domingo, 31 de outubro de 2021

CARLOS MAURÍCIO: CALARAM-SE AS LÍNGUAS

 

Em outubro do corrente ano, a Turma Carlos Chagas de médicos diplomados pela Universidade Federal do Ceará, em dezembro de 1971, celebra o seu cinquentenário de formatura. No bojo da programação comemorativa traçada por essa turma, da qual fazem parte quatro ilustres membros da Academia Cearense de Medicina (ACM), os doutores Adriana Costa, Lúcia Alcântara, Roberto Bruno Filho e Roberto Misici, foi incluída uma sessão de fortes lembranças, quando o Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silva, em nome dos seus colegas, prestará homenagem póstuma a 17 companheiros de jornada que partiram, antecipadamente, ao reencontro do Pai, deixando oitenta iátricos sobreviventes submersos na imorredoura saudade.

Dentre os falecidos a prantear, está o Prof. Dr. Carlos Maurício de Castro Costa, o “Mauricinho”, que deixou esse mundo menor ainda menor, com a sua inopinada partida, em 15/03/2010, minado por uma doença traiçoeira, contra a qual lutou, obstinadamente, durante um ano, sem demonstrar abatimento ou revolta, mas tocando, com denodo, os seus muitos afazeres acadêmicos, tanto na assistência, no Serviço de Neurologia do Hospital Universitário Walter Cantídio, como na pesquisa, no Programa de Pós-Graduação em Farmacologia da UFC.

Dele, além das lembranças de um passado que remonta à minha meninice, como catecúmeno e membro da “Cruzadinha” da Igreja de Nossa Senhora das Dores, no bairro Otávio Bonfim, em Fortaleza, passando pelos trabalhos que em conjunto executamos na feitura de cursos, congressos e concursos, guardarei na memória os registros dos nossos dois últimos encontros, ocorridos em 26 e 27 de fevereiro de 2010, quando ele esteve hospitalizado no Instituto do Câncer do Ceará (ICC).

No dia 26/02/2010, sexta-feira, ao saber do seu internamento, fui visitá-lo, colocando-me à sua disposição, caso tivesse alguma necessidade, e entabulamos uma agradável conversa, sobre assuntos variados, o que dava a entender que, para ele, o internamento era uma mera intercorrência de sua enfermidade, a ser superada, à custa dos cuidados médicos, visto que perseguia o cumprimento de suas tarefas, tendo me indagado sobre a publicação de um livro que ora organizava, e, para o qual contribuíra com um texto. Notei que sobre o criado-mudo, junto ao seu leito, repousavam três livros que trouxera para leitura: eram dois de gramática árabe e um de gramática japonesa, todos escritos em francês. Aproveitei o momento, para brindá-lo com o livro “Smile: tributo à memória do Prof. Eilson Goes”, lançado em outubro do pretérito ano de 2009.

Na manhã do sábado, dia 27/02/2010, voltei ao hospital do ICC, para revê-lo e saber como passara a noite. Ele disse-me que tivera uma noite tranquila, e lera boa parte do Smile, acusando ter feito isso com muito gosto. Os sinais de emaciação em seu corpo, frutos da doença consumptiva, eram já evidentes; porém, o seu espírito destemido e a sua vontade inquebrantável não pareciam fraquejar, aguardando a alta, para esse mesmo dia, enquanto confessava e planejava suas ações de trabalho para os meses vindouros.

Desse nosso encontro, que não esperava ser o último, saí esperançoso, porém preocupado, e até lembrando a “fase da barganha”, de Elizabeth Kübler-Ross, imaginei, cá com os meus botões, o seguinte: Por que Deus não o deixa entre nós, até que ele aprenda o basco? Isso, por certo, seria uma boa negociação, porque há uma lenda que Deus, para castigar o diabo, determinou que o “anjo decaído” estudasse a língua basca durante sete longos anos; alguns dizem que o “demo”, apesar do tempo despendido, não teria conseguido aprendê-la.

Para o Carlos Maurício, dada à sua extrema facilidade em aprender idiomas, talvez tivéssemos, com tal acordo vantajoso, a garantia de tê-lo conosco, quiçá, por mais uns três anos, enquanto perdurasse o aprendizado do “euskera”.

Com efeito, Mauricinho era um dos maiores poliglotas do Ceará, sendo fluente em espanhol, francês, inglês, italiano, alemão, holandês, russo e sueco; o latim e o grego clássico, religiosamente estudados nos seus tempos de seminarista diocesano, lia e os escrevia razoavelmente; e ainda compreendia bem o árabe e o japonês.

Munido desse arsenal linguístico, quem sabe não terá ele chegado aos páramos celestiais, e diante de Pedro, ter repetido as mesmas palavras atribuídas a Rui Barbosa, na II Conferência da Paz, ocorrida em Haia em 1907: “Em que língua quereis que vos fale?”.

