Adib
Jatene em foto de janeiro de 2011
(Foto: Hélvio
Romero/Estadão Conteúdo)
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Em
22 de setembro deste ano ele havia sido internado também após sofrer um
infarto. Em maio de 2012, o médico já havia sido internado com dores no peito e
passado por um cateterismo. No procedimento, ele precisou colocar um stent
(prótese metálica para a desobstrução de artérias).
Jatene
era diretor-geral do HCor e um dos pioneiros da cirurgia do coração no Brasil.
Ele deixa quatro filhos – os também médicos Ieda, Marcelo e Fábio, além da
arquiteta Iara – e a mulher Aurice Biscegli Jatene.
Médico
e ministro
Acriano
de Xarupi, Jatene era filho de um seringueiro libanês e de uma dona de
armarinho. Quando criança, a família se mudou para Uberaba, em Minas Gerais, e,
depois, para São Paulo. Na capital paulista, estudou na Universidade de São
Paulo (USP), formando-se aos 23 anos pela Faculdade de Medicina. A residência e
pós-graduação foram feitas no Hospital das Clínicas da mesma faculdade, sob a orientação
do professor Euríclides de Jesus Zerbini (1912-1993), pioneiro dos transplantes
de coração no país.
Com
mais de 20 mil cirurgias no currículo, se destacou também por ter sido o
primeiro a realizar a cirurgia de ponte de safena no Brasil e por ter inventado
aparelhos e equipamentos médicos. Em Uberaba (MG), lecionou Anatomia
Topográfica da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro. Neste período,
construiu seu primeiro modelo de coração-pulmão artificial. Em São Paulo,
trabalhou no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e como
cirurgião no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia da Secretaria de Estado
da Saúde.
Na
política, apesar de não ter se filiado a partidos, atuou como secretário
estadual da Saúde de São Paulo (1979-1982), no governo de Paulo Maluf, e duas
vezes como ministro, na mesma área, nas gestões Fernando Collor (1992, por oito
meses) e Fernando Henrique Cardoso (1995-1996, por 22 meses). No governo de
FHC, criou a Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF), para
ajudar a financiar a saúde brasileira, e deu continuidade ao projeto dos
medicamentos genéricos e ao programa de combate à Aids. Foi membro da Academia
Nacional de Medicina e autor e co-autor de cerca de 700 trabalhos científicos
publicados na literatura nacional e internacional.
Dono
de uma coleção particular de quadros, com obras de Di Cavalcanti, Alfredo Volpi
e Tarsila do Amaral, presidiu o conselho deliberativo do Museu de Arte de São
Paulo (Masp).
Secretário
da Saúde lamenta
Por
meio de nota, o secretário de Estado de Saúde de São Paulo, David Uip, disse
que a "perda do professor e ministro Adib Jatene é motivo de absoluta
tristeza" e que "a saúde pública está em luto". O secretário
ainda destacou o papel de Jatene "para a consolidação do SUS em São Paulo
e no Brasil".
Fonte: g1.globo.com/sao-paulo,
de 14/11/2014.
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