segunda-feira, 20 de maio de 2024

IME: berço da Engenharia, centro de excelência, patrimônio nacional

Por João Ferreira Galdino (*)

O Instituto Militar de Engenharia (IME) é legítimo herdeiro da Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho, criada em 1792. O pioneirismo e a contribuição para o desenvolvimento, a defesa e a soberania nacionais são marcantes na trajetória do IME. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Embratel, a Petrobras, a Eletrobras e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), dentre outras organizações e corporações essenciais ao desenvolvimento nacional, foram consolidadas ou concebidas com efetiva participação de egressos do IME.

Além das inúmeras ações em prol da indústria de Defesa e da geração de poder de combate do Exército Brasileiro, Imeanos participaram da realização de obras de infraestrutura nacionais, como hidrelétricas, pontes, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Participaram de projetos que evidenciam a aguçada criatividade nacional, como o Programa Proálcool e o Sistema PAL-M, voltado à implantação da TV em cores no Brasil, na década de 1970. O rol de contribuições é surpreendente.

Nesses 231 anos de existência, o IME mantém a tradição de oferecer um ensino de excepcional qualidade. Alguns resultados oficiais lastreiam essa assertiva, como os últimos indicadores do MEC, posicionando-o como a melhor escola de ensino superior em graduação do País, ou a sexta melhor, quando se inclui nessa avaliação a pós-graduação. Esse é um dos motivos de nosso concurso de admissão ser um dos mais difíceis do País.

Nesse mister, é importante mencionar que o Ceará vem se destacando nesses concursos. Nos últimos 10 anos, a média de inscritos no concurso é superior a 1.000 candidatos, dos quais, em média, cerca de 160 são aprovados e 32 conseguem ingressar no IME. O Ceará é um dos três estados da Federação com maior quantidade de aprovados em nossos concursos. Certamente, esse excepcional desempenho é uma consequência dos enormes avanços na educação do Estado, que vêm ocorrendo desde 2005, como sugerem os sucessivos Índices de Desenvolvimento da Educação Básica.

Na palestra "Instituto Militar de Engenharia: Berço da Engenharia, Centro de Excelência, Patrimônio Nacional", a ser proferida em 24 de abril, na Assembleia Legislativa do Ceará, buscarei desvendar o segredo do sucesso de nossa Instituição e mostrarei que o IME é muito mais do que uma escola de engenharia. Lá são forjados líderes e cidadãos que exercem seus deveres com princípios éticos e valores morais.

(*) Comandante e reitor do Instituto Militar de Engenharia (IME). General de Divisão Engenheiro Militar.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 19/04/24. Opinião, p.23.

domingo, 19 de maio de 2024

POSSE DA XXIV DIRETORIA DA ACADEMIA CEARENSE DE MEDICINA

 

Mesa diretora e acadêmicos na solenidade de posse da XXIV Diretoria da ACM em 17/05/24. (Foto cedida pelo Acad. Arruda Bastos).

A Academia Cearense de Medicina (ACM) realizou na noite de 17/05/2024, no Auditório Reitor Martins Filho da Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), a sessão solene de posse de sua nova diretoria, para o biênio 2024-2026, que terá na sua Presidência o Acad. José Henrique Leal Cardoso, substituindo o Acad. Janedson Baima Bezerra.

Coube ao Acad. Janedson Bezerra dar posse e passar o colar presidencial ao presidente estreante, após o que o presidente recém-empossado nomeou e deu posse aos membros da nova Diretoria Executiva e do respectivo Conselho Fiscal.

O evento foi conduzido de forma exitosa pelo cerimonialista Acad. João Martins de Souza Torres, consoante protocolo elaborado pelo Acad. Vladimir Távora Fontoura Cruz.

Depois do término dos trabalhos, a ACM ofereceu aos acadêmicos e seus convidados um coquetel de congraçamento nos jardins da Reitoria da UFC.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro titular da ACM – Cadeira 18


O SEGREDO MAIS PROFUNDO

Quatro senhoras muito amigas costumavam se reunir para tomar um chá toda sexta-feira, na associação da terceira idade do bairro, por mais de 30 anos.

Em um desses encontros, uma delas decide que é hora de contar seu maior segredo, e então diz:

- Meninas, somos amigas há muitos anos e acho que está na hora de conhecermos umas às outras mais profundamente. Eu, por exemplo, preciso confessar que sou cleptomaníaca, mas não se preocupem. Eu jamais seria capaz de roubar qualquer coisa de uma de vocês.

Um pouco surpresa, mas aliviada, a segunda senhora diz:

- Pois eu confesso que sou ninfomaníaca, mas não temam. Eu jamais estive com seus maridos, porque simplesmente não gosto de nenhum deles.

Seguindo a onda, a terceira senhora levanta-se e anuncia:

- Pois olhem, confesso que sou lésbica, mas não se preocupem. Juro que nenhuma de vocês me interessa sexualmente.

A quarta senhora, então, levanta-se, pega suas coisas e sai correndo. As outras três, confusas, gritam: "Espere, Jacira! Não precisa correr! Pode confessar o que quiser, sem medo!"

E Jacira responde:

 - Vocês me desculpem, mas eu preciso confessar que sou fofoqueira, e tenho que dar alguns telefonemas urgentes!

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

JOÃOZINHO, O FILÓSOFO

Um professor de filosofia parou na frente da classe e, sem dizer uma palavra, pegou um vidro de maionese vazio e o encheu com pedras de uns 2 centímetros de diâmetro. Olhou para os alunos, e perguntou se o vidro estava cheio.