Como reconhecimento póstumo a tão excepcional figura humana, a ACM, em Sessão Solene acontecida em 14 de maio de 2010, conferiu ao Prof. Dr. Carlos Maurício de Castro Costa o título de Acadêmico Honorário in memoriam.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Titular da cadeira 18 da ACM

*Publicado In: Jornal do médico digital, 2(18): 67-69, outubro de 2021.

RD-Outubro-2021-app.pdf (jornaldomedico.com.br)

Postado no Blog do Marcelo Gurgel em 31 de outubro de 2021.


sábado, 30 de outubro de 2021

ROBERTO MISICI: uma dádiva milanesa à terra da luz

 

Roberto Misici nasceu em Milão-Itália em 21/04/1947, filho de Emidio Misici e Letizia Albertina Bottelli Misici, sendo naturalizado cidadão brasileiro desde 1970.

Veio para o Brasil com seus pais, aos 8 anos de idade, se radicando em Fortaleza, onde concluiu o curso primário no antigo “Colégio Externato Cristo Rei”, o atual Colégio Santo Inácio, dirigido pelos padres jesuítas. Realizou o Ginasial e o Científico no Colégio Cearense Sagrado Coração, tradicional estabelecimento de ensino confessional mantido pela irmandade marista, em Fortaleza-Ceará, que o dotou de primorosa educação católica.

Ingressou no curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) em 1966, concluindo-o seis anos depois em 1971. Paralelemente à grade curricular da Faculdade de Medicina, na vida universitária, dedicou parte de seu tempo acadêmico participando de cursos, estágios de aperfeiçoamento e alguns congressos para estudantes de Medicina.

Após a sua formatura em Medicina, foi para o Rio de Janeiro, onde cumpriu Residência Médica em Cirurgia Geral, na Clínica São Vicente, e em Coloproctologia, no Hospital Miguel Couto, e cursou a Especialização em Medicina Desportiva (UFRJ), Depois da sua permanência no Rio, viajou para Turim-Itália, obtendo a especialização em Coloproctologia-Colonoscopia no Ospedale Maggiore di San Giovanni Battista; de volta ao Ceará, cursou a Especialização em Medicina do Trabalho na UFC.

Possui também: Título de Especialista em Coloproctologia, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP); Qualificação de Especialista em Proctologia e em Cirurgia Geral, pelo CFM; Habilitação em Video-Colonoscopia, pela SBCP e SBED; (Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva); Título de Especialista em Cirurgia Geral, pelo CBC; Habilitação e qualificação em Ultrassom Anoretal, pela SBCP; e mestre em “Educação em Saúde” pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

Pertenceu ao Staff do Serviço de Proctologia da Santa Casa de Misericórdia”, de 1974 a 1986, e docente da Unifor, de 1974 a 1992, e da Faculdade Integrada do Ceará – FIC, de 2001 a 2015. Exerce a Coloproctologia, em seu concorrido consultório particular, desde 1974.

Foi fundador do Istituto di Cultura Italiana di Fortaleza (ICIF) em 1998 e Vice-Cônsul Honorário da Itália, em Fortaleza-Ceará, de 1997 a 2015 e a partir desta data até o ano de 2018 foi promovido pela Embaixada da Itália a Cônsul Honorário.

Participante ativo dos eventos realizados pela Academia Cearense de Medicina (ACM), mesmo antes de sua eleição, Roberto Misici ingressou nesse sodalício em 11/04/2014, sendo saudado pelo Acad. Sérgio Gomes de Matos. Ocupa a cadeira 2, patroneada por Moura Brasil, que teve por fundador o Acad. Walter Bezerra Sá, considerado o primeiro proctologista do Ceará.

Em seus sete anos de imortal da ACM, o acadêmico Roberto Misici revelou-se um operante confrade, sempre assíduo em reuniões ordinárias ou extraordinárias, e disponível ao atendimento das demandas do nosso silogeu.

O livro “Da Milano a Fortaleza” enfeixa a produção intelectual de Roberto Misici, mormente aquela relacionada à nossa confraria médica, e em grande parte publicada sob os auspícios da ACM.

Acad. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Titular da cadeira 18 da ACM

*Publicado In: Jornal do médico digital, 2(18): 64-66, outubro de 2021.

RD-Outubro-2021-app.pdf (jornaldomedico.com.br)


sexta-feira, 29 de outubro de 2021

FOLCLORE POLÍTICO LXII: Porandubas Políticas 614

A coluna de hoje está diferente.

Com o aperitivo inicial, uma historinha do coronel Chico Heráclio, de Pernambuco.

O voto é secreto

Foi o mais famoso coronel do Nordeste. Em Limoeiro, quem mandava era ele. Era o senhor da terra, do fogo e do ar. Ou obedecia ou morria. Fazia eleição como um pastor. Punha o rebanho em frente à casa e ia tangendo, um a um, para o curral cívico. Na mão, o envelope cheinho de chapas, que ninguém via, ninguém abria, ninguém sabia. Intocado e sagrado como uma virgem medieval. Depois, o rebanho voltava. Um a um. Para comer. Mesa grande e fartura fartíssima. Era o preço do voto. E a festa da vitória. Um dia, um eleitor foi mais afoito que os outros:

– Coronel, já cumpri meu dever, já fiz o que o senhor mandou. Levei as chapas, pus tudo lá dentro, direitinho. Só queria perguntar uma coisa ao senhor – em quem foi que eu votei?

