Por Pe.
Reginaldo Manzotti (*)
Querido povo de Deus, estamos chegamos ao final do ano
litúrgico, diferentemente do calendário civil, o litúrgico tem seu final com a
Solenidade de Cristo Rei. Nos tempos atuais quando não vivemos a monarquia, só
sabemos sobre o assunto o que vemos em filmes, com o aprendemos em história,
então pode parecer até estranho falar em "Cristo Rei" e
corremos o risco de cometer um equívoco ao compará-Lo aos moldes do reino deste
mundo. Portanto, ao proclamar Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, precisamos
compreender de que reino se trata.
Interessante que quando Jesus admite ser rei, não estava num
momento glorioso, num momento de reconhecimento, pelo contrário Ele
estava despojado de tudo, estava seminu, ensanguentado, fragilizado,
humilhado, já tinha passado a noite apanhando, estava com fome e no momento
mais frágil da sua vida. É neste contexto, que, frente a um homem desfigurado
pela dor, Pilatos pergunta: "Tu és o Rei dos Judeus? " Precisamente,
quando qualquer hipótese de um reinado glorioso e triunfalista
em Jesus tinha sido apagado Ele admite: "Eu Sou Rei" (Jo
18, 33b-37).
Ao proclamarmos Jesus Rei, tenhamos consciência que esse Rei
perdoou uma pecadora em praça pública, então o seu reinado é de perdão. Que
esse Rei matou a fome de mais de cinco mil pessoas, seu reinado é da
partilha e da caridade. Sabemos que esse Rei lavou os pés dos Apóstolos, é
um Rei que veio para servir. Esse Rei se levantou contra os opressores pedindo
justiça, respeito, amor, então é um reino que prega a igualdade. Portanto, Ele
nos mostra o que falou a Pilatos, que Seu Reino é diferente de tudo o que
imaginamos e nós somos chamados a fazer parte deste Reino. O trono da graça do
Rei Jesus é a Cruz, a coroa foi de entrega, de espinhos. O cetro de Jesus foi o
do pastoreio.
Antigamente, quando se lutava numa guerra preservava-se o rei,
porque se no combate ele fosse morto, a guerra estava acabada e perdida. Vejam,
Jesus está para ser morto quando Ele diz "Eu Sou Rei", não para
acabar a guerra, para aqueles que acreditavam Nele desistissem de lutar, mas
porque Ele ressuscitaria e ressuscitado a vitória é certa.
Então, mataram sim o Rei, mas o Rei Ressuscitou. Quem acreditava
nesse Rei não perdeu a batalha, porque o Rei está vivo e a luta
continua. Porém, não uma luta com armas, não uma luta de favores, não uma
luta de questões econômicas, meus irmãos isso é do mundo e Jesus, pela sua
vida, tentou mostrar de todas as formas, que nós devemos combater com as armas
do amor e da caridade. Combater pelo serviço, acolhendo uns aos outros como
irmãos, lavando os pés e perdoando.
Jesus é Rei, Vivo Ressuscitado, o Alfa e o Ômega, o
princípio e o fim de tudo. Deixemos que Ele reine em nossas vidas, em nossos
corações e sejamos construtores do Seu Reino de amor, paz e justiça!
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 5/11/2022. Opinião. p.18.
Nenhum comentário:
Postar um comentário