A melhor matéria do dia sobre o
Coronavirus veio, para não variar, de Rodrigo da Silva, em uma das melhores threads de twitter
que eu já li. Ao contrário de grande parte do jornalismo brasileiro que prefere
chutar e não apurar, Rodrigo acompanha, vai atrás, pesquisa, fundamenta, e
argumenta de forma indiscutível. O coronavírus já pode ser considerado o
Chernobyl chinês, um erro monstruoso camuflado por uma ideologia podre e uma
ditadura comunista vergonhosamente tolerada pelo ocidente. Se esta doença não
ganhar logo a alcunha justa e merecida de "Gripe Chinesa", a história
falhará. Fiquem com bela thread e aproveitem para seguir o
Rodrigo no Twitter.
A culpa pela pandemia de
Coronavírus no mundo tem nome e sobrenome. É do Partido Comunista Chinês. E se
você ainda tem alguma dúvida a esse respeito, precisa dar uma lida nessa
thread.
1. De acordo com oficiais
chineses, o primeiro caso de COVID-19 aconteceu no dia 17/11/19 e o primeiro
indivíduo a testar positivo para a doença apresentava sintomas em 8/12/19.
Segundo o The Lancet, o paciente zero foi exposto ao vírus no dia 1/12/19.
2. A falta de condições
sanitárias de um mercado de animais silvestres em Wuhan, prática comum num país
que não oferece segurança alimentar, foi fundamental para o surto. Só depois do
SARS-CoV-2, tardiamente, o governo chinês prometeu acabar com a prática.
3. Um artigo publicado em
2007 por médicos de Hong Kong já alertava que havia reservatório de coronavírus
em morcegos e que o hábito do sul da China de "comer mamíferos
exóticos" era uma "bomba relógio". Mas essa bomba não se resume
à vigilância sanitária.
4. A China é uma ditadura
sem liberdade de expressão, de imprensa, política e religiosa, com ativistas de
direitos humanos reiteradamente presos, torturados e condenados a campos de
trabalho forçado. Foi nesse país que o SARS-CoV-2 se espalhou.
5. Em 2002, as informações
sobre um outro coronavírus, o SARS-CoV, foram reprimidas pela ditadura chinesa,
condenando centenas de pessoas à morte. Tardiamente, o Partido Comunista
admitiu os erros e demitiu o ministro da Saúde e o prefeito de Pequim.
6. Como a preocupação de
ditaduras é com a estabilidade do regime, e não com o bem-estar da população,
sem enfrentar grandes resistências, o governo chinês teve com o SARS-CoV-2 os
mesmos incentivos para novamente negligenciar uma pandemia de coronavírus.
7. No dia 30 de dezembro,
quando a COVID-19 adoeceu 7 pacientes em um hospital de Wuhan, e um médico, Li
Wenliang, tentou avisar outros médicos, a polícia chinesa o obrigou a assinar
uma declaração de que seu aviso constituía "comportamento ilegal".
8. Li Wenliang e outros sete
médicos de Wuhan foram obrigados a assinar um documento admitindo
"espalhar mentiras". Isolado no trato de seus pacientes, sem amparo
oficial, Li acabou contraindo coronavírus e falecendo, aos 34 anos.
9. Entre o início de
dezembro e 19 de janeiro, o Partido Comunista Chinês minimizou o surto a um
problema local, limitado a um pequeno número de clientes de um mercado de
Wuhan. Qualquer que fosse a causa da doença, "não era nada parecido com
SARS".
https://www.scmp.com/news/hong-kong/health-environment/article/3044723/six-more-hong-kong-patients-hospitalised-over
10. Ainda em 26 de dezembro,
um técnico de um laboratório contratado por hospitais disse que sua empresa
recebeu amostras de Wuhan e chegou a uma conclusão impressionante: as amostras
continham um novo coronavírus com uma similaridade de 87% com a SARS.
11. No dia 24 de dezembro,
uma amostra do SARS-CoV-2 retirada de um paciente foi enviada a um laboratório
para o sequenciamento do genoma. Os resultados estavam prontos 3 dias depois,
mas as autoridades de Hubei ordenaram que as amostras fossem destruídas.
12. Em janeiro, a polícia
ainda controlava as informações, tratando o coronavírus como um boato. Em
Wuhan, esse era o discurso oficial: "A polícia apela a todos os
internautas para não fabricarem rumores, não espalharem rumores, não acreditarem
em boatos".
