Um analista de sistemas, meio introvertido,
finalmente conseguiu realizar o sonho da sua vida: um cruzeiro.
Eis que de repente, um furacão virou o navio como se
fosse uma caixa de fósforos.
O rapaz conseguiu agarrar-se a um salva-vidas e
chegou a uma ilha aparentemente deserta e muito remota. Deparou-se com uma cena
belíssima: cachoeira, bananas, coqueiros... mas quase nada além disso.
Ele se sentiu desesperado e completamente
abandonado.
Um belo dia apareceu, remando, uma belíssima
engenheira, daquelas de fazer parar o trânsito.
A engenheira começou logo uma conversa:
- Eu sou do outro lado da
ilha. Você também estava no cruzeiro?
- Estava! Mas onde você conseguiu esse bote?
- Simples: eu sou engenheira
e usei meus conhecimentos! Tirei alguns galhos de árvores, sangrei umas
seringueiras, defumei até virar borracha, reforcei os galhos e fiz a quilha e
os remos com madeira de eucalipto.
- Mas... com que ferramentas?
- Bom, achei uma camada de
material rochoso, esquentei esse material e consegui metal.
- Mas chega disso! Onde você tem vivido esse tempo
todo? Não vejo nada parecido com um teto, para ser franco, eu tenho dormido na
praia, disse ele.
- Gostaria de ver a minha
casa, disse ela!
O analista de sistemas aceitou e a engenheira remou
com destreza ao redor da ilha.
Quando chegou no "seu" lado, amarrou a
canoa com uma corda artesanal que houvera feito.
Os dois andaram por um caminho construído por ela e
depararam com um lindo chalé que fizera.
- Não é muito, disse ela, mas eu o
chamo de "meu lar".
Já dentro, ela procurou deixá-lo à vontade:
- Sente-se, por favor! Aceita
um drinque?
- Não, obrigado! Não aguento mais água de coco!
- Mas não é água de coco! Eu
fiz um alambique meio rudimentar lá fora, consegui destilar rum!
O analista aceitou e sentaram-se no sofá para
conversar.
Depois de contarem suas histórias, a engenheira
perguntou:
- Você sempre teve barba?
- Não. Toda a vida eu andei bem barbeado.
- Bom, se quer se barbear,
tem uma navalha lá em cima, no armarinho do banheiro.
O homem subiu uma escada em caracol e foi em cima,
no banheiro, fez a barba com um complicado aparelho feito de osso e conchas,
tão afiado quanto uma navalha.
A seguir, tomou um revigorante banho e desceu para
continuarem a conversa.
- Você ficou ótimo, disse ela! Vou lá
em cima pôr umas vestes mais confortáveis.
Em instantes a engenheira estava de volta, com um
delicioso perfume de gardênias, vestindo um bonito e revelador robe, muito bem
trabalhado em folhas de palmeira.
- Bom, disse ela, você não
tem se sentido solitário? Sente falta das coisas que todos os homens precisam?
- Mas é claro, disse ele esquecendo um pouco a sua
timidez. Tem uma coisa que venho querendo todo esse tempo. Até sonho com isso à
noite. Mas... aqui nesta ilha... sabe como é..., simplesmente impossível.
- Bom, ela disse com um sorriso maroto,
já não é mais impossível, se é que você me entende...
O rapaz, tomado de uma excitação incontrolável e
mais um gole do rum, disse, quase sem fôlego:
- Não acredito! Você não está querendo me dizer que
bolou um jeito de acessar a internet aqui na ilha?
Nota do Blog: circulou por e-mails em abril de 2010.
Sem autoria definida.
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