Saúde VI: contribuição para a gestão do SUS em tempos da Covid-19.

As obras, organizadas por Marcelo Gurgel Carlos da Silva e Maria Helena Lima Sousa, recebem o selo editorial da Editora da UECE.

Data: 26 de janeiro de 2022 (quarta-feira), às 16h.

A solenidade ocorrerá de forma remota/virtual, por meio do aplicativo Google Meet.

Segue o link do google meet para o acesso à solenidade de Lançamento:

https://meet.google.com/jbf-cbua-idx

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Professor do PPSAC-UECE


terça-feira, 25 de janeiro de 2022

SUCESSO É HISTÓRICO: o ITA foi fundado por um cearense

Por Lêda Maria Feitosa Souto (*)

A matéria publicada na segunda-feira, "Jovens cearenses: Caminho foi traçado na década de 1980", divulgando o sucesso dos estudantes do Ceará no exame de admissão para o ITA causa grande repercussão. Localizamos o professor mentor da ideia de entrar no páreo, Chico Sampaio e dele ouviu preciosidades:

Se, por um lado, ao longo de sua história, o cearense tem enfrentado alguns percalços, secas e doenças, que marcaram os séculos XIX e XX; por outro, desde aquela época, tem se destacado com certas ousadias, que alcançaram o Brasil. O que dizer de José de Alencar, uma das mais brilhantes figuras do Romantismo brasileiro? Por acaso não foi Oliveira Paiva um dos pioneiros do Realismo naturalista e Rachel de Queiroz, do Modernismo regionalista?

No campo do empreendedorismo, também temos nos projetado heroicamente. Empresas cearenses ligadas à saúde e à educação, nos últimos tempos, conquistaram espaços, no Brasil, jamais imaginados. Uma coisa é certa: se o nosso solo não é dos mais fecundos, nossas mentes, por uma questão de sobrevivência, se tornaram das mais férteis. Quando, no fim da década de 1980, imaginamos a preparação dos alunos do GEO para os vestibulares do ITA-IME, contávamos com esta vantagem. Afinal, foi o cearense Casimiro Montenegro que fundou o ITA. Então, por que não homenageá-lo da maneira mais pragmática e objetiva? O que sequer sonhávamos é que estávamos plantando uma semente que, graças ao empenho de notáveis colégios de Fortaleza, continuaria dando frutos gerações afora.

(*) Jornalista; colunista de O Povo; membro da Academia Fortalezense de Letras.

Fonte: O Povo, de 19/01/2022. Vida & Arte. p.5.

JOVENS CEARENSES: caminho foi traçado na década de 1980

Por Lêda Maria Feitosa Souto (*)

A aprovação de alunos cearenses no ITA, um dos maiores centros de inteligência do mundo, tem a marca de um projeto idealizado e impulsionado por um professor visionário, inteligente e sonhador: Chico Sampaio. Na década de 1980, ele criou (junto com Artur Bruno, Nazareno de Oliveira, Ênio Silveira, Manoel Veras e Coelho Neto) o Colégio GEO, começando a inovar e fazer benchmarking em São Paulo e no Rio de Janeiro, trazendo para Fortaleza as melhores práticas que desafiavam os alunos a fazer mais do que lhes era pedido e principalmente, melhorar a autoestima. Chico estimulou o grupo a preparar os alunos para as olimpíadas Científicas, Preparatórios para as Escolas Militares (ITA, IME, AFA, EFOMN e Escola Naval). As outras escolas privadas tiveram que correr atrás e se instalou aqui uma concorrência benfazeja para ver quem faria mais e melhor. O fruto destas sementes plantadas são estes resultados que o Brasil inteiro aplaude, como o aumento crescente de aprovação de alunos cearenses, oriundos de três colégios atuantes. Em 1988 foram aprovados 3 alunos. Hoje, são centenas. E os educadores Nazareno, Oto e Tales aqui lembraram a garra de Chico Sampaio, prestando-o homenagem de reconhecimento e gratidão.

