sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Perseguição política via tapetão em Juazeiro

Por Luiz Eduardo Girão (*)

A população da Terra de Padim Ciço está indignada com a cassação absurda do primeiro prefeito reeleito da história de Juazeiro do Norte.

A Justiça Eleitoral cearense determinou a cassação do mandato de Gledson Bezerra com a acusação de que ele teria abusado do poder político nas últimas eleições.

A ação foi movida pela coligação que foi derrotada nas urnas por uma diferença acachapante de 13.000 votos e encabeçada pelo deputado Fernando Santana, do PT, que é parente do ministro da Educação, ditador-mor do Ceará, Camilo Santana. Eles alegam que, no último ano de sua gestão, houve aumento dos gastos com aparelhos auditivos, óculos e cestas básicas. Para o juiz, essas ações teriam gerado um sentimento de gratidão junto aos eleitores de baixa renda do município."

Gledson, depois de ter se destacado como vereador, recebendo a maior votação da história da cidade por sua coragem no enfrentamento à criminalidade e às oligarquias locais, chegou à prefeitura em 2020.

Já no primeiro ano como prefeito foi alvo de 3 CPIs promovidas por vereadores acostumados com as gestões anteriores, que praticavam a velha politicagem da barganha, do "toma lá da cá". Todas essas CPIs não deram em nada! Pela sua independência e perfil austero na administração, enfrentando diuturnamente a corrupção, passou também a ser perseguido pelo Governo do Estado, que deixou de repassar recursos de vários convênios com a Prefeitura.

Também teve que responder junto à órgãos aparelhados pelo PT-por ter cancelado um contrato de limpeza pública da gestão anterior que gastava R$ 4,5 milhões/mês. Ele fez uma nova licitação e passou a fazer o mesmo serviço com uma empresa que cobrou menos da metade! Economizou mais de 24 milhões por ano e o serviço ainda melhorou.

A Associação dos Tribunais de Contas do Brasil concedeu, em 2023, à prefeitura de Juazeiro do Norte o Selo Diamante, pela máxima de transparência na gestão pública. De 8 mil entidades avaliadas, apenas 241 conseguiram obter esse selo de qualidade.

O Ceará tem sido um Estado onde impera a lógica dos 2 pesos e 2 medidas; enquanto um Prefeito honesto e competente sofre todo tipo de perseguição, por não ter sido cooptado pelo sistema, outras autoridades vinculadas aos poderosos são protegidas, mesmo quando cometem crimes... Nossa Juazeiro é a cidade do interior que mais gera emprego. Saiu de último lugar, no Previne Brasil, entre todos os municípios do Ceará, para o 1º lugar entre as 20 maiores cidades do Nordeste. A nota, que era 2.1, pulou para 9.3!

Presto aqui minha solidariedade ao Prefeito Gledson.

Vivemos tempos difíceis, com completa inversão de valores. É preciso resiliência cidadãos para resistir, mantendo os princípios e confiando acima de tudo, na Justiça Divina, que é perfeita. Que essa flagrante injustiça no Cariri, desrespeitando a soberania popular, seja reparada pelos homens de bem da Terra da Luz. Paz & Bem

(*) Empresário. Senador pelo Podemos/CE.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 4/07/25. Opinião, p.23.

Crônica: “As enroladas construtivistas de ‘Dona Menina’...” ... e outros causos

As enroladas construtivistas de ‘Dona Menina’

Mamãe (Terezinha Moreira Vale de nascimento), pense numa criatura cheia de nove horas! Conhecidas se tornaram as "enroladas da colega", a "Dona Menina" de que papai chamava, a mais amorosa e criativa genitora que tive em quase sete décadas de vida. Entre as arrumações hilárias, o primeiro grappete que tomamos, ainda meninos em São Gerardo: líquido botado em garrafas de coca-cola, crush, guaraná Wilson, mirinda. Tudo na mesa.

Era "quissuque" de groselha com laranja espremida, sem passar no coador - ainda com a "célula" da fruta (os gominhos do sumo) o que bebíamos. A tampa dos vasilhames, pedaços generosos de sabugo. E ainda fazia, com a boca, aquela zoadinha de tampa de cerveja liberada por abridor, retorquindo zangada quem reclamasse do excesso de açúcar mascavo no fundo da garrafa:

- E é pra ser feliz!!!

Comida de pobre é "grolado"

Outra: o nhoque de Dona Terezinha (o verdadeiro é massa à base de batata e farinha de trigo, cortada em pedaços pequenos). O da "colega", um preparado de goma de tapioca, algo tostado - e uma coisinha de mel de cana, que mais tarde soubemos tratar-se de um "engrolado batizado". Quando me serviram o primeiro nhoque de verdade, já rapaz, lasquei a vaia em quem o trouxe à mesa. E disparei, me abrindo da estranheza do prato:

- Nhoque! Marrapaz! Fresque não! Vou trazer mamãe aqui pra ensinar a vocês o que é um nhoque de gabarito!

Vexame grande demais eu passei, quase morro de vergonha. Pedi satisfações à mamãe:

- Colega! Por que a senhora falou que aquilo, um engrolado, era nhoque?

- Achei o nome bonito...

O faqueiro que virou rapadura

Na mesma panela, "pra não gastar o gás", mamãe colocava pedaços de carne de gado, carneiro, porco, peixe, linguiça e até panelada. Mais: quando a latinha amarela de Detefon secava, enchia de farinha de talco; e lá estava papai, feito besta, espremendo a vasilha de veneno de eliminar formigas, perfumando-as. Ainda essa: no aniversário de dona Hosana, minha professora do primeiro ano forte na Sociedade Beneficente de Porangabussu, o presente que pediu entregasse à mestra simpática: um faqueiro, ao menos foi o que a colega falou que era. Presente muito bem embrulhado. Dia seguinte, a verdade:

- Tarcisinho, aluno meu! Amei a rapadura de coco que você me deu de presente!

Desvendando o segredo do meu natalício

Quando resfriados, mamãe aproveitava a exata hora da merenda das 9 horas para dissolver o Redoxon num copo d'água água cheio e fazer a gente beber de gute-gute "pra curar a mamacoa". A cada um dos 10 meninos, dois biscoitos champagne. Ademais, a colega adicionava açúcar e dois pinguinhos de limão nos copos. Misturava tudo e mandava ver:

- Bora! Engulam e ganhem a lapa do mundo!

Creiam: somente há pouco, eu - terceiro filho, decrescentemente - soube que sou sete dias mais novo que o que consta da certidão de nascimento. Sempre comemorei aniversário em 1º de julho, mas... Com a palavra, minha irmã De Jesus, que conversou com mamãe isso, ipsis litteris:

- Como o teu irmão mais velho é de 31 de julho e o segundo do dia 1º julho...

- Não acredito que a senhora fez cambalacho com a data de nascimento do Tarcísio!

- Foi o jeito! 31 ficava longe, e aí o dia 1º de julho era mais apropriado pra deixar ele!

- E por que não registrar ele no dia em que veio ao mundo: 8 de julho?

- Pra não gastar três vezes mais bolo, refrigerante e vela num mesmo mês!!!

Fonte: O POVO, de 4/07/2025. Coluna “Crônicas”, de Tarcísio Matos. p.2.

 

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