Por José Jackson
Coelho Sampaio (*)
Os que
cuidam do cotidiano da Uece têm consciência da nossa grandeza como uma
universidade popular, capaz de articular inclusão social, democracia interna e
mérito acadêmico com as imperfeições profundas da cultura social e política
brasileira, mas com criatividade e luta.
A consciência vem do pioneirismo na
interiorização da educação universitária cearense, pois são 44 anos desde a
incorporação do campus de Limoeiro do
Norte, e entre 25/35 anos dos campi
de Tauá, Quixadá, Iguatu, Crateús e Itapipoca - uma universidade do interior.
Da forte oferta de vagas, turmas e cursos noturnos, para atender o aluno que
também trabalha - uma universidade do trabalhador. Da história nas
licenciaturas, pois já graduamos mais de 55 mil professores para a maior
política pública cearense, a que qualifica a educação básica - uma universidade
do professor.
Consolidadas essas missões, avança-se para a
pós-graduação stricto sensu, a
pesquisa básica e aplicada e a inovação tecnológica, sem descurar do vínculo
ensino/pesquisa/extensão, atuando massivamente na extensão universitária na
comunidade e na extensão comunitária na universidade, como retratam as nossas
164 mil/ano pessoas atendidas em projetos de extensão.
A democracia do acesso ocorre pelo
acompanhamento das políticas de redução das iniquidades sociais, tomando a
decisão republicana, por exemplo, de atrair os egressos do ensino médio
público, uma tradição, pois, antes das cotas, já alcançávamos 67% deles na
composição do alunado, hoje equalizando a distribuição pela inclusão nos
bacharelados mais competitivos.
A democracia da qualificação da permanência,
pela expansão, por exemplo, dos restaurantes universitários e da oferta de um
leque de oportunidades de bolsas, que já atendem 20% dos graduandos. Quando
tratamos a questão das deficiências físicas, temos enfrentado com vigor as
dificuldades do povo surdo, pela ênfase na formação em Libras.
Os 28 mil estudantes, do ensino técnico de
nível médio ao pós-doutorado, sabem das insuficiências de financiamento e dos
problemas em relação à contratação de professores, mas se unem ao corpo
docente, aos servidores administrativos e à gestão no bom combate pela ética
pública baseada na garantia de direitos e no mérito acadêmico. Isso, agora,
pela posição no ranking da THE, até Londres sabe.
(*) Professor titular de
Saúde Coletiva e Reitor da Uece.
Fonte: Publicado In: O Povo, Opinião, de 11/4/19. p.19.
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