POR QUE O CEARÁ É SUCESSO NO ITA?

Nazareno de Oliveira, Master

Existe uma cultura no Ceará em oferecer ensino de qualidade à altura dos sonhos dos alunos cearenses. Movidos por isso, mantenedores, diretores, coordenadores e professores se empenham em sempre manter uma estrutura e um ambiente que propiciem aos alunos o alcance do sonho de ser aprovado no ITA, com professores altamente capacitados, materiais diferenciados e com conteúdos apropriados, equipe técnica dedicada a vestibulares de ponta, ambiente de estudos personalizados e apoio psicológico durante a jornada de preparação para o vestibular.

Oto de Sá Cavalcante, Ari de Sá

Há no Ceará uma conscientização forte no sentido da qualidade do ensino. O esforço e a qualificação dos professores, o investimento em equipamentos, o nível da escola possibilitam a formação do educando e suas vitórias. Anualmente apoiamos, com total dedicação a turma que entra na disputa pelo ITA e outros centros. Escola, professores, alunos trabalham intensamente, e os pais ficam envolvidos. No desejo de alcançar aprovação no ITA, o aluno sabe que, além da formação, do conhecimento científico, tem ao concluir o curso um mercado de trabalho pronto para recebê-lo.

Tales de Sá Cavalcante, Farias Brito

Fortaleza, mais uma vez, brilhou no ITA e no IME. No ranking da nossa capital, o Farias Brito foi o que mais aprovou no ITA, com 35 aprovados, e o que mais aprovou no IME, com 89, no total de 123. Vale ressaltar que o aluno que obteve o primeiro lugar geral do Brasil no ITA foi do Farias Brito: Matheus Marinheiro Spontam. Podemos dizer que o sucesso dos alunos cearenses se deve a fatores como resiliência, dedicação, desejo de superação dos estudantes, o apoio das famílias e o trabalho incansável de professores extremamente experientes nesses que são os vestibulares mais difíceis do País.

(*) Jornalista; colunista de O Povo; membro da Academia Fortalezense de Letras.

Fonte: O Povo, de 17/01/2022. Vida & Arte. p.5.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

O PERIGO DA POLARIZAÇÃO E O RACISMO (Bertolt Brecht)

Meraldo Zisman (*)

Médico-Psicoterapeuta

… É possível que a maioria dos americanos tenha pelo menos uma vaga ideia sobre a queima de livros imposta pelos nazistas; imaginem no Brasil, com o nosso analfabetismo funcional e alguns de nós dispondo da tecnologia que se espalha pelo Mundo, quando os avanços tecnológicos precedem a Cultura…

Todos devem ter muito cuidado com as polarizações (divisão em dois campos antagônicos), tanto os que combatem os preconceitos de toda a ordem, como os que se dizem indiferentes; seja na saúde, na política, até no amor e agora com relação à morte por asfixia de pessoa preta. Por outro lado: “No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de crise.” ― Dante Alighieri.

A revista norte-americana Newsweek publicou em 09/08/2020 artigo noticiando: “Finalmente, depois de 60 dias de protestos Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), passada a meia-noite na cidade de Portland-Oregon, queimaram uma Bíblia e uma bandeira norte-americana”.

Os queimadores do pavilhão dos Estados Unidos e da Bíblia agitavam faixas do movimento do “Black Lives Matter” o que resultou num vídeo que se tornou viral, com mais de 1,8 milhão de visualizações e milhares de retuítes, segundo afirma aquela mesma fonte. É possível que a maioria dos americanos tenha pelo menos uma vaga ideia sobre a queima de livros imposta pelos nazistas; imaginem no Brasil, com o nosso analfabetismo funcional e alguns de nós dispondo da tecnologia que se espalha pelo Mundo, quando os avanços tecnológicos precedem a Cultura.

