domingo, 21 de dezembro de 2025

A BÍBLIA COMO ATIVO POLÍTICO

Por Emanuel Freitas da Silva (*)

Quando o governador Elmano de Freitas (PT) anunciou, ano passado, apoio à aquisição de exemplares da Bíblia para distribuição em escolas estaduais, atendendo desejo do deputado Apóstolo Luiz Henrique (REP) expresso por projeto de lei de sua autoria, a reação de parlamentares evangélicos na Alece foi opor-se ao projeto porque "quem é crente já tem Bíblia, não precisa de ninguém para distribuir".

É verdade: livro mais vendido no mundo está por todo lugar. Quem foi jovem nos anos 1990 vai se lembrar do famoso "Novo Testamento", em capa azul ou cinza, distribuído nas escolas pelas Testemunhas de Jeová.

Os deputados evangélicos daqui puseram-se contra a ideia de "Bíblia nas escolas", posto que a ação seria executada por um governador do PT. Mas, de repente, Brasil afora, pululam projetos de lei, em diversas Casas Legislativas, que visam o contrário: políticos evangélicos querem, e como, "Bíblias nas escolas".

O "intervalo bíblico" foi aprovado em Recife, num projeto de lei que, na verdade, versava sobre "liberdade religiosa"; projeto semelhante já tramita na Alepe, sob a justificativa de que "o estado não é antirreligioso". A Prefeitura de Curitiba decidiu distribuir exemplares do Novo Testamento nas escolas municipais.

Em Salvador, a Câmara aprovou e o prefeito sancionou projeto de lei que autoriza o uso da Bíblia como recurso paradidático em escolas públicas e particulares, como instrumento de apoio em disciplinas como História, Literatura, Geografia, Filosofia, Artes e Ensino Religioso. O mesmo aconteceu em Florianópolis, Belo Horizonte, Feira de Santana e Joinville, só para falarmos de grandes cidades.

No mês passado, até audiência pública no Senado Federal foi realizada, sob a condução de Damares Alves (REP), para discutir a proibição de "alterações" no texto sagrado.

A tramitação e discussão dos projetos servem para manter vivo o pânico moral em torno da esquerda, pondo-lhe a pecha de "inimiga da fé cristã" ao interpelar a laicidade do estado; por que se opor à presença e ao uso da "palavra de Deus" em escolas?

Tudo é feito em nome do "combate à intolerância religiosa", entendendo por religião apenas aquela que usa a "Bíblia". Um passo a mais na legitimação do imaginário da "cristofobia" supostamente em curso.

(*) Professor adjunto de teoria política da Uece/Facedi.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 26/11/25. Opinião. p.16.


UM NOVO PAPA

Por Rev. Munguba Jr. (*)

Não costumo abordar assuntos relacionados a denominações religiosas. O que sempre defendo é que cada pessoa tem o direito de seguir o caminho que escolher, sustentando as teologias e ideologias com as quais mais se identifica. No entanto, é impossível não olhar para o líder da maior religião cristã do mundo: o Papa.

Hoje, é difícil acreditar em tudo o que se publica nas redes sociais, já que muitas pessoas fazem qualquer coisa para aumentar visualizações, curtidas e compartilhamentos. Somos constantemente bombardeados por notícias verdadeiras, meias-verdades e mentiras.

O Papa Leão XIV tem promovido uma verdadeira revolução neste novo tempo, conduzindo uma guinada na estrutura doutrinária da Igreja Católica em direção a um aspecto mais bíblico e menos humanista. Ele tem procurado trazer o texto sagrado como referência prioritária na exegese doutrinária.

Seu posicionamento tem sido marcado por amor e gentileza, mas também por firmeza em enfatizar verdades fundamentais do cristianismo, como a de que Cristo é o centro da Igreja.

Como batista, aprendi com meus pais a amar Maria, valorizá-la e até pregar sermões maravilhosos sobre ela, cheios de amor e esperança. Olhamos para sua escolha sobrenatural, sua maternidade milagrosa e sua presença constante na vida de seu amado Filho, Jesus. Maria foi até as últimas consequências para permanecer perto dEle, mesmo diante da cruz. Como Maria foi especial!

Compreendi que o Papa não está diminuindo Maria, mas apenas recolocando no centro aquilo que é essencial ao cristianismo: Cristo.

O Papa está apenas iniciando seu pontificado e tem buscado santificar cada vez mais a Igreja. Precisamos dar tempo para que ele trabalhe e desenvolva seu ministério pastoral. Julgamentos apressados tendem a ser injustos.

Não tenho procuração para defender Leão XIV, mas não gosto de julgamentos precipitados contra nenhum líder religioso. Sinto dor quando vejo um pastor ou padre sendo julgado prematuramente. Não pretendo acobertar erros, apenas defender a prudência na avaliação. Devemos lembrar que "com a medida que medirmos, seremos medidos". Não somos juízes e muito menos perfeitos.

Penso que podemos ser mais bondosos, gentis e misericordiosos com todos. Vamos aguardar. Afinal, como a própria Bíblia ensina, "a luz tudo revela."

Uma reflexão sobre fé, liderança e cautela nos julgamentos

(*) Pastor Munguba Jr. Embaixador Cristão da Oração da Madrugada e Erradicação da Pobreza no Brasil e presidente da Igreja Batista Seven Church.

Fonte: O Povo, 22/11/2025. Opinião. p.20.


sábado, 20 de dezembro de 2025

Tempo de memória e da esperança

Por Pe. Eugênio Pacelli SJ (*)

Novembro chega como um véu de silêncio sobre a cidade barulhenta. Para a Igreja Católica, é o mês em que a fé nos educa a olhar, ao mesmo tempo, para o alto e para dentro. Logo nos primeiros dias, celebramos o Dia de Todos os Santos (1º) e a Comemoração dos Fiéis Defuntos, o Dia de Finados (2). São datas irmãs: uma aponta para a meta — a santidade —, a outra recorda, com ternura, os que caminham para ela e já atravessaram o umbral da morte.

