Técnica em Assuntos Educacionais
Sempre que se usa a expressão “Fazendo o caminho”, Santiago de Compostela surge à mente, talvez pela dualidade existente na caminhada, em busca do sonho.
No caso do livro “Refazendo o caminho: passado e presente de uma família”, quem sabe o autor, Marcelo Gurgel Carlos da Silva, não tenha querido reinventar a letra da antiga canção popular, interpretada por Miltinho: “rio, caminho que anda e vai resmungando, talvez uma dor...”. O rio é a sua própria vida, por onde passam os seus entes familiares, alguns perdidos em pleno trajeto, como o pai Luiz Carlos, a irmã Marta, a tia Tatinha e outros mais cujas perdas justificam parte da composição: “o ventre da terra (ou seria o coração?) rasgando sem dó”.
O importante nessa trajetória de mil lembranças é o aprumo com que o memorialista lança mão dos remos e/ou mesmo do cajado, para refazer o caminho percorrido pela família Gurgel Carlos da Silva, com direito à parada obrigatória nos locais onde os filhos do casal Elda e Luiz, se firmaram como “gente de bem”, sem artifícios de qualquer espécie.
A leitura deste livro se faz tanto mais interessante, quanto mais vai sendo aprofundada, aguçando a curiosidade do leitor pelo desdobramento de onze vidas que experimentaram o lado ruim da história, com as dificuldades naturais de uma prole alentada, mas que souberam o que era o “lado bom da coisa”, na medida em que tiraram proveito de tudo o que estava ao seu alcance – educação, principalmente, para atingir um patamar grandioso de realização pessoal e profissional.
“Refazendo o caminho” significa, pois, uma volta às origens – o passado, mas já com o delineamento do roteiro da caminhada, cumprido no presente, pondo em destaque até os frutos vingados na nova geração, todos trazendo estampado no peito a marca que caracteriza o grupo familiar: “caminhar em direção ao sonho, mas sem tirar os pés do chão”.
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