quarta-feira, 7 de março de 2012

A VISITA DA IMAGEM PEREGRINA DE FÁTIMA

Chegou a Fortaleza, em 10/10/1952, com grandiosa recepção, a imagem de Nossa Senhora de Fátima. A imagem peregrina já vinha percorrendo as nações católicas, com vistas a difundir a mensagem de oração e penitência revelada em 1917, pela Virgem Santíssima em Fátima, a três pastorinhos.
Na tarde de 14/10/1952, a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima fez visitas para adoração, nos seguintes locais: Escola Preparatória, Tribunal de Justiça, Escola de Aprendizes Marinheiros, Corpo de Bombeiros, Escola de Polícia (Antônio Bezerra), Guarda Civil, Inspetoria Estadual de Trânsito, Quartel General da 10ª Região Militar e Base Aérea de Fortaleza.
Em 19/10/1952, o capitalista Pergentino Ferreira doou um terreno de um hectare, para a construção de um templo, com invocação à santa que viera de Portugal. Nesse exato local foi levantada a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, hoje a maior referência da Avenida 13 de Maio.
No mesmo dia em que ocorreu a doação, Dom Eliseu Simões Mendes, bispo-auxiliar de Fortaleza, em proclamação dirigida aos cearenses, lançou a grande idéia: erguer uma igreja dedicada à Nossa Senhora de Fátima. Esse já era um efeito decorrente da visita da imagem peregrina à Fortaleza, que continuou viagem para várias cidades do interior do Ceará.
Finalmente, em 28/10/1952, com a presença de autoridades civis e militares, e após a missa campal celebrada por Dom Antônio de Almeida Lustosa, realizou-se em Fortaleza a solenidade do lançamento da pedra fundamental da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, a ser construída no terreno doado, e de acordo com a planta elaborada pelo engenheiro Luciano Pamplona.
A mobilização das pessoas, em prol da construção da Igreja, foi crescendo, sem interrupção, enquanto as procissões dos fiéis, desde então, tornaram-se cada vez mais intensas. Nos idos de cinquenta, nos dias 13 de maio e 13 de outubro (datas da primeira e da última aparição), fileiras de criaturas devotas da Virgem Santíssima percorriam a Rua Barão do Rio Branco, indo da Igreja de Nossa Senhora do Carmo até o 23 BC e dali, dobrando à esquerda, para chegar ao local onde o templo foi levantado. O trajeto sofreu mudanças, mas antes, como depois, centenas de velas eram conduzidas, deixando um rastro de luz na passagem, ao mesmo tempo em que eram ouvidas as vozes dos que vinham em romaria: “A 13 de maio, na Cova da Iria, no céu aparece,/ a Virgem Maria/ Ave, Ave, Ave Maria ...”
O culto à Nossa Senhora de Fátima adquiriu proporções tão grandes que, nos anos cinqüenta, notadamente entre 1952 e 1955, as paróquias da capital fizeram o registro de batistério de incontáveis meninas com o prenome de Fátima.
A ereção da igreja deu-se em 14/09/1955, após pouco mais de dois anos e meio de construção, avalizada pelo esforço coletivo da comunidade católica fortalezense, e sua instalação, como paróquia, foi oficializada no mês seguinte, pela Arquidiocese de Fortaleza, em 13/10/1955.
O fato é que a Igreja de Fátima tornou-se cartão postal da cidade de Fortaleza, com seus vitrais e suas luzes em tom lilás, com suas onze celebrações de missa nos dias 13 de cada mês, servindo-lhe de moldura a pracinha em frente, onde se destaca a majestosa imagem da Virgem de Fátima.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas
* Publicado In: Boletim Informativo da Sociedade Médica São Lucas, 8(55): 3-4, fevereiro de 2012.

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