Por Pe. Brendan Coleman Mc Donald
No dia 12 de junho
próximo passado, a Igreja Católica celebrou a Festa do Sagrado Coração de
Jesus. A mensagem central desta festa é certamente a inefável riqueza do amor
de Deus que se manifesta em Jesus Cristo. A Festa do Sagrado Coração de Jesus é
comemorada na segunda sexta-feira após a Solenidade do Corpus Christi. Além
disso, essa devoção também é cultivada pela Igreja Católica ao longo de todas
as primeiras sextas-feiras de cada mês. Na Bíblia, o termo coração se refere à
pessoa, ao seu
interior mais profundo, sede do conhecimento e do amor.
Na linguagem
bíblica, e também em nosso modo de falar, coração é o que de mais íntimo existe
em nós, de onde partem nossas decisões, nossos amores e nossos ódios etc.
Assumindo a vida humana, o Filho de Deus assume todo nosso modo humano de ser,
exceto o pecado. Com isso em mente é fácil compreender que o Coração de Jesus é
símbolo do seu mais profundo e imenso amor por todos nós. O mandamento de Jesus
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15, 12), se fundamenta no amor
de Deus para conosco, um amor tão profundo que chegou ao ápice quando Jesus deu
sua vida por nós.
Esta é uma devoção
muito popular que ganhou dimensões globais a partir do século XVll, pelos
esforços de São João Eudes e Santa Margarida Alacoque. O Papa Pio Xll escreveu
a Carta Encíclica “Haurietis Aquas” (retirar água) sobre esta devoção. Nesta
carta o Papa coloca os fundamentos da devoção com exemplos do Antigo e Novo
Testamento. Nas primeiras sextas-feiras de cada mês a popular devoção ao
Sagrado Coração de Jesus pode ser encontrada em quase todas as paróquias do
Brasil. Foi Santa Margarida Maria Alacoque que propagou e incentivou esta
devoção.
Em meados do século
XVll, Jesus apareceu diversas vezes à Santa Margarida e revelou uma mensagem de
amor e misericórdia para toda humanidade. “Eis aqui o Coração que tanto amou os
homens, que não omitiu nada até esgotar-se e consumir-se para testemunhar-lhes
seu amor. Mas, como reconhecimento não recebe da maior parte dos homens senão
ingratidões.”. Dessas revelações, foi extraído o que se convencionou chamar as
12 promessas do Sagrado Coração de Jesus.
O papa São João
Paulo II nos lembra de que, na pessoa de Jesus Cristo se revela também o amor
misericordioso do Pai para com a humanidade. O Coração de Jesus então é,
também, o amor misericordioso do Pai que, em Cristo, se revela e se doa
totalmente a nós (Vaticano, junho, 2003).
As doze promessas
do Sagrado Coração são: (I) Dar-lhes-ei todas as graças necessárias ao seu
estado de vida; (II) Estabelecerei a paz nas suas famílias; (III) Abençoarei os
lares onde for exposta e honrada a imagem do meu Sagrado Coração; (IV) Eu os
consolarei em todas as suas dificuldades; (v) Serei o seu refúgio durante a
vida e em especial na hora da morte; (VI) Derramarei bençãos abundantes sobre
todos os seus empreendimentos; (VII) Os pecadores encontrarão em meu Coração,
fonte inesgotável de misericórdia; (VIII) As almas tíbias tornar-se-ão
fervorosas; (IX) As almas fervorosas acenderão rapidamente a um estado de
grande perfeição; (X) Darei aos sacerdotes o poder de tocarem os corações mais
empedernidos; (XI) Aqueles que propagarem esta devoção terão os seus nomes
eternamente escritos no meu Sagrado Coração; (XII) O amor poderoso do meu
Coração concederá a todos os que, por nove meses seguidos, confessarem-se e
comungarem na primeira sexta-feira, a graça da perseverança final e da salvação
eterna.
Segundo o teólogo
Johan Konings S.J. “Num tempo em que o amor humano é degradado a objeto de
comércio e meio de alienação, a contemplação das insondáveis riquezas do amor
de Deus em Cristo se transforma numa fonte de vida”. (Liturgia Dominical, Ano
B, p. 262).
Brendan Coleman Mc Donald é padre redentorista e assessor da
CNBB Reg. NE.
Fonte: O Povo, de 20/6/2015. Espiritualidade.
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