Geraldo Duarte (*)
Enfocamos, aqui, acontecimento registrado no início do
ano sessenta, século passado.
Novamente, lembrados com saudades, o engenheiro Clóvis
de Araújo Janja e o mestre de obras Manuel do Montserrat.
Trabalhos do Serviço de Abastecimento D’Água, do Dnocs,
no distrito de Messejana. Execução do projeto da rede abastecedora local,
aprovado pela direção geral do Departamento.
Na fase de assentamento das tubulações, fez-se
verificado clamoroso erro técnico. Não havia projetado um ramal para atender ao
hospital-maternidade.
Dr. Clóvis Janja procurou o engenheiro seu chefe e do
SAD, cientificando-lhe e requerendo providências para a correção. Nenhuma
solução assomou.
Em comentário e protesto, Montserrat externou: “Se eu
fosse engenheiro, podia perder meu diploma, mas não ficava assim!”.
Dia seguinte, Janja chamou o mestre e a mim e
disse-nos: “Ontem, em casa, procurei por todos os lugares meu diploma e não
achei! Cheguei à conclusão de que o perdi! Portanto, vamos utilizar os tubos da
reserva técnica e fazer um desvio para a maternidade!”.
Deu sonora gargalhada, acendeu um cigarro que sempre
pendia na boca e determinou rápida ação.
Inexistiu resposta aos ofícios visando à reparação.
Aquele chefe, mesmo contrário à alteração, silenciou. A extensão foi executada
por Montserrat e sua turma de campo, servindo aos socorridos naquela unidade de
saúde pública.
Sem dúvidas, até hoje, os encanamentos tubulares ainda
permanecem enterrados na área.
Quem sabe, Janja, Montserrat e os operários, de há
muito moradores do Oriente Eterno, estejam a gargalhar com este artiguete...
(*) Geraldo Duarte é
advogado, administrador e dicionarista.
Fonte: Diário do Nordeste,
Ideias. 31/1/2017.
Nenhum comentário:
Postar um comentário