sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

“JE SUIS FRANÇAIS”


Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
O mundo está perplexo. Mais uma vez os desajustes individuais, de grupos, de nações estão conduzindo países ricos, emergentes e pobres para uma crise que abrange aspectos éticos, morais, socioeconômicos, políticos, de desesperança, de irresponsabilidade, de injustiça e de violência. Para aonde vamos? O que queremos? No último dia 14, a França comemorava mais um ano da “Queda da Bastilha”, movimento apoiado em três palavras que representam a essência da democracia: liberdade, igualdade e fraternidade. É a maior festa nacional daquele País amigo. De repente, na bela cidade de Nice surge no meio da multidão um caminhão dirigido por um monstro, covarde e criminoso atropelando centenas de pessoas, deixando mais de cem mortos e duzentos feridos. Verdadeira barbárie. Por quê? Qual a razão? Não existe razão para tamanha perversidade e ignorância. Não basta dizer que é um “lobo solitário” ou é a orientação de algum grupo terrorista, mas o apocalipse moral e ético da sociedade mundial. Saliento, todavia, que tal quadro dantesco não é culpa da democracia, como chegam a dizer alguns idiotas, mas a falta de democracia. Nos últimos dois anos, a França foi agredida de forma terrível por três atentados: Charlie Hebdo, Bataclan e agora Nice. Outros países também estão sendo vítimas de ações terroristas, matando inocentes. Falta generosidade e entendimento entre as pessoas. “Quando em desespero, eu me lembro que durante toda a história o caminho da verdade e do amor sempre ganharam” (Mahatma Gandhi). “Nous sommes françaises”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Publicado no Diário do Nordeste, Ideias. 7/2016.

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