Historicamente, a festa de Todos os Santos amadureceu a partir da memória dos mártires, venerados nas catacumbas, até ser estendida a toda a Igreja no século IX, sob o pontificado de Gregório IV. Já o Dia de Finados consolidou-se no século XI, com os monges de Cluny, como exercício de caridade espiritual pelos que se purificam na esperança. Desde então, novembro tornou-se uma escola de comunhão: entre a Igreja triunfante, a peregrina e a que aguarda a visão plena de Deus.

Filosoficamente, a morte interroga o sentido da vida. A experiência cristã não a romantiza, mas a transfigura: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11,25). Por isso, velas acesas, flores e a oração pelos mortos não são ritos de resignação, e sim gestos de confiança; proclamam que o amor não é devorado pelo tempo. A saudade, iluminada pela esperança, aprende a dizer “até o encontro”.

Novembro também abre a porta do Advento, quando a Igreja reaprende a esperar. Preparar o Natal não é decorar vitrines, mas dilatar o coração: reconciliar-se, cuidar dos que sofrem, retomar a oração, simplificar a agenda para que Deus encontre lugar. Entre a memória dos que partiram e a expectativa do Deus que vem, descobre-se um caminho único: viver o presente com responsabilidade de eternidade.

Que este mês devolva à cidade o seu silêncio fecundo e às famílias a mansidão das lembranças. Ao lembrarmos nossos mortos, aprendamos a ser mais vivos: atentos, agradecidos, generosos. E, ao acender as luzes do presépio, reconheçamos no Menino que chega a mesma promessa que sustentou nossos santos e consolou nossos lutos: o amor vence a morte, e a vida, em Deus, não se encerra — floresce.

(*) Sacerdote jesuíta e mestre em Teologia. Escritor. Diretor do Mosteiro dos Jesuítas de Baturité e do Polo Santo Inácio. Fundador do Movimento Amare.

Fonte: O Povo, de 15/11/2025. Opinião. p.20.


O cinquentenário da RCC em Fortaleza

Por Emanuel Freitas da Silva (*)

No último dia 26/10/25 celebrou-se, na Catedral Metropolitana de Fortaleza, os 50 anos da presença da Renovação Carismática Católica na cidade. Movimento de cunho pentecostal surgido em 1967, nos Estados Unidos (o famoso “final de semana de Duquesne”), aportou em terras alencarinas em 1975, por meio do trabalho missionário de padres jesuítas, para logo depois ser conduzido hegemonicamente por fiéis leigos. Buscou, desde seus primórdios, ser a “renovação” do catolicismo como um todo, daí a disputa que se travou, por muito tempo, quanto ao uso do termo “movimento” para o caracterizar.

Há muito o que se comemorar no que diz respeito à Arquidiocese: inexistiram, da parte dos arcebispos, grandes entraves à presença do movimento nas igrejas (embora muitos padres tenham oferecido, nesses anos, alguns embaraços), podendo mesmo ser destacado o expressivo número de Novas Comunidades fundadas sob a batuta de Dom José Antônio; muitas novas expressões do catolicismo foram originadas na espiritualidade da RCC de Fortaleza ou têm nela seu público majoritário; missas e eventos católicos assumiram, em sua imensa maioria, a gramática dos louvores e da animação carismática (como a Caminhada com Maria), o que explica, em grande medida, a resistência do Ceará como o segundo estado mais católico do país.

Mas, há também desafios importantes produzidos pela longe durée do movimento: enfrentamentos internos, que levaram alguns à ruptura com a Igreja e à busca por novas confissões cristãs (indo do sectarismo à desfiliação); espetacularização da pentecostalização, fazendo desta a razão de ser do movimento bem mais do que a própria unidade da igreja – para isso, basta lembrar da importância das “missas de cura” frente às missas “normais”; a politização da identidade carismática, que levou o movimento a uma adesão irrestrita a tudo que se opõe ao progressismo, levando a uma confusão entre ser carismático e ser, por exemplo, bolsonarista (inclusive, esse foi um dos quatro problemas identificados pelo fundador da Shalom durante sua pregação, no referido evento).

Os próximos anos insinuam-se de maior fortalecimento, dada a já manifesta inclinação do novo arcebispado. Que venha o centenário!

(*) Professor adjunto de teoria política da Uece/Facedi.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 12/11/25. Opinião. p.22.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Crônica: “Quando o porco não é um suíno...” ... e outros causos

Crônica: “Quando o porco não é um suíno...” ... e outros causos

Quando o porco não é um suíno...

O célebre pensamento de Ariano Suassuna - "tudo o que é ruim de passar é bom de contar e tudo o que é bom de passar é ruim de contar" - cabe perfeitamente aqui, deveras. Nonato, cunhado dileto, passando uns dias aqui em casa - reside há anos na Veneza Brasileira, decidiu ir à casa do amigo Ribamar, que não via desde 1999.

O irmão de minha mulher ouvira por conhecidos, na capital cearense, que "Ribinha" trazia consigo já os primeiros sinais do mal que tem afetado por demais os que viramos a quilometragem dos 70 - dificuldade de encontrar palavras para completar uma frase e, sobremodo, de ir buscar na memória fatos recentes ou não (ficamos "inesquecíveis").

Tinha urgência o irmão de minha mulher em ver o contemporâneo de Colégio Cearense, até porque o obrigava a viagem de retorno a Recife, dia seguinte. Nonato, sem a menor intenção de querer magoar, falou-me sincera e ingenuamente, lembrando Suassuna:

- Preciso visitar meu amigo Ribamar enquanto ele se lembra de mim!

Viva a Linguagem Simples!

Essa eu também testemunhei. Levei ao Alicate (no Monte Castelo) o Zé Felismino, vaqueiro de papai, para que o valente sertanejo se fartasse do prato principal da casa, há décadas: bisteca com baião de dois e batata inglesa na maionese. E farofa com vinagrete.

Mas, Zé tinha intenção gastronômica diversa - culpa minha, que deveria ter-lhe perguntado o que queria traçar. Cheio de moral, decidido a pagar a conta (vendera saca de castanha de caju no preço), chamou o garçom e, desejando comer uma costelinha de porco assada, indagou educado:

- Além da bisteca de gado, do carneiro, do frango e da tilápia, que outra mistura tem aí?

- Também suíno! - respondeu o garçom, olho grelado na mesa ao lado.

- E porco, vocês não têm???

Chora, cão!