– Você está louco, meu filho? Nunca mais me pergunte uma asneira dessa. O voto é secreto.

(Do manual de Sebastião Nery)

Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

A PANDEMIA E O PAPEL DO ESTADO

Por Edilberto Carlos Lima Pontes (*)

pandemia evidenciou que em certas situações a ação do Estado é essencial. A sociedade e o setor privado não conseguiriam, por exemplo, providenciar leitos hospitalares para todos os que precisaram, não forneceriam auxílios emergenciais aos que ficaram sem renda e não providenciariam acesso universal à vacina.

mercado costuma ser eficiente para produzir, mas não consegue distribuir adequadamente o resultado da produção, pois o acesso a bens e serviços destina-se apenas aos que podem pagar por eles, deixando de fora largas porções da população.

Há, no entanto, uma corrente de pensamento que enfatiza a atuação dos grupos de interesse em favor de subsídios, isenções e proteção, a busca de privilégios pelos funcionários e dirigentes públicos, a corrupção, entre outras mazelas e deficiências, denominadas genericamente de falhas de governo.

Estas seriam maiores do que os problemas que a ação governamental supostamente corrigiria. Por essa razão, preconizam a interferência estatal mínima.

Essa visão, embora exerça forte apelo e faça algumas observações pertinentes, ignora alguns fatos relevantes. As economias que vão bem conseguem associar o alto poder produtivo do mercado e a energia inovadora da sociedade e das empresas com um papel distributivo para o Estado, e, a partir daí, obter um elevado grau de bem-estar social.

Além disso, o Estado também desempenha um forte papel no apoio à ciência básica, essencial para o desenvolvimento de tecnologias que serão aproveitadas pelo mercado.

A professora Mariana Mazzucato, da Universidade de Sussex, por exemplo, lista uma série de produtos que só se tornaram possíveis graças a pesados investimentos governamentais em pesquisa.

Desde a Internet às tecnologias que permitem tocar telas sem teclado ou mouse (touchscreen), o financiamento governamental foi decisivo. A Apple, por exemplo, só pôde lançar o Iphone porque essa tecnologia havia sido desenvolvida na universidade, financiada com bolsas de estudo do governo.

Um Estado pesado e que atrapalha deve ser contido, mas é de se ressaltar que não se pode ignorar o seu papel essencial e estratégico em certas áreas. O enfrentamento da pandemia do coronavírus foi um ótimo exemplo para reafirmar essa questão.

(*) Conselheiro do TCE Ceará.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 18/09/21. Opinião, p.16.

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

CONVITE: Lançamento do livro “Crônicas cearenses em tempos da Covid-19”

 

O Jornal do Médico, com apoio da Unichristus, convida para o lançamento do livro (e-book) “Crônicas cearenses em tempos da Covid-19”, organizado pelo nosso conselheiro Marcelo Gurgel Carlos da Silva, ao ensejo da outorga da IX Comenda do Jornal do Médico, em solenidade reservada alusiva a “Memórias e Protagonismos da Medicina na Pandemia de COVID”.

Local: Auditório térreo da Unichrístus – Campus Parque Ecológico.

Data: Dia 28 de outubro de 2021 Horário: 19h30

Link para o público externo:

Perfil Instagram @jornaldomedico www.instagram.com/jornaldomedico

Josemar Argollo

CEO Jornal do Médico

A HISTÓRIA SE REPETE

Por Sofia Lerche Vieira (*)

As tropas americanas concluíram sua atabalhoada retirada do Afeganistão. Deixaram para trás um rastro de violência e morte. As imagens do drama suscitado pela tomada de Cabul e suas trágicas consequências hão de permanecer na memória coletiva dos obscuros e incertos tempos que atravessamos.

Para além do fato em si, o que se viu remete a formas de organização social que não se enquadram nos padrões das civilizações que têm dominado o mundo.

Conhecido como "cemitério de impérios", desde tempos imemoriais, o Afeganistão tem sido palco de sangrentos conflitos. As inúmeras etnias, suas peculiaridades e domínios desafiam uma compreensão do território, tal como se apresenta aos "povos civilizados". Suas fronteiras são artificiais; a interferência externa, um fato (#BdfEntrevista #RedeTVT #ArleneClemesha).

Dominados, se insurgem contra dominadores. E deles fazem troça. Imagens diversas de antes e depois da retirada, mostram uma apropriação material e simbólica dos milionários equipamentos militares abandonados e "desabilitados" pelos americanos. Enquanto uma facção ocupa o país desfilando com as armas dos invasores, outros grupos aprofundam o terror. E já não se sabe quem é o inimigo.

