Meraldo
Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
A Mídia tem muito a contribuir com a
ciência da saúde, mas tal contribuição só pode se efetivar quando médicos e
profissionais da saúde aprenderem a dialogar, sem preconceitos com os
jornalistas.
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A imprensa, seja ela falada, escrita
ou eletrônica, é os olhos e os ouvidos da comunidade. Compreensível o desejo
dos seus profissionais de informar ao público, cada vez melhor, sobre os
avanços médicos. É natural que diante de tempos de tantos adiantamentos, os jornalistas passem a assediar os
médicos em busca de novidades na área da saúde.
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O profissional de saúde vê-se
assediado intensamente pelos profissionais das notícias. É quando se dá conta
de estar completamente despreparo para lidar com essas pessoas, de ofício bastante
nobre – o de “informar” as novidades ao povo. Mas, pior se sente ao se deparar
com profissionais da mídia (escrita ou falada) despreparados para a função de
informar sobre o difícil e complexo problema da saúde.
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Esclareço que
qualquer médico tem obrigação de fornecer informações aos meios de comunicação
de massa, desde que as informações não entrem em conflito com os preceitos dos
Códigos de Ética dos Conselhos Regionais aos quais, como qualquer profissional
liberal, encontra-se submetido. Respeitados tais preceitos, têm os
profissionais da área da saúde a obrigação de adotar posturas positivas,
associativas e cooperativas com os jornalistas.
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Nos programas
especializados em Medicina o médico tem a oportunidade de ofertar explicações
mais detalhadas de como melhorar o estado sanitário da comunidade,
resguardando-se das curas milagrosas e combatendo falsos procedimentos e
charlatanismos.
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Quando o
profissional de saúde se expressa através dos modernos meios de comunicação,
tem maior contato com a população, o que pode servir como potente ferramenta à
promoção do bem-estar social.
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Os médicos não
foram treinados para falar às plateias leigas, desconhecemos como tirar os
melhores proveitos dessas oportunidades que a moderna mídia nos proporciona e,
portanto, devemos ser ajudados pelos profissionais da imprensa.
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Lembrete
aos Médicos:
O médico tem a
necessidade e o dever de saber manejar com três situações em uma entrevista: 1.
Relacionar-se corretamente com o profissional da imprensa; 2. Não se atemorizar; 3.Não ficar se
promovendo.
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É preciso que o
médico observe, na atualidade, principalmente: A falência da medicina estatal;
O sensacionalismo desenfreado; A mercantilização dos procedimentos médicos.
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A prevalência da
tecnocracia pseudocientífica em detrimento do paciente: A imprensa marrom; Os
jornalistas despreparados; Os planos de saúde, e outros empresariados médicos.
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O Código de
Ética vem a favor dos médicos, ao proibir as propagandas de cura milagrosa e a
divulgação de terapêuticas ainda não aceitas pela Medicina Oficial.
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco.
Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE)
e da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
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