Por Ricardo Perdigão Pamplona (*)
Eventos existem desde tempos imemoriais e são uma parte
vital da experiência humana. Valorizam fatos memoráveis, cristalizam marcos
vitais e reforçam crenças, valores e culturas. Modernamente constituem-se
poderosas ferramentas para o atingimento de metas sociais, econômicas e
culturais e representam um importante meio de apropriação do espaço urbano para
utilizá-lo de forma criativa.
Recentemente as cidades colocaram os eventos em evidência
como ferramenta estratégica para apresentar suas singularidades, atrair atenção
e visibilidade e gerar emprego e renda. Artísticos na sua maioria, mas também
esportivos, institucionais e corporativos, as cidades passaram a utilizar os
eventos como ferramenta de valorização do espaço.
Com boa infraestrutura, clima ameno e um povo festeiro e
acolhedor, Fortaleza dispõe das pré-condições para posicionar-se como a
‘Fortaleza dos Eventos’ nessa era de competição global, colocando em prática
estratégias de diferenciação em que a cultura desempenha um papel predominante
em matéria de oferta de serviços e ainda como ferramenta de transformação
social e de incremento da economia e do turismo. Mas isso não se faz por
decreto, ao contrário, requer uma gestão profissional, objetivos claros e visão
de longo prazo.
Na nova economia dita cognitiva, em que as ferramentas de
produção e a matéria-prima são a informação e o conhecimento, elaborar um
diversificado calendário de eventos buscando sempre o equilíbrio entre local e
global e entre tradicional e contemporâneo, constitui-se numa incrível vantagem
competitiva.
Uma experiência interessante seria realizarmos o
‘Festival da Lusofonia’, envolvendo os países que compõem o contexto lusófono
(Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor Leste) integrando essas etnias tendo por base comum a língua
portuguesa, revelando suas potencialidades e proporcionando-lhes projeção e
visibilidade. Eventos multiétnicos estão entre os mais complexos e possibilitam
aos locais o acesso a novas culturas, e aos migrantes a reconexão com suas
culturas originárias.
Assumir essa novíssima postura a partir de recursos
pré-existentes
poderá resultar num salto qualitativo, uma janela para um futuro promissor, trazendo vibração, melhorando a imagem da Cidade e a qualidade de vida de nossa gente.
poderá resultar num salto qualitativo, uma janela para um futuro promissor, trazendo vibração, melhorando a imagem da Cidade e a qualidade de vida de nossa gente.
(*) Economista, pesquisador e consultor.
Fonte: O
Povo, de 5/1/2016. Opinião. p.9.
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