Todos disseram que sim.

Ele então pegou uma caixa com pedregulhos bem pequenos, jogou-os dentro do vidro agitando-o levemente, e os pedregulhos rolaram para os espaços entre as pedras. E aí tornou a perguntar se o vidro estava cheio.

Os alunos concordaram: agora sim estava cheio!

Dessa vez, pegou uma caixa com areia e despejou dentro do vidro, preenchendo o restante. Olhando calmamente para as crianças, o professor disse:

— Quero que entendam que isto simboliza a vida de cada um de vocês. As pedras maiores são as coisas mais valiosas e importantes: família, amigos, saúde, filhos, coisas que preenchem a vida. Os pedregulhos são outras coisas importantes: o emprego, a casa e um carro. Já a areia representa o resto, coisas pequenas, como os problemas que precisamos enfrentar. Experimentem colocar a areia primeiro no vidro, e verão que não caberão as pedras e os pedregulhos. O mesmo vale para suas vidas. Priorizem cuidar das pedras, do que realmente importa. Estabeleçam suas prioridades. O resto é só areia!

Após ouvirem a mensagem tão profunda, o Joãozinho perguntou ao professor se poderia pegar o vidro, que todos acreditavam estar cheio, e fez novamente a pergunta:

— Vocês concordam que o vidro está realmente cheio?

Todos responderam que sim, inclusive o professor.

Então, ele pega uma lata de cerveja, abre e despeja o conteúdo todo dentro do vidro. A areia ficou toda ensopada, pois a cerveja foi preenchendo todos os espaços restantes, e fazendo com que desta vez o vidro ficasse realmente cheio. Todos ficaram surpresos e pensativos com a atitude do aluno, incluindo o professor.

Então o Joãozinho explica:

— Não importa o quanto a sua vida esteja cheia de coisas e problemas, sempre sobra espaço para uma cervejinha!

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sábado, 18 de maio de 2024

Posse de Elisabeth de Francesco Daher na Academia Cearense de Medicina


Elisabeth Daher ladeada por acadêmicos na solenidade de sua posse da ACM em 17/05/24. (Foto cedida pelo Acad. Arruda Bastos).

A Academia Cearense de Medicina (ACM) realizou na noite de ontem, 17/05/2024, no Auditório Reitor Martins Filho da Reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), a sessão solene de posse do sua nova membro titular, a colega Elisabeth de Francesco Daher, especialista em nefrologia e professora titular de Clínica Médica da UFC, na Cadeiras 7, patroneada pelo médico Virgílio de Aguiar.

A Cadeira 7 foi ocupada anteriormente pelo acadêmico Alberto Lima de Sousa, que passou para a categoria de membro titular resignatário.

A novel acadêmica titular foi recepcionada, em nome da nossa arcádia médica, pelo Acad. José Glauco Lobo Filho, que focou o seu pronunciamento, principalmente, na biografia da nova membro titular.

Na sequência, Elisabeth Daher, a confreira recém-empossada usou a tribuna em seu discurso de posse para o registro das biografias de seus patrono e antecessor na cadeira que ora assumia.

Finda a primeira parte da sessão solene, deu-se a posse da Diretoria da ACM para o biênio 2024-26

A solenidade, sob a presidência do Acad. Janedson Baima Bezerra, e em obediência ao protocolo da ACM, teve por mestre de cerimônia o Acad. João Martins de Sousa Torres, que procedeu cumprindo o cerimonial traçado diretor social do sodalício, o Acad. Vladimir Távora Fontoura Cruz.

Após o encerramento dos trabalhos do evento, a árcade recém-empossada e a ACM proporcionaram aos confrades e convidados um coquetel de confraternização nos aprazíveis jardins da Reitoria da UFC.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Membro titular da ACM – Cadeira 18


SEU ZACARIAS, O CHATO

Seu Zacarias, o velhinho mais chato do bairro, entra na padaria, aproxima-se do balcão e pede:

- Um quilo de coxão mole, por favor.

O dono do local responde que lá era uma padaria e que carne é vendida em açougue.

O velhinho vira as costas e vai embora. Na manhã seguinte, diante do dono da padaria, Zacarias pede:

- Por favor, um quilo de contrafilé!

- Meu senhor, já lhe disse que aqui é uma padaria e só vendemos pães. Carne só no açougue!

O velhinho vai embora sem dizer nada, mas no dia seguinte lá está ele de novo pedindo no balcão da padaria:

- Tem filé mignon??

O dono, com voz alterada, ameaça:

 - Isto é uma padaria, e se voltar aqui amanhã e pedir carne novamente, eu pego uma corda e te enforco!

Na manhã seguinte, logo cedo, Zacarias entra na padaria, olha para o dono e pede:

- Por gentileza, o senhor tem corda??

 - NÃO!!

- Então me dê um quilo de carne moída de primeira!

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

ESTA SENHORA IDOSA SABE O QUE QUER!

Um motociclista parou na loja da famosa Harley-Davidson para fazer um reparo na sua moto. Eles não podiam fazer o trabalho naquele momento, então, como ele não morava longe da loja, decidiu caminhar para casa.

No caminho, ele parou em uma loja de ferragens e comprou um balde e uma bigorna. O motociclista também parou na loja de ração e animais, e comprou duas galinhas e um ganso. No entanto, ele teve um problema ... Como levar toda a sua compra para casa?