Como judeu brasileiro eu me recordo das Noites de Cristais (Kristallnacht). Foi um ‘pogrom’ contra os judeus confabulado pela Alemanha Nazista acontecido nas noites de 9 e 10 de novembro de 1938, levado a cabo pelas forças paramilitares de Hitler e por civis alemães. As autoridades alemãs observaram o acontecimento sem, no entanto, intervir…

Enquanto isso, a organização dos direitos dos afrodescendentes norte-americanos afirma que os ataques à vida de negros e palestinos deveriam ser considerados conjuntamente e insistem em misturar de modo preconceituoso a violência policial com a situação no Oriente Médio, que aparece subliminarmente como tendo sido causada pela existência de Israel.

Quando invoco a associação livre da psicanálise, lembro que ela oferece inúmeras vantagens: expõe o analisando à menor dose possível de compulsão, jamais permitindo que perca contato com a situação corrente real.

Ninguém será livre até que todos nós sejamos livres, sobretudo ao se tratar de preconceitos de todos as modalidades. Lembro que as cadelas, tanto do “fascismo” quanto do “comunismo” estão sempre no cio e concluo, como dizia o Bertolt Brecht (1898-1956), dramaturgo alemão e grande pensador que aduzia que sua obra fugia dos interesses da elite dominante, pois visava esclarecer as questões sociais da época. Dizia ele, entre outras denúncias feitas na sua maneira artística de se exprimir:

“Primeiro levaram os negros, mas não me importei com isso. Eu não era negro. Em seguida levaram alguns operários. Mas não me importei com isso; eu também não era operário. Depois prenderam os miseráveis. Mas não me importei com isso, porque eu não sou miserável. Depois agarraram uns desempregados. Mas, como tenho meu emprego, também não me importei. Agora estão me levando. Mas já é tarde. Como eu não me importei com ninguém, ninguém se importa comigo. Ajudar o próximo pode ser uma ótima maneira de se sentir bem consigo mesmo por isso escrevo essas minhas opiniões e associações livres na minha gaiola social. Correndo o risco de ser um pássaro a procura de uma gaiola”. (Bertolt Brecht)

(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE), da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES) e da Academia Recifense de Letras. Consultante Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha).

domingo, 23 de janeiro de 2022

A CAIXINHA DE METAL

Um jovem e uma moça se casaram e, ao se mudarem para a mesma casa, o marido notou que sua mulher carregava uma caixa de metal, que guardou no fundo do seu armário.

Curioso como ele era, a esposa lhe disse para nunca mais olhar para a caixa, não importassem as circunstâncias. Ao longo dos anos, ele via a caixa de metal no armário, mas nunca olhou dentro, respeitando o pedido de sua esposa. Um dia, porém, a mulher teve um derrame e foi levada às pressas para o hospital. O marido foi para casa correndo, pegou a caixa e correu para o hospital onde sua esposa estava mais pra lá do que pra cá.

Chegando lá, ele implorou para que a esposa o deixasse abrir a caixa ao lado dela. "Bem", ela disse, "Acho que agora seria o momento certo".

O marido abriu a caixa, e olhou para dentro, curioso. De um lado, estavam duas bonecas de pano e do outro, para sua surpresa, estava um milhão de reais!

"Querido, antes de nos casarmos, minha mãe me deu essa caixa e disse que sempre que eu me irritasse com você, eu deveria ir para o quarto e fazer uma boneca de pano", disse a esposa.

O marido ficou emocionado e agradecido. Ele não podia acreditar que sua esposa tinha ficado irritada com ele apenas duas vezes na vida!

"Isso é incrível!", disse ele. "Eu fico muito feliz em saber que você só ficou com raiva de mim duas vezes, mas como você conseguiu esse dinheiro todo?!"

"Bem", disse a mulher, "esse é o dinheiro que eu consegui vendendo as outras bonecas!"

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

O VENDEDOR CEGO

Aconteceu no interior dos Estados Unidos. Uma mulher entra numa loja especializada em material de pesca para comprar um conjunto de vara e molinete para o aniversário do neto. Ela não sabe qual escolher. Então apenas pega qualquer uma e vai até o balcão. Um vendedor está parado lá, usando óculos escuros.

