quarta-feira, 31 de julho de 2024

Saúde se amplia com gestão conjunta ICC e São Raimundo

Por Lêda Maria Souto Paulino (*)

O ICC completa este ano 80 anos, e a fusão com o São Raimundo gera uma nova diretoria, unindo filhos e pais

O ICC tem o maior parque de radioterapia do Nordeste, mais equipamentos, tratamentos e metas de mais benefícios para a população. Uma nova conquista repercute: ele assumiu a gestão do Hospital São Raimundo, unidade dotada de condições para cirurgias de grande porte, centro cardiológico e oncológico, mais atendimentos nas diversas especialidades para os pacientes de planos de saúde e também aos particulares, em uma área localizada há muitos anos na Aldeota.

Para aqueles acometidos de câncer, agora é possível diminuir as distâncias. Antes só tinham encaminhamento e assistência na unidade do bairro de Porangabussu. Lá tudo permanece funcionando com todos os serviços necessários ao tratamento desses pacientes, destaca o médico Lúcio Alcântara.

Esta associação, a primeira reunindo somente grupos cearenses, já está em pleno funcionamento. O médico e ex-governador Lúcio Alcântara, há 34 anos administrando com sua irmã Lúcia o ICC, entidade voltada ao tratamento de câncer às pessoas necessitadas, lembra que lá existem mais de 100 leitos, equipes de saúde altamente qualificadas e todos os serviços.

O ICC completa este ano 80 anos, e a fusão com o São Raimundo gera uma nova diretoria, unindo filhos e pais. O CEO é Caio Juaçaba, filho do médico Sérgio Juaçaba, presidente; o vice-presidente é Leonardo Alcântara, filho de Lúcio e que passou a ser presidente emérito.

(*) Jornalista de O Povo.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 29/07/24. Vida & Arte. Coluna da Lêda Maria, p.9.

terça-feira, 30 de julho de 2024

A Importância do Julho Verde na Luta Contra o Câncer de Cabeça e Pescoço

Por Bonfim Júnior (*)

A Campanha do Julho Verde é essencial para conscientizar sobre o câncer de cabeça e pescoço, uma das doenças mais letais e negligenciadas. Até 2025, o Brasil terá quase 120 mil novos casos desse problema, exigindo uma resposta eficaz.

Historicamente, essa doença afetava principalmente homens acima dos 50 anos, devido ao tabagismo e ao consumo excessivo de álcool. Porém, os casos estão aumentando entre jovens de 20 a 40 anos e mulheres, ressaltando a urgência de campanhas de conscientização mais abrangentes.

Os sintomas, como rouquidão persistente, nódulos no pescoço, dificuldades para engolir, aftas e manchas brancas na boca, são frequentemente ignorados, retardando o diagnóstico e complicando o tratamento. A detecção precoce é vital para aumentar as chances de cura, mas a população precisa estar informada sobre esses sinais de alerta.

Embora o diagnóstico seja fácil na maioria dos casos e a cura ocorra em mais de 90% dos diagnósticos realizados no estágio I, mais de 60% dos pacientes chegam ao consultório com a doença já em estágio avançado. Isso destaca a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura e melhorar os resultados do tratamento.

Além dos fatores de risco tradicionais, como tabagismo e etilismo, a infecção pelo HPV também é uma causa significativa, especialmente entre os jovens. Isso reforça a importância de práticas sexuais seguras e da vacinação contra o HPV, que deve ser ampliada para meninos e meninas.

A prevenção é a melhor estratégia contra essa doença devastadora. Medidas simples como não fumar, evitando inclusive cigarros eletrônicos e similares, evitar álcool, manter uma alimentação saudável, cuidar da higiene bucal, usar protetor solar na pele e nos lábios, e evitar exposição prolongada ao sol podem reduzir drasticamente o risco de câncer. A vacinação contra o HPV para adolescentes também é essencial, sendo o único fator que realmente protege contra os cânceres causados pelo HPV.

Julho Verde não é apenas um período de conscientização, mas um chamado à ação para toda a sociedade. Governos, profissionais de saúde, instituições educacionais e a população em geral precisam unir esforços para combater esse tipo de câncer. As campanhas de conscientização devem ser intensificadas, alcançando cada vez mais pessoas e promovendo hábitos de vida saudáveis.

A luta contra o câncer de cabeça e pescoço exige um esforço coletivo. Informar, prevenir e tratar são as chaves para reverter as estatísticas e salvar vidas. Neste Julho Verde, que cada um de nós possamos fazer a nossa parte, adotando práticas preventivas e disseminando informação. Somente com um esforço conjunto poderemos vencer essa batalha e garantir um futuro mais saudável para a sociedade.

(*) Cirurgião de Cabeça e Pescoço. Especialista em Cirurgia Robótica no Ceará.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 11/07/24. Opinião. p.20.

segunda-feira, 29 de julho de 2024

DESVELANDO FELICIDADE AOS OITENTA

Por Márcia Alcântara Holanda (*)

Há quarenta anos, conheci minha amiga Rita. Dez anos mais nova que eu, descobrimos estilo de vida e gostos semelhantes desde que nos conhecemos. Nossas conversas vão do último seriado com protagonismo de Nicole Kidman até o que se possa imaginar, sobre tudo no mundo, e nós.