O proprietário da loja de ração disse: "Por que você não coloca a bigorna no balde, carrega o balde numa mão, coloca um frango debaixo de cada braço e carrega o ganso com a outra mão?" "Ei, obrigado!" - disse o motociclista, e saiu pela porta todo feliz... No estacionamento, ele foi abordado por uma pequena senhora que lhe disse que estava perdida, e perguntou se ele poderia guiá-la até a rua São Francisco de Assis.

O motociclista disse: ''Que coincidência, eu moro exatamente nessa rua. Nós podemos tomar um atalho neste beco e chegar lá em alguns minutos". A velhinha olhou o rapaz cautelosamente e disse: "Eu sou uma viúva solitária sem um marido para me defender. Como sei que quando chegarmos no beco você não vai me segurar contra a parede, puxar para cima minha saia, e abusar da minha pessoa?"

O motociclista disse: "Minha senhora, por favor! Estou carregando um balde, uma bigorna, duas galinhas e um ganso. Como que diabos eu poderia te segurar contra uma parede e fazer isso?" A velhinha esperta disse: "Ponha o ganso no chão, cubra-o com o balde, coloque a bigorna sobre o balde, e eu vou segurar as galinhas."

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.


sexta-feira, 17 de maio de 2024

FOLCLORE POLÍTICO CXXXV: Porandubas 803

A piada é antiga, mas ainda risível nesses tempos em que a China dá demonstrações de força e poder. Acaba de fazer operação de guerra na região de Taiwan, mostrando poderio.

Argentina x China

A Argentina declara guerra à China! Comoção geral. Após consulta popular feita na "Plaza de Mayo", a Argentina enviou uma mensagem à República Popular da China:

- Chinos de mierda, maricones: les declaramos "guierra": - tenemos 105 tanques, 47 aviones sanos, 4 barcos que navegan y 5.221 soldados.

O governo chinês deu a resposta:

- Aceitamos a declaração. Informamos que temos 100.000 tanques, 50.000 aviões, 1.500 navios e 400 milhões de soldados.

Orgulhosos, os argentinos retrucam:

- Retiramos la declaración de guierra... No tenemos como alojar tantos prisioneros.

Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

https://www.migalhas.com.br/coluna/porandubas-politicas/384304/porandubas-n-803

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Edital de abertura de vaga para Membro Titular da Academia Cearense de Letras


Fonte: Publicado no jornal O Povo, de 16/05/2024. p.7. 

A CONFIANÇA, AS INSTITUIÇÕES E A ECONOMIA

Por Alexandre Sobreira Cialdini (*)

Entre os temas pesquisados nas instituições, encontra-se o estudo sobre a confiança, que transcende uma ampla gama de fenômenos correlatos entre famílias, equipes de trabalho, organizações sociais, políticas e econômicas. Portanto, em tempos em que a confiança parece ser um recurso escasso e bastante necessário, questões relacionadas a ela são necessárias de serem estudadas, pois há carência de estudos empíricos, que possam subsidiar o planejamento das instituições e, de forma específica aqui nesse artigo, as organizações governamentais.

A confiança no governo e no estado é importante por vários motivos. Principalmente, porque aumenta o cumprimento voluntário das políticas públicas e fortalece aspectos de preservação e conservação dos serviços públicos, a partir do compromisso dos cidadãos, com a ideia de pertencimento coletivo dos bens e serviços públicos. Se pensarmos na capacidade do Estado de forma ampla, como a capacidade do governo de cumprir os objetivos políticos pretendidos, o fator gestão fiscal responsável é um dos fatores preponderantes.

O exemplo mais significativo da participação do Estado é a capacidade fiscal - referindo-se à condição do Estado de aumentar as receitas fiscais para financiar bens e serviços públicos para a sociedade. Os investimentos na capacidade fiscal envolvem normalmente o reforço das burocracias e o estabelecimento de sistemas fiscais justos e transparentes, parte dos quais envolvem um melhor monitoramento. O cumprimento dos cidadãos no pagamento dos seus impostos é, portanto, uma função direta da relação de confiança, da supervisão e do alcance do Estado para fazer cumprir a política fiscal.

Ao mesmo tempo, se as pessoas pensam que as receitas fiscais são bem gastas em bens e serviços públicos e o governo comprovando a sua confiabilidade contra a prodigalidade - isto deverá aumentar a disponibilidade intrínseca da sociedade para pagar impostos. Em economia, isto é conhecido como "moral fiscal".

O apoio à capacidade fiscal, através da moral fiscal, é um exemplo de como o cumprimento voluntário aumenta a capacidade do Estado, tendo como referência a confiança no governo. Mas há uma série de outras políticas que exigem elevados níveis de conformidade para serem bem-sucedidas, para além dos impostos. E há também uma série de atividades através das quais os cidadãos interagem com o Estado em questões-chave, que requerem confiança pública. Uma dessas atividades é aumentar a comunicação direcionada e as campanhas de conscientização para informar os cidadãos sobre seus direitos e como acessar os serviços públicos diretamente. A confiança no governo é crucial para estabelecer normas de cumprimento dos impostos. E a conformidade através do consentimento, em oposição à compulsão, é um método substancialmente mais barato para implementar políticas eficazes.

Os "fatores determinantes da confiança em instituições públicas do Brasil", foi o tema da pesquisa organizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A satisfação com os serviços públicos é comparativamente baixa no Brasil e desigual entre os grupos populacionais. Com base na pesquisa, realizada pela OCDE, 30% dos entrevistados brasileiros estavam satisfeitos com o sistema educacional e 32% com os serviços administrativos, em comparação com 58% e 63%, respectivamente, em 22 países da OCDE pesquisados. (https://encurtador.com.br/istK6).