Maria, criaturinha birrenta, cometera danação substantiva e a mãe não deixou por menos. Cinturão em mão, aplica-lhe corretivo exemplar: dez lapadas no espinhaço. Primeira, segunda e terceira chibatadas e Maria, nem aí - como se assistisse à sessão da tarde. Quarta, quinta, sexta, sétima e oitava sabugada e nada de a menina chorar. Demais relhadas, a mão da mãe já nem pesava de cansaço, e nada de a garota pedir penico.

Assustada com a reação da filha - magra e abusada, a senhora pensa que aquilo "não é coisa de Deus". Benze-se com o cinto, toda tremendo, e conversa em voz alta com o Alto:

- Senhor, essa Menina tá é com o cão nos couros! - E haja a velha a rezar: - Creio em Deus Pai todo poderoso...

O verdadeiro pão de açúcar

Consultório do clínico geral Dr. João, entendedor de nutrição como poucos. O caso do paciente - Jair Moraes - requer prudência no consumo de açúcar. Pré-diabético na risca, terá que abdicar dos doces que tanto dá valor. E não só:

- As massas e o arroz têm muito carboidrato, convertidos em açúcar no organismo.

- Doce de leite, rapadura, bombom, tudo bem, doutor! Mas, o arroz?!?

- Sim! Carboidratos simples como o arroz, digeridos e absorvidos rapidamente, causam um aumento acelerado nos níveis de açúcar no sangue, dando pico de glicose.

E o Poeta dos Cachorros deixa o consultório com a informação de que arroz tem muito açúcar a lhe martelar o juízo, coisa que não entrava na cabeça. Chegando em casa, a mulher Doriana fala que se acabou o açúcar pra botar no suco do almoço. E Jair...

- Bota duas colheradas de arroz!

Fonte: O POVO, de 21/11/2025. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

PESAR POR DR. ZAQUEU TORRES ESMERALDO

Lamento compartilhar aqui o meu pesar pelo falecimento do nosso colega de turma de Medicina da UFC, de dezembro de 1977, o Dr. Zaqueu Torres Esmeraldo, renomado cirurgião plástico radicado em São Paulo, desfecho ocorrido ontem (17/12/2025) na capital paulista.

Zaqueu Torres Esmeraldo nasceu em Senador Pompeu, em 23 de agosto de 1952. Realizou estágio de Cirurgia Geral na Santa Casa da Misericórdia em Fortaleza (1978/79) e Residência Médica de Cirurgia Plástica no Hospital dos Defeitos da Face em São Paulo (1980/81), onde fixou residência. Fez estágios nos EEUU em 1981 e em 1990 (NY e San Francisco).

Era membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e membro Internacional Correspondente da Sociedade Americana de Cirurgia Estética.

Exerceu clínica particular em São Paulo por mais de 45 anos e visitava Fortaleza trimestralmente a trabalho, desde então.

Casou-se, em 1977, com Niana Salvia Esmeraldo, já falecida, com quem teve dois filhos dentistas, Caio e Raquel, ambos casados, que lhes deram dois netos: Maria Júlia (filha de Raquel) e Bruno (filho de Caio).

Como dedicado católico, ele era Ministro Extraordinário da Eucaristia.

Que Deus o receba em Seus braços misericordiosos.

Marcelo Gurgel Carlos da Silva


quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Os Mestres Nunca Morrem

Convivi com o Dr. Moreira desde o começo de minha formação médica. Como aluno, monitor, bolsista de iniciação à pesquisa, interno e depois residente do Departamento de Cirurgia, o contato com o professor José Moreira Lima foi, não só obrigatório, como marcante. Preceptor dedicado, cirurgião destemido - personalidade forte e envolvente -, Dr. Moreira nunca passou despercebido. Estou falando de uma época onde o cirurgião geral fazia de tudo, tempo das grandes incisões, da rapidez cirúrgica, das habilidades múltiplas... Destaque desde a época de aluno da faculdade de medicina, quando foi presidente do Centro Acadêmico no final dos anos 1950, depois como discípulo primoroso do grande professor Paulo Machado na década de 60, Dr. Moreira marcou sua trajetória como cirurgião e mestre nos mais importantes hospitais escolas de sua geração. Dono de uma grande clientela, pontificou como cirurgião geral na época áurea da Casa de Saúde São Raimundo. Médico cirurgião do Hospital Geral de Fortaleza desde a sua fundação, ali consolidou seu nome como mestre, cirurgião e gestor. Coordenou a Residência de Cirurgia e dirigiu o hospital na década de 80, deixando como principal legado a construção da nova emergência, ocasião em que foi realizado um grande concurso público para contratação de uma quantidade expressiva de novos médicos.

Na Faculdade de Medicina, fez história. Muito presente e atuante, nas suas aulas visitas, emergia sempre o professor extremamente exigente. Não aceitava essa desculpa de "não sei não senhor", os residentes eram obrigados a ter domínio completo das enfermarias. No centro cirúrgico, destacou-se na correção das grandes hérnias da parede abdominal. Qualquer vacilo dos residentes era repreendido com firmeza, tal como eram também elogiados com desvelo os bons desempenhos, "belo ponto, meu filho, merece uma tragada". Na sua gestão como chefe do Departamento de Cirurgia, criou a Jornada Científica do Departamento, hoje já na sua trigésima primeira edição, e foi o responsável pelo desencadeamento das negociações que acabaram por determinar a construção do novo hospital de cirurgia.

Associativamente, o professor Moreira também atuou de forma significante. Muito ativo no Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), foi membro Titular, Mestre do Capítulo Ceará/Piauí/Maranhão, vice-presidente setorial e Membro Honorário do CBC, tendo recebido a Medalha do Mérito Cirúrgico por ocasião do XXIX Congresso do CBC, realizado em Fortaleza no ano de 2011.