Da última vez, varamos a noite discutindo a vida. Rita me perguntou: "Como é que você está vivendo com as limitações dos 82 anos? Mais quatro doenças crônicas e um câncer recente na língua?" Respondi prontamente: "Feliz, bem feliz!" Rita encarou-me com olhos arregalados de espanto e disse: "Você está mentindo."

"Estou não. Sei que a sociedade ocidental tem sido cruel para com os velhos. Sofremos descasos como se fôssemos objetos maleáveis ao gosto dos mais jovens, instituições e família.

Simone de Beauvoir afirmou no seu livro 'Velhice': 'Para nossa cultura, o velho é o outro,' indefinível, distinto, portanto, um desconhecido nosso."

O que fiz para encontrar felicidade nesse contexto opressor dos velhos foi percorrer a construção da minha identidade e da minha essência. Refleti sobre o ser em si e o ser para si sartriano. Aí palmilhei meu próprio ser até a existência real dos fatos que me formataram, quase sempre gostando, olhando e vendo o outro, e o aceitando. Aí já vislumbrei felicidade.

Da infância ao dia em que, como médica, parei de clinicar, graças aos pontos cruciais de minha corporeidade e existência octogenária que descortinaram minha finitude, quis conhecer mais.

Na infância, vivi a liberdade na casa da minha avó. Na adolescência, havia tensão e opressão. Era ignorante em: sexo, beleza do corpo, cheia de pensamentos vazios. Só obedecia a ordens. A sociedade me escravizou com questões para ter respostas ditadas por ela própria: "Vai ser o que na vida? Já tem namorado? Quando vai noivar? E se casar? Vai ter filhos?" Sucumbi a tudo, sem tempo para pensar. Vivi assim, a idade adulta e a primeira etapa da velhice, sabendo pouco o que eu era e o que queria da vida, muitas vezes sentindo-me bem infeliz.

Então escrutinei a minha vida. Descobri: fiz o que foi necessário ao bem comum: ao meu e ao do outro. Vi a finitude como um clarão brilhante que me fez reconhecer o eu em mim e para mim nesse fim. Ganhei a liberdade radical, desgarrei-me das algemas sociais.

Com essa ciência, comecei a viver experiências libertadoras, que venho conquistando nesse caminho. Essa liberdade ajustou-me fisicamente às limitações: criei minhas regras, fazendo o que quero, do jeito que posso. Instalei-me na tranquilidade, aposentei o futuro, vivo o momento.

Creio que não precisaria da pressão social, nem de nada para que cada um de nós tivéssemos octogenarice rica de paixões, amores mis à família e amigos e a si próprios. É para ser assim.

Rita me olhou, abraçou-me e disse: "Vamos caminhar!"

(*) Médica pneumologista; coordenadora do Pulmocenter; membro honorável da Academia Cearense de Medicina.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 7/07/2024. Opinião. p. 20.


A TRAGÉDIA RIOGRANDENSE E A POLÍTICA

Por Pedro Jorge Ramos Vianna (*)

Em artigo publicado neste prestigioso Jornal, apresentei uma proposta de política monetária para resolver o problema econômico do Rio Grande do Sul. O argumento do porquê de uma política monetária e não de uma política fiscal se consubstancia no fato de a política monetária ser uma política de curto prazo, enquanto os efeitos de uma política fiscal sempre são de médio e longo prazos.

Lembrei, também, que o RS está com sua situação fiscal bastante complicada e que o Governo Federal, em temos de finanças, também não está bem.

Volto ao assunto para mostrar alguns números.

Analisando o que foi estabelecido pela Lei Nº 16.047, de 30/11/2023 (LOA de 2024 do RS), verifica-se que as receitas previstas são de R$ 80,3 bilhões, enquanto as despesas atingiriam R$ 83,0 bilhões. Portanto, o Governo do RS está em situação deficitária.

Por outro lado, examinando as finanças de Porto Alegre, verifiquei que sua LOA para 2024 (Lei Nº 13.775, de 21/12/2023), apresenta previsões de receita e despesa da ordem de R$ 11,7 bilhões.

Teria a Prefeitura capacidade de arcar com todas as despesas de recuperação da cidade?

Examinando as contas ali publicadas, tem-se duas rubricas que dizem respeito diretamente ao problema atual: a "ampliação do sistema de drenagem" e "preservação e conservação ambiental". Para a primeira estava orçado R$ 22,2 milhões, e para a segunda, R$ 28,8 milhões. Em outras palavras ter-se-ia R$51,0 milhões para aplicar nessa área.

Esses recursos seriam suficientes para limpar, sanear, reconstruir o que foi destruído, como ruas, avenidas, viadutos? Tenho minhas dúvidas.

Deve-se, ainda, considerar que os recursos da Prefeitura de Porto Alegre sofrem uma limitação muito grande: 46,27% de seu orçamento é para pagamento de pessoal. Portanto, o grau de manipulação das verbas municipais é limitado.

E o Governo Federal? Qual o seu "poder de fogo"? Na atualidade o grande problema é a situação fiscal, a diminuição dos gastos para "zerar" o orçamento. Portanto, este não tem quase ou nenhum tal "poder".

O que ele tem feito? Naturalmente o apoio dos entes do governo federal como Forças Armadas e polícias federais, tem sido essencial, importantíssimo até. Mas em termos de apoio econômico tem sido medíocre: Veja-se que ele adotou as seguintes medidas: a) congelar a dívida do Estado para com a União por três anos; b) oferecer algo em torno de R$ 6.000,00 para cada família que perdeu sua casa. Estas medidas são, na realidade, quase inócuas. Pagar a dívida agora é impossível para o RS e R$ 6.000,00 para reconstruir uma residência, é até uma zombaria. O Governo do Ceará está oferecendo R$ 20.000,00 (para a entrada) para sua população carente que não tem casa própria.