(*) Mestre em Economia e doutor em Administração Pública e Secretário de Finanças e Planejamento do Eusébio-Ceará.

Fonte: O Povo, de 18/04/24. Opinião. p.19.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

ECONOMIA BARBALHENSE AVANÇA NO 1º TRIMESTRE DE 2024

Por Fabiana Arrais (*)

A segunda região urbana de maior expressão do Estado tem um dinamismo produtivo que possibilita que as três cidades principais (Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha) cresçam economicamente de forma interdependentes, ao mesmo tempo em que promove autonomia nas ações do poder público, que impactam diretamente na captação de novos empreendedores e na geração de empregos e renda.

Barbalha, a terra dos verdes canaviais, com uma população de 75.033 habitantes (IBGE, 2022) conseguiu pós-pandemia uma ascensão econômica de destaque no Estado. Dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) nos períodos de 2022 e 2023 já demonstravam a constância na geração de empregos, fator determinante para o aumento da demanda local.

É importante pontuar que o cenário econômico nacional fortalece a confiança dos empreendedores a investirem no mercado barbalhense. Há outros pontos a serem considerados que atraem investidores, como: Barbalha é o polo de excelência em saúde para 45 municípios; tem a Universidade Federal de Medicina do Cariri; é um dos berços da cultural popular cearense e destaque nacional no ecoturismo.

Considerando esse contexto, compreende-se por que Barbalha tem avançado economicamente. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Barbalha (SDE), no primeiro trimestre do ano registrou-se um total de 215 consultas finalizadas de viabilidade para instalação de novos empreendimentos. Se comparado com o mesmo período do ano anterior (2023), em que foram finalizadas 174 consultas, pode-se constatar um aumento considerável de 23,5%.

A escolha por Barbalha é resultado de ações pontuais no campo da valorização e aperfeiçoamento do capital humano, assim como no suporte de conhecimentos para os empreendedores nas áreas de gestão de negócios, finanças, vendas e mercado, conforme destaca Matheus Cruz, que é secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico de Barbalha.

A consulta de viabilidade é o primeiro passo burocrático iniciado pelo empreendedor para que ocorra a instalação física de um negócio. Logo, é preciso contar com a intervenção do poder público para que os próximos passos sigam mais resolutivos.

(*) Economista.

Fonte: O Povo, de 12/04/24. Opinião. p.19.


terça-feira, 14 de maio de 2024

CONVITE: Relançamento livro Djacir Figueirêdo

 


A NOVA REFORMA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA

Por Pedro Jorge Ramos Vianna (*)

Está ficando cansativo falar, discutir, escrever sobre reforma tributária neste País. Promulgamos nove Constituições. A atual já conta com 132 reformas constitucionais. Sem contar as reformas constitucionais das Cartas Magnas anteriores à de 1988, mas considerando que a cada reforma constitucional tem-se uma nova Constituição, chegamos ao número de 140 Constituições. Haja paciência para tanta mudança.

Esta última reforma constitucional é um emaranhado de mudanças, no agora e no porvir, no sistema tributário nacional. Assim, não há, no momento, condição de se dizer se tais mudanças serão boas ou ruins para a economia brasileira.

Uma das argumentações para esta nova reforma é que a nossa carga tributária é muito alta. Hoje está em torno de 33,7%. É um argumento falacioso, muito usado pelos industriais, leia-se Confederação Nacional da Indústria (CNI). O que deve ser visto é que o sistema tributário brasileiro não obedece ao princípio do imposto pelo benefício, haja vista que os benefícios públicos ofertados à população deixam muito a desejar.

Vejam as medidas do IDH e do Índice de Felicidade, por exemplo. Ambos, em 2021, apresentavam posições baixas no contexto mundial. Posições de 89% e 14%, respectivamente.

E o que se propaga sobre esta reforma? Propaga-se que o número de impostos diminuirá. É verdade. Entretanto, não há como dizer que o número de tributos diminuirá. Hoje são 92.

Propaga-se que as exportações serão desoneradas. É verdade. Entretanto, isto não é privilégio do sistema tributário nacional. É uma imposição da Organização Mundial do Comércio.

E quanto aos planos de desenvolvimento regionais? Hoje os recursos para tais planos advêm do IR e do IPI. Mas o IPI será extinto. De onde virão os recursos para a manutenção desses planos? O IR continuará sendo a base de recursos para tais planos? E quanto às transferências intergovernamentais? Nada foi estabelecido sobre o assunto.

Hoje, para o caso do Ceará, por exemplo, nenhum município subsistirá sem as transferências federais. Nem mesmo o município de Fortaleza foge a esta assertiva. Como será tratado o problema dos "spillover effects"? E o problema das disparidades regionais? De há muito este problema, no Brasil, é tratado como "reduzir as desigualdades sociais e regionais".

Dado este enfoque há uma crítica aos incentivos para o Nordeste porque a região não passa dos "13,0%" da economia brasileira. Na realidade, é uma grande tolice. O que se deveria buscar é a uniformização das condições de vida para os cidadãos brasileiros, independentemente de onde eles vivam. Se os nordestinos tiverem as mesmas condições socioeconômicas dos sudestinos, que importância tem ser a 13ª economia do País?

