sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

FOLCLORE POLÍTICO LXX: Porandubas Políticas 624

Abro a coluna com uma historinha mineira sobre o burro.

Viajando pelo interior de Minas, o arquiteto Marcos Vasconcelos encontrou um grupo de trabalhadores abrindo uma estrada:

– Esta estrada vai até onde?

– Muito longe, muito longe, doutor. Atravessa o vale, retorce na beirada da serra, quebra pela esquerda, retoma pela direita, desemboca em frente, e vai indo, vai indo, até chegar a Ponte Nova, passando pelos baixios e cabeceiras.

– Vocês têm engenheiro, arquiteto, teodolito, instrumentos de medição?

– Num tem não, doutor. Nós tem um burro, que nós manda ir andando, andando. Por onde ele for, aí é o melhor caminho. Nós vai picando, picando.

– E quando não tem burro?

– Aí não tem jeito, doutor; nós chama um engenheiro mesmo.

O arquiteto seguiu adiante filosofando sobre as artes da burrice e da engenharia.

Fonte: Gaudêncio Torquato (GT Marketing Comunicação).

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