Meraldo Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
Para
muitos sociólogos, antropólogos e acadêmicos o vocábulo geração designa as
pessoas nascidas em determinado período de tempo. Seguindo tal critério, pela
primeira vez na História, temos cinco gerações existindo no mesmo espaço de
tempo. São elas:
01.
Veteranos nascidos entre 1920 e 1939;
02. Baby
boomers, nascidos entre 1940 e 1959;
03.
Geração X, nascidos entre 1960 e 1979;
04.
Geração Y, nascidos entre 1980 e 1999;
05.
Geração Z, nascidos a partir de 2000 até 2019.
A
anatomia humana não mudou e sim a duração da vida, seja devido aos avanços
médicos e tecnológicos ou a melhorias das condições psicossociais.
Nos
países em desenvolvimento (sic) as condições sociais e econômicas da grande
maioria de seus cidadãos permanecem praticamente as mesmas há séculos. Já na
Europa e nos Estados Unidos o número de idosos (> 60 anos) cresceu
gradativamente, acompanhando as evoluções técnica, científica e econômica.
No
Brasil, a população de idosos sofreu um súbito aumento - o “Boom de Idosos” -
sem que tivessem ocorrido grandes melhorias socioeconômicas ou educacionais. A
pirâmide demográfica deixou de ser pirâmide para se tornar algo disforme. A sua
base encolheu (menos crianças nascendo) e o seu ápice, que representa o
percentual de idosos, outrora pontiagudo, ficou mais bojudo... Enquanto que a
parte central do desenho triangular alargou-se, representando o número cada vez
maior de jovens na população.
A Geração
Y (os nascidos entre 1980 e 1999) e as seguintes terão que enfrentar o problema
do que fazer com os idosos.
Passeando
pelo poeta Carlos Drummond de Andrade (1902- 1987): os velhos abstêm-se de
fazer uso da experiência, preferindo recomendá-la aos outros (conferir no livro
O Avesso das Coisas. – Aforismo).
O
problema não são os jovens e sim os idosos; os jovens, sempre foram do jeito
que são, com ou sem Internet ou liberdade sexual. Já os idosos continuam
trombudos, na sua maioria. Assim, quem tem que mudar é o idoso.
Será que
os meus colegas (evito a palavra ‘companheiro’ por razões óbvias) de geração
não conseguem aprender que para deixarmos de ser velhos basta dialogar? Não
existe mais o tal do ‘meu tempo’.
O Tempo é o mesmo para todos que estão vivos e lúcidos
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco.
Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE)
e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
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