A ação dos talibãs e outros grupos extremistas, de algum modo remete às táticas de guerrilha dos povos lusitanos contra a expansão de Roma na Hispânia em meados do século XX a.C. Foi então que, sob a liderança de Viriato (181 a.C. - 139 a.C.), os habitantes do território sudoeste da Península Ibérica desafiaram as tropas romanas, causando significativas baixas em seus exércitos.

Quem hoje percorre certos sítios arqueológicos da Espanha há de observar que as lendas sobre os valores de luta pela liberdade política de Viriato permanecem vivas.

O desafio geopolítico do Afeganistão requer uma compreensão histórica para além dos manuais de guerra tradicional. Para o mundo, mais uma vez, fica a lição de que "a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa" como, em 1852, escreveu Marx em O 18 Brumário de Luís Bonaparte. Qualquer semelhança com o Vietnã não é coincidência.

(*) Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 13/09/21. Opinião, p.26.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

CONVITE: 82º Retiro Espiritual da SMSL

 


A Diretoria da SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) convida médicos, familiares e estudantes de Medicna para participarem do 82º Retiro Espiritual, que será realizado na Pousada dos Capuchinhos, em Guaramiranga-CE, de 29 a 31/10/2021, tendo como pregador Frei Francisco Lopes.

CONTATOS PARA INSCRIÇÃO: Laurinha (98858-1296).

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Da Sociedade Médica São Lucas

CONVITE: Lançamento do livro “Na linha do tempo da Associação Brasileira de Enfermagem – Ceará: 1951-2021”



As autoras Eucléa Gomes Vale, Maria Dalva Santos Alves, Maria Elizabete Costa da Cruz, Maria Irismar de Almeida, Maria Suêuda Costa e a Associação Brasileira de Enfermagem – Seção Ceará têm a honra de convidar para o lançamento do livro:

“NA LINHA DO TEMPO da Associação Brasileira de Enfermagem – Ceará: 1951-2021”.

O evento será realizado no dia 26 de outubro, às 17h, na sede da ABEn-CE (Rua Paula Rodrigues, nº 55, Bairro de Fátima).

Na ocasião, teremos exemplares do livro à venda e uma sessão de autógrafos.

Ressalta-se que todas as medidas para prevenção e controle da COVID-19 serão respeitadas.

Atenciosamente,

Associação Brasileira de Enfermagem - Seção Ceará

PROFESSOR TRABALHA?

Por Vladimir Spinelli Chagas (*)

Esses dias vi uma nova apresentação dessa dúvida, que realmente alguns têm quanto à nobre profissão de professor, aquele que forma todos os outros profissionais e nem por isso parece ser realmente visto como um trabalhador, diferenciado, por certo, mas trabalhador como os demais.

Também me vem à mente outra ideia errada de trabalho que temos, desta feita no que se refere às tarefas do lar, hoje um pouco mais bem distribuídas, mas que ainda recaem em maior grau nas mulheres. Nem por isso deixamos de ouvir frases como: - não, ela não trabalha. É só dona de casa!

Voltando ao campo do magistério, onde caminho há mais de 33 anos em cursos de graduação e de pós-graduação lato e stricto sensu, às vezes sinto uma certa estranheza de alunos quanto ao professor que tenha outra atividade. Considera-se, então, o professor que trabalha e ensina e o que "só ensina".

A desconstrução dessa visão enviesada sobre o magistério tem que ser enfrentada em todos os níveis, principalmente a partir dos pais e responsáveis, desde os contatos iniciais dos seus filhos com o primeiro professor ou professora, um elo a mais na corrente de preparação para a vida.

Os alunos precisam ir internalizando a ideia de que a sala de aula é apenas uma das atividades do professor. Ele também trabalha antes, estudando, preparando aulas, produzindo material, e depois, corrigindo trabalhos, revendo o que foi feito e iniciando um novo ciclo. E tudo isto é trabalho.

Claro que os professores que abraçam o magistério como um ministério, a ele se entregando de corpo e alma por reconhecer o grande significado que têm e as transformações que ajudarão a construir, assumem essas tarefas com mais sentimento de experiências agradáveis do que como tarefas cansativas.

O reconhecimento, no entanto, não pode ser demonstrado apenas em datas a ele consagradas ou ligadas, mas no dia a dia, seja por atos, palavras ou pensamentos em que se busque formar uma corrente de positividade em seu favor e torne ainda mais prazerosa a atividade de ensinar.

Parabéns aos que se dedicam ao ensino, doando um pouco de si para que os saberes se propaguem!

