Prof. Dr. Ruy Laurenti |
A saúde pública e, em especial,
a epidemiologia no Brasil vestem-se de luto diante de tão sentida perda, com o
desaparecimento deste mundo menor do professor doutor Ruy Laurenti, no último
dia 12/6/2015. Fui um dos seus felizardos, pois o tive como orientador de
mestrado e de doutorado, notadamente, porquanto, mais do que uma mera e usual
relação tutelar de orientação, mantivemos, por cerca de 35 anos, a contar de
1979, um relacionamento de amizade e de afiliação científica.
Por todos esses anos,
invariavelmente, conversávamos, por telefone, em datas bem especiais, como em
seu genetlíaco e no período natalino. Em muitas oportunidades estivemos juntos,
tanto em minhas viagens de estudos à pauliceia como nas dele à capital
cearense, ou nos congressos e reuniões científicas levadas a efeito em outras
cidades.
Como um pai que se orgulha pelo
progresso do filho, o estimado mestre demonstrava entusiasmo ao tomar
conhecimento de um possível feito desse seu pupilo platicéfalo, que, daqui da
terra alencarina, distante geograficamente do eixo Rio-São Paulo, subsistiu
produzindo, incansavelmente, como docente e profissional do campo da saúde
pública, e que, paralelamente, enveredou pela via literária, auferindo o
epíteto de polígrafo, lastreado em mais de 80 livros publicados, entre
científicos, técnicos e literários, cobrindo diferentes gêneros.
Sobre o professor Ruy, ao ensejo
da sua chegada à idade da aposentadoria compulsória, publiquei, em 21/10/2001,
no jornal O POVO, de Fortaleza, um artigo enaltecendo-o, como um dos principais
epidemiologistas brasileiros, e conclamando a que a Universidade de São Paulo,
instituição da qual fora reitor, o retivesse em seus quadros, uma vez que ele
muito teria a contribuir, como de fato aconteceu por quase três lustros.
Descansa em paz, querido mestre!
Com o meu condoído adeus, despeço-me.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular de Saúde
Pública - Uece
Publicado
In: O Povo, de 18/06/2015. Opinião p.10.
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