sexta-feira, 2 de março de 2012

SENTIR OS SENTIDOS

Antero Coelho Neto (*)
Já destacamos, em artigo anterior, a existência dos sentidos na configuração de nossa vida.
Acontece, no entanto, que mobilizados pela nossa consciência ativa, entramos na rotina diária e esquecemos de utilizá-los e, menos ainda, destacá-los. Muitos psicólogos têm estudado como tirar proveitos deles para a melhoria da qualidade de vida e também maior longevidade.
Por outro lado, é conhecida a maior valorização e multiplicidade de diferentes usos da consciência. Varia nas diferentes raças humanas existentes, tipos de religião, momentos políticos e até entre homens e mulheres. Estas, por exemplo, podem realizar várias tarefas ao mesmo tempo: falar ao telefone com a amiga assistindo à novela pela televisão, sentir o odor da comida que está queimando no fogão. Nós, homens, dificilmente fazemos duas tarefas ao mesmo tempo. Por isso, psicólogos também recomendam concentrarmos ao máximo naquilo que estamos realizando para ter o prazer maior daquela sensação, esquecendo dos problemas de nossa vida e até como uma terapêutica deles.
Temos evidenciado a prática dessa metodologia com bons resultados. Sentir o gosto do tato de nosso corpo ou dos objetos; sentir o cheiro da flor ou do pescoço da mulher amada, esquecendo tudo o mais; ouvir a música selecionada; olhar para o horizonte verde e lindo enquanto a mente escreve uma poesia. E, muito mais, pode e deve ser feito.
Por tempos e vezes frequentes, essa mobilização dos sentidos faz com que nossa consciência produtiva promova a fabricação dos conhecidos neuro-transmissores importantes que se transformam em serotonina, a substância geradora do prazer, satisfação e amor, com evidente melhoria da nossa qualidade de vida e maior longevidade. E de uma maneira tão simples, não? Sem a necessidade de usar esses medicamentos caros e, alguns, prejudiciais à saúde em geral.
Vamos experimentar? Os sentidos são nossos! E eles originam diferentes tipos de emoções.
Com satisfação temos comprovado, ultimamente na internet, uma intensa busca pelos sites e blogs que destacam o denominado “alfabeto emocional” de Juan Hitzig, médico argentino e professor de biogerontologia. As traduções para o português são mais fáceis e os resultados parecem revelar que essa prática está chegando aos jovens que usam a internet com maior intensidade. Por isso, aproveito para, novamente, fazer esse destaque e convite aos idosos leitores desta coluna.
Por muito tempo temos destacado o valor dos sentidos e da consciência para evitar os estresses comuns da vida, a partir de pesquisas e estudos conhecidos e realizados por importantes centros de qualidade de vida, da longevidade e da promoção da saúde. Quem sabe vocês agora acreditem que a serotonina está aí e é grátis.
Apertem o “botão da vida” e vamos atingir os anos a que temos “direito”, de uma maneira criativa e saudável, mesmo tendo jogado fora anos durante a juventude e fase adulta.
(*) Professor, Médico e Presidente da Academia Cearense de Medicina.
Publicado In: O Povo, 22/02/2012.

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