(*) Professor da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do CRA-CE.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 13/09/21. Opinião, p.26.


segunda-feira, 25 de outubro de 2021

CONVITE: Lançamento do livro “Gotas da história da Odontologia”



A Diretoria da Academia Cearense de Odontologia (ACO), ao ensejo da comemoração do Dia do Cirurgião-Dentista, convida para a homenagem ao Acad. José Dilson Vasconcelos de Menezes, ícone da Odontologia cearense e brasileira, e o lançamento póstumo do seu livro “Gotas da história da Odontologia”, a ser apresentado pelo Acad. Adriano Menezes, filho do homenageado.

Local: Av. Almirante Barroso, 970 – Praia de Iracema (Sede da ACO).

Data: Dia 25 de outubro de 2021. Horário: 20 horas.

Traje: Esporte fino.

Acad. Perboyre Castelo

Presidente da ACO


MÁXIMAS FILOSÓFICAS

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)

Podemos afirmar que o início da sabedoria está no pensamento reflexivo e no esforço da concentração mental. Por sua vez, os estudiosos (filósofos, teólogos, cientistas, etc.) são pensadores que buscam encontrar respostas para suas dúvidas e indagações nos campos material e espiritual. Sem dúvida, o desenvolvimento da humanidade está no saber pensar, o que não é fácil. Segundo Henry Ford: “Pensar é o trabalho mais pesado que há, e talvez seja essa a razão para tão poucos se dedicarem a isso”. Por incrível que pareça, no momento atual, o número de pessoas pensantes, em termos relativos, a nosso juízo, está caindo. É importante pensar de forma justa e criteriosa, sem arrogância intelectual, observando-se os aspectos comportamentais ligados à moral. Dentro desta linha de referência, apresentamos 15 aforismos despertando momentos de meditação sobre temas existenciais diversos, podendo a leitora ou o leitor concordar ou não, mas sempre procurando a sabedoria. Eis as máximas: 1_ Deve-se buscar o sentido da vida e não a vida sem sentido. 2_ É relevante que fujamos da tristeza perversa, bem como da alegria irresponsável. 3_ A sabedoria consiste em pensar com lucidez, procurando a verdade. 4_ Num primeiro momento a inveja pode destruir o invejado, e a seguir o invejoso. 5_ Quem exerce a verdadeira generosidade, não espera retribuição. 6_ A sensibilidade ecumênica é importante para se alcançar a harmonia e a paz. 7_ A força do poder econômico é tão perniciosa quanto o fundamentalismo religioso. 8_ Toda criança que recebe carinho saberá amar. 9_ Mediante a meditação, pode-se libertar a mente dos maus pensamentos e alcançar os caminhos sugeridos pelo coração. 10_ Inveja, orgulho e vaidade formam o trinômio da insensatez. 11_ Em época de crise, o poder da mente é mais significativo que o conhecimento. 12_ Pense em servir, com mais determinação do que ser servido. 13_ Procurar a morte é covardia; preparar-se pra ela é sensatez. 14_ Semeando o solo fértil, os bons frutos deverão surgir. 15_ A vida terrestre é passageira; não deixe de pensar em Deus. Convém buscar a satisfação, mediante os pensamentos positivos, jamais externando ódio e desamor.

(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 15/10/2021.

domingo, 24 de outubro de 2021

TORRESMO

Por causa de sua estupidez e burrice, a professora estava sempre gritando com Torresmo.

- Você me deixa louca, Torresmo! Você não tem jeito!

Um dia, a mãe de Torresmo foi até a escola para verificar como seu filho estava indo.

A Professora disse honestamente para a mãe que seu filho era um desastre, tinha notas muito baixas e que ela nunca viu um menino assim que não gosta de estudar em toda sua vida profissional ensinando crianças.

A mãe ficou tão chocada com esta sincera conversa que ela tirou seu filho da escola, saiu do interior e mudou-se para São Paulo.

25 anos depois, esta mesma Professora foi diagnosticada com uma grave enfermidade no coração quase incurável.

Todos os médicos de sua região indicaram a ela que necessitava de uma cirurgia do coração, mas que este tipo de operação somente um médico em São Paulo era capaz de fazer.

Deixada sem otimismo, a Professora decidiu tentar esta última esperança.

Ela foi para São Paulo e num hospital de lá realizou com sucesso a tal operação.

Quando ela abriu os olhos, voltando da cirurgia, ela viu um belo e jovem médico à sua frente, sorrindo para ela.

Ela queria agradecer a ele, mas não pode falar.

Sua face se tornou azul, ela levantou sua mão, tentou gritar sem conseguir e rapidamente ela morreu.

O médico ficou chocado, tentando entender o que aconteceu de errado.

Então, ele olhou para o lado e viu que o faxineiro Torresmo, que trabalhava no hospital, desligou os equipamentos de suporte da tomada do quarto, para ligar seu aspirador de pó e limpar o corredor.

Tava achando que Torresmo tinha virado médico, né??

Não estuda não, pra ver!

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria definida.

PROMESSA PROLÍFICA

Bastiana, esposa de Zé do Leite de Bodocó, ia pela rua de Ouricuri, em Pernambuco, quando cruzou com o sacerdote.