(*) Economista e professor titular aposentado da UFC,

Fonte: O Povo, de 7/04/24. Opinião. p.18.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

A PRODUTIVIDADE NO BRASIL: fatores atuais e perspectivas

Por Alexandre Sobreira Cialdini (*)

O economista Paul Krugman cravou uma frase bastante conhecida no meio dos economistas: "No curto prazo, a produtividade do trabalho não é nada. No longo prazo, é tudo". A produtividade do trabalho é definida como o produto interno bruto (PIB) real por hora trabalhada. Essa fórmula capta melhor a utilização de fatores de trabalho do que apenas a produção por trabalhador, sendo o fator de trabalho definido como o total de horas trabalhadas por todas as pessoas envolvidas. Os dados são obtidos como a média de horas trabalhadas multiplicada pela medida correspondente e consistente de emprego para cada país específico. A previsão baseia-se numa avaliação do clima econômico em cada país e na economia mundial, utilizando uma combinação de análises baseadas em modelos e pareceres de peritos. Em síntese, a produtividade de um trabalhador é sua capacidade de produzir mais com menos recursos. Na prática, significa otimizar o trabalho e entregar mais resultados com menor esforço – em menos tempo.

Os mercados de trabalho têm demonstrado uma resiliência surpreendente, apesar da deterioração das condições econômicas. No entanto, a recuperação da pandemia continua a ser desigual, uma vez que as novas vulnerabilidades e as múltiplas crises comprometem as perspectivas de mais justiça social, de acordo com um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) ((https://encurtador.com.br/qBH38). Segundo o estudo da OIT, no período entre 2015 e 2023, a produtividade do trabalho no Brasil avançou 0,1% ao ano, enquanto recuou 1,7% anuais na Argentina e 0,4% no México, por exemplo. A queda média na região da América latina e Caribe foi de 0,5% ao ano no período. Apesar de ganhar na América Latina, o Brasil fica bem abaixo dos Estados Unidos, que cresceu a 1% e do Canadá, que cresceu na média 0,4%.

As transformações estruturais e sistêmicas, econômicas e institucionais precisam fazer parte da agenda diária, como é o caso da reforma tributária, para que o país saia da prisão da "armadilha da renda média", em que o baixo dinamismo produtivo e o envelhecimento populacional induzem o acirramento de conflitos distributivos e impõem novas pressões sobre um Estado, com dificuldades crescentes para se financiar e executar políticas públicas.

Sem caracterizar um clichê, há um ciclo virtuoso entre produtividade e inclusão, que inclui também a sustentabilidade. Uma economia mais produtiva usa menos recursos. No caso do Brasil, isso significa reduzir o desmatamento, que atualmente é a principal contribuição do país para as mudanças climáticas.

Para promover o crescimento inclusivo e sustentável, existem pelo menos seis áreas críticas para a reforma: (1) aumentar a produtividade no setor privado, para impulsionar o crescimento de uma forma ambientalmente sustentável; (2) preparar o sistema educacional brasileiro, para diminuir a lacuna entre habilidades e empregos; (3i) reforçar a pertinência e a sustentabilidade dos sistemas de proteção social para os desafios futuros; (4) remodelar o espaço limitado da política orçamentária de hoje, em consonância com as prioridades a longo prazo; (5) melhorar o acesso aos serviços de infraestrutura; e (6) construir um sistema tributário mais equitativo e eficiente. As reformas só podem ser empreendidas se forem suficientemente apoiadas pela sociedade brasileira. Isso requer fortalecer o contrato social do Brasil, para fornecer a confiança necessária de que as reformas beneficiarão a todos no longo prazo.

(*) Mestre em Economia e doutor em Administração Pública e Secretário de Finanças e Planejamento do Eusébio-Ceará.

Fonte: O Povo, de 4/04/24. Opinião. p.21.

domingo, 12 de maio de 2024

PODE TER SIDO UMA MÁ IDÉIA TRAZÊ-LO CONOSCO...

Moisés, Jesus, e um homem velho estavam desfrutando de uma rodada amigável de golfe juntos.

Moisés jogou a bola, que foi navegando sobre o vasto campo e aterrissou em um lago. Então ele separou a água e jogou a bola novamente no enorme campo verde.

Jesus foi o segundo. Ele bateu a bola que também foi navegando pelo campo e aterrissou no mesmo lago. Jesus apenas andou sobre a água e jogou a bola novamente.

O velho se aproximou e bateu na bola. Como no caso de Jesus e Moisés, a bola foi navegando sobre o campo verde e também caiu no lago. Mas, pouco antes de cair na água, um peixe saltou e agarrou a bola com a boca.

No momento que o peixe estava mergulhando, uma águia apareceu e o agarrou com suas garras. A águia estava voando sobre o campo verde, quando, de repente, um relâmpago disparou do céu e fez com que ela caísse no chão.

Assustada, a águia deixou o peixe cair...

Para a surpresa de todos, quando o peixe atingiu o chão, a bola saltou para fora de sua boca e rolou diretamente para o buraco de golfe que eles tanto queriam acertar.

Jesus então se voltou para o velho e disse:

"Pai, se você não parar de brincar, não vamos te trazer da próxima vez."

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

CASAMENTO A 200 QUILÔMETROS POR HORA!

Um jovem e animado casal recém-casado recebeu um presente muito especial para as núpcias: um novo e poderoso carro esportivo. Depois da festa de casamento, eles estavam tão empolgados para entrar naquela supermáquina que saíram em disparada, rumo a uma grande rodovia ali perto.

