REDAÇÃO AH Publicado em 27/01/2020, às 6h
Em um cenário desesperador, os soldados evacuaram o maior campo
de concentração nazista. Cerca de 1,5 milhão de pessoas morreram no local
No final da guerra, prevendo a vitória dos aliados, os alemães começaram a
destruir crematórios e documentos enquanto evacuavam os prisioneiros de
Auschwitz. Os que não conseguiam andar foram deixados lá e liberados pelo
Exército Vermelho em 27 de janeiro de 1945. Lá, cerca de 1,5 milhão de pessoas
morreram, a maioria em câmaras de gás.
Arbeit
machr frei ("O trabalho liberta", em português). Era essa a inscrição
na entrada do maior campo de concentração nazista. Erguido em 1940 nos
subúrbios da cidade de Oswiecim, na Polônia, ele tinha três partes: Auschwitz
I, a mais antiga; Auschwitz II-Birkenau, que reunia o aparato de extermínio; e
Auschwitz III-Buna, com cerca de 40 subcampos de trabalho forçado.
As primeiras vítimas do nazismo foram poloneses, seguidos de soviéticos,
ciganos e prisioneiros de guerra. Em 1942, o campo voltou-se para a destruição
em massa dos judeus. Os presos eram obrigados a usar insígnias nos uniformes
conforme a categoria – motivo político era um triângulo vermelho; homossexual,
um rosa. Muitos foram usados em experimentos médicos.
Fornos
de Hitler
Entre
as muitas vítimas estava Olga Lengyel. Uma judia que vivia com o marido e os filhos
na cidade de Cluj, capital da Transilvânia. Ao ouvirem relatos sobre as
atrocidades cometidas pelos nazistas em terras ocupadas, não acreditaram que
isso poderia se tornar um pesadelo real.
Em 1944, o seu marido, que era médico, seria
deportado para a Alemanha. Ela acreditava que o companheiro poderia ser enviado
para suprir a falta de médicos, e assim optou por segui-lo com os filhos.
Contudo, era uma emboscada. O destino final da família seria Auschwitz. No
local, Olga perdeu a sua família. Entretanto, sobreviveu para contar a sua
trajetória. Em Os Fornos de Hitler, Olga detalhou um dos primeiros
relatos sobre o horror dos campos de extermínio nazistas.
"(...) Os alemães deixavam vivos alguns
milhares de deportados de cada vez, mas apenas para facilitar o extermínio de
milhões de outros. Faziam tais vítimas executar seu trabalho sujo. Elas faziam
parte do sonderkommando. Trezentas ou quatrocentas serviam em cada forno do
crematório. Seu dever consistia em empurrar os condenados para dentro das
câmaras de gás e, depois que o assassinato em massa tivesse sido cometido,
abrir as portas e transportar os cadáveres."
Hoje, Auschwitz é um museu que preserva a memória
do maior genocídio da História.
Conheça a dura rotina no campo de concentração.
Seleção dos "capazes"
Os
prisioneiros chegam em trens de gado e são selecionados por médicos. Os aptos
ao trabalho entram numa fila e são tatuados com um número de registro. Velhos,
doentes, grávidas, crianças e a maioria dos judeus vão para outra fila, direto
para a câmara de gás. Os capazes tomam banho de desinfecção (contra tifo),
raspam o cabelo e deixam seus pertences.
Trabalho escravo
Os
presos trabalham pelo menos 11 horas por dia para impulsionar a máquina de
guerra alemã. Constroem prédios do campo de concentração e estradas e produzem
carvão, borracha sintética, produtos químicos, armas e combustíveis em
indústrias como a Krupp e a IG Farben. Embora não haja números oficiais, vários
morreram de cansaço durante as obras.
Pão e sopa no almoço
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