(*) Economista e professor titular aposentado da UFC,

Fonte: O Povo, de 30/06/24. Opinião. p.20.

domingo, 28 de julho de 2024

HEMATOLOGISTAS TITULARES DA ACM III: Sílvia Magalhães

Sílvia Maria Meira Magalhães nasceu em Fortaleza -CE, em 28 de junho de 1958.

Foi aprovada em 1977 no vestibular para o curso de Medicina da UFC, graduando-se médica em 1983.

Fez Residência Médica em Clínica Médica no Hospital Universitário Walter Cantídio da UFC em 1984 e 1985 e o Curso de Especialização em Hematologia e Hemoterapia da UFC, concluindo em 1986.

Em 1989, foi aprovada no concurso de professor da Faculdade de Medicina da UFC para lecionar nas disciplinas de Semiologia e Hematologia.

Admitida no Mestrado de Clínica Médica da UFC em 1995, obteve o título de mestre em 1997. Em 1998, matriculou-se no Doutorado em Clínica Médica, na área de Hematologia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) obtendo o diploma de doutora em 2001.

Em, 2011, alcançou o topo da carreira universitária, ao conquistar, mediante concurso público, o cargo de professora titular de Hematologia da Faculdade de Medicina da UFC. Atualmente, é professora do quadro de docentes permanentes do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da UFC.

A Acada. Sílvia Maria Meira Magalhães foi empossada Membro Titular da ACM, em 28/04/2023, na Cadeira 32, patroneada por João Capistrano Mota, ocupada anteriormente pela Acada. Glaura Férrer Martins, que recentemente foi guindada ao estado funcional de membro honorável.

Cons. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro Titular da cadeira 18 da ACM

*Publicado In: Jornal do médico digital, 4(51): 33-36, julho de 2024. (Revista Médica Independente do Ceará).

Postado no Blog do Marcelo Gurgel em 3/03/24.


HEMATOLOGISTAS TITULARES DA ACM II: Fernando Barroso

Fernando Barroso Duarte nasceu em Fortaleza-CE em 23 de setembro de 1964.

Iniciou o curso médico na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) em 1985, vindo a concluí-lo em dezembro de 1990.

Realizou a Residência Médica no Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira, em Clínica Médica (1991-1992), e em Hematologia (1993-1994).

Como médico da UFC, lotado no Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), concentrou suas atividades profissionais, tendo concorrido com o seu labor e dedicação, para impulsionar as ações do Serviço de Hematologia.

Iniciou, em 2007, um projeto para implantação de um centro de Transplante de Medula Óssea (TMO) no HUWC, conseguindo realizar, em setembro de 2008, o primeiro TMO autólogo.

Cursou o doutorado em Cirurgia na UFC, no período 2014-2016. Complementou a sua formação acadêmica com o pós-doutorado realizado no Fred Hutchinson Câncer Research Center / Seattle Cancer Care Alliance (EUA) em 2017.

Começou a sua atividade docente como professor do Curso de Medicina do Centro Universitário Christus (Unichristus) em 2016. Em 2019, após aprovação em concurso público, foi nomeado professor adjunto da UFC, lotado no Departamento de Cirurgia, e designado professor colaborador da Pós-Graduação em Ciências Médico-Cirúrgicas.

O Acad. Fernando Barroso Duarte é Membro Titular da ACM, empossado em 23/09/2022, ocupando a Cadeira 38, patroneada por Álvaro Otacílo Nogueira Fernandes.

Cons. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro Titular da cadeira 18 da ACM

*Publicado In: Jornal do médico digital, 4(51): 33-36, julho de 2024. (Revista Médica Independente do Ceará).

Postado no Blog do Marcelo Gurgel em 27/07/24.


sábado, 27 de julho de 2024

HEMATOLOGISTAS TITULARES DA ACM I: Maria Helena Pitombeira

 

Maria Helena da Silva Pitombeira nasceu em Russas-CE em 24 de agosto de 1937.

Ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (FM-UFC) em 1958, na qual concluiu o curso médico em 1963.

Realizou Curso de Especialização e Aperfeiçoamento em Hematologia no Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo. Cumpriu doutorado no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo e Pós-Doutorado, no Hôpital Saint-Louis, de Paris, em 1977.

Foi hematologista do quadro permanente da UFC, lotada no Hospital Universitário Walter Cantídio, e professora assistente, por concurso público, do Departamento de Medicina Clínica da Faculdade de Medicina da UFC, sendo promovida a professora adjunta em 1973, e a professora titular de Clínica Médica, por concurso público, em 1980.

Implantou o Curso de Mestrado em Clínica Médica do Departamento de Medicina Clínica e o coordenou em 1994 e 1995. Coordenou, ainda, o Curso de Especialização em Hematologia e Hemoterapia do Departamento de Medicina Clínica da UFC.

Na administração universitária da UFC, exerceu os seguintes encargos: chefia do Departamento de Medicina Clínica do Centro de Ciências da Saúde, Pró-Reitora de Graduação, Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação e Vice-Reitora.

Após a aposentadoria funcional, coroada por sólida produção científica e relevantes serviços técnicos prestados, recebeu o título de Professora Emérita da UFC, em 2012.

