Por Padre Geovane Saraiva (*)
O mundo aguarda
ansioso e, ao mesmo tempo se regozija, pelo sopro do Espírito Santo de Deus em
Francisco, na sua prática ecológica e ambiental, vivendo verdadeiramente com
coerência o compromisso assumido de chefe visível da Igreja, em 13 de março de
2013, cumprindo agora a promessa, ao colocar nas mãos dos cristãos e das
pessoas de boa vontade (18/6/2015), sua nova Encíclica sobre a ecologia. Qual
será o título da Encíclica? Logo mais vamos saber, mas fontes do Vaticano
apostam em Laudato Sii - Louvado
Sejas, frase inicial do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis. O
exemplo maior de ternura e bondade é dado por ele mesmo, o Papa Francisco, a
nos dizer que sempre mais devemos nos convencer que de Deus viemos, para Deus é
que existimos e para Deus voltaremos.
O Dia Mundial do
Meio Ambiente foi estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1972,
por ocasião da abertura da Conferência de Estocolmo na Suécia. Desde então,
comemorado anualmente no dia 5 de junho, chamando atenção para o lado humano
das questões ambientais; capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos do
desenvolvimento sustentável; também promover a compreensão de que é fundamental
que comunidades e indivíduos mudem de mentalidade em relação ao uso dos
recursos e das questões ambientais, sem esquecer da necessidade de parcerias
para garantir que todas as nações e povos desfrutem de um futuro mais seguro e
mais profícuo.
Dentro do contexto
ecológico é que a atenção de todas as pessoas de boa vontade deveria se voltar
para a realidade acima mencionada, numa reflexão sobre o clamor e o gemido da
natureza, à beira do abismo (cf. Rm 8,22). A criatura humana é convocada e não
tem outro caminho, no sentido de evitar sua própria autodestruição, fazendo sua
parte, tendo diante da mente, dos olhos e no coração a vida do planeta como um
santuário ou um lugar sagrado, com maior razão para nós cristãos, inspirados no
sonho e na força da figura humana de Francisco de Assis, o qual abraçou o projeto
do Pai com uma comovedora ternura, tornando-se fascinado por Deus e por suas
criaturas, e foi este fascínio que o tornou humano, por unanimidade considerado
patrono do meio ambiente ou da ecologia.
Agradeço a Deus,
como se fosse uma inspiração, quando alhures disse que toda civilização
necessita de figuras exemplares, modelos e referenciais, as quais mostrem
concretamente ao mundo os grandes sonhos e utopias, numa palavra, mostrem os
valores últimos, no tocante a sustentar as motivações dos seres humanos, na sua
relação e ação com Deus e seus semelhantes, com a natureza ou meio ambiente.
Parece até que estava antevendo a novidade, dadivoso presente para o mundo
hodierno, que foi a eleição (13/3/2013) do Papa Francisco, dando provas
concretas, através dos gestos e sinais, ao concretizar seus sonhos de renovação
da Igreja e do mundo, a ponto de sensibilizar corações e consciências a uma
profunda conversão ecológica.
Pensando em uma
vida com maior encanto na face da terra é que o nosso Papa Francisco trabalhou
na elaboração de sua nova Encíclica sobre o tema da ecologia. O maravilhoso é a
sua humildade explicitada em sua atitude de acercar-se de especialistas para
escrever este documento, além da contribuição de pessoas da melhor qualidade,
tendo no centro o ecossistema e a vida da floresta amazônica, contando com a
experiência profética de Dom Erwin Krautler, Bispo do Xingu, do antropólogo e
teólogo Paulo Suess, ambos do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) no
Brasil.
Colaboração vital
não poderia faltar, oriunda dos filhos espirituais de São Francisco de Assis,
na pessoa do Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Michael Perry, ao
contribuir com Sumo Pontífice no documento: “Franciscanos pela Ecologia”. Com
certeza o papa quer falar aos cristãos, bem como as pessoas de boa vontade do
planeta em sua Carta Encíclica sobre a importância da ecologia, dizendo em alto
e bom tom que este mundo tem que ser reflexo da cidade santa, da nova Jerusalém
e que jamais podemos pensar em edificar este mundo sem Deus, que no dizer do
pobrezinho de Assis, no Cântico das Criaturas, Deus é “Altíssimo, Onipotente,
Bom Senhor. Teus são o louvor, a glória, a honra e toda a bênção”.
(*) Geovani Saraiva é escritor, blogueiro, colunista,
vice-presidente da Previdência Sacerdotal e Pároco de Santo Afonso,
Parquelândia.
Fonte: O Povo, de 14/6/2015. Espiritualidade. p.30.
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