Já aposentado da UFC e do HGF, em 2002 o professor Moreira foi convidado pelo professor Manassés, na ocasião Reitor da Universidade Estadual do Ceará, para colaborar na organização inicial do Curso de Medicina que lá se instalara. Como era de costume acontecer em todo projeto no qual se envolvia, dedicou-se de corpo e alma, dando aula incansavelmente em várias disciplinas no início do curso, o que lhe rendeu inúmeras homenagens e convites para dar nome e ser patrono ou paraninfo das primeiras turmas que lá se formaram. Vem desta época minha maior aproximação dele. Membro da banca examinadora do concurso que prestei para professor de Cirurgia do Curso de Medicina da UECE, passamos a conviver de perto por um bom período. Tornamo-nos verdadeiramente amigos e pude apreciá-lo mais ainda. Juntos fomos vozes dissonantes na ideia da construção do Hospital Universitário da UECE, na época proposta repugnada pela direção do Curso e Reitoria. Ver o Hospital Universitário hoje em pleno funcionamento enche-me de orgulho, e embora os alunos de hoje não saibam, nos corredores daquele hospital estão impregnados os lampejos dos sonhos e da inteligência de um homem obstinado.

Acompanhei de perto suas últimas internações, mas ontem, ao receber a notícia de sua morte, confesso que senti um misto de tristeza e saudade. A constatação da partida definitiva de um mestre querido enche-nos de vazios e faz com que nos sintamos vivendo em um mundo menor do que este que está ai desabrochando para muitos. É como se a morte deles estivesse levando também um pouco de nós. Mas, pensando bem, é justamente o contrário. A verdade mesmo é que os nossos mestres nunca morrem, eles estarão eternamente aqui impregnados em nossas atitudes, em nossos ensinamentos.

Assim, aquela risada franca, aquela mão estendida vigorosa e aquela opinião firme e forte do Dr. Moreira estarão sempre por aqui a nos guiar e ajudar a encontrar respostas e soluções. É isso, vai meu velho e bom amigo, descanse em paz.

Fortaleza, 15 de dezembro de 2025

Prof. Fernando Antônio Siqueira Pinheiro

Departamento de Cirurgia da Famed UFC


terça-feira, 16 de dezembro de 2025

TARIFAÇO vs. POLÍTICA A SER ADOTADA

Por Pedro Jorge Ramos Vianna (*)

Em artigo anterior sugeri que o Brasil poderia adotar a política da moeda nacional subvalorizada para os negócios de exportação e importação com os Estados Unidos. Chamo a atenção que o Brasil já adotou essa política, com o uso de taxas cambiais diferenciadas em seu comércio internacional. Assim, isto não seria novidade.

Mas, qual a justificativa para o emprego de tal política? Primeiro é o apelo dos empresários para o uso de política tarifária. O problema é que o Tesouro Brasileiro está deficitário. Assim, qualquer benefício nessa área, acarretaria maior pressão sobre ele. Da mesma forma o cancelamento de dívidas, se existirem, das empresas prejudicadas, também pressionaria o Tesouro. E a compra por parte do governo dos produtos não exportados só se aplica para determinados bens, principalmente os de primeira necessidade.

Dadas estas considerações é que advogo o uso da política cambial como uma alternativa menos danosa aos cofres federais. A minha ideia é a adoção do real subvalorizado, tanto para as exportações das empresas brasileiras, como para as suas importações. Mas, somente para os negócios com os Estados Unidos.

Quais as consequências dessa política? No que diz respeito às importações ela funciona como um encarecimento dos preços e, portanto, tende a diminuir essas transações. Assim, ela funciona como um “tarifaço” contra os bens importados daquele país.

E quanto às exportações? Neste caso, ela funciona como um adicional de preços, um ganho "extra". Outra consequência é que não haveria pressão sobre o Tesouro. Chamo a atenção que em relação aos outros países a taxa cambial seria uma só, sem a característica da subvalorização do real.

Também faço a ressalva que o Bacen poderia ter perdas cambiais nos negócios com os EUA, a depender do saldo do Balanço de Pagamentos com aquele País.

Veja-se que quando há exportação, o Bacen recebe divisas e entrega Reais aos exportadores. Quando há importação ele recebe Reais e entrega divisas. Como, normalmente, o saldo do balanço comercial Brasil/EUA é negativo, o resultado seria um “ganho” em Reais e uma “perda” em divisas. Se o resultado do balanço comercial for positivo, o resultado seria o inverso.

Entretanto, o efeito sobre a política monetária no Brasil, mesmo na primeira hipótese, não seria de grande monta, haja vista que, conforme as últimas estatísticas publicadas pelo Bacen, em 2025, o Papel Moeda em Circulação no Brasil situa-se em torno de R$347,3 bilhões, o que equivale a, aproximadamente, 3,13% do PIB.

Desta forma a política de câmbio diferenciado, neste caso, não será danosa nem para a política tarifária, haja vista que não afeta o Tesouro, nem para a política monetária, pois não há pressão inflacionária.

(*) Economista e professor titular aposentado da UFC,

Fonte: O Povo, de 16/11/25. Opinião. p.20.


segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Natal dos descendentes de Almerinda Gurgel & Paulo Coêlho em 2025

Por Marcelo Gurgel Carlos da Silva (*)

Parte dos descendentes do casal Almerinda Gurgel Valente & Paulo Pimenta Coêlho, representados pelo filho Edmar Gurgel, por muitos netos, alguns bisnetos e até trinetos, se fez presente no encontro natalino de nossa família.

Esse encontro, liderado pelo primo Sílvio, filho do tio Edmar, aconteceu no Espaço MGM, localizado no bairro de Fátima, das 16h às 20h de ontem, dia 14/12/25, reunindo cerca de setenta pessoas.

Dos filhos de Elda, faltaram apenas o Sérgio, retido em Juazeiro do Norte, e o Paulo, que por motivos superiores não puderam se fazer presentes.

Ao som de Tiago Sampaio, um bom cantor, acompanhado de violão e de teclado, e por vezes entremeado por interpretações do Paulinho, filho do primo Paulo César, passamos uma tarde-noite muito agravável, saboreando as apetitosas guloseimas cuidadosamente feitas pela prima Solange Gurgel, gerando um tempo de encanto e de descontração dos parentes da família Gurgel.

O ponto alto da festao foi a apresentação da brochura “O LEGADO DE ELMA: uma família, uma história”, organizada por Maria Goretti e Eleazar Ribeiro, filha e genro da tia Elma, contendo mensagens dos filhos, netos e de outros familiares da homenageada, falecida em 27/08/2022, seguida da projeção de slides com fotografias selecionadas pelo casal Goretti e Eleazar.