“Vamos fazer uma aposta”, disse o noivo. “Se eu chegar a 200 quilômetros, você tira toda a roupa? Certo?”

“Certo!”, disse a recém-esposa, muito animada.

Assim que ele chegou aos 200 por hora, ele perdeu a atenção na estrada, pois ficou olhando para a noiva. O carro rodopiou e foi parar no meio de umas árvores ao redor. Por sorte, ninguém ficou ferido. O único problema é que a porta do lado do marido ficou amassada, e o cinto de segurança ficou preso, portanto ele não conseguia sair de jeito nenhum. Procuraram por alguma tesoura para cortar o cinto ou algum utensílio que pudesse ajudar, mas não tinham nada! Eles não esperavam por isso.

“Você vai ter que sair e pedir ajuda!”, disse o noivo.

“Mas como? Eu estou completamente nua!”

“Eu também não consigo me mover. O máximo que você pode fazer é se cobrir com o meu sapato!”, disse ele.

Então, segurando o sapato na parte de baixo para cobrir, a noiva sai correndo pela estrada em busca de ajuda e, por sorte, ela encontra um posto de gasolina bem antigo, com um velhinho na porta. Desesperada, ela diz: “Meu senhor, por favor, meu marido está preso!”

O velhinho, que já estava meio esclerosado, olha para o sapato e diz:

“Ih, moça... Eu não tenho como tirar ele desse lugar não!”

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sábado, 11 de maio de 2024

MÉDICOS NA SEARA DA LITERATURA

“Médicos escritores cearenses, alguns dos quais se filiam à Academia Cearense de Medicina, de feição mais científica; e/ou consorciam-se na seccional da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores”, aponta o jornalista Barros Alves. Confira:

Na história da Cultura, não poucos esculápios enveredaram pela seara da literatura, escrevendo com criatividade artística textos não afetos às ciências médicas. Grandes nomes do romance, da poesia, do conto e da crônica inscrevem-se na história das artes literárias na condição de médicos que se deleitam em narrar com imaginação fértil e maior inspiração episódios e fatos ficcionais ou históricos fortemente assentados nas atividades médicas que exercem no cotidiano. Na antiguidade vale registrar os nomes do grego Ctésias Cnido, historiador de bom quilate. São Lucas, o escritor de um dos quatro Evangelhos, foi sagrado padroeiro dos médicos por ser discípulo de Hipócrates. Entre muitos, ao longo do tempo, registram-se como médicos os filósofos do Islamismo Ibn Sina, o popular Avicena, e Maimônides; Nicolau Copérnico, que se notabilizou na Astronomia; François Rabelais, sacerdote francês autor de obras satíricas e humorísticas. Entre os médicos brasileiros que pontificaram na literatura citamos os exemplos de Joaquim Manuel de Macedo, Afrânio Peixoto, Guimarães Rosa, Pedro Nava e Moacir Scliar. No Ceará não se há de esquecer, entre tantos médicos de grande valor, os escritores Guilherme Studart, o Barão; Antônio Justa, Bezerra de Menezes, Vinícius Barros Leal, autor de uma História da Medicina no Ceará; Airton Monte, Pedro Henrique Saraiva Leão, José Maria Chaves, estes inscritos no livro da saudade.

Por agora, os médicos escritores cearenses, alguns dos quais se filiam à Academia Cearense de Medicina, de feição mais científica; e/ou consorciam-se na seccional da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores – SOBRAMES, congregam-se na Academia Cearense de Médicos Escritores – ACEMES, que recentemente deu posse festivamente à nova diretoria sob a presidência do médico amigo e conterrâneo Dr. Luiz Moura Jr., não apenas um médico de respeitável trajetória profissional, mas um escritor de talento confirmado pela crítica e pelos leitores. Na vice-presidência da entidade assenta-se Dr. José Maria Bonfim, intelectual de sobejados méritos e conhecimentos científicos referendados por uma longa trajetória no exercício profícuo da Medicina. Vale lembrar, por pertinente, que há poucos dias, sob os auspícios da ACEMES, realizou-se em Quixadá o VI Encontro de academias de Letras, do qual participaram representantes de várias arcádias literárias de diversas regiões cearenses, constituindo momentoso evento de discussão cultural e congraçamento.

A ACEMES tem em seus quadros personalidades que honram não apenas a história da Medicina no Ceará, mas pontificam nas lides da Literatura, de outras Artes como a Música e a Pintura; e na Arte Política. O decano Lúcio Alcântara, sinônimo de retidão moral na Política e na Administração Pública, é reconhecidamente um benfeitor na área da Saúde Pública em nosso Estado, área esta em que, por seu turno, pontifica como pesquisador e estudioso o Dr. Lineu Jucá, cronista cuja escritura se caracteriza pela singeleza e sensibilidade. Wellington Alves, Flávio Leitão, Marcelo Gurgel e Sávio Pinheiro, entre os demais, são nomes que enobrecem a “quadraginta litteratum”, formada exclusivamente por médicos com apreciáveis currículos na seara da produção literária.

Impõe- se registrar que nessa plêiade fulgura uma única estrela de primeira grandeza: a médica, escritora e poetisa Dione Rôla, detentora de inegável talento musical, que brindou o seleto auditório cantando “La vie en rose”, a belíssima canção imortalizada na voz da insuperável Edith Piaf. A Dra. Dione emocionou a todos. E para completar essa noite literária de muitas alegrias, reencontrei depois de muitos anos, o querido poeta Leite Júnior, professor de Literatura da UFC, uma personagem detentora de grandes méritos como intelectual e como ser humano.

