segunda-feira, 22 de agosto de 2011

APREÇO À EDUCAÇÃO

Por Prof. José Cajuaz Filho
Fortaleza, CE
Já se está cansado de ouvir, mesmo assim ainda se acredita, que o progresso de um povo está na educação. Essa cantilena está se esclerosando, pois na prática a realidade é muito diferente sobretudo na área política.
Os políticos dão mais valor às obras que aparecem aos olhos dos eleitores incautos que àquelas que não aparecem, mas que produzem um efeito desenvolvimentista fabuloso como a educação.
A educação é um direito de todos e um dever do Estado. Assim reza a Carta Magna do País. Então ela dever ser prioridade no projeto de governo do Estado Brasileiro e de suas unidades federativas.
Educação não é somente a transmissão de conhecimentos. Isso é importante. Ela vai mais além. A família, a escola e outras entidades têm o dever de formar bons e dignos cidadãos que vão atuar nos vários segmentos da sociedade.
Por falta de educação é que se veem, hoje, os desmandos campeando em todas as áreas da sociedade.
No mosaico da sociedade há várias profissões que a compõem. A cada profissão deve corresponder um salário digno, pois cada profissão é digna. A Sagrada Escritura isso reconhece. Em I Timóteo 5-18, encontra-se essa afirmação: Dignus est operarius mercede sua. O trabalhador é digno de sua recompensa. Portanto salário digno para todas as profissões, e todo trabalho merece recompensa.
Ele, salário, é o meio de realização e de sobrevivência daqueles que trabalham Como viverão os que trabalham sem essa recompensa?
É alta ignorância afirmar que se deve trabalhar somente por ideal. Assim seria se já se vivesse no plano ideal. O ser humano é um composto de matéria e espírito. Então deve haver a junção das duas pilastras que fazem com que o trabalho seja prazeroso: o ideal e a sobrevivência. Caso contrário o trabalho se torna um martírio.
Não existe educação de qualidade sem salário digno, pois, entre os vários vértices da educação, ela se apoia em dois: professores qualificados e motivados e infraestrutura. Sem salário digno não há motivação não só em educação, mas também em qualquer outro setor.
A época do trabalho escravo já passou? Parece que não. Prova. Li, com indignação, no Diário do Nordeste, a seguinte declaração do governador do Ceará, Cid Gomes: “Quem quer dar aulas faz isso por gosto e não por salário. Se quer ganhar melhor, pede demissão e vai para o ensino privado.”
Que beleza de declaração, sobretudo partindo daquele que deve obedecer religiosamente à Constituição! Como nosso governador valoriza a educação e os estabeleci mentos de ensino do estado! Seguindo a linha do governador, será que ele é assim, todos os políticos deviam dizer: Quem faz política, faz isso por gosto e não por salário. Se quer ganhar melhor sai da política e vai para a empresa privada.
Será que apareceria candidato a qualquer cargo político sem estes salários astronômicos? Não, com toda certeza, porque com o salário polpudo, com as grandes mordomias que ninguém tem, ainda existem os espertos que se sentem insatisfeitos e vão atrás de propinas, levam dinheiro na cueca, buscam completar o gordo salário com o mensalão, o mensalinho, o cartão corporativo, o desvio de verbas, os 10% sobre as obras realizadas e outras coisas mais que eles inventam com tanta criatividade.
Governador, por que o senhor não dispensa seu salário de R$12.000,00 e trabalha por gosto? Por que os ex-governadores não dispensam esse minguado salário? E os deputados, os vereadores e os ministros? Por que só os professores?
Parabéns, governador, pelo apreço que o senhor tem à educação, à valorização do ensino público do seu estado e aos professores. O Ceará está na vanguarda da valorização da educação. Que beleza! Parabéns de novo, governador.
Fonte: Revista Missões
Pastoral da Comunicação pascom@paroquiasantoafonso.org.br

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