Ela disse: "Com licença, moço. Você pode me dizer alguma coisa sobre esta vara com molinete?"

Ele disse: "Madame, eu sou completamente cego, mas se a senhora os deixar cair no balcão, eu posso lhe informar tudo, só de ouvir o som que eles fazem".

Ela não acredita nele, mas deixa vara e molinete caírem no balcão, como ele pediu.

Ele disse: "Essa é uma barra de grafite marca Shakespeare de um metro e oitenta e um carretel Zebco e 40410-LB. Linha de teste. É uma boa combinação e está à venda esta semana por apenas US $ 20,00".

Ela disse: "Isso é incrível! Você pode dizer tudo isso apenas pelo som das coisas caindo no balcão? Eu vou levar!"

Quando ela abre a bolsa, seu cartão de crédito cai no chão. "Oh, isso soa como um Mastercard." Ele observa.

Ela se abaixa para pegá-lo e, acidentalmente, solta um pum. Primeiro, ela fica envergonhada, mas então percebe que não há como o atendente cego dizer que foi ela quem "passou gás". Sendo cego, ele não saberia que ela era a única pessoa por perto.

O homem completa a venda e diz: "Isso custará US $ 34,50, por favor".

A mulher fica totalmente confusa e pergunta: "Você não me disse que a vara e o molinete estavam à venda por US $ 20,00? De onde você tirou US $ 34,50?"

Ele respondeu: "Sim, senhora. A vara e o molinete custam US $ 20,00, mas o apito para atrair patos custa US $ 11,00 e o repelente de ursos custa US $ 3,50."

Ela pagou a conta ...

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sábado, 22 de janeiro de 2022

A MESMA TATUAGEM

Um simpático turista americano e sua esposa, em visita à Jamaica, vai a um restaurante típico e, lá pelas tantas, sente necessidade de ir ao banheiro, e entra no reservado.

Atrás dele entra um homem jamaicano que para ao lado dele e começa a se aliviar.

O turista olha sem querer e percebe que o jamaicano tem uma tatuagem no pênis. Surpreso, ele diz: “Ei! Eu tenho a mesma tatuagem do pênis como você! Começa com um B e termina com um A. ”

O turista mostra sua tatuagem alegremente e diz: "Olha, eu tenho 'Brenda', que é a minha esposa."

O jamaicano ri e responde: "Não, elas não são iguais, a minha diz: 'Bem-vindo à Jamaica, tenha um bom dia'"

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

MORRE O MÉDICO E ESCRITOR PEDRO HENRIQUE SARAIVA LEÃO

 

Pedro Henrique Saraiva Leão no Espaço Cultural de Médico Escritores da Unimed Fortaleza.

Por Marcela Tosi, jornalista

Morreu ontem, 21, o proctologista e escritor cearense Pedro Henrique Saraiva Leão, aos 83 anos. Ele deixa a esposa, Maria das Graças Accioly Leão, e três filhos, Ana Luiza, Paulo e Ignez Carolina. A causa da morte não foi divulgada. Recentemente, Saraiva Leão esteve internado em hospital particular de Fortaleza durante dois meses. Segundo depoimento do próprio médico, divulgado pelo hospital, ele deu entrada às pressas com um quadro de diverticulite. Precisou ser intubado e passar por cirurgia.

Como médico, criou o primeiro clube de ostomizados no Brasil em 1979. Trouxe a ideia e o formato de Londres, onde cumpriu estágio, e o implementou no Ceará. Quando foi presidente da Sociedade Brasileira de Colo-Proctologia (1981-1982), criou a Sociedade Regional Norte-Nordeste de Colo-Proctologia. Foi ainda fundador do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, em São Paulo.