A família da tia Elma doou vinte exemplares dessa obra aos primos do lado materno participantes do evento.

Ao final do encontro foram sorteados, entre os adultos presentes, vinte exemplares dos seguintes títulos de livros: “Cum Laude”, “Fora de Forma: contando causos da caserna”, “Selecta Literária” e “Fortaleza: de encantos e (des)encantos”, cedidos gentilmente por Marcelo Gurgel.

Não houve tempo para repetir a projeção do audiovisual, produzido pelo nosso primo Renato, com base no acervo de fotografias pertencentes aos descendentes de Elda e Edmar Gurgel, que se comprometeu de o compartilhar nos grupos de WhatsApp da família Gurgel.

Após a apresentação dos slides e a distribuição dos livros, os participantes se posicionaram para uma fotografia oficial panorâmica, para servir de registro iconográfico da confraternização do nosso clã de 2025.

A data do encontro do próximo ano não foi, previamente, agendada, mas nele se pretende render homenagens aos nossos queridos tios Edson e Edmar.

(*) Memorialista da família Gurgel-Carlos em Fortaleza


Um novo passo para o equilíbrio previdenciário dos municípios

Por Alexandre Sobreira Cialdini (*)

O Ministério da Previdência Social (MPS) lançou o Programa de Regularidade Previdenciária dos Regimes Próprios de Previdência Social (Pró-Regularidade RPPS), por meio da Portaria MPS 2010/2025. A iniciativa tem como objetivo assegurar o equilíbrio financeiro e atuarial dos regimes próprios, prevendo a regularização do Certificado de Regularidade Previdenciária (CRP), o parcelamento dos débitos dos entes junto à União em até 300 meses e a manutenção da regularidade dos repasses das contribuições.

Esse programa se soma a outras ações voltadas à sustentabilidade a longo prazo, à conformidade legal e ao aprimoramento da gestão previdenciária dos municípios. Em artigo publicado em 30 de outubro neste mesmo espaço que leva o nome de “A reforma da Previdência Municipal e a necessidade da segregação de massa”, abordamos a importância da segregação de massa.

Os municípios precisam aproveitar essa oportunidade para melhorar a sua governança e fortalecer a gestão fiscal, financeira e atuarial, de modo a recuperar a capacidade de investimentos.

Atualmente, os RPPS — instituídos pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal e por mais de 2.100 municípios — cobrem mais de 10 milhões de segurados e beneficiários. Isso representa um impacto expressivo nos orçamentos públicos.

O sistema previdenciário próprio exerce papel fundamental na proteção social prevista na Constituição Federal. Nesse contexto, o Pró-Regularidade RPPS estabeleceu condições especiais para a adesão dos entes federativos ao programa, com prazos diferenciados para o cumprimento das exigências do CRP.

Dados levantados pela Frente Nacional dos Prefeitos e pela Confederação Nacional dos Municípios revelam um cenário preocupante. O estudo mostra que os gestores municipais enfrentam o pior resultado fiscal da história recente, com 51% dos municípios operando em déficit primário (no vermelho) e um acumulado de R$ 17 bilhões de desequilíbrio.

As despesas primárias – aquelas voltadas à manutenção da máquina pública, excluídos juros e amortizações – cresceram acima da inflação em 2024, passando de R$ 1,1 trilhão para R$ 1,3 trilhão. No biênio 2023-2024, 95% dos municípios elevaram suas despesas acima da inflação.

A maior parte da expansão da despesa primária em 2024 (52%) decorreu da classificação “Outras Despesas Correntes”, que compreende os custos para manutenção da máquina pública, como compra de insumos e contratos de prestação de serviços públicos.

Esse quadro exigirá controle mais rigoroso dos gastos municipais entre 2025 e 2028, além da adoção de medidas de ajuste fiscal e de preparo para Recepcionar a Reforma Tributária. Esse será o tema do nosso próximo artigo.

(*) Mestre em Economia e doutor em Administração Pública e Secretário de Finanças e Planejamento do Eusébio-Ceará.

Fonte: O Povo, de 13/11/25. Opinião. p.19.


domingo, 14 de dezembro de 2025

Como Evitar Golpes Comuns da Internet! V

21. Golpe do imposto de renda

Este é um golpe muito audacioso, mas ocorrido com frequência. Você pode receber uma suposta chamada de Receita Federal, alegando que você deve pagar alguns impostos  e diz que, se você não pagar, pode até ser preso. Para isso, eles oferecem-lhe uma solução rápida, pedindo para fazer um depósito em uma determinada conta. Nunca faça isso, pois órgãos federais responsáveis por impostos nunca enviam esse tipo de e-mail ou fazem qualquer chamada por telefone. Na dúvida, procure os locais oficiais da Receita Federal.

22. A fraude do falso policial

Alguns golpistas estão fingindo ser policiais. Eles vão te ligar e falar que um ente querido está sob custódia da polícia e vão exigir um pagamento de fiança. Esse pagamento deve ser colocado em um cartão pré-pago ou depósito em conta, e eles também vão exigir que você forneça o código secreto do cartão. Os policiais não irão lhe pedir dinheiro desta maneira. Desligue o telefone e ligue para a polícia imediatamente para certificar-se.

23. O golpe do profissional que trabalha em casa

Este golpe está bastante popular na internet. Você vai ver o que parece ser um testemunho de alguém em alguma mídia social ou como um comentário em um artigo. A pessoa afirma que é fácil ganhar dinheiro trabalhando em casa. Eles vão querer que você pague uma enorme taxa com a promessa de fornecer-lhe tudo o que você precisa para iniciar seu negócio no conforto do seu lar. Atente-se!

24. O golpe de bater e sair correndo

Esse golpe chocante vai alegar que seu filho ou parente próximo destruiu algo ou bateu em alguém, mas a vítima e seus amigos conseguiram pegá-los e, assim, os sequestraram até que a família pague pelos danos causados. O "sequestrador" irá colocar uma pressão dizendo que, se não pagar, vai matar o seu filho, etc. Este é um golpe comum perpetuado no Facebook e outras redes similares, então você não deve acreditar. Ligue para o seu ente querido imediatamente para verificar se está tudo bem.

