Por Lauro Chaves Neto (*)
Passado
o calor das eleições, a mais polarizada e acirrada de nossa história,
aguarda-se a definição da equipe econômica para o Governo Lula; o que esperar
da Economia Brasileira em 2023? A melhor expectativa seria o controle da
inflação, a retomada do crescimento, a redução das desigualdades e a eliminação
da pobreza extrema.
A
Economia é movida pelas expectativas no mundo corporativo e familiar; sendo
fundamental, portanto, a confiança de investidores e consumidores. Serão
imprescindíveis ações que possibilitem uma queda rápida na taxa de juros e que
sejam implantadas medidas que acelerem a retomada nos investimentos, como por
exemplo a melhoria no ambiente de negócios.
A
redução mais rápida dos juros estará mais próxima quanto mais acelerada for a
queda da inflação. A questão será em qual velocidade essa redução se refletirá
em crédito mais barato, o que gera impactos positivos tanto no consumo como nos
investimentos.
A
melhora da confiança sem um conjunto de estímulos à economia real, já redundou
em fracasso várias vezes. É necessário um conjunto de medidas complementares à
Política Econômica, sem falar nos riscos existentes no ambiente político e/ou
no cenário externo.
O
PIB crescerá pouco em 2023. Esse baixo crescimento resultará, principalmente,
do baixo nível dos investimentos e da desaceleração do consumo das famílias já
endividadas. O menor crescimento do consumo das famílias em 2023 será função
das condições do mercado de trabalho, do endividamento e da menor expansão do
crédito. A expansão do consumo do governo deverá ser reduzida e dependerá das
negociações com o congresso sobre os ajustes no orçamento.
A
inflação superará o limite da meta tanto em 2022 como em 2023. O câmbio tende a
ter uma relativa estabilidade, a taxa Selic tende a cair lentamente, mas não na
magnitude necessária para elevar os níveis de consumo e investimentos.
A
retomada do crescimento sustentado da economia brasileira não será uma tarefa
fácil, porém esse é o cenário para o qual as organizações e as famílias
precisam adequar os seus planejamentos e ações.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 14/11/22. Opinião. p.20.
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