domingo, 15 de outubro de 2017

NOSSA SENHORA APARECIDA: 300 anos de amor e misericórdia de Deus

Por Pe. Rafhael Silva Maciel (*)

E Deus chegou de uma maneira nova, porque Deus é surpresa: uma imagem de barro frágil, escurecida pelas águas do rio

Celebramos com alegria os 300 anos do encontro da imagem da Virgem Maria nas águas do rio Paraíba e que depois foi carinhosamente chamada pelo povo de Nossa Senhora Aparecida. Percebemos naquele evento, que mais uma vez o Senhor se fez próximo dos necessitados, por meio da imagem da sua Mãe; naquela imagem da Virgem Maria os pescadores começaram a renovar a esperança de que Deus estava com eles, de que não tinha abandonado à própria sorte. “As águas são profundas e, todavia, encerram sempre a possibilidade de Deus; e Ele chegou de surpresa, quem sabe quando já não o esperávamos. A paciência dos que esperam por Ele é sempre posta à prova. E Deus chegou de uma maneira nova, porque Deus é surpresa: uma imagem de barro frágil, escurecida pelas águas do rio, envelhecida também pelo tempo. Deus entra sempre nas vestes da pequenez” (Francisco, 27/7/2013, RJ).
O meio de maior proximidade e ternura que o Senhor escolheu; o modo mais doce e misericordioso que Ele achou foi a imagem da mãe que coloca o filho no colo e acalma suas angústias. Por isso, a Mãe Aparecida lembra-nos de que é preciso sairmos de nós mesmos e irmos ao encontro dos irmãos. E nesse encontro sermos para eles sinal da misericórdia de Deus. Misericórdia de Deus que se manifestou grandemente neste Ano Mariano, nos inúmeros atos de fé, romarias, peregrinações que acorreram ao Santuário Nacional e às Igrejas Matrizes Paroquiais que tinham Nossa Senhora Aparecida como padroeira principal.
Os 300 anos da imagem de Nossa Senhora Aparecida nos fazem pensar também que as graças recebidas neste tempo especial precisarão ser comunicadas, pois Aparecida é sinônimo de saída de si, e antônimo de egoísmo. Saída para comunicar o Amor de Deus recebido pelas mãos carinhosas da Mãe do Céu. Com Maria, “a Igreja se sente discípula e missionária desse Amor: missionária somente enquanto discípula, isto é capaz de deixar-se sempre atrair, com renovado enlevo, por Deus que nos amou e nos ama por primeiro (1Jo 4,10)” (Bento XVI, 13/5/2007, Aparecida).
Como fruto deste Ano Mariano Nacional, rezemos e façamos a nossa parte por um Brasil menos injusto. E, assim sendo, que a Virgem de Aparecida faça de nós imagens da surpresa misericordiosa de Deus, como foi ela mesma essa surpresa de Deus para o povo brasileiro.
(*)Presbítero da Arquidiocese de Fortaleza; Missionário da Misericórdia.
Fonte: O Povo, de 14/10/2017. Opinião. p.11.

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