Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
Dentro de nós existe um desejo imenso de escutar os apelos de Deus, pois
todos nós fomos feitos em Deus. Ele nos conhece profundamente e sua voz ecoa em
nós. Embora, às vezes, ouvimos apelos diferentes, vozes diferentes e rumores
que nos tiram da Criação.
Dentro de nós existe a semente de Deus, do eterno, do divino. São coisas
que fomos esquecendo e quando olhamos no espelho nos vemos deformados, e
olhamos para o mundo, para outras pessoas e os vemos deformados, nos valores,
nos princípios.
Mas não foi assim que Deus nos pensou. Ele nos fez à sua imagem e
semelhança, portanto, quando Jesus diz que o semeador saiu a semear, Ele fala
de Deus Pai que não se cansa de lançar apelos.
As sementes são boas, estão potencialmente boas para germinar. A Palavra
de Deus é atual. Tem em si tudo e o suficiente para produzir em nós algo
maravilhoso.
A semente do reino é a Palavra de Deus. Como disse o Papa Emérito Bento
XVI: “Quem semeia no coração do homem é sempre e só o Senhor. Só depois da
sementeira abundante e generosa da Palavra de Deus é possível aventurar-se
pelas sendas do acompanhamento e da educação, da formação e do discernimento.
Tudo isto está vinculado àquela pequena semente, dom misterioso da Providência
celeste, que emana de si uma força extraordinária. Com efeito, é a Palavra de
Deus que, por si mesma, realiza eficazmente aquilo que diz e deseja”.
O semeador lança sementes boas. O problema é como nós nos abrimos para
esta graça de Deus. Que encontre uma terra boa. Lembrem-se todos nós somos
bons, nós podemos ser a terra boa.
A grande mensagem é que o Senhor não desiste nunca. Ele continua a
lançar sementes. E a grande meta de todo ser humano é procurar ter um coração
trabalhado, uma alma dócil, uma mente aberta aos apelos de Deus.
A pergunta é, no hoje de nossa história, como estamos nos posicionando
aos apelos de Deus? A essa pergunta temos que responder para nós mesmos. Se nós
nos tornamos terreno árido, peçamos o derramamento do Espírito.
Se somos terreno pedregoso devemos limpá-lo. Se estivermos mais para um
canteiro de espinhos, arranquemo-los. Lembremos o que diz o Senhor: “Assim como a chuva
e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a
terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação,
assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes,
realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao
enviá-la” (Is 55,10-11).
A Palavra deve
provocar decisão, mudança, acolhimento ao Reino de Deus e seguimento de Jesus.
Que o nosso coração esteja sempre aberto para receber a Palavra de Deus.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 2/2/2019.
Opinião. p.20.
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