Antero Coelho
Neto (*)
Como tenho destacado há anos,
principalmente neste Jornal, para termos boa qualidade de vida, é necessário
desenvolver dois condicionantes fundamentais (educação e saúde) e os
secundários (estilos de vida e ambientes saudáveis). Os países desenvolvidos
mostram isto com ótimos exemplos. E o que temos destacado, é que saúde e
educação constituem “dupla” relacionada e articulada. Não conhecemos nenhum
país que tenha desenvolvido uma sem a outra. Assim também, como os princípios
secundários, são sempre desenvolvidos em conjunto. E, pesquisas em renomadas
universidades, têm demonstrado que eles são responsáveis por até 70% de nossa
longevidade. E agora, quando a quantidade de idosos aumenta, se tornam evidentes
e chegam a ser destaques permanentes na imprensa e na internet mundial. Assim,
este meu “Delenda Cartago”, e que me perdoem os leitores pela repetição.
Em meu artigo de março escrevi:
“alegra-me, neste momento tão importante da vida brasileira, saber que o
governador de nosso Estado, convidou um profissional de alta competência, como
o dr. Carlile Lavor, para secretário de Saúde. Trabalhamos e aprendemos juntos
e, tenho certeza, sabe o que deve ser feito. Que lhe sejam dados os elementos
necessários para a implantação de indicada saúde pública. Sem dinheiro e
profissionais capacitados para a saúde pública brasileira, jamais vamos
alcançar boa qualidade de vida”. Carlile participou de vários de nossos
programas de rádio, “Novas Idades”, na FM Universitária, e soubemos de seus
conhecimentos e desejos para a saúde pública.
Não passaram dois meses após nosso
artigo, e a imprensa cearense se encheu de notícias, de entrevistas com
Carlile, do porque de sua saída e a situação de nossa saúde pública. A história
continua se repetindo e agora, ainda mais complicada com a falta de planos
futuros prospectivos, ausência de verbas e de administração participativa,
grande disputa política, diversidade de partidos pro e contra o governo e a
falta de decisões para valorizar a saúde. E, conjuntamente, a imprensa continua
destacando as grandes dificuldades no processo educacional do país.
Universidades, centros educacionais e escolas com problemas financeiros e falta
de pessoal capacitado.
Os jornais brasileiros e os canais de
televisão estão cheios de notícias destacando os problemas com a saúde e a
educação. Para mim, médico velho, também preocupado com a “qualidade da morte”,
mais a coisa se complica. Quando aumentam as dores, os problemas osteo-articulares,
problemas musculares, necessidades de muitos exames laboratoriais, perda da
memória cognitiva, dedutiva e interpretativa e dificuldades para manutenção de
atividade física, mais e mais verificamos as carências existentes. E de uma
medicina paliativa de que poucos falam. Alguns brasileiros buscam uma maior
religiosidade, mas muitos, os jovens, infelizmente, se destacam na violência e
nas drogas. Para nós, então, as únicas saídas são: educação, saúde, estilos de
vida e ambientes saudáveis, com ajuda da medicina paliativa, religiosidade e
organizações sociais participativas. Será que vamos alcançar este futuro feliz?
(*) Médico, professor e ex-presidente da Academia Cearense
de Medicina.
Fonte: O Povo,
Opinião, de 27/5/2015. p.10.
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