Parabéns, portanto, a todos quantos se abrigam sob o pálio da Academia Cearense de Médicos Escritores, com um especial louvor para o presidente Luiz Moura Jr.

Barros Alves é jornalista e poeta

Postado no Blog do Eliomar em 11/05/24

CONVERSA NO TÁXI

A Sra. Nogueira está visitando parentes em Amsterdã e decide levar seu filho de 12 anos para um passeio pela cidade.

Chamam um táxi e pedem ao motorista que os leve aos pontos mais interessantes da cidade. Ao passarem pelo famoso Bairro da Luz Vermelha, Juquinha vê as "mulheres de vida fácil" na calçada e pergunta:

"Mamãe, o que essas mulheres estão fazendo aí no frio?"

“Nada”, diz a envergonhada Sra. Nogueira. "Provavelmente esperando um táxi."

“Não, não”, interrompe o motorista. "a senhora não deve mentir para seu filho. Essas são prostitutas. Elas cobram dinheiro para fazer sexo.”

O menino está chocado. "Mas mamãe, o que vai acontecer com os filhos dessas mulheres?"

"Todos eles serão motoristas de táxi, Juquinha."

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

A CIRURGIA DO GAGO

Um homem com uma incapacitante gagueira visita o médico na esperança de uma cura. Ele entra no consultório e diz:

"D-d-d-d-doutor, você t-t-t-t-tem que m-m-m-me ajudar! Eu f-f-f-f-faço qualquer c-c-c-c-c-coisa!"

O médico faz um exame físico completo e, para a surpresa do paciente, descobre o problema!

"O seu órgão genital é enorme!", diz o médico.

"Por mais estranho que pareça, isso está causando uma grande tensão em suas cordas vocais, levando à gagueira. Se você quiser, eu posso lhe operar e encurtar o seu pênis, o que acredito que irá aliviar a tensão na sua laringe. Os efeitos serão instantâneos e você pode fazer a cirurgia hoje mesmo".

"T-t-t-t-tudo bem. V-v-v-v-vamos fazer i-i-i-i-isso!", responde o homem.

Então, o paciente é preparado e vai ao centro cirúrgico, onde a operação é feita com muito sucesso. O homem recebe alta logo em seguida e vai para casa feliz, completamente curado!

Entretanto, naquela noite, sua esposa descobre o que ele fez. Ela fica extremamente infeliz e implora para que ele reverta a cirurgia.

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Crônica: “Aqui vale mentir, só não vale acreditar!” ... e outros causos

Aqui vale mentir, só não vale acreditar!

O milagre da imagem.

Por "pessoa braba" entenda o "casca grossa estrutural", ignorante das coisas, mas sem malícia. O "canto de cerca" que mela a vara por insipiência. É o caso de uma rica viúva por nome Tota, moradora da zona rural de Apuiarés, ignorante de pai, mãe e parteira, como diziam os provençais.

Contou-lhe uma vizinha interesseira que a Mesbla vendia o mais monumental lançamento da época: o videocassete. Que numa propaganda o aparelho "amostrava" imagens bacanas numa "telona". Que podia parcelar em 12 vezes.

Tota embarcou na onda e veio bater em Fortaleza. Podia não ter marido, mas um videocassete em casa ia ter. A vizinha falou! E ela já tá é na loja, mesmo. Vendedor testa o aparelho comprado, "aprovado". De volta ao sítio...

Vizinha se coçando de ansiedade pra ver a novidade sugerida. Mas o videocassete dá "poblema", e Tota vem se reclamar. Vendedor crê que tenha sido "os catabilhos" da viagem. Por via das dúvidas, entrega aparelho novo à cliente.

Máquina testada e aprovada. Ao ligar o bicho, em casa, no sertão, nova frustração. "Tá pifado". À Mesbla regressa, exibindo grosseria das boas, do alto dos tamancos. Vendedor horrorizado. Pra evitar imbuança maior, a gerência torna a liberar aparelho zerado.

Em Apuiarés, com cuidado, Tota liga pela terceira vez o videocassete. Necas! A tal vizinha então se enfeza: "Vá 'dicretada' ao DECON". Em face de tanto mal-entendido, o promotor chama as partes querelantes pra acareação.

Após o tête-à-tête (loja se dizendo inocente, querelante anuindo prejuízo), a conclusão: Ministério Público e Mesbla irão à casa de dona Tota, com técnico, pra ver in loco que fulerage é essa. Lá foram todos.

Tão somente pra constatar que não havia problema algum com o videocassete. Tota simplesmente não tinha aparelho de TV em casa...

Computador fofoqueiro

E o computador chegou à longínqua zona rural de Brejo Santo. Estamos no Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura. Na fila do recadastramento, seu Bobó, conhecido por dar uma voltinha no mulherio sem carecer tomar o Viagra.

- Deixo só a caixa no bolso, pro rapaz lamber os beiço.

Bobó, velho brabo, de frente pra mocinha atendente, enfim. Nome?

- Bobó, 'apilídio' de Raimundo Leopoldo.

- Muito bem, seu Raimundo. Vejamos aqui.

A funcionária do Sindicato acessa a ficha de Bobó e busca dele confirmações para o que lá está. O senhor tem 78 anos, é viúvo de dona Telma de Sousa, mora na Rua 15, casa 29, é alérgico a leite...