25. A fraude eletrônica que tenta adquirir seus dados pessoais

Conhecido como phishing, esse é um golpe que finge que a sua conta bancária ou a conta de compras on-line foi comprometida. Eles vão lhe pedir para confirmar seus detalhes para desbloquear sua conta em um site aparentemente oficial, e que na verdade é totalmente falso. Depois de ter dado o seu número de conta e senha, prepare-se para o pior. Por isso, tenha muito cuidado com internet banking. Se tiver dúvidas, feche a janela e vá diretamente ao site do banco, ou confirme pessoalmente com o seu gerente. Verifique também as informações da página do banco, conhecida como URL.

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.


Como Evitar Golpes Comuns da Internet! IV

16. O golpe dos órfãos famintos

Talvez você note uma imagem de uma criança pobre na internet com uma mensagem. Pode dizer que, se você doar uma pequena quantia de dinheiro, essa criança vai comer no dia de hoje. No entanto, o dinheiro não vai para ela, mas sim para golpistas aproveitadores da bondade alheia. Verifique sempre se a empresa de caridade que você quer doar dinheiro está registrada e operando regularmente. Lembre-se que eles podem usar um número de caridade falso, então, faça uma pesquisa adequada.

17. O golpe clássico dos classificados

Se você vê algo como um carro ou uma casa com um preço bastante baixo, então realmente é necessário se questionar se isso é genuíno. Este tipo de fraude é extremamente comum. A casa em si, o carro ou demais produtos podem realmente estar à venda, mas não com a pessoa com quem você está em contato - eles apenas roubaram a foto. Se você nunca chegar a conhecer a pessoa que está negociando e eles solicitarem um depósito adiantado, desconfie!

18. O golpe do antivírus falso

Esse golpe tira proveito da nossa consciência de que os vírus estão em qualquer lugar on-line e nos deixa com medo. Geralmente, os golpistas lhe oferecem uma varredura livre no computador e oferecem programa antivírus no seu computador para comprar ou baixar. Poderia ser um roubo ou simplesmente um vírus inteligente, mas, de qualquer forma, é necessário evitá-los. Se você estiver procurando um programa antivírus, faça uma pesquisa antes.

19. O golpe do diploma gratuito

Algumas empresas têm prometido diplomas oficiais de Ensino Médio. Tudo que eles pedem é uma taxa e que você responda a um questionário de respostas de múltiplas escolhas. Estes exames não são reais e são simplesmente projetados para ganhar dinheiro. Se você quer um diploma de Ensino Médio, entre em contato com uma instituição de ensino que você já ouviu falar e verifique todas as informações, se a escola é séria o bastante, como são as aulas, o número do registro com o Ministério da Educação, etc.

20. Os golpes baseados em viagens

Viagens são um grande negócio na internet, então você deve esperar uma certa quantidade de fraudes dessa área também. Se você ver algumas ofertas boas demais para ser verdade e promoções de voos de luxo a preço de banana, então pode estar caindo em um golpe. Ou eles são totalmente falsos, ou estão cheios de custos ocultos que você estará pagando mais do que você esperava. Só compre viagens on-line em sites e agentes de viagem confiáveis. Na dúvida, não compre e pesquise mais!

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

Como Evitar Golpes Comuns da Internet! III

11. O golpe do falso festival

Muitos jovens foram enganados pela promessa de ingressos para um festival único. Os ingressos são pagos, mas o evento não existe. Faça uma pesquisa antes de participar de um festival ou uma grande festa. Verifique se mais alguém sabe sobre o evento. Como foi no ano passado?

12. O golpe das contas do Facebook invadidas

Assim como e-mails, contas do Facebook também podem ser invadidas. Você pode receber uma mensagem de alguém que você conhece pedindo dinheiro ou algo parecido. Sempre ligue para a pessoa através do número pessoal e não através da conta do Facebook para verificar se ela está bem.

13. O golpe da mensagem falsa do banco

Quando uma mensagem de texto falsa aparece na sua caixa de entrada que aparenta ser do seu banco, eles podem afirmar que você é obrigado a introduzir os seus dados. Se o fizer, algum criminoso acaba de consegui-los. Não responda a mensagens de bancos, eles não enviam nada via celular. Ligue para o número no verso do seu cartão do banco e falar diretamente com eles para confirmar se há algum problema na sua conta.

14. O golpe que você ganhou na loteria!

Se você receber uma mensagem afirmando que ganhou na loteria, mesmo uma loteria em um país que você nunca sequer tenha visitado, ignore-a. Em seguida, eles lhe pedem para pagar uma quantia adiantada para taxas, e você deve saber que este é um golpe muito comum!

15. O golpe ''teste o número de telefone''

Se você já fez algum teste on-line que pede o seu número de telefone, não digite-os. Eles poderiam estar usando o seu número para elaborar fraudes, carregando a sua conta de telefone com dinheiro, o que lhe causará problemas.

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.


sábado, 13 de dezembro de 2025

Como Evitar Golpes Comuns da Internet! II

6. O golpe do cartão de crédito aprovado!

A palavra pré-aprovado é um sinal de alarme, e você na verdade precisa saber que este tipo de esquema irá pedir-lhe para pagar uma taxa anual, e então você nunca mais vai ter qualquer tipo de informação a respeito da empresa de cartão de crédito.

7. O golpe do sequestro via e-mail

Tanta informação sobre muitos de nós estão disponíveis on-line, especialmente através da mídia social. Portanto, alguém com um coração frio pode usar esta informação para escrever-lhe um e-mail de resgate, afirmando que o seu amigo ou alguém da família foi sequestrado, e você só vai vê-lo novamente se você pagar uma certa quantia. Isso infelizmente acontece, mas quase sempre é uma grande mentira. Você deve ligar imediatamente para a pessoa na qual o bandido está se referindo para certificar de que ele está bem e deixar a sua mente despreocupada.

8. O golpe da compra de ouro e prata

As pessoas costumam muitas vezes dizer que ouro e prata são o melhor investimento. Assim, se uma empresa que você nunca ouviu falar está lhe dizendo isso, cuidado! Eles vão pedir um depósito via cartão de crédito e uma transferência bancária para a compra. Muitas das vezes, os idosos são enganados por este golpe perverso. Apenas faça investimentos com empresas conceituadas e fale com um contador, se possível.