13. Cabe lembrar que o
Partido Comunista promove o maior ato de restrição à liberdade de expressão da
História. 50 mil censuradores participam do processo de controle da internet no
país, conhecido como o Grande Firewall da China. https://gking.harvard.edu/publications/how-censorship-china-allows-government-criticism-silences-collective-expression
14. Na China, são
oficialmente proibidos serviços como Gmail, Google, Facebook, Youtube,
Wikipedia, Reddit, Instagram, Twitter e WhatsApp. Como o governo monitora os
aplicativos permitidos, controla todo o conteúdo online e o tráfego de
informações.
15. O Partido Comunista
também controla todas as redações de jornal do país. Segundo a Reporters
Without Borders, em 180 países listados, a China é o 177º em liberdade de
imprensa. Não há acesso no país à BBC, NYT, The Guardian, WSJ, Reuters, TIME,
NBC...
16. Controlando a internet e
os veículos de imprensa, o Partido Comunista Chinês não teve qualquer
dificuldade em atrapalhar o fluxo de informações da população sobre o
coronavírus, colaborando ativamente para que o surto se transformasse numa
pandemia.
17. Li Wenliang, o médico
whistleblower do início dessa thread, só foi liberado da prisão em 3 de
janeiro, depois que assinou um documento assumindo a prática de "atos
ilegais". Li contou à CNN que sua família se preocuparia se ele perdesse a
liberdade.
18. Outro médico, Wang
Guangbao, admitiu mais tarde que a especulação sobre um vírus semelhante à SARS
era forte nos círculos médicos no início de janeiro, mas que as detenções
dissuadiram muitos, inclusive ele próprio, de falar abertamente a respeito.
19. Em fevereiro, dois
jornalistas chineses, Fang Bin e Chen Qiushi, desapareceram depois de
trabalharem na cobertura do coronavírus em Wuhan e denunciarem as supressões de
informações do governo. Qiushi entrou no topo da lista da One Free Press
Coalition.
20. A China só declarou
emergência em 20 de janeiro. Quando Wuhan foi isolada três dias depois já era
tarde: o vírus estava sendo espalhado por todo país, levado pelos 400 milhões
de chineses que se preparavam para viajar para comemorar o Ano Novo Lunar.
21. Durante quase 2 meses,
enquanto o vírus se alastrava, o Partido Comunista Chinês aprisionou e
intimidou médicos e jornalistas, controlou o fluxo de informação, minimizou os
riscos do surto, não ampliou leitos de UTI, nem combateu mercados silvestres.
22. Xi Jinping, presidente
da China, comentou publicamente pela primeira vez sobre a SARS-CoV-2 apenas no
dia 20/01, mas já no dia 7/01, 13 dias antes, durante uma reunião do partido,
ele admitiu, num discurso interno, conhecimento "do novo
coronavírus".
23. Nesses 13 dias, enquanto
negava o surto, o Partido Comunista organizou duas grandes reuniões em Hubei e
reuniu mais de 40 mil famílias num banquete em massa em Wuhan, na tentativa de
bater um recorde mundial. Xi Jinping poderia ter evitado a pandemia.
24. Apenas no dia 4 de
fevereiro, assim como com a SARS em 2002, o Partido Comunista Chinês admitiu as
“deficiências e dificuldades na resposta à epidemia”, e prometeu "melhorar
nossas habilidades em lidar com tarefas urgentes e perigosas".
25. Mesmo dois meses depois
do surto começar, depois da OMS pedir repetidamente às autoridades chinesas
dados sobre a saúde dos profissionais médicos de Wuhan, o governo chinês ainda
tinha dificuldade em ser transparente com a comunidade internacional.
Repetindo as trapalhadas do
Politburo soviético no acidente nuclear de Chernobyl, em 1986, o Partido
Comunista Chinês é o grande responsável por negligenciar um surto então local,
reiteradamente ignorado pelas autoridades, transformando o novo coronavírus
numa pandemia global.
Reprisando os erros da SARS em
2002, a ditadura chinesa deixou o mundo novamente à mercê de seus caprichos,
pagando por suas irresponsabilidades, sem nenhuma garantia de que seja capaz de
combater exemplarmente novos surtos nos próximos anos, dizimando populações
inteiras.
E é exatamente por isso que a
culpa pelo novo coronavírus tem nome e sobrenome, e que é tão importante
responsabilizar os autores políticos dessa pandemia.
Inúmeras pessoas inocentes
morrerão nas próximas semanas graças à ineficiência de uma ditadura.
A História será implacável.
Fonte: Internet (circulando por e-mail
e i-phones). Com autoria atribuída a Rodrigo da Silva.