Em um momento de escassez de boas notícias, é de se
comemorar o destaque obtido pela Universidade Estadual do Ceará (Uece) em uma
lista internacional que avalia o impacto das instituições em relação aos
indicadores de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas
(ONU). Um desses indicadores é a redução da desigualdade, no qual a Uece
distinguiu-se, ficando em 2º lugar entre as universidades brasileiras, e em 92º
do mundo. O Ranking de Impacto das
Universidades é elaborado pelo Times
Higher Education (THE), organização britânica que trabalha pela excelência
da educação, editando uma revista com o mesmo nome.
O THE faz avaliação anual de instituições de ensino em
todo o mundo, levando em conta diversos indicadores objetivos, sendo que o
ranking de impacto constou pela primeira vez na pesquisa, com a análise de 450
universidades em 76 países. Esse quesito avalia as universidades a partir dos
critérios voltados à igualdade de gênero, quantidade de mulheres em cargos de
liderança; quantidade de alunos da primeira geração de uma família a ascender a
um curso superior; existência de critérios de admissão não-discriminatória e
programas de aconselhamento e apoio a alunos, servidores e professores. Conta
também a ligação que a universidade mantém com o seu entorno, a chamada
extensão universitária; ações definidas para erradicar a pobreza, proteger o
planeta e promover a paz.
O reitor da Uece, Jackson Sampaio, considerou uma
"grande conquista" da universidade, por se tratar da primeira
avaliação baseada em indicadores do desenvolvimento sustentável. O vice-reitor,
Hidelbrando Soares, lembra que a Uece foi a primeira universidade pública do
Ceará a interiorizar-se, o que, para ele, explica a presença de estudantes
advindos de famílias de baixa renda na instituição. Segundo o professor, mais
de 60% dos alunos são de família com renda mensal até três salários mínimos.
Observe-se que, cada vez mais, os índices
classificatórios, em todos os campos da atividade humana, tornam-se mais
amplos, indo além dos critérios objetivos - que, por óbvio, são fundamentais -,
mas levando também em conta outras dimensões, como diversidade e inclusão. A
Uece nos mostra, com essa distinção, que merecidamente recebe, que a riqueza de
uma sociedade não está em isolar-se, mas em abrir-se para a multiplicidade,
combatendo e superando os preconceitos e discriminações, sejam de raça, cor,
sexo ou gênero. Ou seja, acolhendo a diversidade que é própria da família
humana.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 5/4/19. Editorial, p.18.
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