A
historiografia brasileira pouco se preocupou em preservar os relatos do nosso
império. E depois da Proclamação da República muito do que se tinha preservado
foi jogado fora ou apagado.
Hoje
são poucas a informações que temos sobre esse período. Tentando mudar esse
fato, preparamos uma série de curiosidades sobre Dom Pedro II, o apaixonado
imperador brasileiro.
Aumento
do próprio salário?
O
Imperador esteve no trono brasileiro por 50 anos. Mas nunca aceitou aumento na
sua dotação, isto é, o salário. Quando morreu exilado em 1891, não havia
acumulado riquezas. Ao contrário, deixou dívidas.
Pouco
depois de ser coroado, ainda com 14 anos, tratou de extinguir cargos públicos
que considerava inúteis, como a Guarda Imperial. Ela foi recriada na República
com o nome de Dragões da Independência.
Ainda
existem relatos de que Dom Pedro pagou do próprio bolso estudos de brasileiros
no exterior – que foram estudar arte, medicina e engenharia, com a condição de
retornar ao Brasil e aplicar aqui seus conhecimentos. O imperador brasileiro
também doava recorrentemente parte do salário a obras de caridade e alforria de
escravos.
Certa
vez o imperador enviou uma carta a Câmara Municipal com os seguintes dizeres: “Sua Majestade, faz questão de saber quem pagou as
carruagens que levou a Família Imperial, da estação a Cidade. Se foi pago pela
Câmara, então Sua Majestade faz questão de devolver o dinheiro”.
Seca já
era um problema.
Outro
relato é que ao visitar o Nordeste durante uma seca terrível em 1877, o
imperador prometeu ajudar a região. Entre as medidas sugeridas por uma comissão
criada à época havia a abertura de um canal para levar água do Velho Chico às
áreas castigadas por estiagens e a construção de uma ferrovia para interligar a
região. As obras iniciadas em 1879 foram paralisadas pelo Parlamento em 1881 e
esquecidas com o Golpe Militar de 1889.
Pedro
II vendeu dezenas de joias e obras de arte de seu patrimônio pessoal para
financiar a tal obra. Por se tratar de uma obra faraônica para época, o
dinheiro das joias e obras de arte acabou rapidamente e era preciso capital do
governo para continuação, porém a maioria dos Parlamentares bloqueou o pedido
de D. Pedro II.
Ele era
tão respeitado e admirado mundialmente que durante uma visita aos Estados
Unidos recebeu mais de 8 mil votos válidos para as eleições presidenciais de
1877. Esta foi uma situação muito curiosa, já que Dom Pedro II era Imperador do
Brasil.
D.
Pedro II era um cientista e botânico, tinha um observatório astronômico no topo
de um dos torreões do Paço Imperial de São Cristóvão. Como inventor, criou o
que seria a primeira máquina para ginastica. Seus escritos e teses botânicas
são objeto de estudo até hoje.
Foi um
grande fotógrafo pioneiro e incentivador da fotografia com profissionalização.
Grande
estudioso da astronomia e responsável pelo primeiro centro astronômico do país.
Pedro
II foi a primeira pessoa no mundo a comprar um telefone da companhia de Graham
Bell, e a primeira a ter um telefone instalado em uma residência.
Esteve
no Oriente, atraído por seu grande interesse em Egiptologia, assunto do qual
era profundo conhecedor. Seus escritos sobre o assunto são referência mundial
até hoje.
Durante
seu Reinado, foram construídas as primeiras e únicas ferrovias do Brasil, com
planos de ligar o país do norte ao sul. Atualmente o número de ferrovias
funcionais é menor que em seu governo.
Construção
de Inúmeras Escolas Públicas e Construção do edifício da Santa Casa de
Misericórdia em 1852.
Lançamento
dos primeiros Cabos Submarinos para comunicação telegráfica com regiões do
Brasil, e também com a Europa, em 1874.
A
iluminação a gás e posteriormente a elétrica em todos principais pontos do
País.
Reflorestamento
e Criação do Parque Nacional da Tijuca.
Criação
das primeiras aldeias indígenas com proteção governamental.
Os
Bondes elétricos e os navios a vapor mais modernos da época eram constantemente
introduzidos nas cidades e renovados logo com o surgimento de modelos mais
avançados.
O
Brasil tinha navios mais modernos que a própria Inglaterra em 1870.
Nenhuma
residência imperial possuía escravos. Depois de adulto, D. Pedro II alforriou
todos os escravos de suas propriedades particulares. Os negros que trabalhavam
recebiam salário para tal.
Seu
legado histórico é de um homem culto, tinha temperança como uma de suas
qualidades, era bom chefe de família, bom esposo, popular e admirado pelos
súditos. Tanto é que, seu principal gabinete havia vencido as últimas eleições
com 82% dos votos, a aprovação e popularidade de D. Pedro II eram de 92% junto
ao povo no momento do golpe militar que o derrubou. Por isso as ações de
expulsão foram feitas pela madrugada, para prudência do povo reagir contra os
miliares de Deodoro.
Durante
seu reinado havia total liberdade de imprensa, e talvez nenhum político ou
chefe de estado tenha sido tão caricaturado como ele. Logo após o golpe e
expulsão do monarca, a maioria dos jornais foram fechados e jornalistas foram
exilados na Amazônia.
Era um
homem afável e popular, e quando comparecia a eventos ou caminhava pelas ruas
como um cidadão comum, era costumeiramente aplaudido pelo povo, o que o deixava
vermelho de vergonha por ser uma persona tão avessa a pompas e elogios em
demasia.
Era
corriqueiro vê-lo caminhar normalmente com seu amigo e médico Conde Mota Maia
pelas ruas da Cidade como qualquer senhor de classe média da época.
“Estava eu e mui Mota Maia andando pela a rua ouvidor
quando lembro em comprar um regalo para meu neto mais moço, escolhi o agrado e
fui pagar à senhorita do balcão do estabelecimento comercial, quando lhe
entreguei uma nota de réis ela ruborizou-se olhando para nota onde minha velha
face estava ao centro da impressão, a jovem olhou para mim e desmaiou em
seguida. Mota a examinou e brevemente acordou timidamente, começou a fazer
reverências que eu nunca tinha assistido ou recebido. Depois do susto saímos à
calçada, avistei flores, peguei um ramo vistoso, voltei à loja e entreguei a
simpática senhorita. Hoje foi um dia bom, porém sempre fico reflexivo sobre
tais momentos onde fica claro que meu povo ainda me enxerga como um Rei
Medieval dos contos que lia quando infante, mas vi admiração e um belo sorriso
no rosto belle enfant, foi compensador.”
(Diário
de Pedro II, disponível na Biblioteca Nacional e no Museu Imperial de
Petrópolis).
Fonte: Internet (circulando
por e-mail e i-phones). Sem autoria definida.