Em 14 de maio de 1999 foi empossada como Membro Titular da ACM, passando a ocupar a Cadeira 41, que tem como Patrono o Dr. Adalberto Studart Filho. Recentemente, em dezembro de 2023 tomou posse como Membro Honorária Nacional da ANM.

Cons. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro Titular da cadeira 18 da ACM

*Publicado In: Jornal do médico digital, 4(51): 33-36, julho de 2024. (Revista Médica Independente do Ceará).


HEMATOLOGISTAS TITULARES DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA


Acad. Murilo Martins

A Academia Cearense de Medicina (ACM) foi montada seguindo o modelo da veterana Academia Nacional de Medicina (ANM), anteriormente denominada Academia Imperial de Medicina.

Para fins admissionais, mirando-se na sua coirmã nacional, os acadêmicos são alocados, conforme a prevalência de seus campos de atuação, em três grupos: Medicina (Clínica), Cirurgia e Ciência Aplicada à Medicina.

Das especialidades Clínicas, a Hematologia sempre se fez presente, pois o Acad. José Murilo de Carvalho Martins, pioneiro dessa especialidade no Ceará e principal responsável pela formação dos nossos hematologistas, foi um dos 26 Membros Titulares (MT) Fundadores da ACM.

O Prof. Dr. Murilo Martins, para gáudio de tantos concidadãos, é o único sobrevivente do quadro original dos fundadores da ACM, tendo passado para o estado funcional de membro fundador honorável em 23/09/2022, liberando a vaga na Cadeira 26, que foi preenchida pelo Acad. Paulo Roberto Arruda Tavares em 14/10/2022. Consoante dispositivos estatutários, ao Acad. José Murilo de Carvalho Martins está reservada a condição de Patrono da Cadeira 70, quando a mesma for instalada.

A Hematologia atualmente participa da arcádia médica cearense com três MT. São eles, a perfilar, sinteticamente, por ordem de posse na ACM: Maria Helena da Silva Pitombeira, Fernando Barroso Duarte e Sílvia Maria Meira Magalhães.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro Titular da cadeira 18 da ACM

*Publicado In: Jornal do médico digital, 4(51): 33-36, julho de 2024. (Revista Médica Independente do Ceará).

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Julho/2024


A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida a todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de julho/2024, que será realizada HOJE (27/07/2024), às 19h, na Igreja de N. Sra. das Graças, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.

CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!

MUITO OBRIGADO!

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Sociedade Médica São Lucas

sexta-feira, 26 de julho de 2024

NOTA DE PESAR POR Dr. AMAURY TEÓFILO BRASIL

Por Paulo Gurgel Carlos da Silva (*)

Faleceu, aos 95 anos, o médico Dr. Amaury Teófilo Brasil (foto). O óbito se deu no domingo, 21, às 5 horas, no Hospital Oto Meireles, tendo sido o seu corpo velado na funerária AEthernus e sepultado no cemitério Parque da Paz.

Amaury era natural de Redenção-CE, residiu por algum tempo em Quixadá e formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Pernambuco.

Vindo morar em Fortaleza, passou a trabalhar como tisiopneumologista do Sanatório de Messejana e do Sanatório de Maracanaú.

No Sanatório de Messejana (atual Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes), onde o conheci no ano de 1977, foi chefe da Seção de Documentação Científica e da Seção de Pacientes Externos. Foi também um dos fundadores do Centro de Estudos Prof. Manuel de Abreu (nome que ele inclusive sugeriu para o referido Centro).

Deixa a esposa Eliana, três filhos e quatro netos, aos quais manifesto meus sentimentos.
Descanse em paz meu estimado amigo.

(*) Médico pneumologista, escritor e blogueiro.

Postado por Paulo Gurgel no Blog Linha do Tempo em 25/07/2024.

https://gurgel-carlos.blogspot.com/2024/07/nota-de-pesar-por-amaury-teofilo-brasil.html

Nota do Editor do Blog:

A missa de Sétimo Dia em sufrágio da alma do Dr. Amaury Teófilo Brasil acontecerá hoje à noite (26/07/2024), às 19 horas, na Capela do Colégio Santo Inácio, localizado à Av. Desembargador Moreira, 2.355, no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza-CE.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva


FOLCLORE POLÍTICO CXL: Porandubas 809

Abro a coluna com o desembargador Deoclides Mourão.

Não sei por onde começar

Século passado. O desembargador Deoclides Mourão, tio do poeta Gerardo Mello Mourão, fez acordo com Urbano Santos para governador do Maranhão. Eleito, Urbano não cumpriu nada. Deoclides Mourão mandou-lhe uma carta:

- Senhor governador, diz o povo que o homem se pega pela palavra, o boi pelo chifre e a vaca pelo rabo. Supondo não ter V. Exa. nenhum desses acessórios, não sei por onde começar.

Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

https://www.migalhas.com.br/coluna/porandubas-politicas/388556/porandubas-n-809

quinta-feira, 25 de julho de 2024

SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA: 80 anos de bons serviços à infância no Ceará

Nos anos quarenta do século passado o Ceará se deparava com sérios e crônicos problemas da saúde de suas crianças. Segundo trabalho publicado por Hyder Correia Lima e Joaquim Eduardo de Alencar, em Fortaleza, entre 1933 e 1952, as taxas de mortalidade infantil alcançavam valores exorbitantes, de tal sorte que uma em cada três crianças nascidas vivas não completava o seu primeiro aniversário.