9. O golpe da pesquisa

Muitas pesquisas na internet são genuínas ferramentas de marketing. Alguns, no entanto, são projetados para roubar suas senhas, histórico da internet e dados bancários. Atente-se para isso e, se você não quer participar de uma pesquisa on-line, feche a janela do seu navegador imediatamente.

10. O golpista que te ama

Muitos homens e mulheres têm caído em fraudes feitas por estranhos exóticos, profissionais do amor e também pela pobreza. Se estes novos amigos adoráveis começam a pedir dinheiro, provavelmente eles não são reais. Sempre tenha cuidado ao fazer amizades virtuais.

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.

Como Evitar Golpes Comuns da Internet! I

1. O golpe da Nigéria

Este é um golpe muito comum. Você receberá um e-mail dizendo que um rico nobre nigeriano morreu, ou talvez que um estrangeiro sem herdeiros tenha falecido, e tudo o que você precisa fazer é ajudar a pessoa que lhe enviou o e-mail deixando-a transferir o dinheiro para a sua conta, para se manter seguro. Por esse favor você será bem recompensado, assim eles dizem. Em algum momento, a pessoa irá pedir-lhe dinheiro para as taxas bancárias ou algo parecido. Não responda a qualquer e-mail que lhe prometa dinheiro!

2. O golpe do desastre natural

Alguns golpistas tiram proveito de desastres naturais que vimos nos noticiários. Muitas vezes, eles vão criar um site falso, ou e-mail com um pedido de uma doação de caridade para a causa, deixando o seu coração apertado. Sempre verifique se a caridade é real. Não acredite só porque é para fazer algo social, infelizmente as pessoas não são confiáveis.

3. O golpe ''os seus amigos foram roubados''

Frequentemente, pessoas recebem mensagens de endereços de e-mails dos seus amigos dizendo que eles foram roubados. O amigo pede dinheiro porque eles estão sozinhos em um país estranho e sem dinheiro algum. A conta de e-mail foi invadida por um malware (um software malicioso). Se você enviar qualquer dinheiro, saiba que esse valor não vai para o seu amigo. Ligue para ele amigo imediatamente para saber se isso é real.

4. O golpe ''clique nesse cartão''

Durante a temporada de férias, alguns golpistas postam cartões falsos em toda a internet, mas não com boa vontade atrás disso. Se você clicar no link, o mesmo irá dizer-lhe para atualizar o seu programa de reproduzir mídias (media player). Esta atualização é na verdade um vírus. Não aceite atualizações de softwares de e-mails.

5. O golpe da Craigslist

Um golpe comum usado no popular site Craigslist, bem como outros sites de compra e venda, envolve um comprador oferecendo-lhe o triplo do preço do item que você posta à venda. Eles lhe enviam um cheque e pedem para você usá-lo para cobrir os custos de entrega. Infelizmente, depois de enviar o item, o cheque é estornado e você é deixado sem nada!

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.


Como Evitar os 25 Golpes Mais Comuns da Internet!

A revolução tecnológica trazida pelos computadores, como todas as revoluções, trouxe tanto coisas boas quanto ruins. Portanto, por mais difícil que seja, é necessário abrir os olhos para o fato de que muitas pessoas desonestas estão usando a internet para roubar os outros. Por isso, aqui estão 25 das mais comuns fraudes na internet, projetadas para enganá-lo e, assim, entregar o seu dinheiro ou informações particulares muito importantes. Felizmente, se você estiver ciente desses golpes e saber o modo como operam esses criminosos modernos, é o suficiente para proteger-se contra eles.

Fonte: Disponível na home page “Tudoporemail”.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

ICC: importa fazer o bem

O Instituto do Câncer do Ceará (ICC), fundado em 1944, preserva a tradição de registrar a sua trajetória em livros impressos, institucionais ou de autoria de seus colaboradores.

Ao cabo dos 80 anos de existência do ICC, foi possível expor as suas efemérides e os seus feitos institucionais, em distintas mídias, com referência especialmente a livros comemorativos, como os que assinalaram os 50, 60, 65 e 70 anos dessa pujante entidade.

O ápice dessa sequência editorial foi alcançado agora, quando do término das celebrações dos 80 anos do ICC, ao se publicar a obra monumental "Importa fazer o bem", elaborada pela jornalista, publicitária e escritora profissional Angela Barros Leal, que organizou e redigiu, com os seus reconhecidos esmero e apuro, um magnífico trabalho, recorrendo a uma escrita coloquial e atraente ao leitor, que o induz a percorrer as páginas tão bem permeadas de ilustrações pertinentes.

Angela Barros Leal é formada em Comunicação Social pela UFC e em Biblioteconomia e Documentação pela Escola de Biblioteconomia e Documentação de São Carlos- SP, e atuou por quase 20 anos como jornalista em mídias locais. Como escritora, com cerca de 28 obras publicadas, e pesquisadora, Angela se dedica à documentação da história e da cultura do Ceará.

É sócia efetiva do Instituto do Ceará; Histórico Geográfico e Antropológico, o que reforça seu papel de importante intelectual contemporânea, que contribui de forma marcante para a preservação da memória e da história do Ceará.

Esse livro, cujo título remonta ao lema de vida do Dr. Haroldo Juaçaba, está distribuído em cinco capítulos, muito bem articulados: 1. Como chegamos até aqui; 2. Quem somos hoje; 3. Quem faz de nós o que somos; 4. Que valores nos movem; e 5. Onde queremos chegar.

Para a construção desse livro, Angela Barros Leal se valeu da farta pesquisa documental e das entrevistas de um alentado número de informantes-chave, fazendo gravações que, após digitadas, passaram por uma refinada elaboração e daí extraídos os elementos fundamentais à redação final.

O livro contém a participação pré-textual e pós-textual dos atuais dirigentes do ICC: Lúcio Alcântara (Presidente de Honra), Sérgio Juaçaba (Presidente) e Caio Juaçaba (CEO).

Marcelo Gurgel Carlos da Silva

Médico epidemiologista do ICC

Fonte: Publicado In: O Povo, de 11/12/25. Opinião, p.16.


