O Dr. Walder Bezerra Sá, o primeiro professor de Proctologia da Faculdade de Medicina da UFC, conduzia uma aula prática da sua especialidade, enquanto atendia um sertanejo, proveniente dos Inhamuns.
– Tem uma incipiente hemorróida, em formação – diagnosticou o professor.
Um dos alunos se aproxima do paciente, xereta e reclama, como São Tomé:
– Onde, professor? Eu não vi nada!
O docente, com parcimônia, e usando a comparação da forma circular do orifício anal com o mostrador de um relógio de ponteiros, procurou esclarecer:
– Está bem na entrada, na posição das três horas.
Antes que o aluno pudesse constatar a lesão, o campônio, sentindo-se agredido em sua masculinidade, protestou:
– Aí, nunca entrou nada, hora “ninhuma”, “dotô”.
Da Sobrames/CE e da ABRAMES
* Publicado, originalmente, In: SILVA, M.G.C. da. Medicina, meu humor! Fortaleza: Edição do Autor, 2012. p.107. Republicado In: SOBRAMES – CEARÁ. Murmúrios literários. Fortaleza: Sobrames-CE/Expressão, 2012. 296p. p.230-1.
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