É nesse degradante cenário da Saúde Pública, que os pediatras cearenses Drs. José Fernandes e Carlos Ribeiro Pamplona, engajados no firme propósito de enfrentar a excruciante mortalidade infantil e de proporcionar melhores condições de vida às crianças cearenses, instituíram a SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA – SOCEP, fundada em 15 de junho de 1944, na vigência da II Grande Guerra, quando o Brasil afiançara a sua participação junto às Tropas Aliadas contra os países do eixo Berlim-Roma-Tóquio.

Os jornais locais que circulavam na capital cearense: o Unitário, o Correio do Ceará, o Estado e o Povo, anunciaram em suas páginas, editadas em junho de 1944, com merecido destaque, a alvissareira notícia da criação da SOCEP, que aconteceria em reunião a ter lugar na sede do Centro Médico Cearense.

A primeira diretoria da SOCEP teve a seguinte composição: José Fernandes (presidente), Aloysio Soriano Aderaldo (vice-presidente), Otávio Pontes (primeiro secretário), Carlos Ribeiro Pamplona (segundo secretário), Pedro de Morais Borges (tesoureiro) e Aracy Aguiar (bibliotecária).

Após a diretoria liderada pelo Dr. José Fernandes (1944-46), o Dr. Carlos Ribeiro Pamplona assumiu a segunda diretoria, sendo o seu mandato alvo de sucessivas reconduções, tendo permanecido à frente da SOCEP, de 1947 a 1956, o que lhe confere o papel de fundador e de consolidador da novel entidade médica.

A SOCEP, que em 2024 completa os seus oitenta anos de funcionamento ininterrupto, é uma das mais longevas instituições societárias médicas do solo alencarino; são poucas as instituições aqui, ainda existentes, que a precederam em tempo de instalação, como o Centro Médico Cearense (a atual Associação Médica Cearense), fundado em 1913, a Sociedade Médica São Lucas e o Sindicato dos Médicos do Ceará, criados, respectivamente, em 1937 e 1941.

Desde o seu nascedouro, e ao longo de sua história, a SOCEP esteve irmanada com o poder público em pugnar pelas políticas públicas em prol da infância. Isso se fez e segue em curso, tanto institucionalmente como por meio de seu quadro de dirigentes e de associados, com vários deles guindados à condição de gestores da pasta da saúde estadual e de alguns dos maiores municípios do Ceará, bem como por meio de gerentes de programas específicos e de equipamentos nosocomiais voltados à saúde infantil; a Dra. Anamaria Cavalcante e Silva, que presidiu a SOCEP em três profícuas gestões, exemplifica a contento a interação da entidade maior dos pediatras cearenses e as autoridades sanitárias, logrando benfazejos e duradouros resultados sociais.

Uma prova inconteste dessa parceria pode ser visualizada na participação da SOCEP em várias iniciativas públicas relevantes, a exemplo do Programa Viva a Criança, do acompanhamento das PESMIC, que comprovaram a drástica redução da mortalidade infantil, da vinda do escritório local do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), da qualificação do Hospital Infantil Albert Sabin, como centro de excelência e de referência em saúde infantil; de não menor importância foi a contribuição que a SOCEP ofereceu ao Governo do Ceará em sua visionária e revolucionária institucionalização dos agentes comunitários de saúde.

Coube a SOCEP a realização de três grandes congressos brasileiros de pediatria (1985, 2000 e 2017). O congresso de 1985, presidido pela Dra. Anamaria Cavalcante e Silva, exitoso em seus múltiplos aspectos, foi superavitário, ensejando a captação de numerários suficientes para dotar a SOCEP de uma vistosa e funcional sede própria que se presta para suas reuniões administrativas e ainda para a educação continuada dos pediatras, associados ou não.

Recentemente, o Dr. João Borges, especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia pela Sociedade Brasileira de Pediatria, especialista em Serviço de Saúde/Gestão Hospitalar pela Universidade Estadual de Campinas, sócio fundador e ex-presidente da Cooperativa dos Pediatras do Ceará, assumiu, pela terceira vez. a presidência da SOCEP, com mandato para o período 2024-2027.

Por suas proficientes gestões anteriores à frente dessa entidade, e consubstanciado na experiência que granjeou como presidente da Unimed Fortaleza, tem-se a garantia de que o Dr. João Borges marcará os 80 anos de criação da SOCEP, fazendo jus a lembrança do acendrado espírito público que norteou os fundadores dessa pujante sociedade médica especializada, os Drs. José Fernandes e Carlos Ribeiro Pamplona.

Cons. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Academia Cearense de Medicina (Cad. 18)

*Publicado In: Jornal do médico digital, 4(51): 17-19, julho de 2024. (Revista Médica Independente do Ceará).


A tributação e os efeitos positivos na educação e saúde

Por Alexandre Sobreira Cialdini (*)

Tive a honra e privilégio de ser aluno do professor Richard Miller Bird. Coincidência (ou não), há 25 anos concluía uma especialização na Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal), em Santiago do Chile, onde esta oportunidade me propiciou absorver os ensinamentos do professor Bird na disciplina de federalismo fiscal comparado. Bird tinha uma capacidade apurada de combinar, a teoria econômica geral, com as realidades institucionais e a política, e um talento para abordagens inovadoras - e por vezes não convencionais. Além disso, era um sujeito simples, que fazia engradecer os alunos.

