Se a vida pode ser um
espetáculo, por que não poderia ser então um espetáculo circense?
Às vezes temos que ser
verdadeiros trapezistas sem rede de proteção ao fazermos escolhas.
Em outras oportunidades somos
malabaristas equilibrando dezenas de pratos ao mesmo tempo vivendo a tensão de
que tudo pode desabar a qualquer momento.
Muitos nos pedem que atuemos
feito domadores de leões e só ficam felizes quando botamos a cabeça dentro da boca
da fera.
Quanto e quantos coelhos já
tivemos que tirar da cartola para buscar soluções para problemas aparentemente
insolúveis?
Alguém já disse certa vez que a
morte é uma piada de mau gosto inventada pela existência. Eu penso que na
verdade a vida pode ser uma piada, principalmente porque a morte existe e nos
desafia o tempo todo a termos um melhor humor para lidar com o dia a dia.
Sei que muitos querem nos fazer
de palhaços. Mas sempre achei nobre a sua função de satirizar o absurdo e
atrevidamente caricaturar o poder, tirando a roupa do rei revelando as reais
intenções que se escondem por trás de mesuras e falsas preocupações.
A vida, tem que ter alguma
graça. Quem sabe até ser uma boa palhaçada. Quero meu enterro com palhaços
conduzindo o caixão e realizando todo o serviço fúnebre. Eu mesmo quero ir no
caixão vestido de palhaço, este ser que talvez seja a mais sincera expressão da
condição humana, um misto de dor e alegria que pode tornar cômico um final
trágico.
Carpe Diem.
(*) Psicólogo.
Professor da Universidade Estadual do Ceará. Diretor da Editora da Uece.
Fonte:
https://www.facebook.com/carpediemmorte/
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