FOLCLORE POLÍTICO: Porandubas 852b

JK

Conheci Juscelino Kubitschek em 6 de janeiro de 1961, por ocasião da inauguração do açude de Orós, que tinha capacidade para armazenar quatro bilhões de metros cúbicos de água. Tinha eu 15 anos e viajei com minha mãe, Chiquita, cujo pai morava em Orós (também cidade de Fagner, o cantor). Impressionou-me o sorriso aberto e simpático de JK. O presidente com charme e carismático.

JQ x FHC

Lembro Jânio Quadros. Tempos de campanha eleitoral em São Paulo, capital. As eleições municipais ocorreram em 15 de novembro, como parte das eleições em 201 municípios nos 23 Estados brasileiros e nos territórios Federais do Amapá e Roraima. Foi a primeira eleição da Nova República e a primeira vez que os paulistanos escolheram seu alcaide pelo voto direto desde José Vicente Faria Lima em 1965. Nessa época, este consultor presenciou alguns erros cometidos por Fernando Henrique, que disputava com Jânio a prefeitura da capital. Jânio, sem grana e sem recursos, refugiou-se em um dos estúdios da então TV Record, na avenida Miruna, em Moema, de onde fazia perorações duras (e sem efeitos televisivos) contra a bandidagem e a violência que assolavam a capital. Dona Eloá, ao seu lado, com o olhar para chão, doente e vestida de maneira simples, não dizia um pio. Fazia o papel de esposa silenciosa.

FHC na cadeira de prefeito

Ao lado de um perfil que emanava autoridade, respeito, dignidade, Fernando Henrique Cardoso, vestido em seu blazer xadrez, corria a periferia, gravando para o programa eleitoral entre os trilhos do metrô que deveria chegar à Zona Leste. Simplicidade e austeridade, de um lado; fausto e opulência, de outro. Algo era incongruente. Um scholar na periferia? Um popularesco escondido na TV? O sociólogo perdeu a eleição, depois de ter sentado na cadeira de prefeito, atendendo a pedidos de fotógrafos.

FHC chega ao trono

FCH, depois dessa curva, assumiu a presidência da República em 1º de janeiro de 1995, após derrotar Luiz Inácio Lula da Silva, seu principal concorrente, no primeiro turno, com mais de 30 milhões de votos. FHC havia fundamentado sua primeira campanha presidencial no então recém-lançado Plano Real e na promessa de estabilizar a economia do país. O plano surtiu efeito, conseguindo debelar os exorbitantes índices de inflação, estabilizando o câmbio e aumentando o poder aquisitivo da população, sem choques nem congelamento de preços.

Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

https://www.migalhas.com.br/coluna/porandubas-politicas/409594/porandubas-n-852


quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

TREM AZUL

Por Romeu Duarte Junior (*)

À memória de Lô Borges

1982, Projeto Pixinguinha, Theatro José de Alencar. Um cara com cara de garoto (que sempre preservou), maçãs do rosto salientes, entra no palco com a sua guitarra e uma timidez impressionante. Banda afiada de apoio, desfia ante a numerosa plateia um a um dos seus clássicos, por ele compostos com seu irmão no final da sua adolescência e cantados por seu grande amigo, o tênis encardido no clube da esquina. Completa o set com canções que havia lançado no álbum "A Via Láctea", de 1979, um vento de maio equatorial. A casa de espetáculos veio abaixo quando o show terminou. Acho que o músico nunca havia tocado para tanta gente e nunca imaginou ter fãs numa cidade tão longe da sua BH natal. "Todos ao Estoril! Alguém leva o cara!", gritou alguém. O artista sumiu na noite...

Já conhecia bem o trabalho dele. Mescla de rock, jazz, psicodelia, MPB e outros baratos afins. Direto do cruzamento das ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro Santa Tereza, coração musical pulsante da capital mineira, tudo o que você podia ser. Que tal um girassol da cor do seu cabelo, Lennon e McCartney? O disco de estreia que dividiu com seus camaradas das Alterosas ouvi quase até furar. As melodias complexas, os acordes dissonantes, os arranjos ousados, as letras que falavam de viagens para fora e para dentro, tudo isso me encantava. Ah, quantas horas não passei apurando o ouvido e os olhos para decifrar um verso, apreender uma escala, degustar um solo, devorar a ficha técnica dos discos e saber quem tocava em cada faixa. Canções potentes, belas, sublimes...

Por aquela época, pré, durante e pós Massafeira, tinha deixado o rock'n'roll meio de lado e passei a estudar a música brasileira. Fazia parte de um grupo que se reunia amiúde para escutar, tocar e compor música e que tinha nos mineiros alguns dos seus heróis musicais. Participamos de festivais e fizemos shows, mas a vida, com o seu próprio curso, nos levou para outras paragens. Só sei que o matulão da mineirada foi a nossa trilha sonora por muito tempo. Aliás, pelo menos para mim, continua sendo e certamente será. Além disso, a imensa e sincera amizade e o pétreo respeito que até hoje une aquele povo, tão difícil de encontrar aqui, nos fascinava. O certo é que Fortaleza se tornou uma praça simpática aos musicais da terra de Drummond. Certeza de casa cheia e aplauso.

Passei a semana atrasada com uma grande preocupação na cabeça e uma dor no peito. As notícias que me chegavam do cara com cara de garoto não eram boas. Hospitalizado, sedado, traqueostomizado, dependente de hemodiálise. Após hiatos criativos, desde 2019 fazia um disco por ano com parceiros os mais diversos. Todavia, o tal do streaming, que rege cruelmente o meio fonográfico e refém do jabaculê, virou-lhe as costas. Nunca mais escutei qualquer canção sua. Súbito, no domingo à noite, entre uma e outra novidade ruim que a televisão adora divulgar, a pior de todas. Se eu morrer, não chore não, é só a lua na paisagem da janela, quem sabe isso quer dizer amor. Arrasado, tentei dormir e não consegui. Vento solar e estrela do mar. Vá em paz, Lô, muito grato por tudo.

(*) Arquiteto e professor da UFC. Sócio do Instituto do Ceará. Colunista de O Povo.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 10/11/25. Vida & Arte. p.2.


 

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