Por Vicente José de Figueirêdo Freitas (*)
"Neste ano do Jubileu de Rubi da Uece,
confluem as nossas trajetórias individuais, que fazem a vida acadêmica da
instituição, com a trajetória institucional"
A Faculdade de
Veterinária (Favet) foi uma das escolas fundadoras da Uece e, por décadas,
seguiu sendo o único curso de Medicina Veterinária do Ceará. O início de minha
graduação, em 1982, fez-me realizar um belo sonho e durante o estágio
supervisionado na Embrapa Caprinos e Ovinos, descobri meu foco: a pesquisa em
reprodução dessas espécies.
Decidi que
minha vida profissional seria em ensino/pesquisa e, para isso, comecei a me
preparar. Em 1987 entrei na 1ª turma do Curso de Especialização em Produção e Reprodução
de Pequenos Ruminantes, da Uece, e em seguida fui aprovado no concurso de
professor auxiliar da Favet, para ministrar a disciplina Inseminação
Artificial.
Aos 26 anos
tornara-me professor da Uece. Ensinava, mas não podia pesquisar só com o título
de especialista. Urgia ser mestre e foi com satisfação que vi ser criada, em
1991, pelo professor Nunes, a 1ª pós-graduação stricto sensu da Uece, o
Mestrado em Produção e Reprodução de Pequenos Ruminantes. Aluno da 1ª turma,
concluí o curso em 18 meses e fui o 1º mestre formado na Uece, em 1992.
Sob a
orientação do professor Nunes, obtive bolsa para doutorado no Institut National
de La Recherche Agronomique/Fr. Foi um divisor de águas, pois trabalhei com
pessoas muito qualificadas para a pesquisa. Concluí o doutorado em 1996 e
retornei à Uece na esperança de aplicar o que aprendi. Criei um grupo de
pesquisa e logo fui chamado a assumir a coordenação do mestrado, onde me
apoiaram ótimos colegas como Fátima Teixeira, Claudia Bevilaqua, Ricardo
Figueiredo, Lúcia Daniel, Célia Sampaio, Sônia Crisóstomo, Diana Célia, Ricardo
Toniolli e William Maciel. Manassés Fonteles era reitor e Jackson Sampaio era
pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa.
Reestruturado,
o curso passou a chamar-se Mestrado em Ciências Veterinárias. Um concurso para
professor efetivo atraiu candidatos com doutorado e boa capacidade para captar
financiamento e realizar pesquisa de qualidade. Assim, submeti a alteração do
mestrado e a demanda do Primeiro doutorado da Uece. Sob a coordenação da
professora Claudia Bevilaqua, a Capes aprovou a criação do Programa de
Pós-Graduação em Ciências Veterinárias. Nascia uma história de sucesso e as
avaliações da Capes resultaram em notas crescentes, até a atual nota “6”, que
coloca o Programa como o único no Nordeste e entre os três melhores da área em
IES estaduais, superado por dois da USP.
Neste ano do
Jubileu de Rubi da Uece, confluem as nossas trajetórias individuais, que fazem
a vida acadêmica da instituição, com a trajetória institucional, que respalda a
vida acadêmica de estudantes, servidores e professores. As dificuldades que
existiram e ainda existem têm sido fonte de superação para a Uece. Elas nos
fazem crescer.
(*) Médico
veterinário, doutor em Ciências da Vida e professor da Favet/Uece.
Publicado In: O
Povo, Opinião, de 15/8/15. p.7.
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