Por Sofia Lerche Vieira (*)
Hoje é festejado o Dia do Estudante. A
escolha da referida data para celebrar este personagem central do processo de
acesso ao conhecimento sistematizado está associada a dois eventos do passado.
O primeiro deles se refere à criação dos
cursos jurídicos no Brasil cuja importância é reconhecida desde 1827. Não por
acaso também o Dia do Advogado é comemorado em 11 de agosto.
O segundo motivo é um fato de importância
histórica para o Ceará. Em agosto de 1954, ao salvar vítimas das chamas de um
incêndio nas dependências do Hospital César Cals, faleceu João Nogueira Jucá,
estudante de 17 anos. Em homenagem à sua bravura, homenagens diversas têm sido
feitas ao longo do tempo, de modo particular pelo setor da saúde como também
pelo Corpo de Bombeiros.
Sendo a aprendizagem uma constante ao longo
da vida, é possível afirmar que mesmo para aqueles que estão fora da escola, o
ato de estudar está inscrito em nós, como ferramenta da curiosidade que induz à
reflexão. Precisamos, pois, expandir esse conceito. Sobre o tema, assim se
manifestava o filósofo Gaston Bachelard: "Eu estudo! Sou apenas o sujeito
do verbo estudar". Ser sujeito significa a afirmação de si sobre algo,
neste caso, o conhecimento.
Estudar não é apenas um exercício da
condição intelectual. Em sentido amplo, faz parte da aprendizagem formal e
informal, dos saberes eruditos e populares. O conhecimento está nas pessoas e
nos objetos. Assim, não apenas se estuda na escola ou na universidade. A
educação a distância, a inteligência artificial e outras modalidades de
aprendizagem, por sua vez, conduzem a formas inimagináveis de estudar. Por
outro lado, há uma sabedoria inscrita no patrimônio imaterial. Quando os
mestres da chuva observam os sinais da natureza para verificar se irá ou não
chover, estão também estudando.
Com ou sem verbos específicos, estudar,
refletir e aprender são elementos essenciais da nossa humanidade. Saudemos,
pois, os que fazem do processo de estudar uma de suas escolhas, seja na escola
formal ou na escola da vida. Aquele que "de repente aprende" é
protagonista do presente e do futuro.
(*) Professora do
Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 11/08/25. Opinião. p.16.
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