- Cuma num havera de sê, dona.

- Seu último trabalho foi no cartório de registros. É isso?

- Ôxe! Cuma a senhora sabe tanta coisa d'eu?

- O computador tá dizendo.

E Bobó sai dali decretado pra casa, horrorizado. Encontra a filha preparando o almoço e dispara:

- Já tinha 'ouvisto' muita gente fofoqueira, mas cuma esse computador, nããã!

Fonte: O POVO, de 22/03/2024. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 9 de maio de 2024

REVERTER A DESINDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

Por Lauro Chaves Neto (*)

A queda no ritmo de crescimento da economia brasileira nas últimas décadas tem entre as suas principais causas o processo de desindustrialização precoce.

De 2008 a 2018, a participação da indústria de transformação na economia caiu de aproximadamente 17% para quase 12%, patamar que se estabilizou e significa 20% a menos do que o registrado em 1999.

A análise histórica evidencia que a melhoria na qualidade de vida com o desenvolvimento econômico, na maior parte das vezes, esteve relacionada com a elevação da participação da indústria de transformação no PIB e na geração de empregos.

O processo de desindustrialização de países de renda alta, como os EUA e os da Escandinávia, por exemplo, tem outra natureza, pois, a partir de um patamar elevado de renda, existe uma diversificação da estrutura de consumo das famílias na direção de serviços, cultura, entretenimento, e passa a existir uma redução "natural" da participação da indústria de transformação no PIB, podendo esse processo ser retardado com o crescimento das exportações industriais, principalmente com avanços e inovações tecnológicas.

Em outra direção, a desindustrialização precoce ou prematura, como a do Brasil, ocorreu antes de ser alcançado o patamar de elevado nível de renda e qualidade de vida. Ao contrário, verificam-se ainda bolsões de pobreza extrema e acentuadas desigualdades sociais e territoriais.

Reverter essa desindustrialização no Brasil requer uma efetiva articulação do poder público, do setor produtivo e da academia, a conhecida tríplice hélice. A nova política industrial é um alento nessa direção, porém precisa ser efetivamente implantada e sair do discurso.

Inserir a indústria brasileira nas cadeias globais de valor é uma condição necessária, embora não suficiente, para isso. Sendo importante a criação de ecossistemas de inovação, racionalização tributária, economia circular, transição energética, infraestrutura adequada, transformação digital e oferta de crédito, dentro de uma matriz que contemple tanto o desenvolvimento territorial como o setorial, integrando recursos, potencialidades e vantagens competitivas.

(*) Consultor, professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.

Fonte: O Povo, de 1/04/24. Opinião. p.18.

O FUTEBOL NORDESTINO E A LATINIDADE

Por Mailson Furtado (*)

Belchior inicia o verso de sua música de maior sucesso dizendo “Eu sou um rapaz latino-americano”, assumindo-se, antes de se dizer brasileiro ou cearense, que também foi, um latino. Contrapondo uma grande lacuna à grande parte da população brasileira, que é o assumir-se ou mesmo saber-se como latino-americano.

Tal fato traz experiências das distintas colonizações na América Latina. Enquanto todos os demais países foram colonizados pela Espanha, apenas o Brasil foi por Portugal, com idiomas diferentes que impõem uma barreira na comunicação.

As formas de independências influem também no sentimento do povo por sua terra. Os países hispânicos se “fizeram” através de lutas sangrentas, enquanto o Brasil, no cerne, por um acordo político dentro da própria corte portuguesa. Assim, diante da magnitude geográfica e da disparidade econômica que se firmou, o Brasil consolidou um olhar hegemônico diante dos vizinhos, descolando-se e garimpando outras referências para comparar-se, geralmente advindas da Europa ou América Inglesa.

Isso reflete muito na história do futebol brasileiro, onde, até os anos 1990, a Libertadores não era o campeonato mais importante para os clubes daqui, sendo desdenhado inclusive em prol dos Estaduais.

De lá pra cá, muita coisa mudou, e mesmo que haja ainda uma grande barreira invisível em relação à América hispânica, ficamos mais próximos, tanto pela globalização inerente desses dias, como pela firmação de acordos como o Mercosul. No entanto, é o futebol, paixão comum de todos, uma das experiências de latinidade que dia a dia prova-se, permitindo conhecer-nos.

Acompanhamos com entusiasmo, nos últimos anos, a consolidação dos clubes cearenses dentro das competições sul-americanas, inclusive como protagonistas. Desde 2020 temos pelo menos um representante seja na Libertadores ou Sul-Americana, fato inédito a qualquer outro estado do Nordeste. E pensando sobre o futebol ser esse mote para encurtamento de distâncias e experiência in loco sobre a própria latinidade, dos tantos Brasis possíveis a encontro, onde estava o Nordeste antes neste processo?

É uma pergunta que a sua não-resposta diz muito. Não estava. Acabando por aumentar as barreiras já tão cristalizadas, principalmente ao Nordeste, que é a única região do Brasil a não ter fronteiras com nenhum outro país.

Dessa forma, ter um clube cearense pelo quinto ano seguido em uma competição continental, para além de um marco esportivo e histórico, é também político, potencializando a nordestinidade como símbolo de brasilidade e de latinidade. Seguindo esse trilhar, não demorará a dizer-nos aqui pelo Ceará, tal qual Belchior, que antes de tudo (também) somos latino-americanos.

(*) Cirurgião-dentista. Escritor e professor.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 18/04/24. Online.

 

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