Ao longo de quase 29 anos, Saraiva Leão foi também articulista no jornal O POVO. De 1991 a 2019, manteve sua "jornada de relator mensal em medicina, literatura, e outro temas de interesse geral". Despediu-se dos leitos com o texto Academia Cearense de Medicina II. Médico deixa 11 obras, entre publicações literárias e científicas

O caminho dele como médico, professor e escritor lhe rendeu diversas homenagens ao longo da vida. Em 2003, recebeu a Medalha Barca Pellon, a maior comenda médica do Estado do Ceará. Três anos depois, foi reconhecido com diploma de Notório Saber pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Em 2014, recebeu o diploma de Mérito Ético-Profissional pelo Conselho Regional de Medicina. Em 2018, o título de Professor Emérito da UFC.

Nas redes sociais, a Academia Cearense de Letras, da qual ele foi presidente entre 2009-2012, lamentou sua morte. "Expressamos nossos sentimentos de pesar a todos os familiares e amigos", publicou.

O ambientalista João Saraiva, primo do médico, também fez uma homenagem. "Levou para o céu os brilhantes conhecimentos da medicina, da poesia e da literatura!", escreve em publicação nas redes sociais.

O Instituto Histórico e Geográfico de Sobral também manifestou seu pesar, almejando, em nota, "conforto à família enlutada e à legião de amigos do Dr. Pedro Henrique Saraiva Leão". Afirma ainda que o médico "deixa muitas saudades no cenário científico e cultural cearenses".

Devido à pandemia de Covid-19, não haverá velório. (Marcela Tosi)

Fonte: Marcela Tosi. In: O Povo, de 16/01/22. Farol. p.3.

O POLÍTICO E O LADRÃO

Era uma vez um político e um ladrão que eram amigos. Certo dia, eles entraram numa loja de chocolates.

Enquanto eles estavam ocupados, olhando em volta, o ladrão afanou 3 barras de chocolate.

Ao saírem da loja, o ladrão disse ao político: "Cara, Sou o melhor ladrão do mundo! Furtei 3 barras de chocolate e ninguém notou. Nem você me ganha!"

O político retrucou: "Você quer ver algo melhor? Vamos voltar à loja e eu vou mostrar como é que um mestre rouba."

Então, eles voltaram e o político disse ao atendente: "Você quer ver um bom truque de mágica?"

O atendente: "Mas claro!"

O político diz: "Me dê uma barra de chocolate."

O balconista lhe deu uma barra, e ele a comeu. Ele pediu uma segunda barra, que ele também comeu. E ele pediu uma terceira barra de chocolate, e a comeu, também.

O atendente perguntou: "Mas onde está a mágica?"

E o político respondeu: "Dá uma olhada no bolso do meu amigo, e você vai encontrar os chocolates lá!"

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

PESAR PELO FALECIMENTO DO DR. PEDRO HENRIQUE SARAIVA LEÃO

É com muito pesar que ora exaramos o falecimento do médico Dr. Pedro Henrique Saraiva Leão, ocorrido hoje, dia 21/01/2022, em Fortaleza.

Nascido em Fortaleza-Ceará, em 25 de maio de 1938, filho de Manoel Pio Saraiva Leão, advogado, e de Maria Eunice Saraiva Leão, professora, contava com 83 anos de idade e quase 60 anos de médico, porquanto fora formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) em 1963.

Fez seus estudos primários no Externato Catarina de Labouré e o curso secundário, com os Irmãos Maristas, no Colégio Cearense do Sagrado Coração, ambos na capital cearense.

Bem cedo despontou grande interesse e habilidades para o estudo de idiomas estrangeiros, principalmente o inglês, tendo sido selecionado, junto com um reduzido e seleto grupo de estudantes, na forma de intercâmbio, para conhecer algumas universidades norte-americanas. Obteve, em 1962, o “Michigan Certificate of Proficiency in English”, para ser professor do Instituto Brasil-Estados Unidos (IBEU) em Fortaleza. Posteriormente, durante a sua pós-graduação médica na Europa, aprendeu a falar, fluentemente, o alemão e o francês.

