Por Davi
Cunha (*)
Embora o câncer de dente seja menos comum,
é essencial compreender o panorama geral do câncer oral para enfatizar a
importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do acompanhamento
profissional. Em geral, as principais causas estão relacionadas ao tabagismo,
ao consumo excessivo de álcool e à exposição ao vírus HPV, além de condições de
higiene bucal inadequadas e do uso de próteses dentárias mal ajustadas —
fatores que aumentam consideravelmente o risco de lesões malignas na boca
e nos dentes.
No Brasil, o câncer de boca já é o oitavo
mais frequente, mesmo sendo ainda pouco conhecido pela maior parte da
população. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) apontam que, até o
final de 2025, a previsão é de que mais de 15 mil pacientes sejam
diagnosticados com a doença. O índice de óbito também é considerado alto, entre
43% e 45%, e o grande problema desse percentual ainda é o diagnóstico tardio.
A doença, que costuma atingir fumantes
crônicos a partir dos 45 anos, com maior prevalência entre os 50 e 60 anos,
pode afetar diversas regiões da cavidade oral, como lábios, gengivas, língua,
palato e os dentes. Os sintomas são muitas vezes sutis e fáceis de ignorar, o
que torna o diagnóstico precoce desafiador. No entanto, alguns sinais, como
feridas que não cicatrizam após duas semanas, manchas vermelhas ou brancas
na mucosa bucal, dor persistente ao mastigar ou engolir, dificuldades para
falar e perda de dentes sem explicação aparente, devem ser observados com
atenção.
Os dentistas desempenham um papel vital na
identificação de lesões precoces e na orientação sobre medidas preventivas, que
são sempre os maiores aliados na luta contra o câncer bucal e dentário. Ao
buscar acompanhamento profissional e adotar um estilo de vida saudável, podemos
aumentar as possibilidades de prevenção e de recuperação, com grandes chances
de cura.
(*) Cirurgião-dentista.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 8/04/2025. Opinião. p.16.
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