Por Pe. Brendan Coleman Mc Donald
A Igreja Católica
sempre tributou a Maria uma veneração, uma imitação, um amor muito especial
desde o início do cristianismo. O motivo é porque ela é a Mãe de Jesus, o Filho
de Deus e nosso Salvador e Redentor
Estamos no mês de maio de 2015. Para católicos é o mês de
Maria, Mãe de Deus. Muitas vezes nós católicos somos objetos de crítica por
causa de nossa devoção a Nossa Senhora. Alguns chegam até a nos acusar de
adoradores de Nossa Senhora ou de idólatras, porque confunde o culto cristão a
Maria, representada numa imagem, com a adoração que prestamos unicamente a
Deus. O culto prestado a Maria se dirige a ela e não à imagem e está
fundamentado no papel singular que ela desempenhou e desempenha na história da
salvação ao ser escolhida para ser a mãe do Filho de Deus, Jesus Cristo. O
Concílio Vaticano ll referindo-se à devoção à Virgem Maria, no capítulo 8 da
Constituição Dogmática “Lumen Gentium” reafirmou a doutrina e a devoção de
venerar a Mãe de Deus sempre Virgem. No número 69 da referida constituição o
Concílio exorta “Todos os fiéis dirijam súplicas insistentes à Mãe de Deus e
Mãe dos homens, para que ela, que assistiu com suas orações aos alvores da
Igreja, também agora, exaltada no céu acima de todos os anjos e bem-aventurados
interceda junto de seu Filho, na comunhão de todos os santos, para que todas as
famílias dos povos, quer se honrem do nome cristão quer desconheçam ainda o seu
Salvador, se reúnam felizmente, em paz e concórdia, no único povo de Deus, para
glória da santíssima e indivisa Trindade”. A celebração condigna do mês de maio
encontra-se, assim, perfeitamente dentro do espírito do Concílio Vaticano ll.
Além disso, é uma excelente oportunidade para inculcar nos fiéis os fundamentos
teológicos da devoção à Maria, especialmente na perspectiva de Mãe de Deus.
A Igreja Católica sempre tributou a Maria uma veneração,
uma imitação, um amor muito especial desde o início do cristianismo. O motivo é
porque ela é a Mãe de Jesus, o Filho de Deus e nosso Salvador e Redentor. Jesus
sendo o Filho de Deus é igual ao Pai e ao Espírito Santo. A Jesus devemos o
culto máximo de adoração. Maria sendo uma criatura como nós, não deve receber o
culto de adoração, mas de veneração (hiperdúlia), amor e imitação. Maria é a Mãe
de Deus porque ela é a Mãe de Jesus e Ele é Deus. O Concílio de Éfeso que o
ocorreu no ano 431 com mais de 200 bispos presentes declarou solenemente o
dogma mariano católico afirmando que Maria é Mãe de Deus.
Através do termo “theotokos” que em grego significa Geradora
de Deus, aquele Concílio proclamou que Maria é Mãe de Deus. A maternidade
divina de Maria é o fundamento de todos os outros seus privilégios e a razão do
lugar especial que ela ocupa no culto da Igreja Católica e na devoção do povo
cristão.
A
própria Bíblia nos mostra que Maria tem o direito ao título de Mãe de Deus. Ela
está presente na Bíblia desde o Antigo Testamento. Quando o Livro de Gênesis
fala da mulher que esmagará a cabeça da serpente (Gn 3, 15), essa vitória
definitiva sobre o mal é obra do Messias, Jesus, e sua mãe. Em Isaias 7, 14
encontramos a frase: “O Senhor mesmo vos dará um sinal: Eis a Virgem que
concebe e dá à luz um filho que se chamará Emanuel”. Emanuel é uma palavra
hebraica, que na tradução literal significa “Deus conosco”. Exprime uma
presença particular e pessoal de Deus no mundo. Porém, o texto mais citado para
provar que Maria é a Mãe de Deus é Lucas 1, 30-35: “O anjo disse a Maria: não
tenhas medo, Maria, porque encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás
e darás à luz um filho, e o chamarás com o nome de Jesus.
Ele será grande,
será chamado Filho de Altíssimo”... “Maria, porém, disse: como acontecerá isso,
se eu não vivo com nenhum homem?”. O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá
sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com sua sombra, por isso o Santo
que nascer de ti será chamado Filho de Deus”. Maria também é nossa mãe.
Portanto, neste mês dedicado a ela vamos aproveitar de seu poderoso poder de
intercessão junto com seu Filho para agradecê-lo e pedir as graças que estamos
precisando.
Brendan Coleman Mc Donald é padre redentorista e assessor da
CNBB Reg. NE.
Fonte: O Povo, de 3/5/2015. Espiritualidade. p.8.
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