Por Affonso Taboza (*)
Está bonita a
praça, bem mais que antes da reforma. Estaria irreconhecível não fosse o
conhecido desenho: círculo central com pracinhas nos quatro cantos, e o belo
monumento em homenagem à pátria portuguesa que de longe se vê. Dá gosto
caminhar, ver os detalhes. Era o ouro da coroa e continua sendo, agora com
muito mais quilates.
O círculo central,
antes inacessível devido ao forte trânsito de veículos e ausência de
sinalização, pode agora ser alcançado com facilidade e absoluta segurança.
Desapareceram os meios-fios incômodos de 30 centímetros de altura; e o círculo
central com as quatro pracinhas, bem mais amplas, estão nivelados com as
calçadas das avenidas Dom Luís e Desembargador Moreira. Os idosos agradecem.
Jardins bem projetados completam o visual agradável. É difícil, em curto
espaço, citar o que de bom ali foi feito, quase tudo que se poderia desejar de
um ambiente gostoso de lazer nos fins de tarde – se houver segurança! Aliás,
este item merece comentário em outra oportunidade.
O item mobilidade
foi bem resolvido e merece um elogio especial: tráfego de veículos em absoluta
harmonia com o de pedestres nos quatro lados da praça. Abundam semáforos e
faixas de pedestres, facilitando sobremodo os acessos. Parabéns aos engenheiros
que resolveram o intrincado problema de compatibilizar, numa praça com aquela
geometria, o tráfego intenso de veículos com a necessidade de circulação de
pessoas.
Costuma-se dizer
que da discussão nasce a luz. Concordo, com uma ressalva: se os participantes
forem bem intencionados e predispostos a aceitar ideias alheias. Parece que
isso aconteceu em relação à Praça Portugal. Intenso e demorado debate se travou
em torno da reforma do logradouro. Eu mesmo escrevi um artigo (Vão matar a
praça, O POVO, 31/5/2015), quando se falou em ali construir um túnel.
Era plano da
Prefeitura implantar um cruzamento convencional, com boas razões, pois ali se
encontram em ângulo reto duas artérias importantes. O projeto era bonito e
prático, mas contra ele se insurgiu uma parcela da população, que não aceitava
alteração no traçado original da praça, a mais bela da Cidade. Face aos
poderosos argumentos e à determinação dos oponentes, a Prefeitura teve a
sabedoria de recuar e determinar fosse o assunto reestudado. Daí surgiu a
beleza que foi entregue nestes dias à Cidade.
Na praça, como em
tudo na vida, inexiste solução perfeita e acabada. A transformação do local em
cruzamento simples era prática e garantia a perfeita mobilidade de veículos e
pessoas, mas privava a Cidade de um belo logradouro. A decisão finalmente
adotada produziu o resultado que lá está, belo, prático, quase perfeito. De
parabéns a Cidade pelo presente que ganhou.
(*) Engenheiro civil e
militar e membro do Instituto do Ceará – Histórico, Geográfico e Antropológico.
Fonte: Publicado In: O Povo.
Fortaleza, 7/09/2016. Opinião. p.10.
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