Elsie Studart Gurgel de Oliveira, nascida em
Acaraú-CE, foi uma notável polígrafa, que tinha um especial gosto em ser ghost-writer para quem dela necessitava
de seus préstimos literários. Não fazia isso por qualquer forma de pecúnia, mas
pelo prazer de ajudar e de servir, e, igualmente, pelo deleite que tinha em
poder escrever e de se exercitar nas técnicas da boa escrita.
Redatora
versátil, com apurada imaginação, ela enveredava pelos mais diferentes gêneros
literários, produzindo, incessantemente, textos em profusão, para instituições
e terceiros, pouco se importando em preservar os seus créditos autorais.
Em vida, Elsie
Studart publicou onze livros, quase todos sob a nossa interveniência direta, aos
quais se adicionam quatro lançados depois do seu desaparecimento terreno e mais
dois livros em processo de montagem, sob a nossa coordenação editorial.
Logo após o seu
falecimento, em 25 de julho de 2013, por coincidência no Dia do Escritor, passamos
a garimpar, entre seus manuscritos, impressos e arquivos de computadores,
textos ainda inéditos ou que não figurassem em obras publicadas, identificando-se
um veio aurífero rico e tão esplendoroso como o ouro de Ofir.
Da farta e
valiosa matéria prima recuperada, seria exequível a qualquer ourives lapidar,
pelo menos, meia dúzia de preciosas joias, bem como a qualquer escriba
organizar, no mínimo, uns seis livros, segundo arranjos temáticos e/ou gêneros da
literatura, convertidos em pomos literários.
Os seus livros
de natureza póstuma, já lançados ou em construção, têm servido para amainar a saudade,
nesses dois anos de sua partida, e manter viva a lembrança de uma fecunda
escritora cearense, cuja modéstia obliterava o seu reconhecimento público.
Acaraú, terra
que lhe serviu de berço, e fonte inspiradora de vários escritos, precisa lhe render
as devidas homenagens.
Marcelo Gurgel Carlos da
Silva
Sócio do Instituto do
Ceará
* Publicado In: O Povo, de 29/07/2015. Opinião p.13.
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