Por Cássio Borges (*)
Somos e sempre
fomos intransigentes defensores do Departamento Nacional de Obras Contra as
Secas (Dnocs), de sua manutenção, preservadas a força dos seus elevados padrões
de integridade e capacitação técnica que nortearam aquele Departamento de
inumeráveis serviços prestados ao Ceará, ao Nordeste e ao seu povo.
Não obstante, o
extraordinário acervo de obras realizado por aquela Instituição Federal em toda
a Região Nordestina, especialmente no Estado do Ceará, é exatamente aqui onde
se concentram os seus mais ferrenhos opositores. A olhos vistos, pode-se
identificar alguns, infelizmente ocupando elevados cargos no Governo Estadual,
justamente na área de recursos hídricos. Não precisamos citar seus nomes.
O importante é
advertirmos a sociedade cearense e nordestina que um hediondo crime será
perpetuado à nossa Região, caso aquele vetusto Departamento venha a ser
extinto, como desejam os seus algozes, que não mostram as suas caras e não têm
a coragem de vir a público dizer os reais motivos dos seus recônditos e
intrigantes propósitos.
Defendemos isto,
sim, que o Poder Central, responsavelmente, encampe as questões dos Recursos
Hídricos do Nordeste, “como uma proclamação solenemente imposta à União”,
conforme preceitua o nosso Código de Águas para “as áreas periodicamente
assoladas pelas secas”. Que os Estados cumpram a sua parte nesta grandiosa
tarefa, pois, como disse Heaviside, “a Ciência não é privilégio de uma só
Instituição”.
Enfraquecer o
Dnocs, pulverizando os seus recursos entre os nove Estados nordestinos, é
defender a má vontade sulista em relação às Instituições Federais aqui
sediadas. Ademais, pensamos que a gestão da água inteiramente entregue aos
Estados, com certeza vai servir de “instrumento de pressão, de politicagem e
perseguições hediondas junto aos usuários, o que não é comum acontecer na área
federal”, conforme advertiu, há tempos, um ex-governador nordestino.
Vamos todos salvar
o Dnocs, que é um patrimônio de todo o povo nordestino: um Dnocs sem vícios,
transparente e limpo, livre das injunções político-partidárias.
(*) Engenheiro civil,
ex-diretor regional do Dnocs e de sua Diretoria de Planejamento, Estudos e
Projetos.
Fonte: Publicado In: O
Povo. Fortaleza, 22/03/2016. Opinião. p.8.
Nenhum comentário:
Postar um comentário