O padre disse-lhe:

- Bom dia! Por acaso você não é a Bastiana, a quem casei há dois anos na minha antiga diocese, Bodocó?

Ela respondeu:

- Sim, padre, sou eu mesma!

O sacerdote perguntou:

- Mas não me lembro de ter batizado um filho seu. Não teve nenhum?

Ela respondeu:

- Não, padre, ainda não.

O padre disse:

- Bem, na próxima semana viajo para Roma.

Por isso, se você quiser, acenderei lá uma vela por você e por seu marido, para que recebam a bênção de poder ter filhos.

Ela respondeu:

- Oh! Padre, muito obrigada, ficaremos muito gratos!

Alguns anos mais tarde encontraram-se novamente. O sacerdote, já ancião, perguntou:

- Bom dia, Bastiana. Como está agora? Já teve filhos?

Ela respondeu:

- Oh, sim, padre, 3 pares de gêmeos e mais 4... No total 10! Indo para o décimo-primeiro!

Disse o padre:

- Bendito seja o Senhor! Que maravilha! .... E onde está o seu marido?

- Está a caminho de Roma, para ver se apaga a porra da vela!

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria definida.

sábado, 23 de outubro de 2021

EXPLICANDO A GRAVIDEZ PARA UMA CRIANÇA DO SÉCULO XXI

Como explicar sobre gravidez para uma criança do século XXI, quando abelhas, flores, sementes, cegonha já estão fora de moda?

Hoje, a explicação é moderna.

O filho pergunta pro pai:

- Pai, como eu nasci?

- Pois bem, meu filho, um dia sabia que falaríamos disso, então vou explicar o que você precisa saber: Um dia, papai e mamãe se conectaram no facebook e ficaram amigos. Papai mandou um tweet convidando sua mãe para ir a um cybercafé. Descobrimos que tínhamos muitos links e likes em comum e nos entendíamos muito bem.

Quando não estávamos no laptop, conversávamos pelo zap e skype. E fomos dando mais likes, até que certo dia decidimos compartilhar nossos arquivos. O papai introduziu sua memória flash na porta USB da mamãe. Quando o download dos arquivos começou, percebemos que havíamos esquecido do software de segurança e que não tínhamos firewall nem filtro de snapchat.

Já era tarde para cancelar o download e foi impossível apagar os arquivos, gerando a mensagem "INSTALAÇÃO REALIZADA COM SUCESSO".

Com isso as notificações mensais da sua mãe pararam de chegar e nove meses depois você apareceu como novo contato de usuário, solicitando login e senha.

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria definida.

ANAIS DO XXVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE MÉDICO ESCRITORES



Minha jangada de vela,
Que vento queres levar?
Tu queres vento de terra,
Ou queres vento do mar?
Juvenal Galeno

Eis que a terra de Iracema, decantada por Alencar com os seus “verdes mares bravios de minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba”, entrega aos nossos congressistas os presentes Anais do XXVIII Congresso Brasileiro de Médicos Escritores, evento conduzido pela Regional Ceará da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores (Sobrames/CE) na Terra da Luz, assim cognominada por ser a primeira província brasileira a abolir a escravidão no século XIX.

Com efeito, em 25 de março de 1884, portanto, quatro anos antes da promulgação da Lei Áurea em 13 de maio de 1888, a antiga província do Ceará concedia liberdade a cerca de trinta mil cativos. Reconta a história oficial que o então prático marítimo Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde, mais conhecido como o Dragão do Mar, já em 30 de agosto de 1881 bradara: “No Porto do Ceará não se embarcam mais escravos”, interrompendo o trânsito dos cativos nessa capital provincial.

Esta obra, que reúne os principais acontecimentos relacionados ao congresso patrocinado pela Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, é aberta com as mensagens dos sobramistas dando as boas-vindas aos médicos escritores do Brasil que aderiram ao congresso, na condição de participantes, ainda que virtualmente, em decorrência da pandemia da Covid-19 no Brasil.

O livro contém todos os trabalhos aprovados para apresentação, as homenagens póstumas aos sobramistas falecidos recentemente e uma síntese das conferências programadas para exposição no congresso. Nele estão agregados também o programa e outras informações sobre os congressos anteriores e as diretorias atuais de Regionais da Sobrames. Um especial destaque foi conferido ao Projeto ELAM (Estudo da Literatura e Arte na Medicina) por seu papel indutor da vocação de futuros médicos escritores.

Ao Ceará se atribui a posse do rotulado “o maior rio seco do mundo”, o jornalista e escritor Demócrito Rocha descreveu o nosso principal rio com os seguintes versos:

O Rio Jaguaribe é uma artéria aberta por onde escorre e se perde o sangue do Ceará. / O mar não se tinge de vermelho porque o sangue do Ceará é azul ...

