terça-feira, 24 de janeiro de 2023

JANEIRO, 2023

Por Vladimir Spinelli Chagas (*)

Comecei o ano de 2021, neste espaço, com uma reflexão sobre a nossa tendência a fazermos um balanço de ativos e passivos no período findante, colocando o que consideramos positivo de um lado, balanceando com o que classificamos como negativo.

Agimos como se nos espelhássemos nas empresas, que precisam desse balanço para apurar os resultados, cumprir suas obrigações e reabrir a contabilidade para um novo período, avaliando necessidades de mudanças no percurso.

Avaliar nossos momentos dentro desse tempo-calendário não é fora de propósito. Até entendo que o devamos fazer mais amiúde, pois nossos ativos e passivos são muito mais importantes do que os empresariais. Envolvem sentimentos que transmitimos e que recebemos.

Quando atravessamos essas "festas de fim de ano", época sempre propícia para essas práticas, nem sempre conseguimos fazer esse "encontro de contas "da melhor forma. Carregamos as tintas naquilo que colocamos na conta dos arrependimentos, como se um retorno ao passado fosse possível e, se o fosse, pudéssemos mudar esse passado.

Ora, continuo com meu pensamento de que, tudo o que nos aconteceu durante qualquer que seja o período que analisemos, foram experiências de vida que nos permitiram crescer. Às vezes, apanhando como massa de bolo. Outras, de forma leve e agradável.

O certo é que tudo no universo se rege por ciclos. A Lua, por exemplo, no espaço de duas semanas passa da invisibilidade para totalmente vestida de luz. Mais duas semanas e estará novamente na escuridão. O Sol, a cada 24 horas, vai aparecer no horizonte, mesmo que, por vezes encoberto por pesadas nuvens.

Nos chamados Reinos da Natureza, também temos a regência de ciclos. Uma rocha, por mais dura que possa ser, a cada dia estará diferente, mesmo que não percebamos. Vegetais e animais nascerão, crescerão e fenecerão, em períodos maiores ou menores, mas inexoráveis.

Assim, penso que aproveitar da melhor forma possível todas as experiências vividas, sempre as considerando positivas por nos proporcionarem lições para a frente, é um exercício nem sempre fácil, mas absolutamente indispensável. 

(*) Professor aposentado da Uece, membro da Academia Cearense de Administração (Acad) e conselheiro do CRA-CE.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 2/01/23. Opinião, p.20.

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