Por Cândido
B.C. Neto (*)
Somos frutos de avanços internacionais
recentes. Nos diversos cantos do mundo, se expande uma realidade tecnológica
que desafia o humanismo. Nacionalmente, ainda carregamos a mordaça do silêncio
e do obscurantismo. Fomos educados para calar, apesar de recentes ensaios da
palavra nesta conflitiva gênese da democracia brasileira. Regionalmente, nos
impõem um separatismo" nordestinizado" que, historicamente, não
desejamos.
Esses fatos nos levam a reflexões maiores
sobre o cotidiano regional e ao aprofundamento de algumas análises. Começamos
com o questionamento de administradores dentro dos padrões e anseios populares.
A educação não pode continuar atendendo aos interesses das classes dominantes.
Precisamos transformar essa situação, de tal sorte que venha a educação a
desempenhar o seu papel social, colocando-se a serviço da nossa população,
capacitando-os a gerir os seus destinos.
No contexto da política de interiorização,
iniciamos uma ação objetiva e ampliamos as expectativas. Feita por quem conhece
a realidade do interior do Ceará, essa "interiorização da ação
desenvolvimentista" não pode ser confundida com municipalização. A
interiorização é ampla e atinge todos os segmentos socioeconômicos, numa
interação entre as diversas instituições, na tentativa de superação das
questões básicas e na busca de um progresso necessário. O homem é o objetivo
final e razão de ser de todo esse processo.
Num mundo onde "laboriosamente crescem
as coisas absurdas", abençoados sejamos todos nós amantes desta terra.
Apesar de todos os desencontros históricos, ainda encontramos força e vontade
de ver nosso Ceará desenvolver-se, e ainda sonhamos e realizamos metas e
estratégias capazes de elevar nosso povo a estágios melhores. Estágio fecundado
pelo amadurecimento de uma nova geração.
Precisamos, urgentemente, da participação
de todos no Programa de Universalização da Educação Superior do Ceará - por
meio da UAB-Ceará, em favor da interiorização, rompendo toda passividade e
pulverizando, no imaginário popular, o "ousar e fazer" como palavras
de ordem. Esse "ousar e fazer", sempre a marca dos grandes homens da
história da humanidade, deve pairar sobre todos nós.
(*) Professor da Uece e coordenador
da Educação Superior da Secitece.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 16/08/25. Opinião. p.18.
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