Para encerrar, o sangue celeste do Ceará traz à lembrança as poesias de Patativa do Assaré que traduzem “o que há de mais puro na expressão do mundo do sertão”, recorrendo aos seus afamados versos, dispostos em “Cante Lá Que Eu Canto Cá”:

Poeta, cantô de rua,

Que na cidade nasceu,

Cante a cidade que é sua,

Que eu canto o sertão que é meu.

Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Editor dos Anais do XXVIII Congresso Brasileiro de Médicos Escritores

*Publicado In: Jornal do médico, 18(141): 24, outubro de 2021. (Revista Médica Independente do Ceará).

RI-JMédico-Dia-do-Médico-2021-app.pdf (jornaldomedico.com.br)


NOMES PERFEITOS PARA AS RESPECTIVAS PROFISSÕES

Ana Lisa / Psicanalista

P. Lúcia / Fabricante de Bichinhos

Pinto Souto / Fabricante de Cuecas

Marcos Dias / Fabricante de Calendário

Olavo Pires / Balconista de Lanchonete

Décio Machado / Lenhador

H. Lopes / Professor de Hipismo

Oscar Romeu / Dono de Concessionária

Hélvio Lino / Professor de Música

K. Godói / Médico especialista em hemorróidas

Alberta Alceu Pinto / Garota de Programa

H. Romeu Pinto / Garoto de Programa

Eudes Penteado / Cabeleireiro

Sara Vaz / Mãe de Santo

Passos Dias Aguiar / Instrutor de Autoescola

Édson Fortes / Baterista

Sara Dores da Costa / Reumatologista

Iná Lemos / Pneumologista

Ester Elisa / Enfermeira

Ema Thomas / Traumatologista

Inácio Filho / Obstetra

Oscar A. Melo / Confeiteiro

Jamil Jonas Costa / Urologista

Malta Aquino Pinto / Médico especialista em doenças venéreas

Jacinto Pinto Aquino Rego / (Censurado)

Thomás Chaves / Ladrão de carro

Fonte: Internet (circulando por e-mail e i-phones). Sem autoria definida.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Crônica: “Esquecimento global” ... e outro causo

Esquecimento global

Dona Tereza, já na maca, a caminho do centro cirúrgico. Será submetida a uma artroplastia do joelho direito. Prótese total, para estabilizar a articulação da quengada região da perna. De logo a enfermeira mira a boca da paciente e pede gentil:

- As próteses, por favor, é procedimento de rotina numa operação.

- Prótese? Pergunte ao traumatologista, ele que falou que ia botar uma no meu joelho.

A moça se referia, claro, à prótese dentária da setuagenária. "Sem ela", reclamava, sentia-se nua. "Prefiro morrer a me verem banguela". Mas, tantos foram os pedidos que, ao cruzar a porta do centro cirúrgico, Teresa decide ceder - ou fazer que cedia. Chama a filha Malu, acompanhante sempre bem mandada, e põe-lhe algo na mão.

- Tome aqui! Segure firme! Só abra essa mão quando terminar tudo! Não abra a mão!

A operação é um sucesso. Ao deixar o centro cirúrgico, contudo - ainda grogue da anestesia, pano escondendo a boca supostamente murcha, dona Teresa indaga da dentadura. Ninguém sabe, ninguém viu. Enfermeira diz que a ela não foi entregue. A pós-cirurgiada faz finca-pé, não vai pra enfermaria com a bocarra desprotegida.

- Quero meus dentes! E quero e quero logo! Chamem minha filha aqui!

Malu chega vexada. É informada da situação, diz não saber do paradeiro da dentadura da mãezinha. Teresa berra pelos "postiços" que lhe servem na mastigação. É quando sem querer espirra e... ploooooft! A chapa superior salta de sua boca e vai bater nos pés do diretor do hospital. "Que é isso, mamãe?", grita Malu. Teresa, toda errada...

- Foi mal, Malu. Lembrei agora do migué que dei quando eu ia entrando pra ser operada...

- Mamãe!!! A tampa duma caneta?!? 

Num sei que, num sei que mais lá

Jr. Barbosa, mais culto rábula que deu o Campo do Pio. Verbo fluente, deixava qualquer abestado babando. Falatório monstro, pouco compreensível. Quanto mais expunha, mais se empolgava. Caviloso. Do outro lado, tinha lá um Zé Barbante, notório pedreiro, chegado a uma pôde, poucas letras, ele que levantou a casa de muita gente boa no bairro. Entre as construções que ergueu, a do próprio Barbosa, de esquina, na sombra. E é sobre essa casa que vamos falar.

Rebocado o último metro de parede, o falastrão advogado intima o pedreiro a comemorar o novo teto. Onde? Na bodega do Liberato, tudo por conta do Jr.. Que sobe no balcão e dispara conversa fiada contra um Zé indefeso: "Queria te enaltecer, humilde servente, pela construção há pouco conclusa, com semântica menos complexa. Como as não tenho em meu vernáculo, digo-te o seguinte, José Fio de Atar, ou melhor, Zé Barbante. Do teu labor, nobilíssimo executor de tarefas da construção civil, ali está o meu habitat, edificado com a argamassa da tua laboriosa sudorese. Incansável na colocação de cada bloco de barro cozido ali fincado, és tu um tijolo em nossas vidas. Neste ato solene, aqui na quitanda do Liberato, quero dizer-te a plenos pulmões: valeu, companheiro! E receba, mesmo ao longe, meu amplexo fraterno como a paga-mor que um serviçal da tua estirpe poderia ter deste causídico. Tenho dito".

