Médico-Psicoterapeuta
A família é o tronco de onde brotam os ramos das futuras
gerações. Quando o tronco não é sadio dificilmente dele brotará ramos sadios.
Como pediatra, não me faltaram oportunidades de acompanhar o
crescimento e desenvolvimento dos meus pequenos pacientes e suas famílias.
Logo, do ponto de vista da criança, alcancei e pude identificar as modificações
do progresso na dinâmica da família atual: as influências e transformações históricas
de uma geração para outra, as diversidades econômicas, fases do ciclo da vida,
nascimento dos filhos, do primogênito aos demais, casamentos, divórcio,
separação, mudança de estado social, a família quando os filhos saem de casa,
muito deles para casar e outros para viverem em casas separadas dos pais.
Outros, a permanecerem por mais tempo com os pais, dado a
problemática econômica, prolongado processo de aprendizado à custa de preparos
jamais exigidos ao jovem para conseguir o primeiro emprego.
A própria moradia das classes médias, o desaparecimento dos
quintais, a morada de apartamento, o transporte, o automóvel, o celular, a
mídia, senilidade dentro de casa com os avós. Além do mais os casamentos e
recasamentos cada vez mais frequente: meus filhos, teus filhos e nossos filhos,
a atividade sexual.
Agora, como psicoterapeuta fico mais sabedor e comprovador
da importância de um meio familiar funcionante para o porvir da criança.
Bastaria comparar as minhas papeletas pediátricas, registros dos comportamentos
familiares e tantas outras nuances da minha profissão, para evidenciar, o
quanto é relevante — os acontecimentos familiares na formação das Desordens
Psicossomática.
Considero, e, portanto, costumo dizer: — A família e não o
indivíduo como o verdadeiro elemento social e não tenho medo de ser considerado
retrógado.
(*) Professor Titular da Pediatria
da Universidade de Pernambuco. Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União
Brasileira de Escritores (UBE) e da Academia Brasileira de Escritores Médicos
(ABRAMES). Consultante
Honorário da Universidade de Oxford (Grã-Bretanha). Foi um dos primeiros
neonatologistas brasileiros.
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