Uma das relevantes pesquisas de Bird correlacionava os efeitos da tributação às influências positivas na qualidade dos gastos e das políticas públicas. O professor Bird enfatizava que os fatores institucionais levam a "um maior enfoque na responsabilização e na capacidade". Assim, o grande ensinamento era de que "os impostos só funcionam se você puder induzi-los e controlá-los, em sua qualidade e retorno".

Nesse contexto, os Governos do Estado do Ceará nessa trajetória de mais de 30 anos fizeram um dever de casa sobre a influência de Richard Bird, ao conceberem um modelo de transferência de receita, em que a cota-parte do ICMS, que é compartilhada com os municípios, induziu a melhoria na qualidade e no retorno da educação pública do ensino infantil, tornando o Estado do Ceará o maior, em índice de alfabetização infantil, em 2023, atingindo um patamar de 85%, de acordo com levantamento divulgado pelo Ministério da Educação (Mec).

O Indicador Criança Alfabetizada de 2023 mede quantos estudantes do segundo ano do ensino fundamental sabem ler e escrever devidamente, o que é considerado a idade ideal para o aprendizado. O repasse municipal do ICMS no Ceará traz essa virtude de estimular os municípios na busca destes indicadores de qualidade. Afora o VAF (Valor Adicionado Fiscal), que mede a atividade econômica nos municípios, os critérios próprios adotados pelo Estado estão baseados no alcance de resultados em áreas consideradas estratégicas, como: Educação, Saúde e Meio Ambiente.

Com a Emenda Constitucional nº 108/2020, essa divisão relativa aos 25% foi alterada. Assim, cada Estado define a aplicação. A partir da nova legislação, a divisão no Ceará ficou: 1) 65% relacionado ao VAF; 2) 18% índice de qualidade educacional do município; 3) 15% pelo índice municipal de qualidade da saúde (IQS); e 4) 2% pelo índice municipal de qualidade do meio ambiente. Esta mudança abre um espaço para que o Governo do Estado e seus municípios, de forma cooperada, possam caminhar na direção da melhoria da qualidade de saúde da população, como tem sido o caminho percorrido no ensino infantil, ou seja, alinhamento com a execução da política estadual de saúde.

Os resultados do IQS passam a decorrer da combinação da ação individual do próprio município e, agora, do desempenho coletivo da macrorregional de saúde em que se encontra, considerando a redução da mortalidade infantil (35%); AVC/ infarto (55%) e acidentes de motos (10%). As macrorregiões são avaliadas de acordo o desempenho nos mesmos indicadores e com a mesma forma de cálculo aplicada aos municípios e o resultado regional é "rateado" entre os municípios que a integram, conforme contribuição individual.

O professor Bird desencarnou em 2021, mas este grande "pássaro" do federalismo fiscal com certeza deve estar feliz em saber que o Ceará trilha caminhos na relação positiva entre tributação e os resultados do gasto público.

(*) Mestre em Economia e doutor em Administração Pública e Secretário de Finanças e Planejamento do Eusébio-Ceará.

Fonte: O Povo, de 27/06/24. Opinião. p.19.

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Cidades Inteligentes e desenvolvimento local

Por Lauro Chaves Neto (*)

O conceito de Cidades Inteligentes foca na inovação, com o uso de soluções e sistemas interconectados de gestão. Cidades inteligentes usam a tecnologia em serviços, plataformas de comunicação e informação para planejar espaços, detectar problemas e solucioná-los com agilidade.

Esse será o grande diferencial competitivo dos territórios. Sensores podem monitorar o trânsito, coleta de lixo, fornecimento de água e energia, entre outros. Toda essa inteligência será suportada por uma infraestrutura de cabos, fibra ótica, internet e rede de celulares.

O "desenvolvimento local" é o que ocorre em algum território delimitado intencionalmente, sendo, portanto, todo desenvolvimento "Local", em alguma escala. Assim, o "local" pode ser identificado como aquele território específico.

Cada vez mais o futuro da humanidade está nas cidades, no espaço urbano. A política e a democracia tiveram origem na convivência nesses territórios. É aí que se localizam os centros de decisão político e econômico, a própria geração de riquezas.

Isso só tem crescido à medida que os serviços e a tecnologia aumentam suas participações no PIB.

Mais que concentrar as pessoas, elas as centralizam. Atualmente, segundo a ONU, 55% da população mundial é urbana e tende a chegar a 70% em 2050, no Brasil, mais de 80% dos seus habitantes vivem nas cidades.

As cidades inteligentes potencializam a participação cidadã, a democratização do poder e das decisões, criando mecanismos para a sociedade civil passar a pensar tanto nas soluções das questões presentes, como na construção do futuro com melhor qualidade de vida, menos desigualdade e mais desenvolvimento.

Cada vez mais cidades planejam o seu desenvolvimento com metas de longo prazo, usando o Estatuto das Cidades e tendo figuras de planejamento como o Masterplan, o Plano Diretor e o Plano Plurianual.

Os espaços de moradia, trabalho, educação, saúde, lazer e cultura, entre outros, terão que interagir e evoluir a fim de melhorar a qualidade de vida da população e a sua relação com o meio ambiente, além de promover a inclusão social e a governança democrática.

(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.

Fonte: O Povo, de 24/06/24. Opinião. p.22.

