Por Eurinice Cristino (*)
As doenças respiratórias nas crianças estão
em alta. A bronquiolite, em especial, tem gerado grande preocupação aos pais e
pressionado o sistema de saúde. Resultado do agravamento das síndromes gripais
causado pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), na grande maioria dos casos, a
infecção respiratória aguda afeta principalmente crianças menores de dois anos,
sendo uma das principais causas de hospitalização nessa faixa etária. No
entanto, outros vírus, como o rinovírus, adenovírus e influenza, também podem
desencadear a doença.
O sinal é de alerta e a orientação é de que
todo cuidado é pouco. A contaminação está relacionada ao contato com o vírus,
que pode se dar por meio de ambientes aglomerados, fechados e contaminados, por
contato próximo com criança ou adulto infectado e até devido a má higienização
das mãos.
Em meio à situação que vivemos no Ceará, é
fundamental que pais e cuidadores estejam atentos aos primeiros sinais de que a
saúde do seu pequeno não vai bem. Muito semelhante aos sintomas de um resfriado
comum, por apresentar inicialmente sintomas como coriza, febre baixa e tosse, a
bronquiolite pode evoluir rapidamente para sinais graves, como dificuldade
respiratória, chiado no peito e cianose (coloração azulada da pele devido à
falta de oxigênio). Nessas situações, pode ser necessário suporte hospitalar, incluindo
oxigenoterapia, hidratação intravenosa e até internação em UTI.
Hoje, ainda não existe uma vacina
específica para a bronquiolite em bebês, mas já temos uma de aplicação em
gestantes oferecida nas clínicas privadas de vacinação. A finalidade é prevenir
doenças do trato respiratório inferior e suas formas graves em recém-nascidos e
lactentes através dos anticorpos produzidos pela gestante vacinada que são
transferidos por meio da placenta ao feto.
No entanto, outras medidas precisam ser
tomadas. Entre elas conscientização e mudança de comportamentos de pais de
recém-nascidos, principalmente, que devem evitar ao máximo receber visitas,
evitar expor o bebê a ambientes fechados, aglomerados e a pessoas doentes; além
de manter a casa arejada, com janelas abertas sempre que possível. Seguir
medidas preventivas é sempre o melhor caminho.
(*) Médica
pediatra e especialista em desenvolvimento infantil.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 18/08/2025. Opinião. p.16.
Nenhum comentário:
Postar um comentário