Jr. Barbosa desce do balcão. Se rindo de contentamento pelo inflamado discurso, olho no olho do humilde Zé Barbante, quer ver se abafou:

- Gostou da exposição?

A resposta do humilde rapaz não poderia ser mais eloquente:

- Aí dentro! Passe o dinheiro da minha impeleita antes que eu me afobe!!!

Fonte: O POVO, de 1/10/2021. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

O OUTUBRO ROSA E O CONTROLE DO CÂNCER DE MAMA

Por Luiz Porto (*)

O Câncer de Mama é hoje a principal causa de morte por neoplasias entre mulheres no mundo. Atualmente se observa uma diminuição da mortalidade nos países desenvolvidos e aumento da mesma n os países em desenvolvimento.

A incidência aumentada é resultado do aumento da expectativa de vida e exposição a fatores de risco com o: crescimento da obesidade, adesão feminina ao tabagismo (felizmente decrescendo) e alcoolismo; a diminuição da prole e do tempo de amamentação em face da entrada da mulher no mercado de trabalho.

A diminuição da mortalidade entre as sociedades mais ricas se deve a fatores como: maior grau de informação da população sobre a doença; maior oferta de métodos diagnósticos (mamografia); acesso a terapêuticas mais eficazes oferecida uniformemente à população.

No Brasil, a partir do 1° Congresso Mundial de Controle do Câncer, no Rio de Janeiro em 2008, criou-se um programa baseado no rastreamento bianual universal pela mamografia dirigido a mulheres entre 50 e 70 anos. Foram identificadas Unidades de Diagnóstico e Tratamento, os CACONS e as UNACONS bem como os Serviço de Diagnóstico em Mastologia (SDMs), capazes de fazer o diagnóstico ambulatorial da doença.

No Ceará a criação de Policlínicas distribuídas em pontos estratégicos e a interiorização de especialistas na área ainda não se sedimentou totalmente. Temos equipamentos em número suficiente e razoavelmente bem distribuídos, mas muitos ainda estão bastante ociosos.

Infelizmente a nossa cobertura da população alvo, nunca passou dos 40%, enquanto a Organização Mundial de Saúde aconselha 70%. Precisamos interiorizar mastologistas e principalmente treinar todos os profissionais da área, inclusive os milhares de agentes de saúde que poderão passar as informações sobre fatores de risco e rotinas diagnósticas.

O acesso igualitário aos métodos de tratamento certamente diminuirá a mortalidade e mutilações relacionadas a diagnóstico tardio.

A criação de um período do ano, o Outubro Rosa, ideia surgida na América, envolvendo a Sociedade como um todo, tem trazido a uma discussão de experts, políticos e à sociedade em geral para atingirmos este objetivo. A Sesa, o Comitê Estadual de Controle de Câncer, a Sociedade Cearense de Mastologia, A Academia liderada pela UFC, o CACON, UNACONS, Policlínicas, e Unidades Básicas de Saúde precisam despertar para este papel.

(*) Mastologista.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 6/10/2021. Opinião. p.21.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

APROVADO O PRIMEIRO MESTRADO EM ONCOLOGIA DO NORDESTE BRASILEIRO

O Instituto do Câncer do Ceará (ICC), a Faculdade Rodolfo Teófilo (FRT) e o Hospital Haroldo Juaçaba (HHJ) oferecerão a partir de março de 2022 o Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Oncologia.

O ICC, com seus 77 anos, consagra sua história de serviços à coletividade com o seu Mestrado em Oncologia, o primeiro desta área de concentração da Medicina no Nordeste brasileiro autorizado pela CAPES.

Serão 20 vagas para graduados em Cursos da Área da Saúde e profissionais de outras áreas com expertise em Biologia Molecular, Histologia, Imunologia e Genética. O Edital de seleção será publicado em breve.

O Mestrado em Oncologia possui quatro linhas de pesquisa: Biologia Molecular e Genética dos Tumores, Efeitos Adversos da Terapia Oncológica, Epidemiologia do Câncer e Pesquisa Clínica em Oncologia. Tem parque tecnológico adequado e corpo docente cientificamente qualificado para a concretização dos projetos de pesquisa, a geração de novos conhecimentos e a formação de profissionais de excelência em cancerologia.

A meta é disponibilizar todo o esforço das Instituições promotoras (ICC/FRT/HHJ) para pôr no concreto este sonho. Salve nossos próximos alunos.

Lúcio Flávio Gonzaga Silva

Coordenador do Programa

 

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