É NOSSO

Por Tales de Sá Cavalcante (*)

Araújo era bom de caneta e bom de bola. Naquele tempo dava show nos estudos e nas "peladas" que hoje, por serem raras, tornaram raros os títulos do nosso futebol. Se os outros estados seguirem o Ceará também nas Areninhas criadas por Roberto Cláudio, poderemos voltar a ser os campeões do planeta. E agora ainda temos a vantagem da parceria entre prefeitura e Uece, em prol de "mens sana in corpore sano".

Araújo igualmente brilhava em cidadania. Numa discussão sobre a posse de vaga para estacionar, observou que o outro carro era oficial e disse: "Hoje não é dia útil e você está irregular, em automóvel oficial, que é meu. Eu e os demais brasileiros somos os donos do veículo por você dirigido". Em nosso país, muitos encaram o bem público como de ninguém, mas é dos brasileiros. É nosso. Devemos, portanto, nos mobilizar e evitar aprovações de normas como as Leis de números 9.504/1997 e 13.487/2017. Esses preceitos garantem aos partidos políticos vultosas quantias, algumas vezes desviadas a outro fim.

O Fundo Eleitoral para a eleição de outubro de 2024 será de R$ 4,96 bilhões. E o partido com a maior quantia terá R$ 886,8 milhões. Segundo o que foi divulgado, é provável que tenha acontecido agora um dos exemplos negativos no caso de Eurípedes, não o famoso dramaturgo grego, mas o político acusado pela Polícia Federal, em companhia de mãe, esposa, duas filhas, um irmão e um primo. Suas ações estiveram em atuais páginas de jornais, mas, se levadas ao século V antes de Cristo, nunca estariam numa tragédia do Eurípedes, poeta grego.

Foi noticiado que a Polícia Federal, além de apreender um helicóptero supostamente comprado pelo seu partido com dinheiro do Fundo Partidário, cumpriu 45 mandados de busca e apreensão, sequestro de 32 imóveis, outros bens materiais e bloqueou R$ 36 milhões dos investigados. Qual a provável origem desse enorme patrimônio? Se comprovada a acusação policial, os bens foram comprados com dinheiro público, do Araújo e dos outros brasileiros, nosso. E como evitar desperdícios dessa natureza? Basta votar bem. 6 de outubro vem aí.

(*) Reitor do FB UNI e Dir. Superintendente da Org. Educ. Farias Brito. Presidente da Academia Cearense de Letras.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 27/06/24. Opinião, p.18.

terça-feira, 23 de julho de 2024

CEARÁ TEM ESCASSEZ DE PROFISSIONAIS PARA FAZER DIAGNÓSTICO DE AUTISMO

Por Lara Vieira, jornalista de O Povo, Editoria de Cidades.

Audiência discutiu propostas para melhorar os serviços oferecidos pelo SUS voltados a crianças diagnosticadas ou com suspeita de Transtorno do Espectro Autista (TEA)

O Ceará tem escassez de profissionais capacitados para realizar diagnósticos precoces de Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Estado. Para minimizar a questão, propostas de melhorias para os serviços e políticas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) às pessoas com TEA serão encaminhadas aos órgãos e secretarias responsáveis pelas áreas de saúde e educação, municipais e estaduais.

O encaminhamento foi tirado da audiência pública sobre o déficit de atendimento especializado para crianças com TEA no Ceará, realizada pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), na manhã dessa segunda-feira, 22, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), no bairro Cambeba, Fortaleza. Participaram da audiência promotores de Justiça, representantes das Secretarias da Saúde de Fortaleza (SMS) e do Estado (Sesa), além de membros da sociedade civil.

A audiência foi aberta com palestra de Alexandre de Aquino, supervisor do serviço de psiquiatria da infância e adolescência do Hospital de Saúde Mental de Messejana (Professor Frota Pinto). Conforme o especialista, dados indicam que a prevalência de autismo está crescendo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a estimativa é que 2,8% da população infantil seja diagnosticada com autismo.

Trazendo essa estimativa para Fortaleza, isso sugere que teríamos aproximadamente 24 mil crianças e adolescentes com autismo. Se cada um recebesse apenas um atendimento por ano, a rede de saúde precisaria atender 2 mil crianças por mês. Estamos falando de um contingente imenso de pessoas. Precisamos de muitos profissionais e uma rede ampla e bem preparada para atender a essas demandas”, ressaltou o especialista.

Conforme comentou o promotor de Justiça, Eneas Romero, que presidiu a audiência, o grande desafio do Estado é a baixa cobertura de atendimentos, que precisa ser discutida em termos de política pública, tanto pela Secretaria da Saúde do Estado quanto pelo município de Fortaleza. “Isso pode representar um atraso no acompanhamento e desenvolvimento do paciente, além da angústia de não saber exatamente qual a situação dele”, ressaltou Eneas Romero.

Luciana Passos Aragão, coordenadora das Rede de Atenção Primária e Psicossocial de Fortaleza, também ressaltou que uma das problemáticas observadas no município são os possíveis diagnósticos de TEA imprecisos. “Temos reavaliado crianças que foram mal diagnosticadas. Temos que trabalhar com os profissionais dos postos de saúde para realizar uma vigilância e encaminhar rapidamente essas crianças para reabilitação”, comenta.

