domingo, 13 de setembro de 2009

ANAUÊ, CUCA CHE!

Em 2002, alguns poucos alunos do Curso de Medicina da UECE, ao criarem o seu Centro Acadêmico, lançaram a proposta de denominá-lo Che Guevara. No entanto, após ampla discussão, seguida de votação no corpo discente, a maioria escolheu o cearense Joaquim Eduardo de Alencar, membro do “partidão” e perseguido pela ditadura pós-64, cujo legado à Saúde Pública, brasileira e, em especial, a cearense, enquadra-o entre os maiores sanitaristas deste País. Dessa forma, nossos acadêmicos demonstraram mais lucidez do que os gestores municipais em suas indicações estapafúrdias, como a do Centro Urbano de Cultura, Arte, Esporte, Ciência e Lazer (CUCA), inaugurado em 10/09/09.
Depois de homenagear Che Guevara, um homem que sujou de sangue as suas mãos, em nome de uma causa, boa para os seus, mas infeliz para quantos não compartilhavam dos seus ideais revolucionários, a Prefeitura de Fortaleza bem que poderia abrir o leque de opções, entre notórios genocidas, de esquerda ou de direita, para dar nome aos próximos CUCA. Nessa linha de escolha, a lista poderia abrigar: Stalin, Mao, Hitler, Mussolini etc., para contemplar os modernos, e ainda recuar no tempo, incluindo: Nero, Calígula, Átila, Gengis Khan e outros mais. É só uma questão de cabeça, o que não significa acerto da questão.
Parabéns, ao jornalista Fábio Campos, por tratar desse “Batismo Infeliz”, em 10/09/09, com isenção: a escolha de nomes para órgãos públicos, sem uma análise mais apurada, motivada somente pelo viés ideológico.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da UECE

P.S.: O jornalista Alan Neto (O Povo, 13/09/09 p.2) sugeriu a reciprocidade de Fidel, inaugurando em Cuba, o CUCA Lampião.

* Publicado, com supressão do segundo parágrafo, in: Jornal O Povo. Fortaleza, 13 de setembro de 2009. Caderno A – Opinião / Fala, Cidadão. p.6.

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