O Dr. Pedro Henrique Saraiva Leão fez, em São Paulo-SP, estágios de pós-graduação em Cirurgia Digestiva e em Colo-Proctologia no Instituto de Estudos e Pesquisas em Gastroenterologia e frequentou o Serviço de Cirurgia Digestiva doo Hospital das Clínicas de São Paulo, sob a orientação do Dr. Henrique Walter Pinotti.

Em 1970, mediante concurso, ingressou no Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da UFC, onde por muitos anos chefiou o Setor de Clínica Colo-Proctológica, tendo se aposentado como Professor Adjunto, e depois guindado à professor emérito.

Em 1972, o Dr. Pedro Henrique foi “Honorary Assistant in Surgery” no Hospital St. Mark’s em Londres, e, em sequência, estagiou na “Deutsche Klinik für Diagnostik”, em Wiesbadenn, na Alemanha.

Por 17 anos, ele foi responsável pela Clínica Proctológica na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza. A partir de 1992 passou a integrar, na condição de Professor Visitante, o corpo docente do Instituto de Pós-Graduação Médica Carlos Chagas do Rio de Janeiro.

Em novembro de 2000, o Dr. Pedro Henrique Saraiva Leão foi aprovado, com louvor, por sua dissertação de Mestrado de Cirurgia na UFC.

Dentre os feitos mais relevantes de suas atividades profissionais, comporta mencionar: Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Secção do Ceará, onde criou a láurea de Professor Honoris Causa; fundador em Fortaleza, em 1975, do primeiro clube de ostomizados do país (Clube de Colostomizados do Brasil); idealizador e fundador da Regional Norte/Nordeste de Colo-Proctologia; membro fundador do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, compndo o corpo editorial de seu órgão oficial, os Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva.

O Dr. Pedro Henrique dirigiu, por várias vezes, o Centro de Estudos do Hospital Geral de Fortaleza e foi Diretor do Centro Médico Cearense. Foi ainda Editor da Revista do HGF e Editor Associado da Revista da Faculdade de Medicina da UFC, tendo também dirigido a Revista Ceará Médico e integrado outras equipes de comunicação de periódicos médicos e literários.

De 1980 até a presente data, o Dr. Pedro Henrique publicou vários artigos, capítulos e livros científicos, relacionados à sua especialidade, como autor principal ou em coautoria.

No âmbito literário, era cronista e ensaísta de apurada escrita, dotado de vasta erudição, e um poeta festejado, exímio em sensibilidade no manejo das palavras. O seu primeiro livro de poesia foi escrito em 1960, sob o título de: “12 poemas em inglês”, sendo considerado uma pérola da moderna literatura cearense. Era imortal da Academia Cearense de Letras, da qual foi inclusive presidente, e membro fundador da Academia Cearense de Médicos Escritores. Presidiu a Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (SOBRAMES), tanto a Nacional como a Regional Ceará (SOBRAMES/CE) dessa sociedade. Foi o criador e editor da Revista Literapia, veículo de larga credibilidade nos meios literários locais.

Em 26/01/2001, ele foi empossado como membro titular da Academia Cearense de Medicina (ACM), ocupando a Cadeira 48, cujo patrono é o Prof. Newton Teófilo Gonçalves, sendo recepcionado na ocasião pelo Acad. Antero Coelho Neto. Exerceu várias funções diretoras da ACM, estando no momento no exercício da presidência.

Como reconhecimento dos seus méritos, foi aquinhoado com o Troféu Sereia de Ouro, o Título de Notório Saber da UFC, o Diploma de Mérito Ético-Profissional do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará e Título de Professor Emérito da UFC.

O inesperado desaparecimento terreno do confrade Pedro Henrique Saraiva Leão enluta a terra alencarina e afeta duramente a Medicina e as Letras do Ceará, comprometendo a cultura em nosso meio, mercê do seu engajamento em tantas entidades e associações de valor para a sociedade e o povo cearenses.

Descansa em paz, caríssimo confrade presidente.

Que Deus o receba em Sua mansão celestial.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro titular da ACM – Cadeira 18

 

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