Como conseguir atendimento especializado em TEA

Para conseguir tratamento especializado em TEA, o primeiro passo é procurar uma Unidade Básica de Saúde. Após isso, a criança ou adolescente será direcionado a um centro especializado. Em Fortaleza, conforme apresentou a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), no momento há 13 unidades, entre iniciativas estaduais e municipais, voltadas a atendimentos iniciais:

Núcleo de Tratamento e Estimulação Precoce (Nutep): 4 vagas

Hospital Infantil Filantrópico (SOPAI): 20 vagas

UAPS Maria de Loures: 90 vagas

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) Fortaleza: 21 vagas

Casa da Esperança: 15 vagas

Centro de Atendimento Educacional Pestalozzi de Fortaleza: 2 vagas

Centro de Integração Psicossocial do Ceará: 8 vagas

Instituto Moreira de Sousa: 23 vagas

CIAR: 8 vagas

Policlínica Dr. João Pompeu Lopes Randal: 24 vagas

Policlínica Dr. Luiz Carlos Fontenele: 16 vagas

Policlínica Lusmar Veras Rodrigues: 12 vagas

Espaço Seres: 10 vagas

Em todo o Ceará, são 13 os Centros Especializados em Reabilitação (CER) que também fornecem acompanhamento especializado para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Eles estão situados em Caucaia, Fortaleza (3), Maracanaú, Eusébio, Pacajus, Russas, Iguatu, Barbalha, Crato e Sobral (2).

Com grande parte do Estado sem a cobertura dos CER, a coordenadora das Redes de Atenção à Saúde da Sesa, Rianna Nobre, declarou que a Sesa está planejando implantar 14 novos serviços de referência para pessoas com deficiência. “Estamos em fase de seleção de locais e preparação de infraestrutura”, disse.

Durante a Audiência Pública, o Promotor de Justiça Eneas Romero também cobrou que a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) apresente, em próxima audiência, dados sobre os quantitativos de pessoas diagnosticadas com autismo no Ceará, tanto crianças e adolescentes, como adultos. O quantitativo é importante para embasar políticas públicas voltadas ao grupo.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 23/07/2024. Cidades. p.17.


AMIGOS, AMIGOS, NEGÓCIOS À PARTE

Por Heitor Férrer (*)

Muitos lembram, outros nem tanto, por conta dos idos dos anos, que tivemos um presidente da República, "salvador da pátria", "caçador de marajá" que resolveu, numa canetada, confiscar a poupança do povo brasileiro a "bem da economia". Assim fez o famigerado Collor de Melo em 1990, sem qualquer resistência do Congresso. Foi um golpe sem precedentes na história do Brasil, na economia popular. Trauma profundo e inesquecível e, como não poderia deixar de ser, redundou num tremendo fracasso.

Economia não se dá bem com canetadas, não se submete a decretos.

Vejo agora esses perrengues entre o presidente Lula e o presidente do Banco Central, autônomo por garantia legal, não podendo o seu dirigente ser demitido por contrariar o presidente da República. Não podemos tirar a razão do presidente Lula em querer a taxa de juros mais baixa, por estimular investimentos, alavancar a economia, gerar mais empregos; nem podemos tirar a razão do presidente do Banco Central, que, se baixar os juros, corre o risco de estimular a inflação.

Estaria Campos Neto, indicado por Bolsonaro, a serviço do bolsonarismo para dificultar o bom desempenho do governo Lula? Vamos aos números. Nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, os juros atingiram níveis baixíssimos, chegando a 2% em 2020. Já em 2021, com o fantasma da inflação, a taxa Selic começou a subir, chegando a 13% em 2022 e atingindo 13,75% no final do governo Bolsonaro, bem acima dos atuais 10,50.

Portanto, o afilhado de Bolsonaro não segurou a taxa de juros nem no seu governo, adotando critérios técnicos para aumentá-la e ainda mantê-la elevada, infelizmente necessário para o controle da inflação, muito boa para banqueiros e especuladores, porém impeditiva para investimentos como defende Lula. É o famoso remédio amargo. Não fosse o Banco Central autônomo, o presidente teria demitido seu titular e colocado um outro nome para, quem sabe, atender sua vontade, o que no momento, não seria bom para a economia, por ser um artificio e não um resultado do mercado.

Como dinheiro emprestado -amigos, amigos, negócios à parte- assim deva ser a atuação do Banco Central, essencialmente técnica, mesmo contrariando as boas intenções do governo. No caso concreto, inimigos, inimigos, negócios ainda mais à parte.

(*) Médico e ex-Deputado estadual (Solidariedade).

Fonte: Publicado In: O Povo, de 29/06/2024. Opinião. p.21.


segunda-feira, 22 de julho de 2024

CÉSAR FORTI (1945 - 2024)

Por Paulo Gurgel Carlos da Silva (*)

César Augusto de Lima e Forti nasceu em 28 de abril de 1945, na cidade de São Paulo-SP.

Formado em medicina no ano de 1971 pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), especializou-se em medicina nuclear pela Faculdade do Rio de Janeiro, em 1973, e fez mestrado em Farmacologia pela UFC, em 1985.

Médico do Ministério da Saúde, ocupou o cargo de chefe do Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC). Foi também Subsecretário da Saúde do Estado do Ceará, Diretor Médico e Diretor Geral do HUWC e Diretor do Hospital Municipal de Maracanaú.

Fonte: A história dos Secretários da Saúde do Estado do Ceará (arquivo PDF).

Vitimado pelo câncer, César Forti faleceu na noite de 21 de julho de 2024.

Meus sentimentos à família do meu estimado amigo e colega Dr. César Forti.

Postado por Paulo Gurgel no Blog Linha do Tempo em 22/07/2024.

https://gurgel-carlos.blogspot.com/2024/07/cesar-forti-1945-2024.html

 

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