Abro a
coluna com uma historinha mineira sobre o burro.
Viajando
pelo interior de Minas, o arquiteto Marcos Vasconcelos encontrou um grupo de
trabalhadores abrindo uma estrada:
– Esta
estrada vai até onde?
– Muito
longe, muito longe, doutor. Atravessa o vale, retorce na beirada da serra,
quebra pela esquerda, retoma pela direita, desemboca em frente, e vai indo, vai
indo, até chegar a Ponte Nova, passando pelos baixios e cabeceiras.
– Vocês
têm engenheiro, arquiteto, teodolito, instrumentos de medição?
– Num
tem não, doutor. Nós tem um burro, que nós manda ir andando, andando. Por onde
ele for, aí é o melhor caminho. Nós vai picando, picando.
– E
quando não tem burro?
– Aí não
tem jeito, doutor; nós chama um engenheiro mesmo.
O arquiteto
seguiu adiante filosofando sobre as artes da burrice e da engenharia.
Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).
Nenhum comentário:
Postar um comentário